Nome do Projeto
ARS - Ancestralidade, Resistência e Saberes: Observatório Sul de Educação Antirracista
Ênfase
Extensão
Data inicial - Data final
02/03/2026 - 29/02/2028
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Multidisciplinar
Eixo Temático (Principal - Afim)
Educação / Cultura
Linha de Extensão
Formação de professores
Resumo
O projeto propõe a criação do ARS – Ancestralidade, Resistência e Saberes: Observatório Sul de Educação Antirracista, voltado à valorização das epistemologias afro-brasileiras e indígenas e ao fortalecimento da educação para as relações étnico-raciais no Sul do Brasil. O Observatório se fundamenta na Lei 10.639/2003 e na Lei 11.645/2008, que tornam obrigatória a inclusão da História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena no currículo escolar; nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais (Resolução CNE/CP nº 1/2004), que regulamentam a implementação dessas leis; na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que prevê a valorização da diversidade e do respeito às diferenças; no Estatuto da Igualdade Racial (Lei 12.288/2010), que estabelece políticas de promoção da igualdade racial; e na própria Constituição Federal de 1988, que assegura a educação como direito de todos e dever do Estado. Com base nesse arcabouço legal e normativo, o Observatório tem como objetivo mapear, analisar e difundir práticas pedagógicas, culturais e acadêmicas comprometidas com a superação do racismo estrutural e com a construção de uma educação antirracista. O objetivo central é constituir um espaço permanente de produção, sistematização e circulação de saberes ancestrais e contemporâneos, promovendo ações de pesquisa, ensino e extensão que dialoguem com comunidades escolares, povos tradicionais, movimentos sociais e instituições de ensino. Entre suas ações, estão previstas: mapeamento de iniciativas pedagógicas e culturais de educação antirracista; formação de professores e jovens pesquisadores; realização de ciclos de debates, seminários e oficinas; elaboração de relatórios temáticos e materiais de apoio; e produção de uma revista digital voltada à difusão dos resultados e reflexões. A metodologia envolve pesquisa documental e de campo, entrevistas, oficinas colaborativas e integração entre universidade, escolas e comunidades. Dessa forma, o ARS se consolida como um espaço de resistência, valorização da ancestralidade e afirmação de saberes que contribuem para a construção de uma sociedade mais justa e plural, comprometida com os princípios de equidade e diversidade cultural.

Objetivo Geral

Constituir um espaço permanente de pesquisa, formação e extensão dedicado à valorização da ancestralidade, da resistência e dos saberes afro-brasileiros e indígenas, fortalecendo a implementação de práticas educativas antirracistas no Sul do Brasil, com base nas leis 10.639/2003 e 11.645/2008.

Justificativa

O racismo estrutural permanece como um dos principais obstáculos para a construção de uma sociedade democrática e equitativa no Brasil. A promulgação das Leis 10.639/03 e 11.645/08, que determinam o ensino da história e cultura afro-brasileira e indígena, representou um marco legal fundamental, mas sua efetiva implementação ainda enfrenta entraves relacionados à formação docente, à produção e difusão de materiais pedagógicos e à valorização dos saberes tradicionais.
Nesse contexto, a criação do ARS – Ancestralidade, Resistência e Saberes: Observatório Sul de Educação Antirracista justifica-se como uma ação de extensão que articula universidade, escolas, povos tradicionais e movimentos sociais na produção, sistematização e circulação de práticas e reflexões que fortaleçam uma educação antirracista, especialmente no contexto do Rio Grande do Sul, região marcada pela diversidade étnico-racial e pela persistência de desigualdades históricas.
A criação do Observatório ARS apresenta grande relevância social ao propor o enfrentamento do racismo estrutural a partir da educação. Em uma região marcada por profundas desigualdades históricas, o Observatório se configura como espaço de produção de conhecimento, formação e intervenção, fortalecendo a valorização das culturas afro-brasileiras e indígenas e promovendo práticas pedagógicas comprometidas com a justiça social. Ao articular escolas, universidades e secretarias de educação, a iniciativa contribui para ampliar a consciência crítica, consolidar políticas de equidade e assegurar que a diversidade cultural seja reconhecida como patrimônio coletivo, condição essencial para a construção de uma sociedade mais democrática e inclusiva.

Metodologia

O desenvolvimento do Observatório será orientado por metodologias participativas, colaborativas e interdisciplinares, articulando abordagens quantitativas e qualitativas em cinco eixos de atuação:

1. Levantamento e mapeamento
Identificação e sistematização de iniciativas, projetos e práticas pedagógicas voltadas à educação antirracista já em curso em escolas, universidades, movimentos sociais e comunidades.
Levantamento documental e análise de dados sobre a implementação das Leis 10.639/2003 e 11.645/2008, considerando relatórios oficiais, planos municipais e estaduais de educação, bem como pesquisas recentes.
Construção de um banco de dados atualizado que contemple:
dados quantitativos, como número de escolas que implementam a lei, quantidade de formações ofertadas, indicadores de políticas públicas;
dados qualitativos, como experiências docentes, relatos de práticas pedagógicas e percepções de estudantes e comunidades.

2. Formação e capacitação docente
Realização de cursos de curta duração, presenciais e/ou a distância, direcionados prioritariamente a professores da educação básica, com foco em história e cultura afro-brasileira, africana e indígena, metodologias ativas e práticas pedagógicas antirracistas.
Desenvolvimento de oficinas temáticas e ciclos de debates que favoreçam a troca de experiências entre docentes, gestores escolares e lideranças comunitárias.
Produção de materiais de apoio (cadernos pedagógicos, roteiros didáticos, recursos digitais) a serem utilizados nos processos formativos.

3. Pesquisa de campo e entrevistas
Coleta de dados primários junto a professores, gestores, estudantes e comunidades tradicionais, articulando metodologias quantitativas e qualitativas:
quantitativas: questionários estruturados (surveys) aplicados em redes escolares, possibilitando medir o grau de implementação das Leis 10.639/2003 e 11.645/2008;
qualitativas: entrevistas semiestruturadas, grupos focais e observação participante, visando compreender práticas pedagógicas, desafios e percepções sobre a aplicabilidade das leis.
Integração dos dois enfoques (quantitativo e qualitativo) para produzir diagnósticos consistentes e contextualizados.

4. Produção e difusão
Elaboração de relatórios temáticos e diagnósticos regionais, a partir da análise integrada de dados quantitativos e qualitativos.
Criação de materiais pedagógicos multimídia (vídeos, infográficos, revista digital) voltados à circulação de conhecimento entre educadores, pesquisadores e comunidades.
Disponibilização dos materiais em plataforma digital do Observatório, de acesso livre.

5. Integração e diálogo
Organização de seminários, rodas de conversa e encontros interinstitucionais envolvendo universidade, poder público, escolas e comunidades.
Estabelecimento de parcerias para fortalecer a rede de apoio à implementação das Leis 10.639/2003 e 11.645/2008, incentivando políticas públicas e práticas escolares que promovam a equidade racial e étnico-cultural.

Complemento metodológico
A opção pelo uso integrado de abordagens quantitativas e qualitativas justifica-se pela necessidade de produzir diagnósticos abrangentes e consistentes sobre a implementação das Leis 10.639/03 e 11.645/08. A pesquisa quantitativa permitirá identificar dados objetivos, como o número de formações docentes realizadas, a proporção de escolas que inserem conteúdos de história e cultura afro-brasileira, africana e indígena em seus currículos, bem como a presença desses temas em documentos oficiais. Já a pesquisa qualitativa possibilitará compreender em profundidade as percepções, experiências e desafios enfrentados por professores, gestores, estudantes e comunidades, por meio de entrevistas, grupos focais e observação participante. A integração dessas abordagens, por meio da triangulação de dados, assegura maior confiabilidade aos resultados e permite que o Observatório combine amplitude (mapear o alcance das ações) e profundidade (analisar sentidos, práticas e significados atribuídos aos processos formativos e pedagógicos).

Indicadores, Metas e Resultados

Indicadores de Avaliação

- Número de professores, estudantes e comunidades envolvidos nas ações.
- Quantidade de práticas pedagógicas mapeadas e sistematizadas.
- Produção e circulação dos relatórios e materiais pedagógicos.
- Participação em eventos de formação e debates promovidos pelo Observatório.
- Impacto qualitativo nas escolas e comunidades, mensurado por depoimentos e avaliações participativas.

Metas

- Realizar 2 ciclos anuais de formação para professores e estudantes e 4 ciclos anuais de formação para a equipe.
- Mapear e sistematizar ao menos 50 práticas pedagógicas e culturais ligadas à educação antirracista em três anos.
- Produzir 1 revista digital anual com resultados e análises.
- Promover de 2 a 4 seminários ou rodas de conversa anuais com participação de escolas, poder público, comunidades e movimentos sociais.
- Formar e envolver 10 jovens pesquisadores bolsistas por ano no Observatório.

Resultados Esperados

- Criação de uma rede colaborativa de educação antirracista no Sul do Brasil.
- Fortalecimento da implementação das Leis 10.639/03 e 11.645/08 em escolas públicas e privadas.
- Ampliação do repertório pedagógico de professores e estudantes, com base em epistemologias afro-brasileiras e indígenas.
- Produção e difusão de conhecimento acadêmico e comunitário sobre ancestralidade, resistência e saberes.
- Consolidação do ARS – Ancestralidade, Resistência e Saberes: Observatório Sul de Educação Antirracista como referência regional em pesquisa, formação e extensão no campo das relações étnico-raciais.

Equipe do Projeto

NomeCH SemanalData inicialData final
CINTIA AVILA BLANK
ELOISA BERNARDI ZAMBONI
ISABELLE DE BORBA MARRINHAS DE ABREU
MARA KARAM DA CONCEIÇÃO
MITIZI DE MIRANDA GOMES17

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