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01/08/2009 - 02/08/2013

Ciências Humanas - Educação

Este trabalho é um esforço de pesquisadores e professores em compreender as infâncias abrigadas, na região de Pelotas, RS, Brasil a partir da ótica dos abrigados e de suas famílias. Decorrente de uma solicitação de administradoras de um abrigo, que solicitaram á Universidade uma parceria na formação das educadoras sociais que atuavam nesses abrigos, tomamos como eixo a invisibilidade dessas crianças e a situação de vulnerabilidade de famílias e crianças. Pensamos que poderíamos – e até que deveríamos, pautados por um compromisso, como pesquisadores da infância, dar voz a quem pouco é ouvido nesse processo de retirada das crianças de seu contexto mais primitivo. Buscamos também acompanhar essas crianças em seus abrigos: seu cotidiano, suas rotinas em meio às cuidadoras, enfim “seus novos lares” e assim poder nos pautar por um atendimento às demandas de formação de educadoras, situando essa formação num outro olhar. Em que pese nossa intenção inicial, vinculada à formação de professores, fomos, paulatinamente, nos voltando para os dizeres e os modos de ser das infâncias desses lugares sociais, reservados ao cuidado de crianças em situação de risco. Desenvolvemos essa pesquisa desde 2006 com o intuito de mapear essas infâncias, mas sobretudo de compreender a produção dessas infâncias e suas pregnâncias. Apoiados em Charlot, Rizzini, Del Priore, Sarmento fomos tecendo histórias, ora malditas, ora benditas desses sujeitos subordinados, tutelados e dominados pela pouca oportunidade de escolhas, pela invisibilidade de seu cotidiano, pelo esconderijo que a sociedade construiu para depositar as sobras da infância. As descobertas da pesquisa nos levam a repensar os rumos das instituições tutelares em sua relação com outros segmentos da sociedade. O mais importante da pesquisa são os fortes diálogos travados com as crianças coletivamente (entre si), e individualmente, que são sinalizadores para o repensar desses lugares.Este estudo objetiva realizar o levantamento, a caracterização das ações educativas em instituições de abrigamento, oferecidas às crianças em Pelotas e Região, confrontando estas iniciativas com certos princípios e normatizações contidos no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), pautados pela versão das crianças.È uma continuidade das pesquisas já iniciadas em 2006, que tinham como pano de fundo essa temática.