Nome do Projeto
Projeto Microbiota: Explorando um mundo invisível
Ênfase
ENSINO
Data inicial - Data final
25/04/2015 - 16/12/2016
Unidade de Origem
Área CNPq
Ciências da Saúde - Odontologia
Resumo
A cidade de Pelotas possui em torno de 37.114 alunos matriculados no ensino fundamental, os quais estão distribuídos em 111 escolas públicas das redes estadual e municipal. Além disso, 10.685 alunos do ensino médio, matriculados e distribuídos em 21 escolas públicas das redes federal, estadual e municipal (MEC/INEP ? Censo Educacional 2012). Para uma educação contemporânea e eficiente, é preciso maior aproximação das universidades com as escolas da educação básica, ampliando a formação dos jovens estudantes e dando condições para que os professores que optaram pela licenciatura tenham as mesmas condições daqueles que optaram pelo bacharelado. Ao mesmo tempo, este tipo de proposta que aproxima as universidades das escolas, enriquece as instituições de ensino superior que não podem ensinar suas teorias sem olhar para o que acontece nas escolas. Entretanto, nota-se que a política de incentivo de aproximar estes estudantes e professores da educação básica com a universidade tem sido muito escassa ou praticamente inexistente. Desta forma, este projeto piloto vem ao encontro da mudança dessa realidade. Assim, com o apoio da ESCOLA ESTADUAL DE 1º E 2º GRAUS CASSIANO DO NASCIMENTO, executaremos esse projeto. Nesta escola, são assistidos um total de 1236 nos ensinos fundamental (521 alunos) e médio (715 alunos) mais 137 na educação profissional no curso de técnico em contabilidade. Destes alunos que frequentam o ensino fundamental e médio, todos recebem aulas de ciências no fundamental e Física, Química e Biologia no ensino Médio. A quantidade de alunos em cada sala de aula é varia de 25 a 30 alunos. O interessante nas aulas de ciências nessa série é o lúdico, o contato, o manuseio. Infelizmente, por falta de motivação e incentivo dos professores, esses tipos de atividades não vêm sendo realizadas de forma satisfatória, apesar das aulas de ciências serem constantemente realizadas fora da sala de aula, no pátio, na rua. Existem também alguns agravantes como a preparação do laboratório, sua limpeza, sua organização; e o professor acaba tendo pouco tempo para a execução de aulas práticas. A área do laboratório é pequena, não comportando uma turma inteira e carece de materiais. A escolha desta escola baseou-se no fato de que esta escola, localizada em zona urbana, é uma escola pública, de ensino fundamental e médio, que apresentou o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 3,9 para anos finais em 2011, ou seja, abaixo da média para a cidade de Pelotas que foi de 4,5 para 2011 e das médias estadual (Rio Grande do Sul) e nacional para 2011 que foi de 5,1. O Ideb foi criado pelo Inep/MEC e busca representar a qualidade da educação a partir da observação de dois aspectos: o fluxo (progressão ao longo dos anos) e o desenvolvimento dos alunos (aprendizado). Um dado interessante é que a escola ficou em segundo lugar no ranking das escolas públicas no Enem 2012, segundo o INEP. A escola conta com uma estrutura de biblioteca, mesmo que pequena, possui grande acervo de livros didáticos e proporciona que os alunos tenham acesso aos mesmos; conta ainda com um laboratório de ciências, com alguns reagentes químicos e vidrarias e 3 microscópios, sendo realizadas poucas atividades práticas. Quando em contato com a diretora da escola, existiu pronta receptividade à execução do projeto. Assim, espera-se estimular estes jovens cientistas ao cotidiano universitário, bem como fazer com que estes jovens e futuros cientistas e pesquisadores apresentem seus trabalhos à comunidade escolar próxima a sua escola. 2. Síntese do Projeto: O presente projeto tem como objetivo incentivar o despertar científico no campo das ciências de estudantes das séries iniciais da rede pública municipal de ensino fundamental da cidade de Pelotas, RS, Brasil, bem como aproximá-los ao cotidiano universitário, possibilitando a abertura de novos horizontes, os quais poderão ser, futuramente, almejados por estes alunos. Este projeto será executado pelo período de 1 ano, apresentando atividades semanais de 4 horas, sendo que no primeiro semestre de vigência este será realizado dentro do âmbito da Universidade Federal de Pelotas, em especial, dentro dos laboratórios de microbiologia, centro de desenvolvimento e controle de biomateriais e central de microscopia, todos localizados fisicamente dentro da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Pelotas. No segundo semestre de vigência deste projeto, os alunos selecionados além de desempenharem atividades na Universidade, apresentarão seus trabalhos executados para as escolas públicas localizadas próximas ao perímetro da escola base, ou seja, da Escola Estadual Cassiano do Nascimento. Isso será realizado no encerramento das atividades do projeto, quando os estudantes apresentarão seu trabalho na FENTEC (evento organizado na própria escola para a comunidade acadêmica). A FENTEC é uma feira voltada para a área técnica, mas é incentivada a participação dos alunos de ensino médio e fundamental, ocorre geralmente nos moldes de uma semana acadêmica no formato de palestras. Além disso, está programada uma visita guiada dos escolares à Embrapa Clima Temperado (CPACT). 3. Objetivos Gerais: Objetiva-se através deste projeto de forma geral incentivar o despertar para o universo científico de alunos de séries do ensino fundamental e médio da escola fundamental de ensino básico para a área de ciências. Bem como, despertar a paixão pela leitura científica e aproximá-los do convívio universitário. 3.1. Objetivos Específicos: 1- Incentivar o aluno ao despertar científico, através da resolução de problemas do seu cotidiano, utilizando ferramentas metodológicas de pesquisa e de ensino, além de desmistificar e aproximar mais os estudantes com a Universidade e com a pesquisa científica; 2 - Servir de subsídio para divulgação, avaliação e integração entre a comunidade da Universidade Federal de Pelotas e a população de uma escola de Ensino Fundamental e Médio, pública, da região de Pelotas, por intermédio de encontros semanais, organizados de forma dinâmica através de aulas expositivas, debate ou simpósio; 3 - Proporcionar um fórum de discussão para a divulgação de inovação científica e tecnológica, junto à comunidade externa da Universidade Federal de Pelotas; 4- Ofertar aos alunos da rede básica de ensino uma visão ampla dos microrganismos, bem como demonstrar a sua importância para a saúde humana, manutenção do equilíbrio ecológico e diversas aplicações e benefícios, tanto individuais quanto coletivos. 5- Unir a forma de abordagem teórica da Microbiologia com a experimentação cientifica, facilitando o aprendizado e sua aplicação; 6- Elucidar a importância da acessibilidade da educação em microbiologia no contexto social e de pesquisa na área; 7- Conectar a microbiologia e o cotidiano pensando no desenvolvimento de estratégias e tecnologias de ensino-aprendizagem que auxiliem o conhecimento dos microrganismos, bem a relação deste aprendizado com a vida cotidiana, o que despertará, no aluno, a conscientização da aplicabilidade desta Ciência na vida das pessoas; 8- Estimular o aluno para que ele possa compreender, interpretar e dominar o conteúdo cientifico, despertando o interesse do educando e motivando-o a observar, interpretar, formular hipóteses e despertar seu julgamento crítico, além de estimular o seu interesse pelo conhecimento científico; 9- Divulgação de ciência, através de palestras dos próprios alunos selecionados nesta Proposta, na sua escola de origem, quando irão mostrar seus trabalhos e passar a seu colegas e professores uma melhor compreensão dos papéis das universidades em Ensino, Pesquisa, Cultura e Extensão e sua importância dentro da sociedade, bem como relatar suas experiências; 10- Proporcionar à equipe: discentes bolsistas, professores-orientadores da escola da rede pública, mestrandos e doutorandos, técnicos de laboratório e docentes da Universidade, um contato mais próximo com a realidade social de alunos do Ensino Fundamental, favorecendo a geração de iniciativas científicas pautadas por responsabilidade social; 11- Estimular o desenvolvimento de material didático audiovisual de apoio a ser utilizados em ambientes escolares, difundindo a prática de Ciências em escolas como complemento aos recursos existentes das escolas de Ensino Fundamental. 4. Metodologia: Serão selecionados 6 alunos, sendo metade deles do sexto e sétimo ano do ensino fundamental e a outra metade do 1º e 3º ano do ensino médio. Esses alunos serão tutoriados diretamente por dois orientadores (professores) da própria escola. Termos outros membros da equipe que contribuirão na proposta, como discentes de pós-graduação (mestrando e doutorado), que também ministrarão aulas teórico-práticas de Microbiologia, e dois discentes de graduação (bolsistas de Iniciação Científica ? CNPq e FAPERGS), que auxiliarão no preparo dos materiais para as práticas de microbiologia, auxiliarão os alunos (bolsistas júnior) na execução de técnicas microbiológicas, atuando como monitores, e garantindo o uso adequado do laboratório, de acordo com as normas de biossegurança. Em um primeiro momento, estudantes da graduação e pós-graduação da UFPel, que farão parte do projeto, serão capacitados em relação aos temas contemplados neste projeto para auxiliar os professores orientadores e alunos bolsistas-júnior do colégio Cassiano. Com o grupo, serão pensadas atividades teórico-práticas, utilizando meios de cultura e técnicas de microscopia, visualização da colonização microbiana ambiental, bem como a própria microbiota normal. Entre outras atividades, também serão avaliadas as formas de transmissão e prevenção de microrganismos e a importância destes para o meio ambiente, contextualizando-se os temas conforme a profissão e as atividades relacionadas a ela e de interesse geral e focado nas atualidades. A avaliação de conceitos e o levantamento da opinião dos participantes serão realizados a cada semestre através de questionários estruturados. Com a obtenção de tais dados, análises qualitativas e quantitativas serão realizadas com o objetivo de estabelecer novas estratégias e melhorias nas atividades. Os candidatos à bolsa de Iniciação Científica júnior serão selecionados por critério de notas, bem como através de um questionário onde eles dissertarão sobre o interesse em participar. Os estudantes selecionados executarão um cronograma de atividades relacionadas a seguir num período de 1 ano, sendo que todas as atividades do primeiro semestre vigente deste ano serão executadas exclusivamente dentro dos laboratórios de Microbiologia (MICRO), Centro de Controle e Desenvolvimento de Biomateriais (CDC-Bio) e Central de Microscopia Eletrônica, todos localizados dentro da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Pelotas. As demais atividades semanais poderão ser realizadas dentro da própria escola e planejadas diretamente entre os tutores e o supervisor do projeto com a devida antecedência. No primeiro mês, os estudantes receberão palestras dentro da Faculdade de Odontologia da Universidade para que eles tenham conhecimento do significado, estrutura e organização da instituição Universidade e o que esta significa para a sociedade. Essas palestras serão seguidas por visitas supervisionadas para tornar esse processo mais dinâmico. Além disso, estes terão aulas ministradas pela equipe abordando as normas de Biossegurança no laboratório de Microbiologia e Boas práticas Laboratoriais e conceitos básicos da Microbiologia. No segundo mês e terceiro mês, os cientistas mirins receberão abordagens mais específicas na área de Ciências e, mais especificamente, Microbiologia, terão conhecimento sobre as principais descobertas científicas do mundo moderno e serão realizadas visitas técnicas aos laboratórios dos pesquisadores/colaboradores que também compõem a equipe do nosso projeto, localizados na UFPel e na EMBRAPA-CPACT. Ademais, realizarão experimentos microbiológicos no Laboratório de Microbiologia da UFPel, tais como: análise da eficiência antimicrobiana da higienização das mãos; pesquisa da microbiota (residente e transitória) e da presença de bactérias no ambiente; estudo da transmissão bacteriana através do contato físico e semeadura bacteriana em meios de cultura. Os alunos serão orientados a analisarem os resultados das práticas realizadas anteriormente e executarem a técnica de coloração de Gram. Em seguida, terão uma explicação teórica sobre outros conteúdos relacionados às práticas, tais como meios de cultura e técnicas microbiológicas de identificação de microrganismos. Para determinar a eficiência antimicrobiana da higienização das mãos, será utilizada uma placa de Petri contendo meio de cultura Ágar Nutriente (Difco®), dividida em três partes. O dedo polegar do aluno será pressionado por 30 segundos sob três diferentes condições: antes da lavagem das mãos; após a lavagem com água e sabão; e após a lavagem com água e sabão seguida de antissepsia com álcool 70%. O material será incubado a 37°C, durante 24 horas, e a eficiência da higienização será analisada pela verificação da presença de colônias bacterianas crescidas no meio de cultura. A pesquisa da microbiota residente e transitória dos alunos e do ambiente será realizada através da coleta de amostras microbiológicas de várias partes do corpo - pele, unha, nariz, boca, etc. - utilizando haste com ponta de algodão (?swab?) umedecida em salina fisiológica esterilizada (NaCl 0,85%). O ?swab? será semeado por meio de estrias em meio de cultura Ágar Nutriente (Difco®). Após a incubação do material a 37°C, durante 24 horas, a microbiota residente e transitória, bem como bactérias do ambiente serão visualizadas e analisadas quanto à frequência e diversidade, verificação dos diferentes aspectos morfológicos (tamanho, forma, pigmentação) das colônias crescidas. O estudo da transmissão bacteriana através do contato físico será realizado utilizando-se a bactéria Serratia marcescens, que se caracteriza pela pigmentação alaranjada da colônia e um gradiente de contaminação por meio de contato entre pessoas. Para isso serão selecionados os 6 alunos. O primeiro aluno pressionará, durante 10 segundos, o dedo indicador (protegido por luva de látex) no meio de cultura contendo a bactéria. Em seguida, este realizará um contato físico, durante 10 segundos com outro dedo indicador (também protegido por luva) de outro aluno. O mesmo procedimento ocorrerá para outros alunos voluntários até completar os contatos. Todos os dedos indicadores após o contato serão pressionados por 10 segundos em uma placa dividida em dez partes, contendo o meio de cultura Ágar Nutriente (Difco®). A placa permanecerá em temperatura ambiente por 24 horas. O objetivo deste experimento será determinar até qual contato ocorreu crescimento bacteriano. Os alunos também terão a oportunidade de realizar técnicas microbiológicas de semeadura e de compreender que os microrganismos são metabolicamente diferentes entre si, inoculando as bactérias Escherichia coli, Pseudomonas aeruginosa e Staphylococcus aureus, em dois tipos de meio de cultura (Ágar Nutriente e Ágar MacConkey, Difco®). Após incubação a 37°C, durante 24 horas, as placas serão analisadas quanto a cor das colônias crescidas, assim como a presença e ausência de crescimento em diferentes meios de cultura, indicando diferenças metabólicas no crescimento microbiano. A técnica de coloração de Gram será realizada utilizando colônias bacterianas isoladas da microbiota dos alunos e da semeadura bacteriana e fúngica (Escherichia coli, Pseudomonas aeruginosa, Staphylococcus aureus e Candida albicans), permitindo a diferenciação entre Gram-positivos e Gram-negativos, visualização de diferentes formas (bastonetes e cocos) e arranjo (isoladas, cadeias, ?cacho de uvas?). Para isso, serão realizados esfregaços em lâmina de vidro seguida da coloração de Gram utilizando corantes específicos e observação em microscópico óptico comum com objetiva de imersão. No quarto e quinto mês, os estudantes serão estimulados a visualizar o microscópio eletrônico de varredura, bem como serão adentrados nos benefícios e os malefícios dos microrganismos. Neste mês, será unido o conhecimento científico gerado na Universidade com aquele vivenciado no ensino fundamental e médio, e esta junção poderá alcançar mudanças de atitudes, por parte do público atingido, em prol do bem estar coletivo. As ações desenvolvidas serão executadas de acordo com a faixa etária do público alvo, em que professores, alunos bolsistas e educandos permutam informações, desenvolvendo assim uma relação de troca mútua, como se espera de atividades extensionistas, tornando o processo de aprendizagem mais motivador, tanto para crianças e adolescentes. As diversas atividades visarão a divulgação da Microbiologia e dos fenômenos (benéficos ou patogênicos) presentes na natureza pelo contato com bactérias, fungos e vírus e a importância do comportamento humano na manutenção de condições harmônicas ou não, frente à relação indelével que a humanidade mantém com microrganismos. Os alunos vão entender que também existem microrganismos que ajudam no equilíbrio do meio ambiente e de corpo. TIPO DE MICROORGANISMO CARACTERÍSTICA ALGUNS DO BEM ALGUNS DO MAL VÍRUS Microrganismos sem célula, considerados parasitas intracelulares, pois Não existe. Influenza (gripe); Herpes zoster (catapora); Rhinovirus (resfriado); Ébola só têm ação no interior de outras células. (febre hemorrágica); HIV (Aids); Flavivirus sp.(Dengue); Morbilliviirus (sarampo). BACTÉRIAS Organismos unicelulares, sem núcleo definido e geralmente com apenas uma molécula de DNA. Podem ser esféricas (cocos), em forma de bastão (bacilos), espiral (espiroqueta e espirilo) e vírgula (vibrião). Rhizobium (ajudam na fixação de nitrogênio em raízes de plantas leguminosas); Lactobacillus e alguns tipos de Streptococcus (produção de queijo, iogurte e requeijão). Mycobacterium tuberculosis (tuberculose); Corynebacterium diphtheriae (difteria); Salmonella typhi (febre tifóide); Streptococcus pneumoniae (pneumonia); Vibrio cholerae (cólera). FUNGOS Constituídos de hifas (filamentos) multicelulares nucleadas com exceção das leveduras, que são unicelulares. Agaricus campestris (cogumelo comestível); Saccharomyces cerevisae (fabricação de pão e de bebidas alcoólicas); Penicillium sp (produção de antibióticos e de queijos). Trichophyton sp. (micose ou pé-de- atleta);Candida albicans (candidíase); Aspergillus sp. (aspergilose). PROTOZOÁRIOS Seres unicelulares nucleados com estruturas locomotoras, com exceção dos esporozoários. Triconympha sp. (vivem nos cupins, auxiliando na digestão). Entamoeba histolytica (disenteria amebiana); Trypanosoma cruzi (doença de Chagas); Plasmodium sp. (malária); Giardia lamblia (giardíase). ALGAS UNICELULARES Vivem no mar, em lagos, rios. Elas fazem fotossíntese e com isso transformam luz solar em energia. Planctônicas (realizam 90% da fotossíntese do planeta); diatomáceas (com carapaças de sílica, constituem rochas usadas como abrasivos). Dinoflagelados (algas vermelhas causadoras da maré vermelha quando proliferam excessivamente). Procurando aproximar o cotidiano dos alunos com o conhecimento cientifico serão abordados alguns tópicos e experimentos. Entre eles: - Provar a eficácia de desinfetantes e outros produtos que prometem acabar com os microrganismos - para isso serão cultivados microrganismos previamente em estufa a 37ºC por 24h. Serão coletadas alíquotas desses microrganismos que serão diluídos em solução salina (use um tubo de ensaio). Esta solução será espalhada em uma placa de Petri com Agar Saboraud dextrose. Com uma pinça, serão molhados filtros de papel no desinfetante ou no antisséptico bucal. Colocar-se-á o filtro no meio da placa contaminada por microrganismos. As placas então serão levadas para a estufa. Serão observados os halos de inibição criados em torno dos filtros e será discutido com os alunos esses resultados. - Perceber a necessidade de guardar bem os alimentos para que eles não se contaminem - serão realizados experimentos que abordem o tema bem como aulas expositivas. Serão preparadas massas com o amido de milho e um copo de água. Essas massas serão colocadas em copos descartáveis e estes serão dispostos: 1 aberto, em cima da pia do laboratório; 2 vedados com filme plástico sobre a pia; 3 é completado com óleo e o 4, com vinagre. O 5 é colocado na geladeira, sem cobertura. A temperatura alta, usada no cozimento do mingau, matou os microrganismos. Já o calor que ultrapassa os 30 graus Celsius deixa o ambiente propício para a proliferação de micróbios, que se depositam no mingau deixado ao ar livre. Os alunos serão estimulados a pensar no que aconteceu com cada copo. 1. É o que apresenta mais alteração, pois ficou na temperatura ambiente e sem proteção, exposto aos microrganismos. 2. Está menos estragado que o primeiro, porque o filme plástico impede que os micróbios se depositem sobre ele. 3. O óleo funciona como cobertura ou embalagem, impedindo qualquer contato com o ar e, por consequência, com os micróbios. 4. A acidez do vinagre impede o aparecimento de microrganismos (é o princípio de preparação de algumas conservas). 5. As baixas temperaturas são as que mais retardam o aparecimento de fungos, por isso a geladeira é o melhor lugar para conservar alimentos. Serão pedidas pesquisas sobre técnicas antigas de conservação de alimentos como a salga e a defumação de carnes e as modernas, como a pasteurização, a esterilização, o congelamento, a desidratação e a radiação. No sexto mês, os estudantes realizarão um resumo de suas atividades junto ao coordenador e os dois professores orientadores do projeto, bem como apresentarão esses em sua própria escola, através do uso de pôsteres. A partir do sétimo mês até o décimo primeiro, os estudantes irão realizar palestras nas escolas públicas municipais, estaduais ou federais próximas a 6 km da escola de origem e os bolsistas júnior explicarão aos demais colegas dessas escolas, o fazer ciência, o significado de universidade, pesquisa e inovação. No décimo segundo mês, os estudantes serão avaliados quanto ao seu desempenho escolar, comparado ao período inicial e final da vigência do projeto. Bem como, haverá uma apresentação final dos ?cientistas mirins? (bolsistas de IC Júnior) dentro da própria escola de origem e o que esse projeto significou para suas vidas. Para encerrar este projeto, os estudantes visitarão participarão do FENTEC (evento desenvolvido no Colégio Cassiano), apresentando os trabalhos desenvolvidos na Universidade na área de Ciências e Microbiologia. 4.1. Relação Ensino, Pesquisa e Extensão O programa tem como meta estimular uma maior conexão entre universidade-sociedade, como previsto, tanto no Programa de Desenvolvimento Institucional (PDI), quanto no projeto didático-pedagógico do curso de Odontologia da UFPel (PPP-FO, Portaria 21/10/1941-Decreto número 8.082, em anexo) Portanto, este Programa objetiva integrar ações na extensão, ensino e pesquisa. Para isso, os acadêmicos do Colégio Cassiano e da UFPel, através de diferentes ações propostas neste projeto, poderão reforçar os conteúdos aprendidos em diferentes disciplinas existentes na grade curricular obrigatória, entre essas: Metodologia Científica, Histologia, Bioquímica, Microbiologia, Genética. Além disso, a presente proposta será executada com o apoio do Programa de Pós-graduação em Bioquímica e Bioprospecção e o de Odontologia, o qual possui nota CAPES conceito 6, onde será disponibilizado o Laboratório de Biologia Molecular e Cultivo, Laboratório de Microbiologia e o Centro de Desenvolvimento e Controle de Biomateriais da Faculdade de Odontologia, com o apoio de uma equipe multidisciplinar, qualificada, de diversos profissionais. Desta forma, teremos a promoção da qualificação da educação básica, onde professores orientadores e alunos poderão desenvolver projetos científico-pedagógicos de Ciências e aplicá-los em outras escolas. Esses trabalhos serão divulgados através da sua apresentação em eventos de Ciências, como feiras científicas e tecnológicas, e congressos da área e/ou revistas especializadas. Além disso, esses resultados mostrarão o impacto do Programa para a comunidade-alvo, o qual tem a proposta de servir de estímulo para a continuidade deste ao longo dos anos. Assim, todas as atividades previstas nesta proposta vão ao encontro do projeto político-pedagógico da educação no país, onde se estabelece que a formação do aluno não deve ser voltada simplesmente à avaliação do conhecimento técnico-científico que este adquire, mas também à formação das suas atitudes e condutas político-filosófico-pedagógicas. Portanto, o futuro profissional, hoje acadêmico, será o produto de uma universidade articulada com a educação básica e a sociedade, o qual deve ter perfil generalista, humanista, crítico e reflexivo, para atuar em todos os níveis profissionais, com base em preceitos éticos e no rigor técnico e científico, dirigindo sua atuação para a transformação da realidade em benefício da sociedade. 4.2. Avaliação Pelo Público Os estudantes responderão a questionários específicos, baseados na Escala Likert, verificando seus avanços, bem como os aspectos positivos e negativos do presente projeto. O coordenador pedagógico da escola de origem também irá avaliar o desempenho dos alunos selecionados antes, durante e após a vigência do projeto através de um questionário. 4.2.1.Pela Equipe A equipe de execução irá se reunir mensalmente para avaliar o andamento do Programa, bem como discutirá alternativas para aumentar a qualidade das ações desenvolvidas durante o Programa, aliadas ao processamento e interpretação dos resultados obtidos pelos questionários respondidos pelos estudantes selecionados e coordenação pedagógica da escola de origem. 5. Resultados Esperados: Espera-se que com este projeto piloto possa ser acendida uma centelha de luz aos alunos que forem despertados para o mundo cientifico e que através desse projeto piloto possa ser estreitada essa relação entre escola publica e Universidade.

Objetivo Geral

Objetivos Gerais:
Objetiva-se através deste projeto de forma geral incentivar o despertar para o universo científico de alunos de séries do ensino fundamental e médio da escola fundamental de ensino básico para a área de ciências. Bem como, despertar a paixão pela leitura científica e aproximá-los do convívio universitário.

Justificativa

A cidade de Pelotas possui em torno de 37.114 alunos matriculados no ensino fundamental, os quais estão distribuídos em 111 escolas públicas das redes estadual e municipal. Além disso, 10.685 alunos do ensino médio, matriculados e distribuídos em 21 escolas públicas das redes federal, estadual e municipal (MEC/INEP ? Censo Educacional 2012). Para uma educação contemporânea e eficiente, é preciso maior aproximação das universidades com as escolas da educação básica, ampliando a formação dos jovens estudantes e dando condições para que os professores que optaram pela licenciatura tenham as mesmas condições daqueles que optaram pelo bacharelado. Ao mesmo tempo, este tipo de proposta que aproxima as universidades das escolas, enriquece as instituições de ensino superior que não podem ensinar suas teorias sem olhar para o que acontece nas escolas. Entretanto, nota-se que a política de incentivo de aproximar estes estudantes e professores da educação básica com a universidade tem sido muito escassa ou praticamente inexistente. Desta forma, este projeto piloto vem ao encontro da mudança dessa realidade. Assim, com o apoio da ESCOLA ESTADUAL DE 1º E 2º GRAUS CASSIANO DO NASCIMENTO, executaremos esse projeto. Nesta escola, são assistidos um total de 1236 nos ensinos fundamental (521 alunos) e médio (715 alunos) mais 137 na educação profissional no curso de técnico em contabilidade. Destes alunos que frequentam o ensino fundamental e médio, todos recebem aulas de ciências no fundamental e Física, Química e Biologia no ensino Médio. A quantidade de alunos em cada sala de aula é varia de 25 a 30 alunos.
O interessante nas aulas de ciências nessa série é o lúdico, o contato, o manuseio. Infelizmente, por falta de motivação e incentivo dos professores, esses tipos de atividades não vêm sendo realizadas de forma satisfatória, apesar das aulas de ciências serem constantemente realizadas fora da sala de aula, no pátio, na rua.
Existem também alguns agravantes como a preparação do laboratório, sua limpeza, sua organização; e o professor acaba tendo pouco tempo para a
execução de aulas práticas. A área do laboratório é pequena, não comportando uma turma inteira e carece de materiais.
A escolha desta escola baseou-se no fato de que esta escola, localizada em zona urbana, é uma escola pública, de ensino fundamental e médio, que apresentou o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 3,9 para anos finais em 2011, ou seja, abaixo da média para a cidade de Pelotas que foi de 4,5 para 2011 e das médias estadual (Rio Grande do Sul) e nacional para 2011 que foi de 5,1. O Ideb foi criado pelo Inep/MEC e busca representar a qualidade da educação a partir da observação de dois aspectos: o fluxo (progressão ao longo dos anos) e o desenvolvimento dos alunos (aprendizado). Um dado interessante é que a escola ficou em segundo lugar no ranking das escolas públicas no Enem 2012, segundo o INEP.
A escola conta com uma estrutura de biblioteca, mesmo que pequena, possui grande acervo de livros didáticos e proporciona que os alunos tenham acesso aos mesmos; conta ainda com um laboratório de ciências, com alguns reagentes químicos e vidrarias e 3 microscópios, sendo realizadas poucas atividades práticas.
Quando em contato com a diretora da escola, existiu pronta receptividade à execução do projeto. Assim, espera-se estimular estes jovens cientistas ao cotidiano universitário, bem como fazer com que estes jovens e futuros cientistas e pesquisadores apresentem seus trabalhos à comunidade escolar próxima a sua escola.
O presente projeto tem como objetivo incentivar o despertar científico no campo das ciências de estudantes das séries iniciais da rede pública municipal de ensino fundamental da cidade de Pelotas, RS, Brasil, bem como aproximá-los ao cotidiano universitário, possibilitando a abertura de novos horizontes, os quais poderão ser, futuramente, almejados por estes alunos. Este projeto será executado pelo período de 1 ano, apresentando atividades semanais de 4 horas, sendo que no primeiro semestre de vigência este será realizado dentro do âmbito da Universidade Federal de Pelotas, em especial, dentro dos laboratórios de microbiologia, centro de desenvolvimento e controle de biomateriais e central de microscopia, todos localizados fisicamente dentro da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Pelotas. No segundo semestre de vigência deste projeto, os alunos selecionados além de desempenharem atividades na Universidade, apresentarão seus trabalhos executados para as escolas públicas localizadas próximas ao perímetro da escola base, ou seja, da Escola Estadual Cassiano do Nascimento. Isso será realizado no encerramento das atividades do projeto, quando os estudantes apresentarão seu trabalho na FENTEC (evento organizado na própria escola para a comunidade acadêmica). A FENTEC é uma feira voltada para a área técnica, mas é incentivada a participação dos alunos de ensino médio e fundamental, ocorre geralmente nos moldes de uma semana acadêmica no formato de palestras. Além disso, está programada uma visita guiada dos escolares à Embrapa Clima Temperado (CPACT).

Metodologia

Serão selecionados 6 alunos, sendo metade deles do sexto e sétimo ano do ensino fundamental e a outra metade do 1º e 3º ano do ensino médio. Esses alunos serão tutoriados diretamente por dois orientadores (professores) da própria escola. Termos outros membros da equipe que contribuirão na proposta, como discentes de pós-graduação (mestrando e doutorado), que também ministrarão aulas teórico-práticas de Microbiologia, e dois discentes de graduação (bolsistas de Iniciação Científica ? CNPq e FAPERGS), que auxiliarão no preparo dos materiais para as práticas de microbiologia, auxiliarão os alunos (bolsistas júnior) na execução de técnicas microbiológicas, atuando como monitores, e garantindo o uso adequado do laboratório, de acordo com as normas de biossegurança.
Em um primeiro momento, estudantes da graduação e pós-graduação da UFPel, que farão parte do projeto, serão capacitados em relação aos temas contemplados neste projeto para auxiliar os professores orientadores e alunos bolsistas-júnior do colégio Cassiano. Com o grupo, serão pensadas atividades teórico-práticas, utilizando meios de cultura e técnicas de microscopia, visualização da colonização microbiana ambiental, bem como a própria microbiota normal. Entre outras atividades, também serão avaliadas as formas de transmissão e prevenção de microrganismos e a importância destes para o meio ambiente, contextualizando-se os temas conforme a profissão e as atividades relacionadas a ela e de interesse geral e focado nas atualidades. A avaliação de conceitos e o levantamento da opinião dos participantes serão realizados a cada semestre através de questionários estruturados. Com a obtenção de tais dados, análises qualitativas e quantitativas serão realizadas com o objetivo de estabelecer novas estratégias e melhorias nas atividades.
Os candidatos à bolsa de Iniciação Científica júnior serão selecionados por critério de notas, bem como através de um questionário onde eles dissertarão sobre o interesse em participar. Os estudantes selecionados executarão um cronograma de atividades relacionadas a seguir num período de 1 ano, sendo que todas as atividades do primeiro semestre vigente deste ano serão executadas exclusivamente dentro dos laboratórios de Microbiologia (MICRO), Centro de Controle e Desenvolvimento de Biomateriais (CDC-Bio) e Central de Microscopia Eletrônica, todos localizados dentro da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Pelotas. As demais atividades semanais poderão ser realizadas dentro da própria escola e planejadas diretamente entre os tutores e o supervisor do projeto com a devida antecedência.
No primeiro mês, os estudantes receberão palestras dentro da Faculdade de Odontologia da Universidade para que eles tenham conhecimento do significado, estrutura e organização da instituição
Universidade e o que esta significa para a sociedade. Essas palestras serão seguidas por visitas supervisionadas para tornar esse processo mais dinâmico. Além disso, estes terão aulas ministradas pela equipe abordando as normas de Biossegurança no laboratório de Microbiologia e Boas práticas Laboratoriais e conceitos básicos da Microbiologia.
No segundo mês e terceiro mês, os cientistas mirins receberão abordagens mais específicas na área de Ciências e, mais especificamente, Microbiologia, terão conhecimento sobre as principais descobertas científicas do mundo moderno e serão realizadas visitas técnicas aos laboratórios dos pesquisadores/colaboradores que também compõem a equipe do nosso projeto, localizados na UFPel e na EMBRAPA-CPACT. Ademais, realizarão experimentos microbiológicos no Laboratório de Microbiologia da UFPel, tais como: análise da eficiência antimicrobiana da higienização das mãos; pesquisa da microbiota (residente e transitória) e da presença de bactérias no ambiente; estudo da transmissão bacteriana através do contato físico e semeadura bacteriana em meios de cultura. Os alunos serão orientados a analisarem os resultados das práticas realizadas anteriormente e executarem a técnica de coloração de Gram. Em seguida, terão uma explicação teórica sobre outros conteúdos relacionados às práticas, tais como meios de cultura e técnicas microbiológicas de identificação de microrganismos.
Para determinar a eficiência antimicrobiana da higienização das mãos, será utilizada uma placa de Petri contendo meio de cultura Ágar Nutriente (Difco®), dividida em três partes. O dedo polegar do aluno será pressionado por 30 segundos sob três diferentes condições: antes da lavagem das mãos; após a lavagem com água e sabão; e após a lavagem com água e sabão seguida de antissepsia com álcool 70%. O material será incubado a 37°C, durante 24 horas, e a eficiência da higienização será analisada pela verificação da presença de colônias bacterianas crescidas no meio de cultura.
A pesquisa da microbiota residente e transitória dos alunos e do ambiente será realizada através da coleta de amostras microbiológicas de várias partes do corpo - pele, unha, nariz, boca, etc. - utilizando haste com ponta de algodão (?swab?) umedecida em salina fisiológica esterilizada (NaCl 0,85%). O ?swab? será semeado por meio de estrias em meio de cultura Ágar Nutriente (Difco®). Após a incubação do material a 37°C, durante 24 horas, a microbiota residente e transitória, bem como bactérias do ambiente serão visualizadas e analisadas quanto à frequência e diversidade, verificação dos diferentes aspectos morfológicos (tamanho, forma, pigmentação) das colônias crescidas.
O estudo da transmissão bacteriana através do contato físico será realizado utilizando-se a bactéria Serratia marcescens, que se caracteriza pela pigmentação alaranjada da colônia e um gradiente de contaminação por meio de contato entre pessoas. Para isso serão selecionados os 6 alunos. O primeiro aluno pressionará, durante 10 segundos, o dedo indicador (protegido por luva de látex) no meio de cultura contendo a bactéria. Em seguida, este realizará um contato físico, durante 10 segundos com outro dedo indicador (também protegido por luva) de outro aluno. O mesmo procedimento ocorrerá para outros alunos voluntários até completar os contatos. Todos os dedos indicadores após o contato serão pressionados por 10 segundos em uma placa dividida em dez partes, contendo o meio de cultura Ágar Nutriente
(Difco®). A placa permanecerá em temperatura ambiente por 24 horas. O objetivo deste experimento será determinar até qual contato ocorreu crescimento bacteriano.
Os alunos também terão a oportunidade de realizar técnicas microbiológicas de semeadura e de compreender que os microrganismos são metabolicamente diferentes entre si, inoculando as bactérias Escherichia coli, Pseudomonas aeruginosa e Staphylococcus aureus, em dois tipos de meio de cultura (Ágar Nutriente e Ágar MacConkey, Difco®). Após incubação a 37°C, durante 24 horas, as placas serão analisadas quanto a cor das colônias crescidas, assim como a presença e ausência de crescimento em diferentes meios de cultura, indicando diferenças metabólicas no crescimento microbiano.
A técnica de coloração de Gram será realizada utilizando colônias bacterianas isoladas da microbiota dos alunos e da semeadura bacteriana e fúngica (Escherichia coli, Pseudomonas aeruginosa, Staphylococcus aureus e Candida albicans), permitindo a diferenciação entre Gram-positivos e Gram-negativos, visualização de diferentes formas (bastonetes e cocos) e arranjo (isoladas, cadeias, ?cacho de uvas?). Para isso, serão realizados esfregaços em lâmina de vidro seguida da coloração de Gram utilizando corantes específicos e observação em microscópico óptico comum com objetiva de imersão.
No quarto e quinto mês, os estudantes serão estimulados a visualizar o microscópio eletrônico de varredura, bem como serão adentrados nos benefícios e os malefícios dos microrganismos. Neste mês, será unido o conhecimento científico gerado na Universidade com aquele vivenciado no ensino fundamental e médio, e esta junção poderá alcançar mudanças de atitudes, por parte do público atingido, em prol do bem estar coletivo. As ações desenvolvidas serão executadas de acordo com a faixa etária do público alvo, em que professores, alunos bolsistas e educandos permutam informações, desenvolvendo assim uma relação de troca mútua, como se espera de atividades extensionistas, tornando o processo de aprendizagem mais motivador, tanto para crianças e adolescentes. As diversas atividades visarão a divulgação da Microbiologia e dos fenômenos (benéficos ou patogênicos) presentes na natureza pelo contato com bactérias, fungos e vírus e a importância do comportamento humano na manutenção de condições harmônicas ou não, frente à relação indelével que a humanidade mantém com microrganismos. Os alunos vão entender que também existem microrganismos que ajudam no equilíbrio do meio ambiente e de corpo.
Procurando aproximar o cotidiano dos alunos com o conhecimento cientifico serão abordados alguns tópicos e experimentos. Entre eles: - Provar a eficácia de desinfetantes e outros produtos que prometem acabar com os microrganismos - para isso serão cultivados microrganismos previamente em estufa a 37ºC por 24h. Serão coletadas alíquotas desses microrganismos que serão diluídos em solução salina (use um tubo de ensaio). Esta solução será espalhada em uma placa de Petri com Agar Saboraud dextrose. Com uma pinça, serão molhados filtros de papel no desinfetante ou no antisséptico bucal. Colocar-se-á o filtro no meio da placa contaminada por microrganismos. As placas então serão levadas para a estufa. Serão observados os halos de inibição criados em torno dos filtros e será discutido com os alunos esses resultados. - Perceber a necessidade de guardar bem os alimentos para que eles não se contaminem - serão realizados experimentos que abordem o tema bem como aulas expositivas. Serão preparadas massas com o amido de milho e um copo de água. Essas massas serão colocadas em copos descartáveis e estes serão dispostos: 1 aberto, em cima da pia do laboratório; 2 vedados com filme plástico sobre a pia; 3 é completado com óleo e o 4, com vinagre. O 5 é colocado na geladeira, sem cobertura. A temperatura alta, usada no cozimento do mingau, matou os microrganismos. Já o calor que ultrapassa os 30 graus Celsius deixa o ambiente propício para a proliferação de micróbios, que se depositam no mingau deixado ao ar livre. Os alunos serão estimulados a pensar no que aconteceu com cada copo. 1. É o que apresenta mais alteração, pois ficou na temperatura ambiente e sem proteção, exposto aos microrganismos. 2. Está menos estragado que o primeiro, porque o filme plástico impede que os micróbios se depositem sobre ele. 3. O óleo funciona como cobertura ou
embalagem, impedindo qualquer contato com o ar e, por consequência, com os micróbios. 4. A acidez do vinagre impede o aparecimento de microrganismos (é o princípio de preparação de algumas conservas). 5. As baixas temperaturas são as que mais retardam o aparecimento de fungos, por isso a geladeira é o melhor lugar para conservar alimentos. Serão pedidas pesquisas sobre técnicas antigas de conservação de alimentos como a salga e a defumação de carnes e as modernas, como a pasteurização, a esterilização, o congelamento, a desidratação e a radiação.
No sexto mês, os estudantes realizarão um resumo de suas atividades junto ao coordenador e os dois professores orientadores do projeto, bem como apresentarão esses em sua própria escola, através do uso de pôsteres.
A partir do sétimo mês até o décimo primeiro, os estudantes irão realizar palestras nas escolas públicas municipais, estaduais ou federais próximas a 6 km da escola de origem e os bolsistas júnior explicarão aos demais colegas dessas escolas, o fazer ciência, o significado de universidade, pesquisa e inovação.
No décimo segundo mês, os estudantes serão avaliados quanto ao seu desempenho escolar, comparado ao período inicial e final da vigência do projeto. Bem como, haverá uma apresentação final dos ?cientistas mirins? (bolsistas de IC Júnior) dentro da própria escola de origem e o que esse projeto significou para suas vidas. Para encerrar este projeto, os estudantes visitarão participarão do FENTEC (evento desenvolvido no Colégio Cassiano), apresentando os trabalhos desenvolvidos na Universidade na área de Ciências e Microbiologia.

Resultados Esperados

O programa tem como meta estimular uma maior conexão entre universidade-sociedade, como previsto, tanto no Programa de Desenvolvimento Institucional (PDI), quanto no projeto didático-pedagógico do curso de Odontologia da UFPel (PPP-FO, Portaria 21/10/1941-Decreto número 8.082, em anexo) Portanto, este Programa objetiva integrar ações na extensão, ensino e pesquisa.
Para isso, os acadêmicos do Colégio Cassiano e da UFPel, através de diferentes ações propostas neste projeto, poderão reforçar os conteúdos aprendidos em diferentes disciplinas existentes na grade curricular obrigatória, entre essas: Metodologia Científica, Histologia, Bioquímica, Microbiologia, Genética.
Além disso, a presente proposta será executada com o apoio do Programa de Pós-graduação em Bioquímica e Bioprospecção e o de Odontologia, o qual possui nota CAPES conceito 6, onde será disponibilizado o Laboratório de Biologia Molecular e Cultivo, Laboratório de Microbiologia e o Centro de Desenvolvimento e Controle de Biomateriais da Faculdade de Odontologia, com o apoio de uma equipe multidisciplinar, qualificada, de diversos profissionais. Desta forma, teremos a promoção da qualificação da educação básica, onde professores orientadores e alunos poderão desenvolver projetos científico-pedagógicos de Ciências e aplicá-los em outras escolas. Esses trabalhos serão divulgados através da sua apresentação em eventos de Ciências, como feiras científicas e tecnológicas,
e congressos da área e/ou revistas especializadas. Além disso, esses resultados mostrarão o impacto do Programa para a comunidade-alvo, o qual tem a proposta de servir de estímulo para a continuidade deste ao longo dos anos.
Assim, todas as atividades previstas nesta proposta vão ao encontro do projeto político-pedagógico da educação no país, onde se estabelece que a formação do aluno não deve ser voltada simplesmente à avaliação do conhecimento técnico-científico que este adquire, mas também à formação das suas atitudes e condutas político-filosófico-pedagógicas. Portanto, o futuro profissional, hoje acadêmico, será o produto de uma universidade articulada com a educação básica e a sociedade, o qual deve ter perfil generalista, humanista, crítico e reflexivo, para atuar em todos os níveis profissionais, com base em preceitos éticos e no rigor técnico e científico, dirigindo sua atuação para a transformação da realidade em benefício da sociedade.

Equipe do Projeto

NomeCH SemanalData inicialData final
DANIELA COELHO DOS SANTOS424/04/201616/12/2016
JULIANA LEITZKE SANTOS DE SOUZA424/04/201616/12/2016
LARA RODRIGUES SCHNEIDER424/04/201616/12/2016
LIZANGELA ROSA FERREIRA225/04/201516/12/2016
MARCO CÉSAR DE OLIVEIRA MENDES2
PATRICIA DA SILVA NASCENTE125/04/201516/12/2016
RAFAEL GUERRA LUND625/04/201516/12/2016
VICTORIA BURMANN DA SILVA GUIMARÃES2001/05/201516/12/2016

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