Nome do Projeto
Projeto de Preservação do Patrimônio Cultural da Região do Anglo
Ênfase
Extensão
Data inicial - Data final
06/02/2017 - 06/04/2020
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências Humanas
Eixo Temático (Principal - Afim)
Cultura / Direitos Humanos e Justiça
Linha de Extensão
Patrimônio cultural, histórico e natural
Resumo
Os bairros da Balsa e Navegantes estão na periferia da cidade, margeando o canal de São Gonçalo O local está relacionada com a atividade charqueadora até inícios do século XX Algumas sedes de charqueadas ainda permanecem como testemunhos dessas atividades, compondo com a água e as margens do canal, um conjunto patrimonial relevante para a cidade No século XX ali se instalou o Frigorífico Anglo que fechou suas portas em 1991 Hoje esta área se caracteriza pela ocupação desregrada das margens do canal, da não regularização fundiária e pela ausência de políticas públicas A população desses bairros é composta por operários egressos de industrias das cercanias e por contingentes populacionais oriundos de outras regiões periféricas da cidade e do RS O objetivo desse projeto é dar continuidade as atividades ja em andamento, desde 2009, para que a partir das narrativas de histórias de vida e da construção de um inventário participativo dos bens culturais elucidar a relação entre o espaço e a vida social, avaliando como se constitui essa significação do Bairro entre os diferentes sujeitos sociais a valorização das histórias de vida e testemunhos como documentos de história e transmissão de conhecimentos se constituirá num importante elemento de positivação das identidades e construção de espaços memoriais, desta forma trabalhando com a comunidade para a sua percepção em relação a seus direitos de valorização da sua memória e de seu patrimônio
Objetivo Geral
1- Recuperar, através da metodologia de histórias de vida com moradores dos bairros Balsa e Navegantes, a trajetória social desses sujeitos e sua relação com o espaço, buscando a positivação dessas identidades fragmentadas;
2- Instrumentalizar a comunidade da Região do Anglo a desenvolver um inventário dos bens culturais da região;
2- Instrumentalizar a comunidade da Região do Anglo a desenvolver um inventário dos bens culturais da região;
Justificativa
Os bairros da Balsa e Navegantes estão em uma região periférica da cidade, nas margens do canal de São Gonçalo Local fortemente marcado pela ocupação histórica da cidade Relacionada com a atividade charqueadora que caracterizou a economia local até o inicio do século XX Ali se localizaram diversas Charqueadas, sendo que algumas sedes destas, ainda permanecem como testemunhos arquitetônicos dessas atividades, conjunto patrimonial de significativa importância para a cidade, e o Estado
Em 1917 se instalou, também nessa região o Frigorífico Anglo Nos anos 194060 o Anglo, frigorífico e matadouro, chegou a empregar cerca de 15000 operários, funcionando como abatedouro até 1985, fechando suas portas definitivamente em 1991 Ocorrendo a urbanização desta região a partir deste empreendimento Essa forte inserção histórica no desenvolvimento econômico da cidade, não foi acompanhado por políticas públicas para a região, as margens desta região industrializada houve ocupação desregrada das margens do canal, sem a devida regularização dos terrenos pela administração municipal
A comunidade ali instalada é composta por operários egressos dos empreendimentos industriais das cercanias e, mais recentemente, por contingentes de pessoas oriundas de outras regiões da cidade e da região sul do estado Ocupam desde as antigas casas dos trabalhadores do frigorífico até palafitas em total situação de risco Hoje esta população vive um momento de impasse com a instalação de um campus universitário na sua vizinhança a preocupação com uma possível perda de espaço, e de serem retirados da região perdendo a sua identidade e a sua história ligada a este lugar
O objetivo desse projeto é dar continuidade as atividades de duas ações interligadas entre si para preservar o patrimônio desta região, do município, do Estado e Nacional ;e de promover a consciência de que através da preservação de sua memória e de seu patrimônio esta comunidade esquecida pelo poder publico poderá lutar pela melhoria social e econômica Assim, este projeto que é realizado na região do Campus Anglo, por alunos principalmente do Bacharelado em Museologia e com a participação de outros cursos como história, antropologia, sociologia, design gráfico, vem cumprir uma importante função que é não somente aperfeiçoar estes graduandos na área técnica, aperfeiçoando os seus conhecimentos de sala de aula, nas disciplinas teóricas da museologia, mas, e, principalmente desenvolvendo a sua atuação cidadã, buscando melhorar as condições de vida da sociedade em que está inserido.
E, mais ainda, este projeto justifica-se pela proposta de incentivar a apropriação consciente do patrimônio cultural por parte do grupo de moradores, construindo e reconhecendo a possibilidade de organização, fortalecendo o espírito de pertencimento e a criatividade de seus integrantes, para que venham a participar e interferir na sua própria história, transformando-a, através dos instrumentos necessários, na direção de um futuro melhor
Em 1917 se instalou, também nessa região o Frigorífico Anglo Nos anos 194060 o Anglo, frigorífico e matadouro, chegou a empregar cerca de 15000 operários, funcionando como abatedouro até 1985, fechando suas portas definitivamente em 1991 Ocorrendo a urbanização desta região a partir deste empreendimento Essa forte inserção histórica no desenvolvimento econômico da cidade, não foi acompanhado por políticas públicas para a região, as margens desta região industrializada houve ocupação desregrada das margens do canal, sem a devida regularização dos terrenos pela administração municipal
A comunidade ali instalada é composta por operários egressos dos empreendimentos industriais das cercanias e, mais recentemente, por contingentes de pessoas oriundas de outras regiões da cidade e da região sul do estado Ocupam desde as antigas casas dos trabalhadores do frigorífico até palafitas em total situação de risco Hoje esta população vive um momento de impasse com a instalação de um campus universitário na sua vizinhança a preocupação com uma possível perda de espaço, e de serem retirados da região perdendo a sua identidade e a sua história ligada a este lugar
O objetivo desse projeto é dar continuidade as atividades de duas ações interligadas entre si para preservar o patrimônio desta região, do município, do Estado e Nacional ;e de promover a consciência de que através da preservação de sua memória e de seu patrimônio esta comunidade esquecida pelo poder publico poderá lutar pela melhoria social e econômica Assim, este projeto que é realizado na região do Campus Anglo, por alunos principalmente do Bacharelado em Museologia e com a participação de outros cursos como história, antropologia, sociologia, design gráfico, vem cumprir uma importante função que é não somente aperfeiçoar estes graduandos na área técnica, aperfeiçoando os seus conhecimentos de sala de aula, nas disciplinas teóricas da museologia, mas, e, principalmente desenvolvendo a sua atuação cidadã, buscando melhorar as condições de vida da sociedade em que está inserido.
E, mais ainda, este projeto justifica-se pela proposta de incentivar a apropriação consciente do patrimônio cultural por parte do grupo de moradores, construindo e reconhecendo a possibilidade de organização, fortalecendo o espírito de pertencimento e a criatividade de seus integrantes, para que venham a participar e interferir na sua própria história, transformando-a, através dos instrumentos necessários, na direção de um futuro melhor
Metodologia
Daremos continuidade ao mapeamento da comunidade- Identificando os narradores mais significativos na comunidade cruzando os dados obtidos com a Associação de moradores do bairro e membros da comunidade envolvidos nos projetos da UFPEL, com os dados obtidos através dos entrevistados anteriores, que passaram a ser parceiros do projeto. A partir desse momento a abordagem dar-se-á diretamente com os sujeitos identificados, utilizando-se a metodologia da História de Vida como forma de apreensão e organização dos relatos orais.
Ao se falar de histórias de vida estamos nos reportando á questão da experiência, traduzida aqui como essas vivências individuais mas necessariamente vinculadas a um contexto social. Na narrativa o sujeito dá a ver essa forma como traduz e interpreta a realidade.
A história oral e mais precisamente a história de vida tem possibilitado um avanço significativo na análise da experiência histórica através da introdução de temas fundamentais como as migrações, o mundo do trabalho, as questões de gênero, a construção de identidade étnicas, a violência nas sociedades contemporâneas, dentre outros.
A busca e registro por testemunhos orais traz ao domínio do conhecimento acadêmico as vozes dos meios populares e subalternos. Assim a entrevista joga um papel importante na produção dessas fontes orais levando-se em conta a questão da interação pesquisador-pesquisado, uma vez que se trata de encontros de subjetividades; a memória não como uma recriação perfeita do passado, mas como uma reconstrução sempre problemática do mesmo e a forma de interpretar os dados advindos dessas fontes orais.
A metodologia a ser utilizada será a da História Oral, em conjunto com os pressupostos da educação patrimonial, na medida em que buscaremos junto á comunidade a formação de um grupo, trabalhando através de oficinas, onde os seus integrantes serão instigados a usar a oralidade como forma de expressão, permitindo estabelecermos e reconhecermos parâmetros para a construção da listagem de bens.
Através da Historia Oral temos uma multiplicidade e uma diversidade de olhares e de interpretações acerca do passado que proporciona uma relação direta com o presente e também com o futuro o qual queremos construir.
As oficinas nos proporcionam uma melhor visualização desses sujeitos, que passam a exercer sua cidadania na medida em que passam a ter o direito de visualizar, a reconhecer a importância, ter e transmitir informações em relação aos seus bens culturais, fazendo com que os mesmos passem a se preocupar e a exigir uma forma diferenciada para com eles, numa perspectiva de re-apropriação desses bens.
Estas oficinas serviriam como forma de confrontarmos os resultados obtidos com os critérios técnicos existentes, buscando um ponto de equilíbrio e permitindo aos interessados serem participantes de uma orientação para as políticas culturais na área da preservação.
Encaminhamentos para a transformação do atual processo museológico em um MUSEU COMUNITÁRIO, se assim for decidido pela comunidade participante.
Tendo isto em vista trabalha-se em torno de quatro linhas de ações. Quais sejam:
1. Capacitar os participantes do grupo de moradores em relação a formação de museus e, logo após, o fortalecimento e a consolidação destes espaços, através de oficinas de história oral, de restauração de livros, documentos e objetos, museografia, conservação de documentos e fotografias, gestão de projetos de ação educativa e de desenvolvimento comunitário e econômico, adequados a sua realidade específica, como artesanato com materiais recicláveis ou encadernação de livros, turismo ou atividades esportivas, por exemplo. Outras linhas de capacitação poderão se apresentar de acordo com o avanço do Projeto;
2.Sistematizar o desenvolvimento de cada oficina em manuais, que possam servir como guias de procedimento ou material de discussão na categoria como forma de fortalecimento do processo de criação de seu museu. A produção deste material poderá orientar, de maneira didática, sobre os passos necessários para o desenvolvimento da proposta;
3.Promover a inter-relação destes moradores com outras comunidades participantes deste tipo de atividade, através de encontros, onde possam, além de conhecer, trocar e avaliar suas experiências e a maneira como cada grupo trabalha dentro de um processo de construção comunitária;
4.Promover a difusão das diversas experiências desenvolvidas pelo grupo, utilizando-se para isso de todos as mídias possíveis, inclusive em canais alternativos de comunicação, como rádios comunitárias, jornais de bairro, temáticos e outros.
Tais ações serão desenvolvidas de acordo com o processo desencadeado, respeitando as especificidades do grupo.
O Projeto de preservação dos bens culturais da região do Anglo, através dos cursos de Bacharelado em Museologia, Bacharelado em Conservação e restauro e PPG em Memória Social e Patrimônio, e os parceiros como a União de Museus Comunitários das Américas assessorará a comunidade na identificação de seu patrimônio cultural para criação de seu próprio museu comunitário. Para que isso se torne viável, a Equipe estará participando de todo o processo de organização desses bens e mantendo a divulgação constante do projeto junto à comunidade, para que a mesma possa ampliar a sua participação das discussões e se engajar ao grupo inicial.
Ao se falar de histórias de vida estamos nos reportando á questão da experiência, traduzida aqui como essas vivências individuais mas necessariamente vinculadas a um contexto social. Na narrativa o sujeito dá a ver essa forma como traduz e interpreta a realidade.
A história oral e mais precisamente a história de vida tem possibilitado um avanço significativo na análise da experiência histórica através da introdução de temas fundamentais como as migrações, o mundo do trabalho, as questões de gênero, a construção de identidade étnicas, a violência nas sociedades contemporâneas, dentre outros.
A busca e registro por testemunhos orais traz ao domínio do conhecimento acadêmico as vozes dos meios populares e subalternos. Assim a entrevista joga um papel importante na produção dessas fontes orais levando-se em conta a questão da interação pesquisador-pesquisado, uma vez que se trata de encontros de subjetividades; a memória não como uma recriação perfeita do passado, mas como uma reconstrução sempre problemática do mesmo e a forma de interpretar os dados advindos dessas fontes orais.
A metodologia a ser utilizada será a da História Oral, em conjunto com os pressupostos da educação patrimonial, na medida em que buscaremos junto á comunidade a formação de um grupo, trabalhando através de oficinas, onde os seus integrantes serão instigados a usar a oralidade como forma de expressão, permitindo estabelecermos e reconhecermos parâmetros para a construção da listagem de bens.
Através da Historia Oral temos uma multiplicidade e uma diversidade de olhares e de interpretações acerca do passado que proporciona uma relação direta com o presente e também com o futuro o qual queremos construir.
As oficinas nos proporcionam uma melhor visualização desses sujeitos, que passam a exercer sua cidadania na medida em que passam a ter o direito de visualizar, a reconhecer a importância, ter e transmitir informações em relação aos seus bens culturais, fazendo com que os mesmos passem a se preocupar e a exigir uma forma diferenciada para com eles, numa perspectiva de re-apropriação desses bens.
Estas oficinas serviriam como forma de confrontarmos os resultados obtidos com os critérios técnicos existentes, buscando um ponto de equilíbrio e permitindo aos interessados serem participantes de uma orientação para as políticas culturais na área da preservação.
Encaminhamentos para a transformação do atual processo museológico em um MUSEU COMUNITÁRIO, se assim for decidido pela comunidade participante.
Tendo isto em vista trabalha-se em torno de quatro linhas de ações. Quais sejam:
1. Capacitar os participantes do grupo de moradores em relação a formação de museus e, logo após, o fortalecimento e a consolidação destes espaços, através de oficinas de história oral, de restauração de livros, documentos e objetos, museografia, conservação de documentos e fotografias, gestão de projetos de ação educativa e de desenvolvimento comunitário e econômico, adequados a sua realidade específica, como artesanato com materiais recicláveis ou encadernação de livros, turismo ou atividades esportivas, por exemplo. Outras linhas de capacitação poderão se apresentar de acordo com o avanço do Projeto;
2.Sistematizar o desenvolvimento de cada oficina em manuais, que possam servir como guias de procedimento ou material de discussão na categoria como forma de fortalecimento do processo de criação de seu museu. A produção deste material poderá orientar, de maneira didática, sobre os passos necessários para o desenvolvimento da proposta;
3.Promover a inter-relação destes moradores com outras comunidades participantes deste tipo de atividade, através de encontros, onde possam, além de conhecer, trocar e avaliar suas experiências e a maneira como cada grupo trabalha dentro de um processo de construção comunitária;
4.Promover a difusão das diversas experiências desenvolvidas pelo grupo, utilizando-se para isso de todos as mídias possíveis, inclusive em canais alternativos de comunicação, como rádios comunitárias, jornais de bairro, temáticos e outros.
Tais ações serão desenvolvidas de acordo com o processo desencadeado, respeitando as especificidades do grupo.
O Projeto de preservação dos bens culturais da região do Anglo, através dos cursos de Bacharelado em Museologia, Bacharelado em Conservação e restauro e PPG em Memória Social e Patrimônio, e os parceiros como a União de Museus Comunitários das Américas assessorará a comunidade na identificação de seu patrimônio cultural para criação de seu próprio museu comunitário. Para que isso se torne viável, a Equipe estará participando de todo o processo de organização desses bens e mantendo a divulgação constante do projeto junto à comunidade, para que a mesma possa ampliar a sua participação das discussões e se engajar ao grupo inicial.
Indicadores, Metas e Resultados
Indicadores: Número de pessoas atendidas pelas ações do projeto; número de instituições que receberam atividades nos bairros.
Resultados esperados : mapear os bens materiais e imateriais dos bairros onde são desenvolvidas as ações;
formatar um banco de dados com as entrevistas dos participantes destinadas a uso da comunidade onde o projeto é desenvolvido.
Resultados esperados : mapear os bens materiais e imateriais dos bairros onde são desenvolvidas as ações;
formatar um banco de dados com as entrevistas dos participantes destinadas a uso da comunidade onde o projeto é desenvolvido.
Equipe do Projeto
Nome | CH Semanal | Data inicial | Data final |
---|---|---|---|
CARLA RODRIGUES GASTAUD | 3 | ||
LETICIA BRANDT BAUER | |||
NORIS MARA PACHECO MARTINS LEAL | 4 | ||
PATRICIA MARIA BERG TRINDADE DE OLIVEIRA | |||
SARAH MAGGITTI SILVA | 2 |