Nome do Projeto
O significado de "to ef’ hêmîn" na ética aristotélica
Ênfase
PESQUISA
Data inicial - Data final
01/04/2011 - 01/04/2014
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências Humanas - Filosofia - Ética
Resumo
Na Ethica Nicomachea III 4, Aristóteles apresenta, no interior da análise concernente à escolha deliberada (prohaíresis), a expressão ef’ hêmîn, “o que depende de nós”. Neste sentido, ele afirma que a escolha deliberada se refere às coisas que dependem de nós (1111b 30-31; 1112a 30-31; 1113a 10-11), ou que estão no nosso poder fazer ou não fazer, possibilitando, num primeiro momento, a hipótese de que o agente pode escolher x, ou seu contrário y, numa dada circunstância. Isto parece ser corroborado em EN III 7 1113b 7-14, na medida em que aparece de modo evidente a opção a qual dispõe o agente de agir ou não de determinada forma: “Com efeito, naquelas coisas em que agir está em nosso poder, igualmente está o não agir, e naquelas nas quais o não está em nosso poder, também está o sim (...) (1113b 7-9). Esta elaboração aparenta estar em conformidade com a Ethica Eudemia II 9, onde é afirmado que se depende do agente realizar ou não determinada ação, e não por ignorância, é, então, de forma voluntária que ele age (1225b 8-10; cf. também II 10 1226 30-32). No entanto, isto contrasta com EN 1114a 9-21, cujo final do argumento especifica que estava inicialmente no poder do injusto ou do intemperante não se tornar injusto ou intemperante, uma vez que se tornaram o fizeram voluntariamente, não podendo deixar de sê-lo. Isto afasta a abertura aos contrários, o que parecia ser o caso das passagens acima mencionadas. Se este for realmente o caso, a denominada Tese da Unidirecionalidade da Disposição, sustentada por Pier Luigi Donini, seria perfeitamente compreensível (David Furley, nesta linha, sustenta que as disposições são fixas e têm origem no caráter, estando “além do nosso poder” agir contrariamente às mesmas). O problema é que, mesmo se consideramos que a Ethica Nicomachea representa um quadro teórico distinto, e mais elaborado, do que a Ethica Eudemia, a primeira ainda permite observar elementos que contradiriam a tese de Donini, como por exemplo EN 1180a 2-5, quando Aristóteles salienta que mesmo o homem maduro deve colocar em prática as coisas que aprendeu e torná-las hábito, o que pressupõe, inclusive, a necessidade de leis não apenas para o homem maduro, mas também para toda a duração da vida, sob pena de, talvez, perder a disposição para agir de um certo modo que adquiriu. Outras passagens, como as da EN V sobre a voluntariedade e a involuntariedade (1135a 23-28; 1135ª 32-33), contudo, sugerem que o alcance da expressão ef’ hêmîn pode ser entendido, como sustenta Susan Sauvé Meyer, a partir de duas interpretações, uma ampla, outra restrita, ambas solidárias entre si. Estas duas interpretações levariam a requerimentos no que se refere ao ef’ hêmîn similares aos da EE II 9, 10. Sendo assim, é necessário elucidar o significado de ef’ hêmîn, especificando o seu papel na discussão determinismo versus indeterminismo na ética de Aristóteles.

Objetivo Geral

- Investigar o significado do "to eph' hêmin" na ética de aristóteles;
- Identificar sua função na atribuição de responsabilidade moral;
- Estabelecer a relação com o uso desta expressão na Ética Eudêmia.

Equipe do Projeto

NomeCH SemanalData inicialData final
2
2
BRUNO BOTELHO BRAGA1201/08/201231/10/2012
EMERSON MARTINS SOARES1201/08/201331/07/2014
EMERSON MARTINS SOARES1201/11/201231/07/2013

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