Nome do Projeto
MAIScroquis: Produção de momentos e materiais didáticos para apoiar os exercícios de croquis estruturados em perspectiva e sombras
Ênfase
ENSINO
Data inicial - Data final
01/05/2015 - 31/12/2016
Unidade de Origem
Área CNPq
Ciências Sociais Aplicadas - Arquitetura e Urbanismo
Resumo
Exercícios de croquis em perspectiva e sombras caracterizam-se como as principais atividades desenvolvidas no âmbito da disciplina de Geometria Gráfica e Digital 4, GGD4, criada em 2011, no Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFPel. Tais atividades, anteriormente, eram desenvolvidas em uma disciplina nomeada como “Perspectiva e Sombras”, de responsabilidade do Departamento de Desenho Técnico e Gráfica Computacional (DTGC)/IFM/UFPel. Em sua origem, os exercícios de “perspectiva e sombras” promoviam a produção de traçados com precisão, apoiando-se no uso de instrumentos tradicionais de desenho (régua, jogo de esquadros, compasso). A disciplina não era direcionada para a habilitação de produção do croqui a mão livre. Este direcionamento foi sendo dado a partir de 1999, quando foi criado o Curso de Especialização em Desenho Técnico e Gráfica Computacional. Este curso, que envolveu diretamente docentes desta disciplina, esteve centrado na reflexão sobre a necessidade de reestruturação da área de representação a partir do advento da computação gráfica. Em 2001 a disciplina passou a contar com materiais didáticos digitais disponibilizados em um ambiente virtual de aprendizagem (AVA), direcionados a motivar o uso das tecnologias de representação gráfica digital, as quais disponibilizam a automatização do processo projetivo utilizando-se da modelagem tridimensional. A partir deste momento, especialmente pela dinâmica de uso de um AVA como espaço de extensão da própria disciplina, foi sendo possível construir uma memória das trajetórias didáticas estabelecidas em cada edição da mesma (disciplina obrigatória para o Curso de Arquitetura e Urbanismo e semestral). No âmbito desta disciplina foi também sendo estabelecido um espaço de reflexão entre as habilidades a serem priorizadas: entre o desenho manual e o informatizado. Em Borda, Silveira e Torrezan, 2004, tem-se o relato da postura que passou a ser adotada, a qual considera que o desenho realizado por instrumentos tradicionais, quando objetiva exclusivamente a precisão, deve sim ser substituído pelos meios computacionais. O relato referido enfatiza o interesse em investir em uma formação que aborde, paralelamente, os dois extremos: o croqui em perspectiva a mão livre e a representação precisa e dinâmica a partir dos meios computacionais (modelagem tridimensional digital). Entretanto, até o momento não foi possível estabelecer uma dinâmica que contemple esta proposta. Por um lado, a disciplina conta com uma carga horária bastante reduzida para realizar atividades que efetivamente permitam que os estudantes se apropriem dos conceitos geométricos e das tecnologias ao ponto de utilizá-los efetivamente junto à atividade projetual. A atividade de produção de croquis deve se estabelecer no âmbito de disciplinas de Projeto de Arquitetura e Urbanismo ao longo do Curso, para as quais a GGD4 deve ser considerada como conhecimento prévio. Entretanto, o processo de desenvolvimento da percepção espacial e da habilitação para a realização destas representações em perspectiva pode ser um processo lento para muitos estudantes, exigindo continuidade e disciplina para além de um semestre letivo. Os professores de disciplinas de projeto seguem constatando que os estudantes pouco se utilizam do croqui como meio de estruturação da forma tridimensional, como ferramenta de diálogo junto à ação projetual. Afirmam que os estudantes não sabem desenhar, enquanto que os próprios estudantes declaram insegurança e preferem se apoiar nas técnicas digitais de representação. Tem sido configurado um contexto de contraposição entre um desempenho satisfatório dos estudantes no momento da disciplina GGD 4 e a não apropriação da técnica como ferramenta efetiva de projeto. Alguns professores atribuem a culpa ao uso das técnicas digitais de representação em estágio precoce de apropriação de um método projetual. Enquanto que Ching (2012), autor de referência na área de expressão gráfica em arquitetura, também passa a considerar que a interação direta entre o desenho à mão livre e o digital auxilia o desenvolvimento da percepção espacial e com isto pode se estabelecer como meio de expressão efetivo junto ao processo criativo. Entende-se que a avaliação dos professores de projeto pode estar sendo gerada pela falta de compreensão de que a aquisição de habilidades para o desenvolvimento do croqui pode ser facilitada quando existe a dinâmica de dialogar intensamente com os meios digitais. Ocorre que a disciplina de GGD 4 ainda não conta com um espaço de sala de aula que contemple concomitantemente uma infraestrutura para o desenho a mão livre e o digital. Em sala de aula tem-se uma infraestrutura apenas para o desenho a mão, e no laboratório de informática não se tem espaço para o desenho a mão. Por ser uma universidade pública não se adota a postura de exigir do estudante trazer para a sala de aula um laptop, por exemplo. A disciplina está situada no segundo semestre do curso o que também implica em que poucos estudantes já tenham se estruturado para ter esta infraestrutura com recursos próprios. O caso ainda é agravado pela falta de segurança de transitar pela cidade com um laptop, diminuindo a possibilidade de pedir a colaboração dos estudantes em sanar os limites atuais da infraestrutura da FAURB. Tem-se utilizado paliativos como aulas expositivas de demonstração de modelagens e de controle dinâmico das posições relativas entre os elementos de um sistema de projeção paralelo ortogonal e de um sistema cônico. Entretanto, para a construção de um pensamento geométrico estruturado o exercício de modelar e de controlar a forma no espaço digital tem se demonstrado o mais efetivo. Desta maneira, é necessário buscar estratégias didático-pedagógicas criativas que promovam um processo de formação continuada e autônoma para além do espaço da disciplina. Este investimento tem sido feito, conforme relatado anteriormente, buscando-se a disponibilização de materiais didáticos digitais, incentivando a educação continuada através de um AVA, para além do espaço da sala de aula. Entretanto, isto exige um esforço específico, particularmente nesta área em que as ferramentas digitais estão constantemente em evolução, surgindo novas ferramentas ou novas versões das mesmas, exigindo ajustes e ampliações constantes em tais materiais. Nesta direção, tem-se adquirido experiência em Educação a Distância (EAD), a partir de projetos de pesquisa (PROBARQ), de extensão (OFICINAS) e ensino (Curso de Especialização em Gráfica Digital/FAURB e Especialização em Mídias na Educação/UAB/UFPel), envolvendo-se na atividade docente de produção de momentos e materiais didáticos dirigidos a esta modalidade, utilizando-se do conceito de objetos de aprendizagem (Polsani, 2003). A partir deste contexto, busca-se então seguir investindo na produção de materiais didáticos que contemplem a possibilidade de promover momentos didáticos que ampliem o espaço de sala de aula e de abrangência da própria disciplina, propondo intensificar o exercício do croqui em perspectiva apoiando-se em ambas as tecnologias de representação. Desta maneira, tem-se a hipótese de que estes materiais possam auxiliar os estudantes e professores envolvidos com o tema, incluindo o âmbito de disciplinas de Projeto, à construção de um pensamento geométrico estruturado. Neste caso, estruturado para a produção de croquis em perspectiva como ação projetual e não apenas como objeto de representação em si. A ampliação do espaço de sala de aula pode ser obtida especialmente a partir da ação de monitoria, promovendo o assessoramento individualizado ou em grupos menores de estudantes, compatíveis com a infraestrutura atualmente disponível. A ação da monitoria é fundamental para apoiar a atividade de produção dos objetos de aprendizagem.

Objetivo Geral

1) Melhorar a qualidade de ensino-aprendizagem da disciplina GGD 4;
2) Desenvolver abordagens didático-pedagógicas inovadoras e criativas;
3) Inserir o discente monitor nas atividades de ensino da disciplina GGD 4.

Justificativa

O momento de investimento na infraestrutura da disciplina GGD4 para intensificar a formação para o croqui a partir da exploração dos meios digitais é bastante propício. Ultimamente, no âmbito desta disciplina, tem-se avançado a partir de contribuições interdisciplinares, promovendo a atuação de professores advindos de áreas específicas: de expressão gráfica arquitetônica, de projeto de arquitetura e de patrimônio arquitetônico. Estas interações tem gerado um conteúdo aplicado e motivador para os estudantes. Embora os materiais atualmente disponibilizados no AVA sigam sendo utilizados como fundamentos da disciplina, tanto como apoio às aulas presenciais e teóricas como para a ambientação dos próprios docentes que passaram a atuar no âmbito da mesma, as trajetórias de aprendizagem que estão sendo delimitadas já não estão contando com um registro adequado junto ao AVA. O propósito de intensificar o uso dos meios digitais, conforme exposto anteriormente exige uma infraestrutura física, de espaço e equipamentos adequados, a qual não se tem disponível. O uso da modalidade a distancia é uma das alternativas, produzindo e disponibilizando novos objetos de aprendizagem que qualifiquem ainda mais o processo de ensino-aprendizagem e possibilitem a geração de momentos a distância, de maneira autônoma por cada estudante ou docente. Por outro lado, considera-se importante continuar com o propósito de ter a memória da disciplina, como patrimônio institucional, descrevendo os novos tipos de momentos didáticos que estão sendo gerados. Cabe destacar as possibilidades vislumbradas em configurar disciplinas a distância, dentro de um cenário que consiga garantir qualidade e flexibilidade no processo de ensino-aprendizagem. Atualmente as políticas públicas ainda não subsidiam uma infraestrutura para trabalhar com um processo híbrido e paralelo. No âmbito do Curso de Especialização em Gráfica Digital tem-se a experiência com o que se denominou de “modalidade compartilhada” em que convivem estudantes da modalidade presencial e a distância em um mesmo AVA (Pires, Borda e Félix, 2007). Esta modalidade demonstrou-se para tal contexto efetiva. Entretanto, na escala de graduação, exigiria o apoio da figura do tutor, tendo em vista uma exigência de carga horária específica para dar conta de um sistema de EAD. Mesmo que esta ideia não tenha sido validada em contextos mais amplos e que venha a ser contestada por alguma questão, entende-se que é possível ir construindo uma cultura nesta direção, gerando uma infraestrutura que compreenda a delimitação de momentos didáticos, materiais e a formação de tutores (monitores?).
Pode-se ainda ressaltar a importância deste investimento em relação à proposta de intensificar a exploração das tecnologias digitais. Através da automatização de processos de obtenção da imagem digital, seja pela fotografia digital (quando objetos físicos) ou pela modelagem geométrica (quando objetos virtuais), tem-se recursos imediatos para observar a geometria da forma projetada, facilitando a compreensão das transformações ocorridas de acordo com cada ponto de vista. Tratando-se da modelagem geométrica, adiciona-se a possibilidade de observar as variações desta geometria tanto pela adoção de sistemas projetivos centrais (ou cônico) como por sistemas paralelos (ou cilíndrico). As tecnologias digitais estão em constante evolução, inclusive disponibilizando dispositivos com interfaces táteis e próprias para o desenho a mão livre. Faz-se necessário investir no reconhecimento e apropriação de tais tecnologias como um processo natural de evolução das práticas de representação e consequentemente de revisão das ações didáticas desta área de conhecimento.

Metodologia

Para atingir os objetivos propostos este projeto de ensino está estruturado através das seguintes etapas, as quais contam com o apoio da atividade de monitoria em todas elas:
1)Revisão Bibliográfica
Ampliação da revisão bibliográfica que apoia a formação para o desenvolvimento da produção de croquis em perspectiva para arquitetura frente à exploração de tecnologias digitais de representação;
Ampliação da revisão bibliográfica que apoia a atividade docente de produção de momentos e materiais didáticos frente ao conceito de objetos de aprendizagem e de ambientes virtuais de aprendizagem;
2)Caracterização dos momentos didáticos atuais. Descrição e análise dos momentos didáticos atualmente promovidos no âmbito do processo formativo referido, frente à revisão bibliográfica;
3)Atualização e/ou Redesenho dos momentos didáticos, observando-se as potencialidades das tecnologias digitais em facilitar e intensificar o processo de aprendizagem;
4) Identificação e/ou revisão de materiais didáticos adequados aos momentos didáticos propostos, a partir do conceito de objeto de aprendizagem
5) Experimentação e validação dos momentos e materiais didáticos em questão;
6) Sistematização e disponibilização dos momentos e materiais didáticos de maneira aberta.

Resultados Esperados

Os resultados esperados são:
Registro de uma trajetória de aprendizagem para a produção de croqui a partir de um conhecimento geométrico estruturado (memória da disciplina);
Disponibilização da descrição de momentos didáticos estruturados para esta trajetória;
Disponibilização de materiais didáticos configurados como objetos de aprendizagem;
Reconhecimento e apropriação, quando pertinente, das tecnologias atuais de informação, comunicação e representação digitais para a configuração da trajetória referida e consequente melhoria da qualidade do processo de ensino-aprendizagem;
Contribuir para a formação do monitor.
Os impactos esperados são:
Espera-se que a experiência didática estabelecida com este projeto promova a intensificação do uso do croqui em perspectiva junto à atividade projetual no âmbito de disciplinas de projeto. Conforme citado anteriormente, o investimento exclusivo da disciplina GGD 4 na produção de croqui, da maneira como vem sendo realizado, não tem sido capaz de promover a intensificação e continuidade desta prática ao longo do curso de arquitetura. Os estudantes demonstram no âmbito da disciplina a capacidade de desenvolver mas não se apropriam como ferramenta projetual efetiva. Aposta-se na requalificação dos momentos e materiais didáticos através do uso de tecnologias digitais, configurados de tal maneira que permitam a disponibilização de um sistema de educação continuada.

Equipe do Projeto

NomeCH SemanalData inicialData final
ADRIANE BORDA ALMEIDA DA SILVA201/05/201531/12/2015
ANA LUCIA COSTA DE OLIVEIRA201/05/201531/12/2015
ANA PAULA DE ANDREA DAMETTO101/05/201531/12/2015
CATHARINA BEATRIZ DOS SANTOS MOTTA401/05/201531/12/2015
FERNANDO DE AZEVEDO VALENTE414/09/201518/12/2015
FERNANDO FRANZ ZAUK2011/05/201531/12/2015
GABRIEL MARTINS DA SILVA414/09/201518/12/2015
JULIANA ROSINHA CONZATTI2002/05/201630/12/2016

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