Nome do Projeto
HOLOCAUSTO BRASILEIRO A História da Loucura de Michel Foucault e as ressonâncias no maior hospício do Brasil
Ênfase
PESQUISA
Data inicial - Data final
02/05/2016 - 20/12/2019
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências Humanas - Educação - Filosofia da Educação
Resumo
O conceito de loucura é um dos trabalhados por Foucault em muitos dos seus livros e cursos, assim como objeto de discussão que permeia entrevistas, artigos e demais publicações. A própria tese de doutoramento Historie de la folie à l’âge classique, publicada em 1961 trata da loucura como uma produção histórica. Logo, a loucura não existe em si, ela é um objeto de percepção produzido por práticas sociais. Aqui, cabe apontar, em linhas gerais, a discussão acerca da loucura ao longo dos anos. Em fins do século XIV e meados do século XVI, o Renascimento expusera a loucura à luz. A partir da filosofia, da literatura e da pintura, a loucura é reflexo da consciência cósmico-trágica que se expressa no mundo. A experiência da loucura assume a forma da sátira moral visível, por exemplo, na pintura de Bosch intitulada A nave dos loucos. Temos, então, a representação simbólica do banimento e da peregrinação do louco em busca da razão. Na Era Clássica (1650-1800) a loucura é reduzida ao silêncio. Antigos leprosários abandonados eram utilizados para uma nova finalidade: o confinamento – prática que corresponde mais exatamente à loucura experimentada como desrazão, ou seja, o esvaziamento da razão. Em 1656, um decreto fundou o Hospital Geral em Paris, neste momento um em cada cem parisienses estava confinado – o louco junto ao pobre e ao criminoso. Em poucas palavras, o confinamento tinha mais a ver com o problema econômico do desemprego, da inatividade e da mendicância, em síntese, da moralidade burguesa. A medicina da época percebia a loucura como um movimento excessivo de paixões perigosas. Por isso, tratamentos eram dirigidos ao corpo da pessoa dita insana, bem como à sua imaginação – músicas, corridas, viagens, imersão em água gelada, purificação com elementos de limpeza e com comidas com aspecto de lavagens – aliviavam espíritos febris. No final do século XVIII reformadores psiquiátricos passaram a considerar as medidas punitivas como tratamentos maléficos. Os loucos foram fisicamente liberados e submetidos a um discurso moral, educacional e psiquiátrico. Mas, de fato, eles passaram a ser menos livres, até suas mentes estavam sujeitas a tratamentos. Na Modernidade, a loucura aparece como doença mental. A partir de 1900, muito em função dos estudos de Freud, aboliu-se o regime de silêncio e fez-se o louco falar, mas também se desenvolveu a estrutura que inclui o personagem médico, como onipotente e quase divino.

Objetivo Geral

Objetivo Geral: Demonstrar que a loucura não existe em si, é um construto histórico, objeto de percepção produzido por práticas sociais mutáveis, ao longo da história.

Objetivos específicos
* Explicitar o conceito utilizado por Foucault sobretudo na tese de doutoramento Historie de la folie à l’âge classique, publicada em 1961;
* Contextualizar essa acepção no conjunto do pensamento político do Autor;
* Verificar as possíveis relações do pensamento de Foucault com o caso do Colônia, maior hospício do Brasil, situado na cidade mineira de Barbacena.

Equipe do Projeto

NomeCH SemanalData inicialData final
FLÁVIA FERREIRA TRINDADE402/05/201620/12/2019
IEDINARA MATOS GUERREIRO1201/04/201931/07/2019
MONIQUE NAVARRO SOUZA402/05/201620/12/2019
MONIQUE NAVARRO SOUZA1201/08/201731/07/2018

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