Nome do Projeto
Raízes da Desigualdade: Racismo Ambiental e a arborização das cidades
Ênfase
Extensão
Data inicial - Data final
05/01/2026 - 05/01/2029
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Multidisciplinar
Eixo Temático (Principal - Afim)
Meio ambiente / Direitos Humanos e Justiça
Linha de Extensão
Desenvolvimento urbano
Resumo
O projeto tem como objetivo realizar o inventário florístico e espacial da arborização urbana em microrregiões periféricas e não-periféricas de Pelotas, buscando identificar como desigualdades ambientais na distribuição da infraestrutura verde se articulam com processos de racismo ambiental e urbanização excludente. A metodologia compreende a delimitação de microrregiões com base em dados do IBGE, seguida da coleta de informações sobre espécies arbóreas, origem, estado fitossanitário e localização georreferenciada. A cobertura arbórea será quantificada por meio de imagens aéreas e análises em SIG, permitindo comparar padrões de distribuição entre diferentes territórios. Esses dados ambientais serão correlacionados com indicadores socioeconômicos, especialmente cor/raça e renda, visando revelar disparidades estruturais. Complementarmente, serão aplicados questionários e entrevistas com moradores das microrregiões estudadas, de modo a captar percepções sobre áreas verdes, conforto térmico e acesso à infraestrutura ambiental. Espera-se que o estudo produza evidências robustas capazes de subsidiar políticas públicas, fortalecer discussões sobre justiça climática e contribuir para o planejamento urbano de Pelotas. O projeto também visa fomentar o engajamento comunitário e promover ações extensionistas voltadas à inclusão socioambiental.

Objetivo Geral

Realizar o inventário florístico e espacial da arborização urbana em microrregiões da cidade de Pelotas afim de identificar como as desigualdades ambientais relacionadas à arborização em áreas periféricas e não-periféricas se articulam com processos de racismo ambiental e urbanização excludente.

Justificativa

O planejamento urbano e a gestão da arborização constituem elementos centrais para a qualidade de vida nas cidades, pois regulam temperatura, reduzem impactos climáticos, melhoram o bem-estar e contribuem para ambientes mais saudáveis. Contudo, a distribuição dessas infraestruturas não ocorre de maneira equitativa. Assim como apontam estudos sobre desigualdade socioambiental no Brasil, áreas periféricas historicamente ocupadas por populações negras e de baixa renda apresentam menor presença de áreas verdes, maior exposição ao calor extremo e menor acesso aos benefícios ecológicos que as árvores proporcionam.
Essa realidade configura um processo de racismo ambiental, no qual decisões do Estado e dos municípios sobre onde investir, onde plantar e onde manter a arborização acabam reproduzindo desigualdades raciais e territoriais. Em Pelotas, a ausência de um Plano de Arborização Urbana reforça a urgência de diagnósticos que impulsionem ações de planejamento municipal que enfrentem desigualdades ambientais.
Diante disso, torna-se essencial aprofundar o conhecimento sobre a arborização existente, caracterizando espécies, origem das mudas e distribuição espacial, de modo a revelar padrões de exclusão e orientar estratégias de planejamento mais justas. O projeto se justifica pela necessidade de produzir dados que não apenas contribuam para o manejo ambiental, mas que também questionem a quem a cidade serve, quem pertence a ela e quem tem acesso aos seus benefícios. Evidenciar tais desigualdades é um passo fundamental para promover políticas urbanas mais inclusivas e combater o racismo ambiental no território.

Metodologia

1. Delimitação das microrregiões de estudo

Serão selecionadas microrregiões periféricas e não-periféricas da cidade de Pelotas, considerando:
dados censitários do IBGE (cor/raça, renda, densidade populacional), classificação territorial da Prefeitura, características socioeconômicas e histórico de ocupação urbana.

2. Inventário florístico e espacial

Será realizado o inventário da arborização urbana em vias públicas, praças e áreas de uso comum, incluindo: identificação botânica das espécies; origem, porte, estado fitossanitário e condições de manejo; localização georreferenciada dos indivíduos arbóreos. A coleta será feita com GPS, aplicativos de georreferenciamento e fichas padronizadas já produzidas pelo grupo do Projeto Pelotas + Verde.

3. Integração com dados socioespaciais

Os dados ambientais serão correlacionados com indicadores socioeconômicos do IBGE, tais como: cor/raça da população, renda domiciliar média, densidade populacional, nível de urbanização dos setores censitários.
Serão utilizados SIG (QGIS) para análise espacial, elaboração de mapas.

4. Entrevistas com a população
Questionários com cidadãos das áreas sobre a percepção ambiental das áreas verdes de uso da microrregião.

Indicadores, Metas e Resultados

Indicadores ambientais: Número total de árvores inventariadas; Proporção de espécies nativas/exóticas por microrregião; Índice de diversidade florística.
Indicadores socioespaciais: Correlação entre cobertura arbórea e renda média; Correlação entre cobertura arbórea e raça/cor predominante; Densidade de áreas verdes por habitante.

Resultados Esperados

Diagnóstico robusto sobre a arborização urbana em diferentes regiões da cidade, destacando contrastes entre áreas periféricas e não-periféricas. Subsídios técnicos para formulação de políticas públicas, especialmente para a construção de um Plano Municipal de Arborização Urbana. Fortalecimento do debate sobre racismo ambiental em Pelotas, promovendo conscientização e participação social.

Equipe do Projeto

NomeCH SemanalData inicialData final
ELISA TEIXEIRA AIRES
KAREN DONINI KUHN
LAURA DA SILVA VARGAS
MARÍLIA LAZAROTTO2
MAX BEDERODE KAYSER
SIDNEI BRAZ AFONSO

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