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15/05/2018 - 28/02/2019

Ciências da Saúde - Saúde Coletiva

Os indicadores nutricionais de déficit de estatura e sobrepeso são destacados nos objetivos globais de nutrição, estabelecidos em 2012 na Assembleia Mundial da Saúde. A meta número um consiste na diminuição de 40% no número de crianças com déficit de estatura até o ano de 2025, enquanto a meta número quatro destaca uma manutenção ou diminuição das prevalências de sobrepeso (WHO, 2014b). Além disso, o objetivo número dois de desenvolvimento sustentável das Nações Unidas (acabar com a fome, atingir a segurança alimentar, melhorar a nutrição e promover uma agricultura sustentável) abrange a meta de acabar com todas as formas de má nutrição, incluindo o déficit de estatura e o sobrepeso em crianças menores de cinco anos, até o ano de 2030. Nesse contexto, destaca-se que o padrão de transição nutricional em países de renda baixa e média, com a persistência de altas prevalências de déficit de estatura em conjunto com o aumento da prevalência de sobrepeso, gera um grande desafio no planejamento de intervenções populacionais que possam contribuir para que as metas e objetivos globais sejam alcançados (BLACK et al., 2013 ; DE ONIS; BRANCA, 2016). Assim, o estudo das prevalências de déficit de estatura e de sobrepeso - e como elas se relacionam - é importante para a compreensão da transição nutricional de países de renda baixa e média para a discussão de potenciais políticas públicas. Dependendo do modo em que o déficit de estatura e o sobrepeso se associam, é possível que países, bem como grupos específicos dentro de cada país, possam apresentar diferentes estágios de transição nutricional, podendo incluir também um cenário de dupla carga de má nutrição. Por fim, destaca-se que ambos os indicadores nutricionais são claramente influenciados por fatores socioeconômicos. Desse modo, é importante que seja explorado o quanto a correlação destes e a presença de dupla carga de má nutrição também variam de acordo com fatores socioeconômicos dentro de cada país. Nesse sentido, análises estratificadas por nível socioeconômico podem identificar padrões que não são observados nas estimativas nacionais e que permitem a identificação dos grupos que necessitam de intervenções direcionadas.