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A região Sul do Rio Grande do Sul possui grande importância para a produção agrícola do estado, com destaque para culturas como arroz, soja, milho, pastagens e frutíferas. No entanto, a produtividade e a qualidade dessas culturas têm sido impactadas por diversos problemas fitossanitários, como a ocorrência de pragas, doenças e plantas daninhas, muitas vezes agravadas pelas condições climáticas específicas da região e pela limitação no acesso a tecnologias de manejo integrado.
Apesar da existência de tecnologias e métodos eficientes para o controle fitossanitário, observa-se que muitos produtores rurais, especialmente os de pequeno e médio porte, ainda enfrentam dificuldades na adoção dessas práticas. Isso se deve, em grande parte, à falta de capacitação técnica contínua, à escassez de assistência técnica especializada e à carência de ações educativas voltadas para a realidade local.
Diante desse cenário, torna-se essencial o desenvolvimento de um projeto de extensão que promova a transferência de conhecimento e tecnologia em fitossanidade, com enfoque prático, participativo e adaptado às necessidades da região. O projeto busca contribuir para a melhoria dos aspectos fitossanitários das lavouras, a sustentabilidade dos sistemas produtivos e o aumento da rentabilidade dos produtores.
Além disso, o projeto visa fortalecer o vínculo entre a universidade e a comunidade rural, promovendo a troca de saberes e a formação de uma rede de cooperação entre instituições de ensino e produtores. Assim, o projeto cumpre um papel social relevante ao contribuir para o desenvolvimento rural sustentável e para a segurança alimentar da região.

Extensão na disciplina “Manejo Integrado de Pragas”: A disciplina “Manejo Integrado de Pragas” contará com um crédito, o que equivale a 15h a serem trabalhadas em atividades extensionistas, cujas práticas serão diversas e visando atender demandas de produtores rurais da região de Pelotas e cidades vizinhas, cuja abrangência dependerá da disponibilidade de meios de transporte para os estudantes. As atividades extensionistas serão realizadas por todos os estudantes matriculados, sendo trabalhadas as principais ações: a) serão formados grupos de estudantes que se encarregarão de visitar produtores rurais, em grandes propriedades empresariais ou que empreguem mão-de-obra familiar, visando realizar um diagnóstico entomológico, usando as ferramentas vistas em sala de aula, de modo que ao final do processo tenham as condições necessárias para prescrever a(s) medida(s) fitossanitária(s) adequada(s) por meio de uma receita agronômica (modelo didático), aos moldes da receita agronômica no padrão do CREA-RS. A orientação será então repassada diretamente aos produtores com vistas a resolver o problema associado ao(s) agente(s) etiológico(s) em questão; b) participação em dias de campo de extensão para apresentar resultados de pesquisa, sobre determinado manejo de pragas de culturas anuais e/ou perenes, a estudantes de agronomia, técnicos da extensão e produtores rurais; c) participação de estudantes em cursos de qualificação a serem oferecidos a extensionistas e produtores rurais e d) preparo de material informativo (tipo folders) sobre insetos e ácaros-praga, relacionando aspectos taxonômicos, biológicos, plantas hospedeiras, sintomas, danos e métodos de manejo, a serem distribuídos a produtores rurais em eventos diversos, tais como: dias de campo, feiras, por meio de órgãos de extensão como a Emater, diretamente em visitas a produtores ou em divulgação em programa de rádio.
A disciplina “Manejo Integrado de Doenças de Plantas” contará com um crédito para atividades de extensão, equivalendo a 15h. As atividades práticas objetivarão atender demandas de produtores rurais de Pelotas e municípios contíguos, a depender da disponibilidade de transporte. As atividades serão diversificadas e realizadas por todos os estudantes matriculados, a saber: a) Atividades de clínica fitopatológica- grupos de estudantes irão visitar produtores rurais (grandes e/ou pequenas propriedades), realizar levantamento de dados da propriedade (e.g. histórico, cultivares) e trazer materiais sintomáticos para realizar diagnose no laboratório; b) Alerta fitossanitário – os estudantes irão coletar tecidos doentes de patossistemas para os quais tem-se redes regionais ou nacionais de monitoramento; c) Ensaios de resistência de plantas – os estudantes, previamente divididos em grupos, irão testar, sob condições de campo (Centro Experimental da Palma) a resistência de cultivares e, ao término da atividade, divulgar os resultados aos produtores; e, por fim, d) Elaboração de materiais didáticos - os estudantes irão preparar material informativo (cartilhas informativas) sobre as principais doenças da região em apreço, contendo sintomas/sinais e principais ferramentas de manejo, sendo posteriormente distribuídos a produtores rurais em eventos diversos. Neste ensejo, os estudantes também irão produzir vídeos e disponibilizá-los em redes sociais.
A disciplina “Manejo Integrado de Plantas Daninhas” contará com um crédito, o que equivale a 15h a serem trabalhadas em atividades extensionistas. Para tal serão organizadas viagens em produtores da região com apoio de agentes de extensão para inicialmente a) fazer um diagnóstico da problemática de plantas daninhas nas propriedades, b) realizar o planejamento de ação e c) fazer um retorno técnico sobre as possibilidades de manejo a serem adotadas. Para tal, serão necessárias ao menos duas viagens (para realizar o diagnóstico e para entrega do planejamento). Os alunos trabalharão em grupos e diversas propriedades e situações de lavouras tendo que adequar o manejo a necessidade e condições operacionais de cada propriedade.

Esse projeto tem como meta atingirem, em seis meses, mais de 20 produtores rurais. No termino desse período serão realizadas reuniões para avaliar os resultados do projeto e traçar novas metas e estratégias se necessário.