Nome do Projeto
Conhecimento linguístico e comportamento verbal: aproximações e distanciamentos nas obras de N. Chomsky e B. F. Skinner
Ênfase
PESQUISA
Data inicial - Data final
01/12/2013 - 01/12/2016
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Linguística, Letras e Artes - Linguística
Resumo
Na década de 1950, na contramão das pesquisas comportamentais, as quais destacavam o papel do ambiente, os estudos cognitivistas estavam em pleno vigor, perseguindo a ideia da existência de um componente mental a mediar os estímulos ambientais (input) e os comportamentos (outputs). Na área dos estudos da linguagem, é Noam Chomsky quem lidera uma grande reviravolta contra o paradigma comportamental. Em 1959, Chomsky publica uma resenha do livro “Comportamento Verbal” de B. F. Skinner, contestando seu modelo de explicação sobre a linguagem humana, baseado exclusivamente em aprendizado. Quase sessenta anos se passaram depois da publicação da resenha e, nesse espaço de tempo, a teoria linguística sofreu inúmeras transformações, tornando-se relevante uma revisão da obra de B. F. Skinner, bem como da resenha de Chomsky, à luz dos estudos linguísticos atuais. Alguns autores se debruçam sobre esse confronto, porém, em sua maioria, são psicólogos comportamentalistas que tentam buscar evidências para mostrar pontos de relevância na obra de Skinner; da parte dos estudos linguísticos, faltam trabalhos que atualizem a antiga problemática. É esta lacuna a principal justificativa do presente projeto. Como objetivo geral, buscamos retomar o debate sobre a natureza da linguagem por meio de uma revisão das duas obras, da sua crítica, e da análise de dados (linguísticos e de interações verbais). Para além da análise teórica, pretendemos esboçar um panorama histórico desse que constitui um dos momentos fundamentais da ciência da linguagem.

Objetivo Geral

Como objetivo geral, buscamos retomar o debate sobre a natureza da linguagem através da discussão das duas correntes que se confrontaram nos anos de 1950. Tendo em vista o desenvolvimento dos estudos linguísticos após esse confronto, buscamos analisar pontos de conciliação entre a teoria comportamentalista e modelos linguísticos elaborados a partir do gerativismo. Nesse aspecto, nossa intenção não é confirmar o status de “vencedores” ou “perdedores” do referido debate; é, antes, explorar novos sentidos para aquele recorte da história da linguística, vislumbrando caminhos para pesquisa.
A fim de atingirmos esse objetivo, é necessário traçarmos algumas metas, quais sejam:
(1) identificar nos discursos dos autores as concepções de cientificidade subjacentes às suas propostas e às respectivas correntes de estudo;
(2) definir os reais objetivos e pontos de partida de cada autor, bem como seus métodos;
(3) traçar e analisar possíveis correspondências entre as definições operacionais nos dois modelos;
(4) refletir sobre o antagonismo entre modelos cognitivos, que pressupõem representações mentais, e modelos interacionistas, que partem da primazia do ambiente;
(5) analisar os desenvolvimentos da teoria gerativa e buscar em dados linguísticos, nomeadamente na sua complexidade e na pobreza de estímulos, base para a discussão acerca da importância do componente mental para o desenvolvimento do conhecimento linguístico;
(6) traçar os desenvolvimentos da teoria linguística no que diz respeito ao fortalecimento dos modelos funcionalistas e sociolinguísticos, e a partir daí, estabelecer um diálogo com a obra de Skinner;
(7) elencar comportamentos linguísticos culturalmente aprendidos a fim de medir a importância e o papel do ambiente no uso da linguagem;
(8) reconstituir e refletir criticamente sobre o panorama histórico em que se deu o embate entre Chomsky e Skinner, refletindo acerca do que propiciou a mudança de paradigma e sobre os desdobramentos para a teoria linguística.

Equipe do Projeto

NomeCH SemanalData inicialData final
LUÍZA FUNCK TESSELE1201/08/201431/07/2015

Página gerada em 29/03/2024 06:27:36 (consulta levou 0.036592s)