Nome do Projeto
Fortalecendo a Cultura Afro-brasileira por meio do MABSul: estratégias para uma educação antirracista
Ênfase
Extensão
Data inicial - Data final
01/08/2021 - 29/07/2022
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Linguística, Letras e Artes
Eixo Temático (Principal - Afim)
Educação / Cultura
Linha de Extensão
Metodologias e estratégias de ensino/aprendizagem
Resumo
Este projeto visa fortalecer a abordagem e vivência da Cultura Afro-brasileira nas escolas, além de socializar patrimônios materiais e imateriais do povo negro promovendo uma educação antirracista. Em parceria com o Museu Virtual Afro-Brasil-Sul (MABSul) da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), propõe-se atividades que visam dar visibilidade à arte e à cultura Afro e que colaboram para a valorização da negritude e buscam despertar na branquitude sua consciência racial. O MABSul resgata, preserva e dissemina o conhecimento acerca da cultura, dos usos e costumes do povo negro da região Sul muitas vezes invisíveis para boa parte da população que vive nos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. As ações têm sido desenvolvidas por meio dos registros nas mais diversas formas de comunicação de massa (exposição de fotografias, produção de mini documentários, webinars, podcasts) com o intuito de facilitar o acesso à população. Por ser um museu virtual, o MABSul pode ser um diferencial para as aulas nas escolas que, devido à pandemia, estão acontecendo de forma remota ou híbrida. Portanto, propõe-se neste projeto apresentar o Museu e seus canais às escolas públicas e privadas do municípios de Pelotas e Arroio Grande possibilitando, por meio de oficinas, a capacitação de docentes e técnicos educacionais para colocarem em prática a Lei 10.639/03 que estabelece a obrigatoriedade do ensino de história e cultura afro-brasileira e africana em todas as disciplinas do ensino fundamental e médio.

Objetivo Geral

Fomentar e apoiar financeiramente a realização das ações voltadas à arte e a cultura Afro-brasileira para uma educação antirracista.

Justificativa

Este projeto, além de colaborar com a comunidade externa, vai atender também a comunidade interna dda UFPel, a qual já verificamos estar tão carente de reflexões acerca do racismo estrutural e institucional em que vivemos (ROSA, 2019; CASTRO et al, 2020; LEHN et al, 2021). Assim, poderemos estimular e promover a aplicação da Lei 10.639/03 nas aulas dos Cursos de Licenciatura, oferecendo insumos para que os futuros docentes pensem em estratégias didáticas para uma educação antirracista. Importante ressaltar também que a professora Rosemar Lemos, coordenadora do Projeto, é a idealizadora do MABSUL, criado em 2019 e colabora ativamente com o Museu.
Em geral, a Arte nos é apresentada na escola, seja como disciplina, por visitações a museus e galerias ou por referências em outras disciplinas como Literatura, Filosofia, História entre outras. No entanto, percebemos que a Arte e Cultura divulgada no espaço formal da escola é eurocentrada e branca. Daí a importância da UFPel trabalhar questões que enfoquem no protagonismo negro e afrodescendente, resgatando a importante contribuição dos povos dessa etnia.
O período de realização do projeto se faz, em especial, por conta da conscientização trazida pelo mês Agosto Negro, iniciativa criada por ocasião da realização da I Conferência Mundial contra o Racismo, a Discriminação Racial, a Xenofobia e Formas Correlatadas de Intolerância, em Durban/África do Sul no ano de 2001. Vale ressaltar que em 2021 fará 20 anos da referida Conferência marcando, assim, uma data histórica para a luta antirracista.
A iniciativa da criação de um Museu voltado para o resgate da memória e contribuição Negra na região Sul do País trata-se de uma proposta inédita até então. Não só neste fato reside a inovação do Museu Afro-Brasil-Sul, como também na utilização do espaço virtual da cibercultura como forma de empoderamento e efetivo alcance de seu público. Quanto mais os processos de construção do resgate da memória, saberes, cultura e arte são desenvolvidos, constituindo seu saber no ciberespaço, tanto por indivíduos quanto por grupos, menores serão os efeitos de exclusão ou de destruição dos respectivos grupos e indivíduos (LÉVY, 1999). A instituição museológica, como ferramenta que por séculos serviu aos interesses imperialistas, demonstra essa clara necessidade de revisão do seu espaço e público. Os museus já vêm sendo alvo de discussões e alterações, surgindo, então, uma determinada consciência da necessidade de libertar-se de seu espaço tradicional e limitado para se tornar acessível ao grande público (MUCHACHO, 2005).
Vale ressaltar, ainda, a importância do cumprimento da lei federal n° 10.639/03, a qual estabelece as diretrizes para incluir no currículo da educação nacional o ensino de História e Cultura Afro-Brasileira nas escolas. Para tanto, faz-se necessário um projeto de formação para docentes, oferecendo-lhes material para ser trabalhado em sala de aula. Neste propósito, o MABSul visa oferecer acesso à material de qualidade que possa ser trabalhado em sala de aula, em especial no período histórico pandêmico vivenciado desde 2020 até o momento. Tratando-se de um museu virtual, seu acesso remoto é um diferencial que possibilita a pesquisa em espaço multimídia aberto e gratuito.
O tripé Ensino, Pesquisa e Extensão será contemplado neste projeto, pois: 1) no Ensino as oficinas atenderão à demanda de uma educação antirracista, buscando promover através da arte e da cultura afro-brasileira práticas pedagógicas para serem aplicadas de acordo com a Lei 10.639/03; 2) na Extensão as ações serão voltadas à comunidade escolar do município de Pelotas e Arroio Grande com a parceria do MABSul; 3) na Pesquisa, poderão ser desenvolvidos estudos e materiais didáticos a partir dos dados gerados nas oficinas, bem como sua socialização em eventos acadêmicos referentes à temática abordada no projeto; poderá ser verificado também se ações foram efetivas na busca da educação antirracista por parte dos participantes; vale destacar, ainda, que o MABSul produziu e segue produzindo material de pesquisa relacionado à contribuição negra no sul do país, bem como resgatando sua memória, visando sempre facilitar o acesso da comunidade, de forma mais abrangente possível.

Metodologia

Inicialmente a equipe se reunirá com frequência para a elaboração dos métodos de execução das atividades propostas neste projeto. Será feito um levantamento das escolas municipais, estaduais e particulares das cidades de Pelotas e Arroio Grande para definição do público-alvo e suas peculiaridades. A seguir faremos contato formal com as Direções das Escolas, a partir das informações repassadas pela 5. Coordenadoria de Ensino, a fim de apresentar a proposta e convidar os docentes e técnicos educacionais a participarem das oficinas direcionadas à sensibilização sobre as relações étnico-raciais e ao desenvolvimento de práticas pedagógicas que visam trabalhar uma educação antirracista.
Sabemos que contamos com um público numeroso, pois se apenas 1 docente de cada escola participar, já teremos mais de 150 participantes. Também faremos a apresentação do projeto de forma incisiva à comunidade interna, especialmente dos cursos de licenciatura, para que se unam ao grupo. Dessa forma, promoveremos uma formação docente ainda mais inclusiva e de efeito. A partir do grupo de inscritos no Projeto de Extensão para participarem das Oficinas online (pelo google meet e webconf), organizaremos a divulgação do cronograma e enviaremos para seus e-mails. A partir do mês de setembro serão iniciados os trabalhos, conforme descrito no cronograma.

Indicadores, Metas e Resultados

- Enquanto indicadores temos: o número de participantes, o número de acessos aos produtos presentes no site, redes sociais e plataforma Youtube do MABSul, os trabalhos científicos gerados a partir do planejamento e desenvolvimento das atividades, o relato dos professores das redes públicas de ensino sobre a aplicação dos materiais didáticos construídos pelo grupo de pesquisa CNPQ Design, Escolla e Arte e/ou das publicações do MABSul no Instagram, Facebook, Spotify e Youtube.

Em relação às metas e resultados esperados, acreditamos que os licenciandos dos cursos da UFPel poderão aplicar os conhecimentos construídos no campo teórico, na prática, quer participando do curso, quer participando do seu planejamento. As memórias, patrimônios materiais e imateriais obtidos bem como as personalidades negras sul-brasileiras disponibilizadas pelo Museu Afro-Brasil-Sul serão utilizados e enriquecidos a partir de colaborações que partirão da comunidade para composição do acervo do Museu.
A UFPel exercerá sua função em termos de inclusão e promoção do desenvolvimento regional na medida em que a educação a ser promovida nas escolas públicas contemplará todas as etnias. Dessa forma teremos também a redução da evasão escolar considerando que uma história mais inclusiva, apresentando valores regionais diferenciados será possível.

Equipe do Projeto

NomeCH SemanalData inicialData final
CRISTIANE MEDEIROS GOMES
Camila Caetano Ferreira
FÁBIO DOS SANTOS GONÇALVES
Ian Misael Reis
JOCELEM MARIZA SOARES FERNANDES
JOSE LUIZ DE PELLEGRIN
LUCIO MENEZES FERREIRA2
MAYSON GONCALVES BRUM
Maristela Machado Corrêa
RENAN GOMES LEMOS
RENATA SILVA PADILHA
ROSEMAR GOMES LEMOS2
Rita de Cássia dos Reis Viebrantz
SABRINA HAX DURO ROSA
Santa Geroni Barros
Tassiele Viebrantz Cassuriaga
Thaina Castro Costa F Lopes
VIVIANE DA SILVA LEMOS

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