Nome do Projeto
Desigualdades sociais no nível de atividade física de lazer: análises dentro e entre países a partir de inquéritos de representatividade nacional
Ênfase
Pesquisa
Data inicial - Data final
01/07/2021 - 31/12/2025
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências da Saúde
Resumo
A prática de atividade física vem se estabelecendo na agenda de saúde pública a partir de evidências consolidadas sobre seu papel para promoção de saúde e seus benefícios para prevenção e até mesmo no tratamento de inúmeras enfermidades. Embora avanços na produção e divulgação do conhecimento sobre os benefícios de um estilo de vida ativo tenham sido observados e atingido grande parte da população, ainda são altas as prevalências de inatividade física. Mundialmente, estima-se que 31,7% dos homens e 23,4% das mulheres não atinjam as recomendações de atividade física para adultos considerando todos os domínios de atividade física. Além disso, um olhar específico aos domínios identificou que do total de atividade física praticada, 52%, 36% e 12% são realizadas no trabalho, deslocamento e lazer.
Nesse sentido, destaca-se a baixa ocorrência de prática de atividade física de lazer, domínio estratégico para promoção de atividade física por seu maior potencial de intervenção e vinculação com escolhas individuais quando viabilizadas, indo além de atividades físicas realizadas a partir de demandas diárias (como transporte e trabalho). Se por um lado o papel do lazer deve ser destacado na saúde pública, as desigualdades na prática de atividade física precisam ser investigadas.
Assim, o objetivo desse projeto de pesquisa é investigar as desigualdades no nível de atividade física de lazer globalmente. Mais especificamente, avaliar as desigualdades entre os países, identificando aspectos contextuais relevantes, investigar desigualdades de gênero, nível econômico e escolaridade dentro dos países e entre eles, e, por fim, avaliar tendências temporais das desigualdades observadas ao longo do tempo.
Para a realização do estudo serão reanalisados mais de 120 inquéritos nacionais que fazem parte da estratégia STEPwise da Organização Mundial de Saúde (OMS). Essa iniciativa implementa coletas de dados em países de diferentes grupos de renda e regiões do mundo contemplando a prática de atividade física nos domínios de lazer, transporte e trabalho. O instrumento utilizado é o Questionário Global de Atividade Física, o qual é adaptado à língua e contexto local com manutenção de comparabilidade entre os países. Nessa estratégia de vigilância epidemiológica da OMS, informações sobre gênero, nível econômico e escolaridade também são coletadas, favorecendo análises de desigualdades entre e dentro dos países a partir de uma harmonização dos bancos de dados disponíveis.
O processo de harmonização dos dados e produção dos indicadores (variáveis de atividade física) e estratificadores (dimensões de desigualdades: gênero, nível econômico e escolaridade) serão iniciados revisando os bancos individualmente, produzindo estimativas e comparando com os relatórios de cada inquérito analisado.
Desta forma, os objetivos propostos serão respondidos por meio de três artigos científicos. O primeiro deles contemplará as desigualdades entre países e suas associações com indicadores contextuais como Produto Interno Bruto, Índice de Gini, regiões, existência de conflitos, governança, entre outros. O segundo artigo contemplará as desigualdades dentro de cada país a partir de medidas simples e complexas de desigualdades. Por fim, para um menor número de países com mais de um inquérito disponível, um artigo avaliando tendência nas desigualdades será realizado.
Objetivo Geral
O objetivo desse projeto de pesquisa é investigar as desigualdades no nível de atividade física de lazer globalmente. Mais especificamente, (a) avaliar as desigualdades na prática de atividade física de lazer entre os países, identificando aspectos contextuais relevantes, (b) investigar desigualdades de gênero, nível econômico e escolaridade dentro dos países e entre eles, e, por fim, (c) avaliar tendências temporais das desigualdades observadas ao longo do tempo.