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06/07/2011 - 06/07/2014

Ciências Humanas - Filosofia

Inesperadamente, na última década do século xx um autor cristão com uma sólida formação lógica e filosófica apresenta uma séria dificuldade. Plantinga monta um argumento poderoso contra as pretensões de alcançar uma descrição do mundo, ao mesmo tempo naturalista e que aceite a inteligência humana como o resultado de um processo evolutivo como o levantado por Darwin. Segundo Plantinga a aceitação dessas duas teses intuitivamente irmãs, gera um dilema grave para quem sustenta um materialismo radical. Se nossas crenças são o efeito de uma historia evolutiva balizada por um mecanismo seletivo, então não temos nenhuma garantia para acreditar na veracidade das mesmas. A evolução das espécies nos moldes darwinistas sustenta ser a eficácia para os organismos sobreviverem ao meio e garantirem suas proles o critério mais importante. Neste caso é irrelevante se um ser vivo como os humanos, adote crenças verdadeiras ou falsas para incorporarem um comportamento. Basta que sejam eficazes. Segundo Plantinga, a única saída aceitável para esta dificuldade cética é supor a existência de Deus segundo a tradição Cristã, ou seja, um criador perfeito, e, portanto, bom, que não faria um mundo onde sistematicamente pudéssemos nos enganar. A reação de Plantinga produziou um grande impacto nas recentes tradições filosóficas que julgavam ser as principais questões epistêmicas serem resolvidas apelando unicamente para o espaço do empírico. Muitas respostas foram dadas a Plantinga nos últimos anos, mas nenhuma ainda se mostrou satisfatória.