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Ao avaliar o ensino da TPV na graduação em diferentes países, observa-se que os conteúdos são abordados no componente teórico, no entanto, a aplicação desse conhecimento em cenários práticos ainda é bastante limitada (WISNIEWSKI et al., 2023; JAVED et al., 2025). A tomada de decisão clínica para remoção de cárie e o manejo da exposição pulpar por profissionais podem divergir das diretrizes, principalmente no que se refere às indicações e à seleção de casos. E a formação em pós-graduação e a educação continuada são consistentemente associadas a decisões mais conservadoras e atualizadas (Bailleul et al., 2025).
Diante desse cenário, é essencial que os cursos de graduação em Odontologia preparem os estudantes não apenas para reconhecer as indicações da TPV, mas também para realizar esses procedimentos com segurança. Entretanto, ainda são escassos os dados sobre como a TPV vem sendo abordada nos cursos de graduação em Odontologia no Brasil.

Trata-se de um estudo observacional, transversal, com abordagem quantitativa e caráter descritivo. A população será composta por docentes de cursos de graduação em Odontologia, vinculados a instituições públicas ou privadas de ensino superior, que lecionem disciplinas clínicas relacionadas ao atendimento odontológico com procedimentos de Endodontia e Dentística / Cariologia. Atualmente, estima-se que existam entre 350 e 400 cursos de Odontologia ativos no Brasil, distribuídos entre instituições públicas e privadas. Considerando a estrutura curricular típica desses cursos, presume-se que cada instituição conte com, em média, 7 a 8 docentes atuando em disciplinas clínicas relacionadas à Endodontia e/ou Dentística/Cariologia. Com base nessa estimativa, projeta-se uma população potencial de aproximadamente 3.000 docentes.
O cálculo amostral foi realizado considerando um nível de confiança de 95% e margem de erro de 5%, resultando em um tamanho amostral mínimo de 341 participantes.
Ainda que a amostra seja obtida por conveniência, essa estimativa orienta a busca por uma representatividade adequada da realidade nacional.
Serão incluídos docentes em exercício em cursos de graduação em Odontologia no Brasil, que atuem em disciplinas clínicas relacionadas à Endodontia e/ou Dentística/Cariologia, e que aceitem participar voluntariamente do estudo.
Serão excluídos aqueles que não preencham integralmente o questionário ou que não atuem em disciplinas clínicas. A pesquisa será conduzida de forma totalmente remota. Inicialmente, será realizada uma busca no site do Ministério da Educação (https://emec.mec.gov.br/) para identificar os cursos de graduação em Odontologia reconhecidos no Brasil. Em seguida, será feito o levantamento dos sites institucionais para obtenção dos contatos dos coordenadores de curso, aos quais será enviado um e-mail com informações sobre o estudo e solicitação para encaminhamento do questionário aos docentes elegíveis. Paralelamente, o link do questionário será divulgado por meio de redes sociais institucionais e grupos profissionais da área odontológica.
Os dados serão coletados por meio de um questionário eletrônico autoaplicável, desenvolvido pelos pesquisadores (Apêndice A) e hospedado na plataforma Google Forms. O instrumento será divulgado por e-mail, redes sociais e grupos profissionais.
O questionário incluirá questões fechadas e semiestruturadas, distribuídas nos seguintes blocos temáticos:
• Dados sociodemográficos e profissionais (idade, titulação, tempo de docência, tipo de instituição, região);
• Aspectos curriculares e metodológicos do ensino da TPV;
• Técnicas e materiais utilizados;
• Percepções docentes quanto à formação dos estudantes e barreiras institucionais.
Os dados serão exportados diretamente da plataforma Google Forms para uma planilha eletrônica (.xlsx), padronizada e armazenada em ambiente seguro com acesso restrito aos pesquisadores.
As variáveis serão organizadas em colunas e codificadas conforme seu tipo (numérico ou categórico), visando facilitar a análise estatística posterior..
Será realizada análise estatística descritiva, com apresentação de frequências absolutas e relativas. Quando pertinente, serão aplicados testes de associação entre variáveis categóricas (como o teste do qui-quadrado ou o teste exato de Fisher), adotando-se nível de significância de 5% (p < 0,05).

INDICADORES

Número de docentes respondentes ao questionário

Percentual de docentes que lecionam TPV na graduação

Frequência de temas abordados relacionados à TPV (ex: capeamento pulpar direto, pulpotomia, materiais utilizados)

Proporção de docentes que utilizam protocolos baseados em evidências

Tipo de abordagem didática predominante (expositiva, prática, baseada em casos, etc.)

METAS

Obter pelo menos 300 respostas válidas de docentes que atuam no ensino de Endodontia na graduação em Odontologia.

Identificar como a TPV está sendo ensinada em diferentes instituições brasileiras, incluindo conteúdos, metodologias e materiais utilizados.

Mapear a adesão dos docentes às diretrizes e evidências científicas atuais sobre TPV.

Detectar lacunas e oportunidades de aprimoramento no ensino da TPV nas faculdades de Odontologia.

RESULTADOS ESPERADOS

Descrição detalhada do cenário atual do ensino de TPV na graduação em Odontologia no Brasil.

Compreensão das estratégias e conteúdos utilizados pelos docentes, bem como da fundamentação científica adotada.

Identificação de variações regionais e institucionais no ensino da TPV.

Subsídios para o aprimoramento da formação dos futuros cirurgiões-dentistas, com foco em práticas clínicas conservadoras e baseadas em evidências.

Produção de artigo científico e/ou apresentação dos achados em eventos da área de Odontologia e Educação em Saúde.