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A agroecologia é uma perspectiva marginalizada na academia por representar o contraponto ao modelo convencional de agricultura oriunda da revolução verde. Poucas são as opções aos estudantes de ciências agrárias e naturais, oriundos da agricultura familiar e que orientam suas ações em uma perspectiva crítica da sociedade, que não sejam dentro do eixo da agricultura convencional orientada às commodities. Soma-se a isso o fato do contexto político-social de nosso país ser de retirada acelerada de direitos básicos conquistados historicamente pelos trabalhadores rurais e urbanos. O Encontro Regional dos Grupos de Agroecologia possui, portanto, grande importância para a reunião dos atores da juventude envolvidos em processos de resistência contra a retirada de direitos e que se identificam com a luta da agroecologia. Neste, serão desenvolvidas metodologias participativas de diálogo sob o viés da educação popular, para fazer deste um espaço real de construção da agroecologia de maneira coletiva. Além dos agricultores diretamente envolvidos, serão atingidas outras famílias da região, assim como escolas de ensino básico. As famílias organizadas na feira virtual Bem da Terra e na associação Morro de Amores são parceiras do Encontro por reconhecerem a importância de um momento como esse para o desenvolvimento regional. Os estudantes contemplados serão os participantes do GAE, oriundos dos cursos de Agronomia, Ciências Biológicas, Medicina Veterinária, Cinema, Psicologia, Artes, Arquitetura e Urbanismo, entre outros; estudantes da Escola Família Agrícola de Canguçu (EFA-Sul); ETEC Canguçu; CAVG (Meio ambiente e gestão ambiental); FURG (Educação do Campo e Agroecologia), Cassiano do Nascimento (Ensino fundamental e médio); UFRGS (Biologia e Agronomia), UFSM (Agronomia, Engenharia Florestal), UFSC, UFPR, entre outras. Ressaltamos que o GAE possui relação cotidiana com os atores e instituições envolvidas, consolidando a importância do papel da UFPel na construção da educação.

A forma do encontro será de acampamento. A cozinha central e banheiros serão construídos pela comissão organizadora (CO) e família anfitriã durante os meses de setembro e outubro. Para tanto alguns materiais precisarão ser transportados periodicamente para o local. Cabos de energia também serão utilizados para iluminar galpões. Pelo menos um galpão de lona será montado para ser utilizado como centro de mesas redondas, oficinas, plenárias e noites de cultura. Todos os participantes do Encontro receberão uma identificação, o que definirá que Grupo de Trabalho (GT) cada participante deverá compor em cada dia de Encontro. Serão estes grupos que farão a logística de limpeza, alimentação, facilitação de espaços, comunicação externa e interna, organização geral e sistematização dos espaços de elaboração do Encontro. Um ou mais integrantes da CO facilitarão os GTs.
Durante as primeiras horas da manhã de cada dia serão realizadas atividades práticas de manejo das glebas da família; Após o café da manhã, debates temáticos que envolvam o tema gerador do Encontro serão facilitados por convidados de instituições parceiras. A tarde será destinada às oficinas oferecidas pelos participantes e por convidados. Um dos dias será de saída de campo para contato com experiências em agroecologia da região, onde serão necessários pelo menos 2 ônibus comuns. Às noites serão realizadas atividades culturais com apresentações musicais, teatrais e intervenções artísticas.
A programação em detalhes, assim como o cronograma de atividades prévias está sendo elaborado.

O principal resultado almejado é a qualificação e consolidação da construção metodológica de um processo de ensino e aprendizagem, através de práticas pedagógicas diferenciadas, capaz de compreender a Agroecologia como ciência, movimento e prática e como instrumento de construção de agroecossistemas mais sustentáveis.
Assim, fortalecendo os processos de trabalho em rede dos diferentes atores/as do movimento da agroecologia na região sul bem como contribuir nos processos de transição e consolidação agroecológica.