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A disciplina objetiva ativar o alcance da compreensão analítica para leitura de imagens em diferentes suportes como fotos e filmes, desde que se trata de um caminho compreensivo diferente do que utilizamos para o tratamento de narrativas orais (transformadas em texto) e textos de outras naturezas, como escritos em documentos oficiais, diários, cartas, etc. Da mesma forma como as narrativas orais ou escritas, a narrativa imagética é construída intersubjetivamente. Sob essa ótica, em nosso entendimento, não seria demasia afirmar que a narrativa imagética nos “dá sua palavra”, portanto cabe ao pesquisador que a interpreta devotar-lhe um olhar atento, um olhar sensível. Nessa esteira, a disciplina propõe-se a oferecer a doutorandos a possibilidade de estudar a representatividade de fontes imagéticas em pesquisa (auto)biográfica que, diferentemente da narrativa oral ou escrita, opera com fotografias e filmes. Será realizado o estudo da fotografia no que respeita à historicidade, com base em Boris Kossoy e Walter Benjamin; à sociologia da imagem, segundo José de Souza Martins; à semiótica, com fundamentação especialmente em Roland Barthes e, ainda, em Alberto Manguel, Gemma Penn, Lucia Santaella e Winfried Nöth, bem como em Santos Zunzunegui. Além da narrativa com suporte em fotos, a disciplina objetiva avançar o conhecimento para a compreensão com narrativas autobiográficas em filmes – a imagem em movimento – com base especialmente em Peter Loizos e em Diana Rose. A narrativa da imagem é um especial componente da personagem autobiográfica como invenção de si, conceito a ser estudado, no que se relaciona à compreensão da imagem com base na leitura que José Augusto Avancine faz dos autorretratos de Rembrandt, pintados pelo artista ao longo do tempo, o que clarifica o entendimento de que a narrativa imagética, tanto quanto a textual (oral ou escrita), tem apresentado formas de dizer a invenção de si, no âmbito de um contexto espaciotemporal, segundo a subjetividade de cada narrador de si, mediante entendimento de que os pares subjetividade/verdade e espaço/tempo são dimensões da narratividade autobiográfica em qualquer dos suportes: texto, imagem e som.