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A lei 8.159 (Lei dos Arquivos) define os arquivos privados como “conjuntos de documentos produzidos ou recebidos por pessoas físicas ou jurídicas, em decorrência de suas atividades” (Lei 8.159, 1991). Já Heloísa Belotto (1991, p. 170-171) estabelece, no âmbito dos arquivos privados, a distinção entre arquivos econômicos (gerados por empresas), sociais (gerados por instituições, entre elas as religiosas, as educacionais, as esportivas, as culturais e as políticas) e os pessoais (ligados à vida e obra de uma pessoa ou família). Neste sentido, é cada vez mais ampla a produção de documentos nestas esferas, e consequente criação de arquivos, que demandam o trabalho e a reflexão do historiador.
Esta perspectiva foi estabelecida em documento resultante de evento sobre o tema realizado pela Associação Nacional de História (ANPUH), em 2012. No documento “O perfil profissional dos historiadores atuantes em Arquivos – documento final do encontro”, defende-se que “a formação do historiador deve capacitá-lo para lidar com conjuntos documentais arquivísticos”, tendo entre suas competências e habilidades a “compreensão das diferenças e semelhanças entre conjuntos documentais arquivísticos institucionais, pessoais e familiares” e a “compreensão dos procedimentos necessários ao planejamento, à implementação e à coordenação de projetos de difusão em instituições custodiadoras de documento” (ANPUH, 2012).
O Grupo de Estudos em Arquivos Privados visa a contribuir para a formação dos futuros historiadores aprofundando o conhecimento qualificado da bibliografia pertinente e de trabalhos práticos hoje realizados nesta área, bem como suas possibilidades profissionais e como objeto de pesquisa.

A metodologia do projeto consiste na realização de encontros semanais com alunos interessados em participar do grupo para discussão de bibliografia pertinente sugerida pela coordenadora (bem como contribuições dos discentes). Os alunos serão instados a se apropriar dos conceitos relacionados às abordagens historiográficas e arquivísticas a partir dos debates, bem como estimulados a produzir um estudo final envolvendo os arquivos privados em Pelotas e região.

O projeto pretende provocar um maior envolvimento dos discentes com a situação dos arquivos privados em Pelotas e região, bem como aprofundar os conhecimentos dos alunos a respeito dos processos de tratamento técnico da documentação e de gestão documental, de suas opções metodológicas, e dos debates teóricos envolvidos. Ao final do projeto, o grupo deverá produzir, em conjunto, um mapeamento preliminar de arquivos privados sociais e culturais em Pelotas e região com interesse para a pesquisa acadêmica (sindicatos, clubes esportivos e sociais, associações e pessoas físicas).