Nome do Projeto
II SEMINÁRIO GEPEFOP - OS ESTÁGIOS NAS LICENCIATURAS DA UFPEL: DIÁLOGOS DE PESQUISA
Ênfase
ENSINO
Data inicial - Data final
27/03/2014 - 28/03/2014
Unidade de Origem
Área CNPq
Ciências Humanas - Educação - Tópicos Específicos de Educação
Resumo
O estágio é um componente curricular obrigatório nos cursos de licenciatura e, portanto, é vivenciado por professores em formação inicial. Segundo o Parecer do CNE/CP no 28/2001, o Estágio Curricular Supervisionado (ECS) é um tempo de aprendizagem em que, através de um período de permanência, alguém se demora em algum lugar ou ofício para aprender a prática do mesmo e depois poder exercer uma profissão ou ofício. Assim o estágio curricular supervisionado supõe uma relação pedagógica entre alguém que já é um profissional reconhecido em um ambiente institucional de trabalho e um aluno estagiário. Por isso é que este momento se chama estágio curricular supervisionado. (p. 8) Entretanto, normalmente não se tem essa concepção dos estágios. Frequentemente as escolas e os professores da Educação Básica não se compreendem como co-formadores do estagiário. A escola é tomada, na maioria das vezes, apenas como campo de aplicação das teorias vistas nos cursos de formação inicial. Não ocorrem, de forma mais intencional e planejada, relações de construção do conhecimento entre estagiários e professores da educação básica e; o professor universitário, visto como o supervisor de estágio, na maioria das vezes, não possui tempo suficiente para acompanhar o desenvolvimento dos mesmos. De outra forma, defendemos o estágio como um componente curricular importantíssimo para a formação do professor e acreditamos que a escola básica contribui significativamente para a construção dos saberes do estagiário, visto que este está imerso no seu futuro ambiente de trabalho, enfrenta desafios diários da prática pedagógica e estabelece relações com outros professores. Nesse sentido, Arroyo (2000, p. 125) aponta que aprendemos a “específica forma de ser, de dever, vendo os outros sendo [...] Os valores, o dever moral de ser professor (a) se aprendem no lento convívio, exemplar dos ‘bons’ ou ‘maus’ professores e com nossa cumplicidade de aprendizes.” Nem sempre o ECS é devidamente reconhecido, seja por professores ou alunos. Nesse sentido Leite et al.(2008, p.43) apontam que “de modo geral, os estágios foram sempre considerados como aspectos irrelevantes na formação docente na maioria dos cursos de formação de professores.” Uma vez que, na maioria dos cursos de licenciatura é dada uma importância maior às disciplinas científico-culturais, em especial aquelas da área do professor em formação. O estágio e outros componentes que têm a prática como base das atividades normalmente são entendidos como de “menor valor”, não galgando o mesmo prestígio daqueles componentes curriculares considerados mais teóricos. Para Pimenta e Gonçalves (apud PIMENTA; LIMA, 2004, p.45) “a finalidade do estágio é proporcionar ao aluno uma aproximação à realidade na qual atuará”. No mesmo sentido, o estágio é entendido por Pimenta (2001, p.21) como sendo “as atividades que os alunos deverão realizar durante o seu curso de formação, junto ao campo futuro de trabalho”. Portanto, o estágio visa proporcionar ao professor em formação a vivência da docência, a experiência pedagógica em seus diversos aspectos em uma escola de educação básica. Assim como Leite et al. (2008, p.37), acreditamos que o estágio, além da docência, deva “formar o profissional docente como intelectual crítico-reflexivo, possibilitando a construção dos saberes docentes necessários para compreender e atuar na realidade educacional e propor alternativas pedagógicas”. Além de “dar” aulas o professor em formação deve situar sua ação dentro de um contexto histórico, político e social; questionar e refletir sobre seu trabalho docente; e, sugerir opções de atuação frente às circunstâncias problemáticas. O estágio deve assumir um caráter que extrapole os espaços-tempos de regência de classe, pois a função do professor não se resume em “fazer” aulas e, muito menos, “dar aulas”. Em muitos cursos de licenciatura a dimensão prática é vista somente na disciplina de estágio. Muitos professores e alunos não reconhecem a indissociabilidade entre teoria e prática, entre saber e fazer. Nesse sentido Arroyo (2000, p 130) assinala que nas licenciaturas a maior parte do espaço é reservada a sala de aula, conseqüentemente os tempos são reduzidos a tempos de ensino, em um modelo gradeado, disciplinar. Um ordenamento que mata as possibilidades dos cursos de formação serem um tempo socializador, cultural, de convívio e trocas de vivências, de interações, lentas e densas. Ainda no tocante à relação teoria e prática nas licenciaturas, Pimenta (apud PIMENTA; LIMA, 2004, p.45) acredita que o estágio ao contrário do que se propugnava, não é uma atividade prática, mas teórica, instrumentalizadora da práxis docente, entendida esta como atividade de transformação da realidade. Nesse sentido, o estágio curricular é atividade teórica de conhecimento, fundamentação, diálogo e intervenção na realidade, esta sim, objeto da práxis. É no contexto da sala de aula, da escola, do sistema de ensino e da sociedade que a práxis se dá. A partir dessa visão pode-se dizer que o estágio possui uma dimensão tanto teórica quanto prática, uma dimensão tanto subjetiva quanto concreta. Segundo Leite et al.(2008, p. 43) as “400 horas de prática como componente curricular e 400 horas de estágio supervisionado [propostas pela Resolução CNE/CP no 2/2002] deve superar a forma como, tradicionalmente, vinha sendo realizado o estágio nos cursos de formação de professores”. Assim, a inserção do professor em formação na escola não deve ocorrer somente nos últimos semestre de curso e a dimensão prática da formação não deve ser desenvolvida apenas pelo estágio. Entretanto, entre o que está proposto legalmente e a dinâmica do currículo em ação, nem sempre observa-se uma mudança de concepção acerca dos estágios, não tendo este componente curricular, muitas vezes, ultrapassado um "arranjo nas horas" das atividades anteriormente realizadas. É com o intuito de aclarar o cenário desse componente curricular que o Grupo de Estudos e Pesquisas - Estágio e Formação de Professores - GEPEFOP, tem investido academicamente.

Objetivo Geral

Socializar de forma interativa junto à comunidade acadêmica da Instituição, os resultados da pesquisa "O estágio curricular na UFPEL e a formação de professores: aproximações e distanciamentos em suas trajetórias e identidades".

Justificativa

As Resoluções CNE/CP no 1 e 2 de 2002 exigiram que os cursos de licenciaturas repensassem e reelaborassem seus Projetos Pedagógicos e suas matrizes curriculares. Porém, é lamentável percebermos que a proposta das 400 + 400 horas, que visava à superação da dicotomia entre teoria e prática, assumiu, para alguns cursos de licenciatura, um caráter apenas aritmético (DIAS-DA-SILVA, 2005), ou seja, alguns cursos somente arranjaram um lugar para essas horas dentro de seus currículos. Nesse sentido ficam as perguntas: como essas horas foram incorporadas nos Projetos Pedagógicos dos cursos de licenciatura? Como estão sendo desenvolvidas as práticas de ensino e os estágios curriculares nas licenciaturas?
No sentido de entender melhor estas e outras questões, que propusemos um projeto de pesquisa desenvolvido na UFPel e, em decorrência, após sua finalização, o presente projeto de ensino, para que os dados do trabalho fossem socializados nos mais diversos espaços, estabelecendo diálogos com o maior número de sujeitos.

Metodologia

Conforme cronograma: Palestra, Debates, Atividades Culturais, Grupo de Discussão, Plenária.

Resultados Esperados

Socialização do resultados da pesquisa desenvolvida na UFPel.
Maior integração entre os cursos de formação de professores colaboradores da Pesquisa.
Fortalecer o diálogo acerca dos estágios entre docentes e discentes.
Implementação de uma rede de pesquisadores acerca do tema Estágios.

Indicadores, Metas e Resultados

Para certificação como ouvinte será exigida frequência mínima de 75% do total do evento.

Projeto Financiado pela Fapergs.

Equipe do Projeto

NomeCH SemanalData inicialData final
ALINE DA SILVA BECKER2227/03/201428/03/2014
GENIVALDO GONÇALVES PINTO2227/03/201428/03/2014
GUSTAVO DE OLIVEIRA DUARTE2227/03/201428/03/2014
LELIA NEGRINI DINIZ2227/03/201428/03/2014
MARIA DAS GRACAS CARVALHO DA SILVA MEDEIROS GONCALVES PINTO2227/03/201428/03/2014
MÔNICA CORRÊA DE BORBA BARBOZA2227/03/201428/03/2014
TAIANE OLIVEIRA DE ARRUDA DA ROSA2227/03/201428/03/2014

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