Nome do Projeto
Sistema GH/ IGF-I nas características metabólicas e eficiência produtiva de vacas de corte puras e oriundas de cruzamentos envolvendo as raças Angus, Hereford, Caracu e Nelore no sul do Brasil
Ênfase
PESQUISA
Data inicial - Data final
01/01/2011 - 01/01/2014
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências Agrárias - Zootecnia
Resumo
O Brasil possui o maior rebanho bovino do mundo, possuindo em torno de 179 milhões de cabeças, das quais aproximadamente 136 milhões são destinados à produção de carne (USDA, 2009), tendo como principal vantagem o fato de possuir grandes áreas de terras com baixo custo e clima favorável. Para que o Brasil se mantenha competitivo no mercado externo e possa buscar nichos de melhor remuneração é necessário atender às crescentes exigências dos mercados interno e externo, fazendo-se necessária a busca por animais que apresentem características de alto potencial produtivo, precocidade e eficiência reprodutiva, aliadas a uma alta capacidade de adaptação ao ambiente. O desafio é aumentar a produtividade do rebanho e atender as exigências do mercado consumidor de carne bovina, com produto de qualidade, com o inevitável aumento do número de cabeças do rebanho, mas buscando equilíbrio entre preservação ambiental e lucratividade do sistema. Vislumbrando estes animais mais produtivos e “competitivos”, foram introduzidos na pecuária vários programas de melhoramento animal, que são principalmente baseados na seleção e/ou cruzamentos. A utilização destes métodos resulta em melhor desempenho nas características de importância econômica, sendo possível produzir animais eficientes nos mais diferentes ambientes (ROSO e FRIES, 2000). Os baixos índices reprodutivos são considerados limitantes para a obtenção de um maior desfrute, e compromete a execução de um programa de seleção, devido a pouca disponibilidade de animais para reposição, nos rebanhos gerais (LOBATO, 1984). Quando se deseja aumentar os retornos econômicos do gado de cria, as características reprodutivas devem ser as primeiras a serem trabalhadas, de acordo com Grawunder & Mielitz Neto (1979). Existem características biológicas que podem ser adotados como critérios de avaliação e seleção por estarem diretamente ligadas a eficiência reprodutiva, entre elas, a idade ao primeiro parto e o intervalo entre partos, que combina num único valor, o intervalo entre o parto e o primeiro cio, o número e duração dos vários ciclos estrais até a concepção, e o tempo de gestação, sendo determinante do número total de bezerros desmamados e conseqüentemente vendidos (ALENCAR et al., 1984). No entanto, para avaliar de forma mais ampla essa eficiência reprodutiva, a habilidade materna como fator determinante no crescimento do bezerro deve também ser considerada. Para tal, uma alternativa é a fertilidade real (FR), que contabiliza simultaneamente a fertilidade e a produção de carne, expressa em quilos de bezerros desmamados por ano efetivo (LÔBO, 1996). A habilidade materna envolve dois aspectos primordiais: as relações materno-filiais, que são críticas nas primeiras horas após o parto, para a sobrevivência do bezerro e influenciam o desenvolvimento das crias até a desmama; e a produção de leite, que deve ser adequada ao crescimento do seu bezerro (CROMBERG e PARANHOS DA COSTA, 1997). O ganho de peso pré-desmame está relacionado ao potencial genético do bezerro e ao meio ambiente a que é submetido. Dos fatores ambientais, sem dúvida, o mais importante para o crescimento dos bezerros é a alimentação fornecida pela vaca na forma de leite, que é a única fonte de nutrientes do bezerro na fase inicial de sua vida. Todavia, a lactação é um estado dominante sobre outras atividades fisiológicas, fazendo com que a vaca priorize a produção de leite para o bezerro em relação à atividade reprodutiva (BAUMAN, 2000). O balanço energético negativo (BEN) no período de transição do final da gestação para o início da lactação é o principal fator determinante para o prolongamento do anestro pós-parto (BUTLER et al., 2003). A severidade do BEN pode estar relacionada à adaptabilidade da raça ao bioma, desta forma, possivelmente grupos genéticos mais adaptados às condições ambientais podem apresentar melhor performance produtiva. A ocorrência de BEN pós-parto é associada com uma elevada incidência de transtornos metabólicos determinados, principalmente, pelas drásticas mudanças na ingestão de matéria seca e pela transição da condição fisiológica da vaca, de gestante à lactante (GRUMMER, 1993). Outros fatores também contribuem para a ocorrência de BEN pós-parto como a alta demanda de glicose pelo feto e pela glândula mamária e a diminuição da sensibilidade à insulina nos tecidos periféricos no terço final da gestação (HOLTENIUS, 1993). A priorização da produção de leite imediatamente após o parto pode induzir à ocorrência de hipoglicemia pós-parto, o que costuma variar em função do grupo genético. Hormônios metabólicos, tais como hormônio do crescimento (GH), insulina e fator de crescimento semelhante à insulina tipo 1 (IGF-I) são importantes mediadores dos efeitos do balanço energético e estão diretamente relacionados com o restabelecimento da ciclicidade pós-parto (PORETSKY et al., 1999). A redução de receptores para GH no fígado (GHR) leva ao desacoplamento do eixo somatotrópico, onde o fígado permanece sem resposta ao GH e os processos dependentes do GH não são iniciados. Isso predispõe a vaca ao aparecimento de fígado gorduroso, Cetose e baixo nível de glicose no sangue. Também impede os mecanismos hepáticos para a partição dos nutrientes durante a fase inicial da lactação. A falha no aumento de GHR no pós-parto leva a níveis relativamente baixos de IGF-I, pois este último é produzido em resposta à ativação do GHR pelo GH, conseqüentemente temos níveis circulantes mais altos de GH (LUCY, 2003). O GH alto mantém a vaca em estado catabólico. Além disso, IGF-I e insulina atuam sinergicamente como reguladores da esteroidogênese e do crescimento folicular ovariano (BUTLER, 2003). Variações no perfil pós-parto desses hormônios podem ser indicativas para diferenças de adaptação entre indivíduos e grupos genéticos. Por outro lado, Pimentel et al. (2005), estudando a lactação de vacas de corte criadas extensivamente no Rio Grande do Sul, demonstraram que a produção de leite pode não ser um dos principais fatores limitantes sobre a fertilidade pós-parto. A produção e a qualidade do leite da vaca, por sua vez, são influenciadas por fatores ambientais, onde se destaca, principalmente, a alimentação e fatores genéticos (SENNA, 1996). A complexidade de fatores ambientais e genéticos envolvidos na eficiência produtiva de vacas de corte demanda que os estudos nessa linha de pesquisa sejam de longo prazo reunindo a expertise e os recursos de diversos grupos de pesquisa. Este projeto busca combinar os recursos da Embrapa Pecuária Sul, em termos de área experimental e ventres gerados num projeto nacional da Embrapa, “Estratégias genéticas para aumentar a eficiência de produção e a qualidade da carne de bovinos de corte no Brasil”, e a experiência de seus pesquisadores nos temas de genética e reprodução, com a habilidade de formação de recursos humanos para a pesquisa do Programa de Pós-Graduação em Zootecnia e do Núcleo de Pesquisa, Ensino e Extensão em Pecuária-NUPEEC da UFPel, bem como a capacidade de seus professores e a experiência na linha de pesquisa proposta. Essa associação permitirá formar futuros pesquisadores e desenvolver conhecimento que permita identificar genótipos mais adaptados as condições de criação no sul do Brasil e caracterizar os aspectos metabólicos, reprodutivos e maternos determinantes para desempenhos superiores.

Objetivo Geral

O objetivo geral do projeto é identificar genótipos mais adaptados à produção eficiente de bezerros em regime de pastejo na região sul do Brasil, utilizando a avaliação do sistema GH/ IGF-I e as características metabólicas de vacas de corte puras e oriundas de cruzamentos envolvendo as raças Angus, Hereford, Caracu e Nelore. Para tal serão avaliadas as concentrações séricas de metabólitos e hormônios de importância metabólico-reprodutiva e a expressão gênica de GHR e IGF-I no tecido hepático, relacionando estes aspectos a outras informações determinantes da habilidade materna e da eficiência reprodutiva de vacas de corte, de acordo com os seguintes objetivos específicos:

1)Avaliar as concentrações séricas de glicose, ácidos graxos não esterificados (AGNE’s), Beta hidróxi-butirato (BHB), uréia, insulina, IGF-I e Progesterona durante o período de transição de vacas de corte de diferentes genótipos puros e cruzados.

2) Avaliar a expressão gênica de GHR e IGF-I no tecido hepático durante o período de transição de vacas de corte de diferentes genótipos puros e cruzados.

3)Relacionar a expressão gênica de GHR e IGF-I no tecido hepático e as concentrações séricas de glicose, ácidos graxos não esterificados (AGNE’s), Beta hidróxi-buirato (BHB), uréia, insulina, IGF-I e Progesterona durante o período de transição, as seguintes informações: Produção de leite, constituintes do leite, idade ao primeiro parto, intervalo entre partos, produção de kg de bezerro, produção de kg de bezerro/ kg de vaca, fertilidade real, peso e a condição corporal de vacas de corte de diferentes genótipos puros e cruzados.

Equipe do Projeto

NomeCH SemanalData inicialData final
3
5
5
5
5
5
5
10
10
30

Fontes Financiadoras

Sigla / NomeValorAdministrador
CAPESR$ 25.000,00

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