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23/06/2013 - 05/04/2015

Ciências Humanas - Educação

Dissemina-se pelo mundo a ideia de que as transformações das escolas e das práticas pedagógicas na educação básica dependem, diretamente, da qualidade da formação e do trabalho docente. No Brasil, não tem sido diferente. Assiste-se a uma série de medidas, em grande parte, oficiais que buscam qualificar e reformar a profissão docente e a transformação do currículo das licenciaturas tomou centralidade importante. Nesse caminho, este estudo busca aprofundar e compreender questões relacionadas à formação de professores no que tange a políticas curricular oficial a partir das exigências das Diretrizes Curriculares Nacionais para os Cursos de Licenciaturas (DCN). A perspectiva teórica segue pistas dos estudos foucaultianos (Foucault, 2004, 2006, 2008; Fischer, 1995, 2001; Rose, 1996, 1998, 2001; Larrosa, 2002 e outros) e dos estudos de Ball (1994a,b,c, 1998, 2002, 2005). Os primeiros contribuem com ferramentas mais gerais: discurso, sujeitos e governo da conduta; o segundo se articula com os primeiros no sentido de mostrar como acontece o movimento das políticas. O estudo será realizado com professores e alunos dos seguintes cursos de licenciaturas: Matemática, Letras Português, Química, Artes Visuais, Educação Física e Geografia. A hipótese que move a investigação é que as transformações que ocorreram nos currículos das licenciaturas, no que diz respeito às prioridades, aos rumos e aos formatos que seguiram, não dependeram, apenas, daquilo que a política curricular oficial defendeu, afirmou e instituiu. Uma questão importante a ser considerada, no espaço de negociação e aplicação da política, é a forte influência dos diferentes interesses e mentalidades pedagógicas (categorias, noções e sentidos) utilizadas pelos professores e gestores locais para compreenderem, criarem e desenvolverem transformações curriculares locais. Ou seja, embora haja uma pressão oficial para implementação de novas políticas curriculares, acredita-se que é no espaço local que ela é negociada, construída, desenhada, definida ou mesmo rejeitada. Neste sentido, questiona-se como a formação do professor é pensada, a partir de que noções, pressupostos e significados? Que imagens de professores são movimentadas? Que tipos de profissionalismos são considerados? Parece que é no espaço dessas condições e relações (que reverberam num espaço local) que a formação de professores ganha, efetivamente, diferentes desenhos, condições, formatos e associações.