Nome do Projeto
O Pampa Negro: Arqueologia da Escravidão na Região Meridional do Rio Grande do Sul (1780-1888)
Ênfase
PESQUISA
Data inicial - Data final
01/09/2009 - 21/02/2016
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências Humanas - Arqueologia - Arqueologia Histórica
Resumo
No Brasil, são poucas as linhas regulares de pesquisa em Arqueologia da escravidão. Idiossincrasias e interesses da comunidade arqueológica à parte, tal constatação não deixa de ser perturbadora. Afinal, os escravos de origem africana compuseram, sobretudo durante o período Imperial, a maioria da população brasileira. É tanto mais perturbadora se se considera a crescente produção historiográfica nacional sobre escravidão. Valendo-se de fontes diversas – inventários e testamentos de senhores de escravos, processos criminais e de inquisição, registros de batismo e casamento, cartas de alforria, relatos e anúncios de jornais, narrativas de viajantes – historiadores esmiúçam uma variada gama de objetos: demografia, mecanismos de opressão e castigo, estratégias de resistência, práticas sociais e culturais, dentre outros. Mutadis mutandis, o Rio Grande do Sul confirma o cenário acadêmico nacional: em todo o Estado, não existe uma linha de pesquisa formal sobre Arqueologia da escravidão; contudo, como mostra o Guia Bibliográfico recentemente organizado por Regina Xavier (Xavier 2007), avultam, destacando-se por sua versatilidade temática e abrangência, os estudos historiográficos sobre a escravidão na região Sul do Brasil. Este projeto, assim, pretende instituir uma linha de pesquisa em Arqueologia da escravidão na região meridional do Rio Grande do Sul, mais especificamente, na cidade de Pelotas. Será desenvolvido no Laboratório de Ensino e Pesquisa em Antropologia e Arqueologia (LEPAARQ) da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). A meta é lançar os primeiros alicerces para estruturar estudos arqueológicos ulteriores. Erigir trabalhos basilares para entabular diálogos com as pesquisas historiográficas nacionais, locais e da região platina sobre a temática e que, ademais, se insiram nos quadros internacionais da Arqueologia da escravidão. Para tanto, realizar-se-á um levantamento exaustivo de fontes escritas, iconográficas e materiais, abundantes e parcialmente exploradas nos arquivos e sítios históricos de Pelotas e região. Por outra, tratar-se-á, num primeiro momento, de compulsar a documentação disponível em Pelotas, cidade onde se utilizou largamente, desde o final do século XVIII, mão-de-obra escrava de origem africana. As marcas do trabalho e das ações sociais dos escravos ainda se inscrevem na paisagem arqueológica contemporânea da cidade. Mapeá-las e entender os contextos sociais e culturais de atuação dos escravos na região Meridional do Rio Grande do Sul é o objetivo principal desse projeto.

Objetivo Geral

Objetivos Gerais
a) Lançar os primeiros trabalhos arqueológicos sobre a escravidão em Pelotas, visando a entender os contextos sociais e culturais das ações dos escravos;
b) A partir de fontes documentais e bibliográficas, mapear arqueologicamente a distribuição espacial das redes de propriedades em Pelotas, visando a entender a organização cultural e política da paisagem do mundo escravista local;
c) Iniciar, a partir dos primeiros resultados da pesquisa, diálogos com as historiografias nacional, local e platina sobre a escravidão, e, ademais, com as discussões internacionais em Arqueologia da escravidão.

Objetivos Específicos

a) Pesquisa em arquivos e nas fontes de época:
• Ler cronistas e naturalistas que escreveram sobre a região Meridional do Rio Grande do Sul, para compor banco de dados sobre as descrições das propriedades rurais e informações diversas sobre o mundo escravista;
• Elaborar banco de dados sobre as propriedades rurais de Pelotas, contemplando informações sobre os proprietários, escravos, trabalhadores livres, produção econômica anual, dieta alimentar, itens de cultura material etc;

b) Pesquisa de campo arqueológica:
• Realizar prospecções na rede de propriedades rurais de Pelotas, levantando dados arqueológicos, cartográficos e topográficos;
• Definir, a partir da pesquisa histórica e arqueológica, três propriedades para escavar: uma de pequeno porte, outra de porte médio e uma grande propriedade, visando a entender os diferentes modelos de escravidão empregados em cada uma delas;
• Elaborar banco de dados e curadoria dos itens de cultura material revelada pelas escavações.

Equipe do Projeto

NomeCH SemanalData inicialData final
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2
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2
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ALEXANDRE NUNES SILVEIRA LIMA JUNIOR1201/08/201431/07/2015
ANELIZE MOREIRA SANTANA1201/08/201331/07/2014
SUSANA DOS SANTOS DODE1201/08/201328/02/2014
SUSANA DOS SANTOS DODE1201/10/201231/07/2013
VICTÓRIA FERREIRA ULGUIM1201/03/201431/07/2014

Fontes Financiadoras

Sigla / NomeValorAdministrador
CAPESR$ 0,00

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