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01/12/2011 - 01/12/2013

Ciências Sociais Aplicadas - Economia - Crescimento e Desenvolvimento Econômico

De certa forma desde o primórdio da economia como ciência uma das principais questões estudadas envolve o crescimento econômico. De Adam Smith (1983), passando por David Ricardo, Shumpeter (1982), Solow (1956) até os novos modelos de crescimento econômico endógeno a economia nunca descartou a temática que envolve o fato de que países possuem diferentes trajetórias. Apesar de possuírem diferenças na busca de uma resposta para o problema de diferenças na taxa de crescimento, em comum as diferentes abordagens enfatizam o papel da taxa de poupança (física ou humana) como uma das principais variáveis para entender o processo de crescimento econômico de longo prazo. O aumento da taxa de poupança gera investimento, que por sua vez, gera acumulação de capital que aumenta a renda. Da mesma forma, o aumento do investimento em capital humano gera aumento da produtividade do trabalho e, conseqüentemente, de renda. Dentro dos novos esforços para se entender o processo de crescimento econômico está a linha de economia política positiva que enfoca nas variáveis políticas os determinantes de sucesso ou fracasso para o tão almejado crescimento. A contribuição dessa escola de pensamento econômico está em buscar nas falhas de governo os motivos para a falha econômica. Nesse sentido, a existência de uma estrutura política que estimule a atividade de rent seeking repercutirá negativamente no esforço de qualificação da mão-de-obra, dado que o trabalho baseado em capital humano buscará os maiores rendimentos nas atividades improdutivas do rent seeking. Por sua vez, uma estrutura governamental que estimule a existência de práticas corruptas, desvia os recursos de sua melhor aplicação, reduzindo a produtividade do capital, diminuindo os investimentos e, por fim, afetando negativamente o crescimento econômico. Assim como Rose-Ackerman (1999) afirma que altos níveis de corrupção são associados com baixos níveis de investimento e crescimento, justamente pelo fato de que o investimento estrangeiro é desestimulado por altos níveis de corrupção. Tratado dessa forma, a corrupção não é apenas um problema moral e político, mas também econômico. Ela aumenta os gastos do governo e interfere nas alocações eficientes de recursos, diminuindo a produtividade dos fatores e a sua remuneração. De acordo com Silva (1996) há vários sentidos atribuídos a corrupção, mas existe um denominador comum a todos, onde a corrupção envolve a interação entre pelo menos dois indivíduos ou grupo de indivíduos que corrompem ou são corrompidos, e essa relação implica em transferência de renda que se dá por fora das regras do jogo econômico ou político-social. Para a Transparência Internacional, a corrupção é definida como o abuso do poder confiado para ganhos privados. Na mesma linha, o Banco Mundial define como o abuso de cargo público para benefício privado. Em termos empíricos os trabalhos existentes que relacionam corrupção com crescimento econômico estão relacionados com análise de países. Poucos são os trabalhos que exploram a relação dentro de um país. Isso ocorre principalmente pela falta de um indicador de corrupção regional que permita identificar diferenças regionais no crescimento econômico motivadas pela incidência de diferentes níveis de corrupção. Assim o objetivo deste estudo é analisar a relação entre corrupção e crescimento econômico sob a ótica regional, enfocando duas principais contribuições. A primeira é a busca de um indicador objetivo regional, devido há apenas existência de indicadores subjetivos e nacionais como o indicador da Transparência Internacional que é divulgado anualmente no site da organização e nele foram divulgados em 2010 o índice de 178 países. Este índice tem uma escala de 0 (altamente corrupto) a 10 (altamente honesto). A segunda é relacionada com o fato de que a corrupção não é igual para todas as regiões brasileiras. A existência de diferentes setores produtivos, com diferentes relações de capital-trabalho e com diferentes repercussões regionais e nacionais fazem crer que é importante a aplicação de um modelo de equilíbrio geral computável regional.