Nome do Projeto
Atelier de Projeto Urbano: Ocupação Uruguai
Ênfase
ENSINO
Data inicial - Data final
24/04/2017 - 24/05/2017
Unidade de Origem
Área CNPq
Ciências Sociais Aplicadas - Arquitetura e Urbanismo - Fundamentos de Arquitetura e Urbanismo
Resumo
A autoconstrução de moradias em terras ocupadas nas periferias das metrópoles – expressão de relações atrasadas de produção do espaço urbano - foi um dos fundamentos do processo de industrialização no Brasil. A consolidação e generalização de uma indústria nacional não seria possível sem esse movimento, na medida em que ele garantiria condições mínimas de produtividade, rentabilidade e competitividade. Desse modo, a precariedade somada à ilegalidade na produção de grande parte das moradias urbanas foi “funcional para a manutenção do baixo custo de reprodução da força de trabalho, como também para um mercado imobiliário especulativo, que se sustenta sobre a estrutura fundiária arcaica” (OLIVEIRA, 1972). Tão importante quanto a autoconstrução, nesse processo, seria a ocupação ilegal das áreas urbanas necessárias para a produção dessas moradias. O planejamento urbano colocaria, dessa forma, nos termos da desigualdade, as distinções necessárias entre as áreas passíveis de serem ocupadas à margem da categoria propriedade e as áreas destinadas a uma ocupação regulamentada segundo os padrões mais avançados de produção e consumo do espaço urbano. À legislação urbanística caberia a função de regular, através de leis de parcelamento do solo, zoneamento, códigos de edificações, as formas de produção da cidade formal, nos termos apropriados ao desenvolvimento de um mercado imobiliário excludente. Na cidade de Pelotas este processo assumiu as particularidades locais, sem no entanto, distanciar-se de sua essência. Segundo dados da Prefeitura Municipal de Pelotas no ano de 2013 aproximadamente 30% da população da cidade vivia em 156 áreas de urbanização precária. Este universo constituía-se de loteamentos irregulares, loteamentos clandestinos e favelas/vilas. A Ocupação Uruguai é uma delas.

Objetivo Geral

Apresentar aos alunos os limites e potencialidades da atividade projetual em contextos de desigualdade e precariedade urbana.

Justificativa

No Brasil, projetos voltados à qualificação de áreas urbanizadas precariamente vem sendo desenvolvidos desde os anos 80. No entanto, a partir do ano de 2003, com a criação do Ministério das Cidades, as políticas e programas de intervenção em áreas de urbanização precária adotam – ao menos no campo do discurso - a perspectiva da urbanização plena que compreende a articulação entre regularização urbanística, regularização fundiária e implantação de serviços públicos e equipamentos comunitários. Foram criados programas de urbanização de favelas de alcance Federal, Estadual e Municipal, dentro do Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social (2005) e do Programa de Aceleração do Crescimento (2007).
Na cidade de Pelotas as políticas públicas destinadas aos contextos de pobreza urbana concentram-se fundamentalmente em programas de regularização fundiária. Programas voltados à urbanização destes assentamentos precários – implantação de infraestrutura, serviços e melhorias habitacionais - é ainda incipiente. Ainda que esta lacuna se apresente no cenário das políticas públicas municipais, no âmbito da formação de nossos alunos ela não pode ser naturalizada. Desse modo, justifica-se uma atividade de ensino na qual o tema da urbanização de assentamentos precários será tratado a partir de discussões teóricas e críticas, de ensaios metodológicos e da atividade projetual, tendo como objeto de estudo e intervenção um bairro localizado a poucas quadras de nossa Faculdade de Arquitetura.

Metodologia

As atividades serão desenvolvidas a partir da articulação entre:

- trabalhos de campo, visando o reconhecimento da situação urbana e social do sítio de intervenção;

- seminários sobre textos referenciais relativos à questão da urbanização precária e aos limites potencialidades da atividade projetual nestes contextos;

- exercícios projetuais em atelier, buscando a convergência entre teoria e prática, a ser sistematizada em um projeto de urbanização para a área em questão.

Resultados Esperados

Estimular a perspectiva crítica em relação às contradições inerentes ao processo de produção do espaço urbano, enfatizando o papel do projeto enquanto ferramenta de enfrentamento destas questões.

Incrementar o processo de formação dos estudantes, apresentando-lhes e problematizando situações urbanas e habitacionais pouco exploradas pelo debate arquitetônico atual.

Capacitar os estudantes a desenvolver atividades projetuais em contextos de precariedade urbana.

Desenvolver um projeto de urbanização para a Ocupação Uruguai.

Equipe do Projeto

NomeCH SemanalData inicialData final
ADRIANA TEIXEIRA CAMISA624/04/201724/05/2017
ANDRE DE OLIVEIRA TORRES CARRASCO624/04/201724/05/2017
ANDRÉIA TEIXEIRA CAMISA624/04/201724/05/2017
DENISE BALHEGO MOREIRA HAX624/04/201724/05/2017
FLÁVIA PAGNONCELLI GALBIATTI624/04/201724/05/2017
GUILHERME IORIO KÖNSGEN624/04/201724/05/2017
LEANDRO FERREIRA FONSECA624/04/201724/05/2017
MARIANE SIMÕES624/04/201724/05/2017
NINO RAFAEL MEDEIROS KRUGER6
RAFAEL BORGES SIGNORINI624/04/201724/05/2017
RODOLFO BARBOSA RIBEIRO624/04/201724/05/2017
VINÍCIUS DIAS DE PAULA624/04/201724/05/2017
VINÍCIUS FOSSATI DA SILVA624/04/201724/05/2017

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