Nome do Projeto
Desenvolvimento de crianças nascidas entre 2020 e 2021 e a pandemia de Covid-19
Ênfase
Pesquisa
Data inicial - Data final
27/09/2022 - 31/03/2024
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências da Saúde
Resumo
Em março de 2020, a Organização Mundial de Saúde declarou o surto de coronavírus como uma pandemia. Até dia 18 de setembro de 2022, foram confirmados no mundo 612 milhões de casos de COVID-19 e mais de 6 milhões de mortes. No Brasil, os números são de mais de 34 milhões de casos confirmados e 684 mil mortes. Neste momento, o Brasil é considerado o terceiro país com mais casos de COVID-19 no mundo (Our World Data, 2022; Ministério da Saúde, 2022). Apesar das crianças não terem sido o foco dessa pandemia, elas foram diretamente atingidas, principalmente porque a crise mundial atual afetou diretamente seu bem-estar. Situações como a pandemia de COVID-19, se tornam um potencial risco para o desenvolvimento infantil em função dos sintomas, situações de adoecimento, o isolamento social e os potenciais níveis de estresse dos pais e cuidadores. As mudanças na rotina das famílias foram necessárias para preservação da saúde tanto individual quanto coletivamente, mas também trouxeram deterioração em sua saúde emocional. A maioria dos pais e profissionais considera que o confinamento teve efeitos negativos e mudanças de comportamento nas crianças e nos adolescentes (Araújo, 2021; Rao, 2021). As medidas de distanciamento social e restrições, embora necessárias, afetaram as crianças em idade escolar de terem interações pessoais significativas com os colegas e isto pode ter consequências na linguagem e nas habilidades de comunicação das crianças, principalmente na primeira infância (até os 3 anos de idade). Além disso, os efeitos negativos sobre a saúde física, o desenvolvimento motor e cognitivo, além das relações sociais poderão ser piores nas crianças que estiveram confinadas em suas casas, visto que diminuíram as atividades ao ar livre, não se relacionaram com crianças de mesma faixa etária e outros familiares que estimulam seu desenvolvimento, tiveram muito mais tempo de acesso à telas e mídias virtuais e apresentaram padrões irregulares de sono. (Wang, 2020). Crianças nascidas e expostas a este contexto, podem apresentar maiores riscos para atrasos no desenvolvimento neuropsicomotor. Neste contexto, os primeiros anos de vida são fundamentais, sabendo que é nesta fase em que a plasticidade neuronal está muito presente e com isso, ocorre grande progressão para o desenvolvimento de habilidades como as de caráter cognitivo, motores, sócio afetivos e de linguagem.A pandemia da COVID-19 trouxe mudanças imediatas no cotidiano das pessoas. A Terapia Ocupacional atua diretamente na construção de estratégias individuais e coletivas de enfrentamento às problemáticas que a doença trouxe, de modo que possa trazer para as pessoas maneiras diversas de lidar com as novas condições de vida que se apresentam neste momento (Corrêa, 2020). É importante considerar que, mesmo neste cenário tão diverso, as crianças continuaram a crescer e se desenvolver. Por este motivo, é urgente identificar possíveis fatores relacionados à pandemia que possam afetar negativamente o desenvolvimento das crianças, a fim de desenvolver estratégias e políticas públicas que previnam efeitos mais nocivos à longo prazo e promovam saúde à essa população.

Objetivo Geral

Avaliar o desenvolvimento de crianças nascidas em Pelotas nos anos de 2020 e 2021.

Justificativa

Este estudo justifica-se pelo grande impacto que a epidemia de coronavírus apresentou na vida das pessoas no mundo todo.
Considerando os riscos que as gestantes são expostas durante o período gestacional (agravos físicos, psíquicos ou até mesmo sociais), é importante ressaltar as dificuldades oriundas da pandemia, como as dificuldades econômicas e pouco suporte social para suprir suas demandas, além do acesso limitado à serviços de saúde para situações de risco e/ou doenças maternas pré-existentes, assim como, a ausência de acompanhamento pré-natal. Sendo assim, consequências para os bebês, principalmente em seus primeiros anos de vida, podem ocorrer e é de extrema importância que haja o acompanhamento destas crianças no âmbito de seu desenvolvimento, por profissionais qualificados, para identificar o encaminhamento que foi dado às famílias após a alta hospitalar e como estas famílias buscaram acompanhamento para si e seu filho.
A pandemia de covid-19 afetou de forma importante às crianças, que de maneira geral, foram retiradas do convívio direto com familiares, atividades escolares, passeios e amigos. Além disso, o isolamento social afetou as famílias de sobremaneira, diminuindo sua renda e seu poder aquisitivo gerando diversas dificuldades socioeconômicas que podem impactar diretamente o bem-estar e a saúde das crianças.
A realização deste estudo poderá auxiliar na identificação do possível impacto que a pandemia de covid-19 e as estratégias definidas para mitigação da doença ocasionou no desenvolvimento das crianças no Brasil e suas consequências futuras.

Metodologia

Estudo transversal retrospectivo de abordagem quantitativa.
A amostra é caracterizada por crianças nascidas nos anos de 2020 e 2021 no Hospital Escola da Universidade Federal de Pelotas e suas famílias.
Os instrumentos utilizados serão: um questionário estruturado contendo questões que possam auxiliar na caracterização do perfil das famílias e das crianças; para avaliação do desenvolvimento das crianças será utilizado o Age and Stage Questionnaires (ASQ-BR); O desempenho ocupacional será avaliado através do Pediatric Evaluation Disability Inventory – Computer Adaptive Test (PEDI-CAT); O Survey of Well-being of Young Children (SWYC) será utilizado para acompanhar o progresso do desenvolvimento, do comportamento, além do contexto familiar da criança.
Este projeto será encaminhado ao Comitê de Ética da Faculdade de Medicina da UFPEL. Os dados de prontuário referentes aos nascidos entre 2020 e 2021 serão coletados a partir de um banco de informações pré-existente pertencente a outro estudo deste mesmo grupo de pesquisa já aprovado, conforme referido anteriormente.
Para coleta de dados referente ao desenvolvimento infantil, todas as famílias que preencherem os critérios de inclusão serão contatadas através de contato telefônico e convidadas a comparecer ao Serviço Escola de Terapia Ocupacional para participação no estudo. Previamente à coleta de dados, será apresentado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) às famílias para leitura e consentimento em participar do estudo.
Este estudo prevê a avaliação das crianças e sua família em um único encontro com duração prevista de 1:30 à 2 horas, sendo esta agendada em dia e horário oportuno à família. As avaliações serão realizadas por alunos do Curso de Terapia Ocupacional treinados para este fim, acompanhados da orientadora do estudo. Toda aplicação contará com os devidos cuidados contra a pandemia do COVID-19, contando com higienização dos materiais e ambientes, além do uso obrigatório da máscara de proteção.
Os dados serão analisados de forma descritiva, sendo as questões objetivas analisadas detalhadamente através do software SAS, versão 8.2 e apresentadas em tabelas construídas nos programas do Pacote Office do Windows, Word e Excel. Serão realizados cálculos de estatística descritiva, para variáveis categóricas, tais como frequência absoluta e percentagens. Também serão calculados a média, desvio padrão, variância, mediana e valores mínimos e máximos das variáveis quantitativas. Serão realizados cruzamentos para identificar as relações entre as variáveis.

Indicadores, Metas e Resultados

Acredita-se que os resultados deste estudo irão encontrar atrasos em diversas áreas do desenvolvimento das crianças, mas principalmente na linguagem/comunicação, relações sociais e brincar. O comportamento lúdico assim como as habilidades de desempenho ocupacional também estarão comprometidas e associadas aos tempo de isolamento social, acesso à atividades de lazer, relacionamento com outras crianças e tempo de qualidade com a família.
Espera-se observar que crianças identificadas com algum fator de risco para o seu desenvolvimento nascidas nos anos de 2020 e 2021 terão tido dificuldade para acessar serviços públicos e privados para acompanhamento ou tratamento de saúde e suas dificuldades. Assim como, espera-se uma redução das consultas de puericultura no primeiro ano de vida, principalmente as realizadas pelo serviço público de saúde.
Acredita-se que doenças maternas pré-existentes, tanto quanto todos os riscos aos quais ela possa estar exposta, cause efeitos ao desenvolvimento de crianças nascidas vivas. Dados como a via de parto, situações de internação hospitalar, questões clínicas negativas identificadas no momento do nascimento, diagnósticos, entre outros são fundamentais para que se entenda os motivos pelos quais os riscos ainda se tornam tão presentes e de que forma eles estão sendo tratados ao longo do primeiro ano de vida destas crianças.

Equipe do Projeto

NomeCH SemanalData inicialData final
AMANDA NUNES PEREIRA
ANA PAULA DOS SANTOS DUARTE
ANDRELINE LEDEBUHR NEITZKE
ANDRYELLE SOUZA DE AVILA
BARBARA OLIVEIRA VIEIRA SARAIVA
BRUNA DOS SANTOS PETER
CECÍLIA PEGAS BRUM
DIENIFER DA SILVA GARCIA
EDUARDA VIANA NEVES
GABRIELA SPIERING RIBEIRO
GISELE DA SILVA NASCENTE LOPES
ISABELLE DA COSTA ESLABAO OLIVEIRA
ISADORA RAMOS DE FREITAS
JANDRIELI TEIXEIRA GARCIA
JOYCE ELIAS DA SILVA
JULIA CORNELIO FORI
JÉSSICA VERAS ARAUJO
LARISSA OSTERBERG DA CRUZ
LUANE DE OLIVEIRA BARCELOS
LUIZA DA SILVA ANTORIA WIENER
LUIZA ORTIZ JORES
LUIZA SOARES ARAUJO
LUIZA WINKEL DAVILA VIGHI
LUIZA ZITZKE HARTWIG
LUNA GAMEIRO RIBEIRO
MILENE PIÑERO DA LUZ
NATALIA SILVEIRA MARTINS
NICOLE RUAS GUARANY2
NINA CARDOZO DA SILVA
PALOMA BAIRROS FERREIRA
RUANA COSTA DE OLIVEIRA
SIMONE DA CUNHA COELHO
TAINA DUARTE FERREIRA
VICTORIA FARIAS AMARAL
VITÓRIA BARRETO DIAS DE OLIVEIRA

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