Nome do Projeto
Grupo de Estudo Pesquisa e Formação na Educação Física Escolar
Ênfase
ENSINO
Data inicial - Data final
18/08/2014 - 12/12/2014
Unidade de Origem
Área CNPq
Ciências Humanas - Educação
Resumo
O Grupo de Pesquisa e Formação em Educação Física Escolar - GRUPESF- tem a intenção de formar um grupo de pesquisa entre acadêmicos do curso de Licenciatura em Educação Física da Universidade Federal de Pelotas e uma professora- pesquisadora, formada em Educação Física pela mesma instituição e que atualmente é doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Educação, da Universidade Federal de Pelotas. O objetivo da formação desse grupo, com base no constructo da autorregulação da aprendizagem e na teoria Histórico- Cultural de Vygotsky, será de proporcionar aos acadêmicos em Educação Física um espaço de reflexão, diálogo e discussão sobre a formação do professor de Educação Física. Os acadêmicos interessados em formar o GRUPESF, participarão de forma voluntária. A professora-pesquisadora fará o convite a esses acadêmicos, explicando do que se trata a formação do GRUPESF e quais serão as atividades desenvolvidas pelos mesmos ao longo de um semestre letivo. A intenção de proposta deste projeto de ensino é qualificar a formação do acadêmico em Licenciatura em Educação Física, com base no estudo sobre a autorregulação da aprendizagem. Espera-se que com essa oportunidade de trabalho em conjunto, com colegas e uma professora já formada em Educação Física e com experiência nesta disciplina na escola, esses acadêmicos qualifiquem a sua formação e cheguem mais bem preparados no mercado de trabalho.

Objetivo Geral

O objetivo deste projeto de ensino será de proporcionar um ambiente de pesquisa e reflexão coletiva para acadêmicos do curso de Licenciatura e Educação Física, com base nos pressuposto do constructo da Autorregulação da Aprendizagem, sobre a sua atuação prática no estágio supervisionado.

Justificativa

A Educação Física está presente nas escolas brasileiras desde o século XX. Porém, somente entre os anos de 1930 e 1945 foi que pela primeira vez na história do Brasil a Educação Física se tornou uma prática obrigatória na escola (BETTI, 1991). Atualmente, a Educação Física é prevista na Lei de Diretrizes e Bases para a Educação Brasileira (LDB), no seu artigo vinte e seis, que consta “a Educação Física, integrada à proposta pedagógica da escola, é componente curricular obrigatório, nos diversos níveis da educação básica” (BRASIL, 1996).
Apesar de a Educação Física ser um componente curricular obrigatório nas escolas, nota-se um ambiente de discriminação em relação a essa disciplina pela sociedade (MARINHO, 2011). Para muitos pais, alunos, professores e funcionários de escolas a disciplina de EF não é relevante e de acordo com alguns autores
a escola possui uma visão acerca da função pedagógica da EF muito distante da perspectiva que a entende como um componente curricular com um saber a ser transmitido/tematizado e que se configura naquilo que se tem denominado de cultura corporal de movimento (MACHADO; BRACHT; FARIA; MORAES; ALMEIDA; ALMEIDA, 2010, p.139).

Este fato é confirmado em algumas pesquisas brasileiras realizadas em escolas de ensino fundamental, que identificaram entre os alunos que, embora a maioria demonstre gostar de participar das aulas de Educação Física, não vê essa como uma disciplina importante para a sua formação acadêmica, deixando esse prestígio para disciplinas como português e matemática (BETTI, 1986; BETTI; LIZ, 2003; LOVISOLO, 1995).
Não podemos negar que atualmente a disciplina de Educação Física vem passando por um fenômeno bastante conhecido e difundido dentro da cultura escolar quanto a atual prática pedagógica desta disciplina nas nossas escolas. Muitos professores de Educação Física hoje são conhecidos como professor rola a bola , isto é, por resumir a sua ação nas aulas em apenas distribuir o material e observar os alunos realizarem as atividades que eles mesmos escolheram, na maioria das vezes atividades esportivas (MACHADO; BRACHT; FARIA; MORAES; ALMEIDA; ALMEIDA, 2010).
Apesar da disciplina de Educação Física já ter uma longa história dentro da escola, professores desse campo de conhecimento, ainda preservam muitas dúvidas de como e o que fazemos dentro das aulas (LOVISOLO, 2002). Sendo assim, a prática pedagógica de grande parte dos professores de Educação Física precisa se modificar e se preocupar em proporcionar além dos conhecimentos relativos aos seus conteúdos específicos, mas oportunizar o aprendizado dos processos pelos quais os alunos podem alcançar o conhecimento, ou seja, proporcionar o ensino de estratégias de aprendizagem autorregulada (VEIGA SIMÃO, 2005).
Apesar do sucesso escolar depender muito mais do esforço do aluno, não podemos esquecer de mencionar que o professor tem também um papel, muitas vezes decisivo, nesse processo. Para Zimmerman (2002) uma das funções da escola e dos professores hoje é desenvolver competências que auxiliem o estudante a aprender ao longo da vida. No entanto, como se observa em grande parte da atuação dos professores de Educação Física, esses investem pouco na oportunidade dos alunos aprenderem os conteúdos de que tratam essa disciplina e a autorregular os seus próprios processos de aprendizagem.
Por essas razões apontadas acima que se defende a ideia de repensar a formação dos professores nos cursos universitários de Licenciatura em Educação Física. Necessitamos de cursos de formação de professores em Educação Física que estimulem o desenvolvimento das capacidades intelectuais, de forma que os futuros professores saibam se expressar, compreendam os diferentes contextos da realidade, a relativizar as certezas e possuírem um pensamento estratégico, de forma a estarem mais bem preparados para a sua função na escola (LIBÂNEO, 2010).
Como já defendido, um dos mecanismos que pode auxiliar a formação universitária dos futuros professores de Educação Física a serem mais estratégicos para aprender é o investimento no currículo dessas licenciaturas na ARA de seus acadêmicos Para Veiga Simão (2006) quando a autorregulação é oportunizada dentro dos cursos de formação de professores teremos profissionais mais autônomos e motivados para aprender e professores mais bem preparados para desenvolver diferentes métodos de ensino eficazes e favoráveis na promoção de alunos autorregulados para aprender.
Sendo assim, o interesse maior para que os futuros professores sejam professores autorregulados e estratégicos para aprender e que saibam ensinar estratégias para os seus alunos se expressa por meio dos resultados de pesquisas já mencionadas nesse estudo, que mostraram benefícios na aprendizagem de alunos da educação infantil e ensino fundamental que utilizam estratégias de aprendizagem para aprender os conteúdos escolares em comparação com a aprendizagem de alunos que não utilizam estratégias para aprender (AVILA, FRISON, 2012; LINS; ARAÚJO; MINERVINO, 2011).
Tendo em vista, que uma das possibilidades dos alunos aprenderem a autorregular a sua aprendizagem é no contexto escolar, como defende Veiga Simão (2006), também podemos pensar que os futuros professores e acadêmicos de cursos de licenciatura que não tiveram oportunidade de aprender a autorregular a sua aprendizagem em contexto escolar, podem se beneficiar das experiências obtidas no curso superior que frequentam. Conforme Veiga Simão (2006, p. 203).

[...] se pretendemos optimizar o ensino de estratégias de aprendizagem, é imperioso que os próprios professores actuem estrategicamente quando aprendem e quando ensinam, de modo que o professor seja capaz de exercer um controle consciente sobre os seus próprios processos cognitivos de decisão.

A intenção de formação de um grupo que realizará pesquisas e reflexões sobre a atuação do professor de Educação Física, proposta neste projeto de ensino, será na baseada no pressuposto da teoria Histórico- Cultural de Vygotsky. Isto implica pensarmos que as experiências que facilitarão esses futuros professores qualificarem sua formação, precisam estar acompanhadas do apoio docente, já que aprender em conjunto é mais fácil do que sozinho.
A partir do que foi exposto, justificamos a proposta deste projeto de ensino que busca oportunizar aos futuros professores de Educação Física um espaço, dentro de sua formação, de troca de experiências, de estudo e reflexão sobre a sua formação e as implicações para a sua futura atuação enquanto professor.

Metodologia

Serão realizados encontros duas vezes por semana com duração de duas horas cada para apresentar, esclarecer e estudar temas relacionados a prática pedagógica no estágio supervisionado, durante um semestre letivo. Também será realizado uma entrevista, com duração em média de 60 minutos, com cada acadêmico, no início da formação do Grupo de Pesquisa e Formação em Educação Física Escolar (GRUPESF). Assim como filmagem na aula de estágio de cada acadêmico, uma na primeira etapa do projeto e uma na segunda etapa do projeto.
Na primeira etapa do projeto os encontros semanais discutirão inicialmente as vivências anteriores dos acadêmicos com a prática pedagógica da disciplina de Educação Física e também os possíveis temas de estudo que serão discutidos nos encontros do grupo na segunda etapa. Ainda nesta etapa, cada acadêmico terá uma de suas aulas filmada para posterior aplicação da técnica de estimulação da recordação. Nesta técnica, o acadêmico e a professora pesquisadora assistem a aula que foi filmada e discutem sobre os aspectos da mesma. Posterior a aplicação da técnica de estimulação com cada acadêmico, as questões geradas nessa serão devolvidas ao grande grupo através de um encontro. Na segunda etapa do projeto, os encontros servirão para análise, reflexão e discussão dos temas de estudo escolhidos no final da primeira etapa. Especificamente nesta etapa do projeto, textos acadêmicos, publicados em revistas cientificas da área de estudo, serão selecionados para auxiliar a solução dos possíveis problemas enfrentados pelos acadêmicos na sua prática no estágio. Ainda na segunda etapa, novas aulas de cada acadêmico será gravada e uma nova aplicação da técnica de estimulação da recordação acontecerá, porém em grupos de tres alunos. As questões geradas em cada estimulação será devolvida ao grande grupo em um encontro. Na última etapa do estudo, haverá os últimos encontros do grupo para avaliação das atividades desenvolvidas.

Resultados Esperados

Espera-se que os acadêmicos do curso de Licenciatura em Educação Física da Universidade Federal de Pelotas, e participantes do GRUPESF consigam formar um grupo colaborativo de estudo e reflexão sobre a prática pedagógica dos professores de Educação Física e com isso qualificar a sua futura ação profissional.

Equipe do Projeto

NomeCH SemanalData inicialData final
BIBIANA BARRETO MATTE1018/08/201412/12/2014
CALLEB RANGEL DE OLIVEIRA1018/08/201412/12/2014
DANIELA DA SILVA RODRIGUES1018/08/201412/12/2014
FERNANDA FERNANDES BASTOS1018/08/201412/12/2014
JOUBERT CALDEIRA PENNY1018/08/201412/12/2014
LOURDES MARIA BRAGAGNOLO FRISON418/08/201412/12/2014
LUCAS DE FREITAS DA SILVA1018/08/201412/12/2014
LUCAS SAN MARTINS1018/08/201412/12/2014
LUCIANA TOALDO GENTILINI AVILA1418/08/201412/12/2014
Misael Aguiar da Cunha1018/08/201412/12/2014
PATRÍCIA MACHADO DA SILVA1018/08/201412/12/2014
RAYR FERREIRA DEL PONTE1018/08/201412/12/2014
TARCILA OLIVEIRA KRUGER1018/08/201412/12/2014
THIAGO CARDOSO LOPES1018/08/201412/12/2014

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