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O desconhecimento das mães com relação ao conceito de cárie, reforça a ideia que a Odontologia deva voltar-se para os cuidados preventivos a partir da gestante, seguindo com os pares mães-filhos. Acreditamos na frase: “Eu só cuidarei da saúde bucal do meu filho se souber e for capaz de cuidar da minha”. Assim, devemos somar as ações educativas com curativas, adequando o meio bucal materno e orientando de forma efetiva a remoção do biofilme bacteriano. Se a mãe tiver hábitos saudáveis, automaticamente a criança terá e poderemos efetivar a verdadeira filosofia de promoção de saúde. Com esta abordagem tem-se a intenção de instalar hábitos saudáveis ao invés de modificar hábitos inadequados. A partir de 1998 na Faculdade de Odontologia passou a ser desenvolvido o projeto de ensino: Atenção Odontológica Materno-Infantil que, em 2002, passou a projeto de extensão, com atividade extramuros na Unidade Básica de Saúde Py-Crespo. Estas experiências levaram à ampliação do projeto com a formação, em 2005, de quatro Centros Odontológicos Municipais de Atenção Materno-Infantil em Unidades Básicas de Saúde (UBS) do município de Pelotas- COMAMI. No entanto, devido a incompatibilidade de horários dos alunos e do Cirurgião-dentista na UBS, apenas a UBS Simões Lopes continuou em 2007. Desta forma, a proposta é retornar ao nome original: Atenção Odontológica Materno-Infantil e se houver interesse de atividade extramuros, em maternidades, berçários ou mesmo em UBS, desde que mantenham convênio com a UFPel, o estagiário poderá, com o professor orientador, se deslocar e atuar também extramuros.

Adequação do meio bucal materno: O agendamento da gestante será de livre demanda. Na primeira consulta deverá ser observado o seu conhecimento sobre saúde bucal e diagnosticadas as condições da cavidade bucal da gestante, com elaboração do plano de tratamento individual com preenchimento da ficha de entrevista e de exame físico. O planejamento de tratamento respeitará os limites impostos pelo estado sistêmico e físico da paciente nos diferentes trimestres. As atividades educativas preventivas e de auto-cuidado da saúde serão desenvolvidas nos três trimestres, continuando, assim como as demais atividades, até as crianças completarem 36 meses de idade. Acompanhamento longitudinal dos pares mãe-filho: Nesta fase se dará a atenção odontológica materno-infantil, fazendo o acompanhamento da mãe e do seu filho até este completar 36 meses de idade. As visitas serão de acordo com o calendário de vacinação e/ou consultas de puericultura. Primeira visita do Bebê: por volta dos 4-6 meses de idade. A mãe receberá reforço da sua higiene bucal, bem como, de algumas atitudes da mãe para com o filho. O bebê será cadastrado e também terá sua cavidade bucal avaliada e registrada em prontuário específico. Segunda visita: dos 10 aos 12 meses de idade do bebê: avaliação da erupção dos primeiros dentes: época de aparecimento, sintomas e cronologia. A partir do surgimento dos primeiros molares decíduos, as visitas serão de acordo com a necessidade individual de cada paciente, ou seja, baseado na resposta do núcleo familiar, sendo sugerido, no quadro de saúde, visitas aos 24, 30 e 36 meses. Em cada visita será avaliada a situação da mãe e anotados os achados clínicos da criança, permitindo avaliar a porcentagem de crianças livres de cárie. Após os 36 meses a criança passará a receber consultas de manutenção nas disciplinas de Clínica Infantil, de acordo com a rotina desta. Toda a atividade está prevista para acontecer na clínica Infantil da Faculdade de Odontologia, entretanto as atividades educativas e preventivas podem ser, a partir da presença de convênios, realizadas em outros locais.

Os indicadores serão os desfechos da saúde bucal dos pares-mãe filho: cárie dentária, doença periodontal, traumatismo dentário e maloclusão. A meta principal éavaliar se o pré-natal odontológico realmente melhora a saúde bucal na primeira infância ou se o importante é a primeira consulta odontológica acontecer até o primeiro ano de vida independente da mãe ter recebido atenção odontológica.