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Pottmann et al (2007) sistematiza um conhecimento de representação gráfica digital associado à prática de arquitetura, demonstrando como estes novos conceitos passam a permear a atividade de representação arquitetônica. Estes autores consideram que tais conceitos atribuem maior liberdade à geração e ao controle da forma, principalmente por trazerem a possibilidade total de visualização dinâmica no ato da exploração/transformação da mesma. Destacam também que os processos digitais exigem um aprofundamento em conceitos e procedimentos geométricos, permitindo representar uma classe abrangente de formas, desde as poliédricas e quádricas até formas livres e fractais, por mais complexas que sejam. Tais autores constituem um discurso didático, defendendo que os processos de projeto em arquitetura, para poderem se valer amplamente das possibilidades disponibilizadas pela tecnologia informática, necessitam de uma sólida compreensão da geometria da forma. Desta maneira proclamam a ampliação do ensino da geometria, considerando que este não tem se utilizado dos avanços das tecnologias de representação gráfica digital.
A representação gráfica digital tem, por exemplo, permitido a previsão da forma arquitetônica, acompanhada da viabilidade material e estrutural para executá-las, a partir principalmente de técnicas de fabricação digital ou prototipagem rápida. Para o uso de tais técnicas, é necessário um amplo conhecimento das propriedades e características geométricas dos elementos a serem produzidos, ou fabricados. Pois para cada tipo de modelo, é necessário “projetar” a sua execução, considerando-se ao mesmo tempo a geometria do modelo e o tipo de técnica de fabricação ou prototipagem a ser utilizada.
Com o propósito de ampliar os meios de representação das formas curvas e promover o conhecimento de tais formas, delimitou-se uma metodologia para atividades de ensino/aprendizagem de representação gráfica digital e que foi descrita em PIRES et al, 2011. Esta será utilizada como referencial teórico e metodológico para o desenvolvimento da proposta didática deste projeto, o qual tratará de promover exercícios com técnicas digitais e artesanais para a representação de modelos de superfícies curvas de obras de arquitetura.
Considera-se que esta proposta possa promover uma maior ampliação sobre os conceitos e técnicas de representação da geometria da forma arquitetônica, tornando significativa a aprendizagem da geometria nos estágios iniciais de formação em arquitetura.

Revisão das técnicas tradicionais e digitais de representação de superfícies curvas;
Identificação e Reconhecimento das técnicas digitais de planificação de superfícies curvas;
Reconhecimento das técnicas de confecção de modelos físicos a partir da planificação de superfícies curvas;
Seleção de obras de arquitetura com superfícies curvas a serem planificadas por aproximação;
Estruturação de práticas didáticas que abarquem as etapas necessárias para a produção dos modelos físicos em papel das obras de arquitetura com superfícies curvas;
Oferecimento de oficinas aos estudantes em cada uma das etapas para a produção dos modelos físicos em papel de superfícies curvas.
Avaliação das técnicas utilizadas em cada uma das etapas da proposta didática.
Sistematização dos resultados em formato de relatório.

O projeto possui ligação intrínseca com as atividades desenvolvidas na disciplina de Geometria Gráfica e Digital 3, a qual trata da representação de superfícies curvas para o projeto de arquitetura. Esta disciplina, após uma reforma curricular do Curso de Arquitetura e Urbanismo, passou a propor a ampliação das técnicas de representação até então adotadas em disciplinas de Geometria, as quais enfocavam exclusivamente a Geometria Descritiva. Dessa maneira, a partir desta reformulação, a representação gráfica por meios tradicionais (Geometria Descritiva) passou a ser inserida em associação com a representação digital, e a partir de exemplos de obras de arquitetura. Neste projeto especificamente, se associam a representação gráfica digital de obras de arquitetura à modelagem física ou produção de protótipos destas obras, ampliando-se as técnicas de representação e promovendo-se uma maior compreensão sobre a configuração da forma arquitetônica.
O projeto terá o envolvimento de ex-alunos para todas as etapas a serem desenvolvidas e de alunos atuais da disciplina de GGD 3, para a etapa de oficinas, sendo estas desenvolvidas em período extra-classe e não fazendo parte das práticas aplicadas em sala de aula.

Como resultado deste projeto, considera-se a estruturação de práticas didáticas e material de apoio, que insiram novas técnicas e tecnologias de representação, complementares as atividades desenvolvidas na disciplina de Geometria Gráfica e Digital 3/FAURB. Os resultados e impactos esperados são:

Apropriação pelos estudantes das técnicas digitais de representação para a produção de modelos físicos em papel de superfícies curvas;
Ampliação do repertório geométrico em estágios iniciais de formação para o projeto de arquitetura;
Maior liberdade formal, previsão e controle da forma arquitetônica em atividades de projeto de arquitetura.