Nome do Projeto
Cartografias Menores: Estudos sobre as Existências Mínimas
Ênfase
Pesquisa
Data inicial - Data final
14/05/2025 - 14/05/2027
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências Humanas
Resumo
A partir de uma perspectiva da filosofia da diferença, esta pesquisa acolhe os estudantes do curso de Psicologia e áreas afins que objetivam cartografar uma forma de pensamento científico não hegemônico na medida em que forem aprofundando a sua formação acadêmica. A expressão "existência mínima", conforme elaborada por David Lapoujade (2017), comentador da obra de Gilles Deleuze, refere-se a um modo de vida que resiste à forma dominante da existência imposta por sistemas normativos, capitalistas ou estruturais. A Psicologia Social Crítica e o grupo de estudos TELURICA será o território para que cada estudante encontre eco em seus afetos e em suas pesquisas.
Objetivo Geral
Cartografias a partir de uma ciência menor de existências mínimas.
Justificativa
O que é uma ciência menor?
A noção de "ciência menor” em Deleuze e Guattari aparece principalmente na obra Mil Platôs e deriva do conceito mais amplo de “menor”, que eles desenvolvem a partir da leitura de Kafka. A "ciência menor" é uma forma de pensamento científico marginal, não institucionalizada, não hegemônica, que coexiste e tensiona (produz tensão) à ciência maior . Esta última entendida como aquela que unifica, formaliza, codifica e representa o mundo de acordo com modelos universais e leis fixas e axiomas. Enquanto a ciência maior busca estabilidade, previsibilidade e sistemas formais, a ciência menor trabalha com o irregular, o singular, o heterogêneo, com a variação local, com o acaso e com o processo. Ela não parte de um sistema central, mas opera a partir da margem, nos interstícios do saber dominante.
Portanto as cartografias menores são espécies de máquinas que dão a ver e falar estas heterogêneses limiares de existências mínimas.
Mas o que são as existências mínimas?
A expressão "existência mínima", conforme David Lapoujade (2017), comentador da obra de Gilles Deleuze, refere-se a um modo de vida quase imperceptível, subterrâneo, que resiste à forma dominante da existência imposta por sistemas normativos, capitalistas ou estruturais. Para Lapoujade, essa existência mínima não é ausência de vida, mas uma forma de vida potencial, que escapa das codificações sociais e permanece em estado de virtualidade. Ela carrega uma potência de transformação, porque é fora do visível, fora do poder enquanto controle, e portanto capaz de instaurar novas formas de existência que ainda não foram capturadas ou reconhecidas. Em termos deleuzianos, que influenciam fortemente Lapoujade, trata-se de uma linha de fuga, um tipo de vida anônima, impessoal, mas carregada de potência criadora. A existência mínima não é fraca ou inferior, mas mínima no sentido de estar no limite da percepção, no limiar entre o ser e o vir a ser. Essa ideia está associada à resistência micropolítica: não se trata de grandes revoluções, mas de pequenos gestos, modos de vida minoritários, singulares, que abrem o campo do possível.
A noção de "ciência menor” em Deleuze e Guattari aparece principalmente na obra Mil Platôs e deriva do conceito mais amplo de “menor”, que eles desenvolvem a partir da leitura de Kafka. A "ciência menor" é uma forma de pensamento científico marginal, não institucionalizada, não hegemônica, que coexiste e tensiona (produz tensão) à ciência maior . Esta última entendida como aquela que unifica, formaliza, codifica e representa o mundo de acordo com modelos universais e leis fixas e axiomas. Enquanto a ciência maior busca estabilidade, previsibilidade e sistemas formais, a ciência menor trabalha com o irregular, o singular, o heterogêneo, com a variação local, com o acaso e com o processo. Ela não parte de um sistema central, mas opera a partir da margem, nos interstícios do saber dominante.
Portanto as cartografias menores são espécies de máquinas que dão a ver e falar estas heterogêneses limiares de existências mínimas.
Mas o que são as existências mínimas?
A expressão "existência mínima", conforme David Lapoujade (2017), comentador da obra de Gilles Deleuze, refere-se a um modo de vida quase imperceptível, subterrâneo, que resiste à forma dominante da existência imposta por sistemas normativos, capitalistas ou estruturais. Para Lapoujade, essa existência mínima não é ausência de vida, mas uma forma de vida potencial, que escapa das codificações sociais e permanece em estado de virtualidade. Ela carrega uma potência de transformação, porque é fora do visível, fora do poder enquanto controle, e portanto capaz de instaurar novas formas de existência que ainda não foram capturadas ou reconhecidas. Em termos deleuzianos, que influenciam fortemente Lapoujade, trata-se de uma linha de fuga, um tipo de vida anônima, impessoal, mas carregada de potência criadora. A existência mínima não é fraca ou inferior, mas mínima no sentido de estar no limite da percepção, no limiar entre o ser e o vir a ser. Essa ideia está associada à resistência micropolítica: não se trata de grandes revoluções, mas de pequenos gestos, modos de vida minoritários, singulares, que abrem o campo do possível.
Metodologia
Cartografia
Pressuposto filosófico da cartografia:
Cartografar, para Rolnik (2016), não é descrever o que já se sabe, mas acolher o que ainda não se formulou — aquilo que pulsa no real como um estado de emergência do novo. Trata-se de dar passagem ao que está por vir, ao que insiste no corpo como desconforto, como desejo, como estranhamento. A autora retoma Deleuze e Guattari a ideia de que há um campo intensivo da experiência, pré-linguístico, afetivo, não codificado. O cartógrafo, então, precisa afinar sua percepção para captar essas forças sutis, que não são visíveis a olho nu. Isso exige um corpo sensível, poroso, afinado com os fluxos do mundo. E finalmente Rolnik (2016) nos fulmina com a ideia de que o corpo vibrátil é aquele que não se fecha sobre si, mas que permanece em estado de escuta, em estado de porosidade, sensível às variações do mundo. É um exercício político, clínico e estético de acolher o porvir, de tornar-se meio para a emergência do novo, acompanhando os contornos do que ainda não se sabe.
Procedimentos para o método de cartografar:
A cartografia é mais afeita as situações e territórios locais e não globais, pois nasce de situações concretas e de experiências específicas. Pode lançar mão de jeitos de registrar a partir de um empirismo radical, pois lida com o acontecimento sensível e não com leis universais. Portanto a ideia de um diário de bordo, uma máquina fotográfica de bordo, um caderno de contos, histórias, rabiscos. Também pode ser uma máquina fotográfica, um dispositivo, oficina, exibição, performance que deem a ver e falar sobre àquela sutileza que está por vir.
A cartografia, que mergulha nas reentrâncias da ciência menor, atua em campos móveis, como uma guerrilha e não como um exército disciplinado, portanto vai construir táticas e não estratégias para fazer o dado falar ao mesmo tempo que o ultrapassa. É um procedimento que busca a ciência em movimento, a metamorfose, àquilo que escapa a forma fixa.
Pressuposto filosófico da cartografia:
Cartografar, para Rolnik (2016), não é descrever o que já se sabe, mas acolher o que ainda não se formulou — aquilo que pulsa no real como um estado de emergência do novo. Trata-se de dar passagem ao que está por vir, ao que insiste no corpo como desconforto, como desejo, como estranhamento. A autora retoma Deleuze e Guattari a ideia de que há um campo intensivo da experiência, pré-linguístico, afetivo, não codificado. O cartógrafo, então, precisa afinar sua percepção para captar essas forças sutis, que não são visíveis a olho nu. Isso exige um corpo sensível, poroso, afinado com os fluxos do mundo. E finalmente Rolnik (2016) nos fulmina com a ideia de que o corpo vibrátil é aquele que não se fecha sobre si, mas que permanece em estado de escuta, em estado de porosidade, sensível às variações do mundo. É um exercício político, clínico e estético de acolher o porvir, de tornar-se meio para a emergência do novo, acompanhando os contornos do que ainda não se sabe.
Procedimentos para o método de cartografar:
A cartografia é mais afeita as situações e territórios locais e não globais, pois nasce de situações concretas e de experiências específicas. Pode lançar mão de jeitos de registrar a partir de um empirismo radical, pois lida com o acontecimento sensível e não com leis universais. Portanto a ideia de um diário de bordo, uma máquina fotográfica de bordo, um caderno de contos, histórias, rabiscos. Também pode ser uma máquina fotográfica, um dispositivo, oficina, exibição, performance que deem a ver e falar sobre àquela sutileza que está por vir.
A cartografia, que mergulha nas reentrâncias da ciência menor, atua em campos móveis, como uma guerrilha e não como um exército disciplinado, portanto vai construir táticas e não estratégias para fazer o dado falar ao mesmo tempo que o ultrapassa. É um procedimento que busca a ciência em movimento, a metamorfose, àquilo que escapa a forma fixa.
Indicadores, Metas e Resultados
1) Participação em congressos em nível regional ou nacional;
2) Apresentação dos resultados no CIC (Congresso de Iniciação Científica) da UFPel;
3) Produção de dois artigos em revistas regionais ou nacionais;
4) Envolvimento de colaboradores que desejem trabalhar seus trabalhos de conclusão de curso na pesquisa.
5) Fortalecer o grupo de pesquisa TELURICA (Territórios de Experimentação em Limiares Urbanos e Rurais: In(ter)venções em coexistências autorais)
2) Apresentação dos resultados no CIC (Congresso de Iniciação Científica) da UFPel;
3) Produção de dois artigos em revistas regionais ou nacionais;
4) Envolvimento de colaboradores que desejem trabalhar seus trabalhos de conclusão de curso na pesquisa.
5) Fortalecer o grupo de pesquisa TELURICA (Territórios de Experimentação em Limiares Urbanos e Rurais: In(ter)venções em coexistências autorais)
Equipe do Projeto
Nome | CH Semanal | Data inicial | Data final |
---|---|---|---|
GABRIELA DA SILVA AZEVEDO | |||
GUSTAVO WARKEN BORGES | |||
JOSE RICARDO KREUTZ | 5 | ||
JOSIELE DA SILVA SILVEIRA | |||
JULIA SALVADOR MATIAS | |||
JULIA TEIXEIRA BANDEIRA | |||
LETICIA SILVA DA SILVA | |||
LUIZA EISFELD BOANOVA | |||
MIGUEL DELANOY POLIDORI | |||
Natanael Gonçalves | |||
RITA HEES GARRE | |||
RUBIA ELOIZA ZWIRTES | |||
TIAGO LARROSA FREITAS |