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20/02/2018 - 20/01/2020

Ciências Agrárias - Medicina Veterinária - Patologia Animal

Os peixes-rei do gênero Odontesthes são aterinídios comuns na América do Sul estudados e empregados com relativo sucesso na aquicultura de países como Argentina, Bolívia e Japão. O Odontesthes bonariensis trata-se de uma espécie dulce-aquícola, eurihalina e euritérmica de elevada importância comercial devido a alta qualidade de sua carne, e sua valorização na pesca extrativista e desportiva. Enquanto o Odontesthes argentinensis configura uma espécie marinha que distribui-se na região costeira do Atlântico Sul desde o sul do Brasil até a Argentina. Esta espécie apresenta duas populações, uma residente no estuário da Lagoa dos Patos e outra na zona inter-mareal da praia do Cassino. (Grosman, 2002; Sampaio e Piedras, 2010). No Rio Grande do Sul o peixe-rei distribui-se naturalmente desde o norte do Estado, na Lagoa Itapeva, em todo o litoral, estendendo-se até a Fronteira Sul. Essa região possui grandes reservas de água doce compostas pelas Lagoas dos Patos, Mirim e Mangueira, que podem ser somadas a milhares de hectares de terra irrigáveis e a um grande número de açudes, ambos aptos para a produção de peixes (Grosman, 2002). Nesta mesma região, a prática de monoculturas como o arroz, a soja, o fumo e a aveia promovem a descaracterização e degradação ambiental provenientes de ações deletérias promovidas em grande parte pela utilização de agrotóxicos, como o Roundup®, os quais poluem os corpos d’água adjacentes às plantações (Salbego, 2010). Considerando-se que no Brasil a aquicultura ainda é uma atividade complementar à agricultura, muitos dos tanques usados para a criação intensiva de peixes se encontram próximos ou dentro das áreas de cultivo agrícola, submetendo àquelas espécies do ecossistema a exposições tidas como prejudiciais à saúde e fisiologia dos organismos ali envolvidos.