Nome da Atividade
Abordagens sobre a violência, crime e política na América Latina
CÓDIGO
06560288
Carga Horária
60 horas
Tipo de Atividade
DISCIPLINA
Periodicidade
Semestral
Modalidade
PRESENCIAL
Unidade responsável
CARGA HORÁRIA TEÓRICA
4
CARGA HORÁRIA OBRIGATÓRIA
4
CRÉDITOS
4
FREQUÊNCIA APROVAÇÃO
75%
Ementa
A disciplina visa discutir algumas interseções entre a violência política e a narcoviolência, entendida aqui como a violência gerada por atores estatais e paraestatais, notadamente em países na América Latina, e ações coletivas, em novas dinâmicas de conflitos e disputas que geram formas inéditas de organização. Atualmente, o continente latino-americano possui uma das mais altas taxas de violência no mundo, apesar dos países não estarem oficialmente em guerra. Não obstante, a doutrina amplamente aplicada em seu território desde os anos 2000, conhecida como Guerra às Drogas, decorreu em um enfrentamento ao narcotráfico que, em sua narrativa oficial busca combater os efeitos gerados pela venda ilegal de entorpecentes, mas cujos efeitos práticos observados implicam na criminalização do dissenso. Assim, as novas formas de repressão estatal, mormente conectadas à instalação de Estados Policiais, cujo foco é a criminalização de ativistas, será abordada. A disciplina abordará também os principais aspectos sociológicos envolvidos na dinâmica das formas de violência e do que Merklen (2015) conceitua como politização das classes populares, investigando formas recentes de manifestação no espaço público que escapem às greves, ocupações e demais formas abordadas pela literatura movimentalista. Dessa forma, exemplos de violência fora do Estado serão abordadas como os ataques às bibliotecas e as queimas de veículos na França desde o início dos anos 2000, mas outras manifestações de violência performativa de ativistas nas ruas, como a tática Black Bloc, e os riots na Inglaterra, entre outras.
Objetivos
Objetivo Geral:
Discutir algumas interseções entre a violência política e a narcoviolência, entendida aqui como a violência gerada por atores estatais e paraestatais, notadamente em países na América Latina, e ações coletivas, em novas dinâmicas de conflitos e disputas que geram formas inéditas de organização.Conteúdo Programático
Bibliografia
Bibliografia Básica:
- Auyero, Javier. Poor people’s politics: Peronist survival networks and the legacy of Evita. Duke University Press, 2001. pp 152-181.
- Freire, Jussara. Elevar a voz em uma ordem violenta: a indignação colocada à prova. Em: Vida sob o cerco–Violência e rotina nas favelas no Rio de Janeiro. Editora FAPERJ, Rio de Janeiro, 2008.
- Collins, Randall. Violence. A Micro-Sociological Theory. New Jersey, Princeton, 2008, caps. 1, 4 e 9.
- Peralva, Angelina. Violência e democracia: o paradoxo brasileiro. Paz e Terra, 2000. Parte 1.
- Botello, Nelson Arteaga, and Javier Arzuaga Magnoni. Sociologías de la violencia. Estructuras, sujetos, interacciones y acción simbólica. Flacso México, 2017.
- Gema Kloppe-Santamaría, In the Vortex of Violence: Lynching, Extralegal Justice, and the State in Post-Revolutionary Mexico (Oakland, CA: University of California Press, 2020). Introdução e Cap.1
- Martins, José de Souza. "Linchamentos." A justiça popular no Brasil, São Paulo, Editora Contexto (2015).
- Valencia, Sayak. Capitalismo gore. Ed. Melusina, 2010. Cap.2.
- Paley, Dawn Marie. "Capitalismo antidrogas." Una guerra contra el pueblo. Libertad Bajo Palabra-SOCEE (2018). Caps. 1 e 2.
- Durán-Martínez, Angélica. The politics of drug violence: Criminals, cops and politicians in Colombia and Mexico. Oxford University Press, 2017. Cap. 2
- Tilly, Charles. The Politics of Collective Violence. Cambridge: Cambridge University Press, pp. Cap. 2 ( 26-55).
- Tokatlian, Juan Gabriel. Qué hacer con las drogas – Una mirada progresista sobre un tema habitualmente abordado desde el oportunismo político y los intereses creados. Buenos Aires: Editora Siglo XXI, 2017. pp. 15-44.
- Gambetta, Diego. "The sicilian mafia." (1993). Introdução e Cap.1
- Danner, Mark. Masacre: la guerra sucia en El Salvador. Malpaso Ediciones SL, 2016. Cap. 9
- Grandin, Greg. The last colonial massacre: Latin America in the Cold War. University of Chicago Press, 2011. Introdução e Cap.1
- Buhl, Kathrin et Korol, Claudia. Criminalización de la protesta y de los movimientos sociales. Instituto Rosa Luxemburgo, Sao Paulo, Brasil (Octubre 2008), 2008. pp 10-15
- Weis, Valeria Vegh, ed. Criminalization of Activism: Historical, Present and Future Perspectives. Routledge, 2021. Introdução
- Alimi, Eitan Y., Lorenzo Bosi, and Chares Demetriou. The dynamics of radicalization: A relational and comparative perspective. Oxford University Press, 2015.
- Merklen, Denis. Bibliotecas en llamas - Cuando las clases populares cuestionan la sociologia y la política. Buenos Aires: Universidad Nacional de General Sarmiento, 2016. pp. 57-138.
- Merklen, Denis. Bibliotecas en llamas - Cuando las clases populares cuestionan la sociologia y la política. Buenos Aires: Universidad Nacional de General Sarmiento, 2016. pp. 57-138.
- Bosi, Lorenzo. "Violence/Militancy", in K. Fahlenbrach M. Klimke and J. Scharloth (eds.), Protest Cultures: A Companion, Oxford: Berghahn, 2016. Disponível em: https://www.academia.edu/17134299/2016_Violence_Militancy_in_K_Fahlenbrach_M_ Klimke_and_J_Scharloth_eds_Protest_Cultures_A_Companion_Oxford_Berghahn
Bibliografia Complementar:
- Garland, David. A cultura do controle: crime e ordem social na sociedade contemporânea. Rio de janeiro: Revan, 2008. pp 311-364.
- Lagrange, Hugues. Autopsie d'une vague d'émeutes. Em: Émeutes urbaines et protestations. Presses de Sciences Po (PFNSP), 2006. p. 37-58.
- Merklen, Denis. De la violence politique en démocratie. Cités, 2012, no 2, p. 57-73.