Nome do Projeto
A racionalidade ético-comunicativa e as interações mediadas linguisticamente frente à questão do sujeito pronominal em uma sociedade secular: reconhecimento e justiça
Ênfase
PESQUISA
Data inicial - Data final
01/07/2019 - 02/03/2020
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências Humanas - Filosofia - Ética
Resumo
A teoria do agir comunicativo habermasiana salienta a força ilocucionária dos atos de fala, assegurando ao sujeito um papel primordial. A relação intersubjetiva intercala ego e alter, isto é, o diálogo pressupõe a alternância de papeis entre sujeitos coautores da primeira e da segunda pessoa (singular ou plural). Todavia, quando se trata da terceira pessoa, há uma suposta impessoalidade ou imparcialidade. No nível gramatical, a terceira pessoa indica um sujeito não presente ou, então, aparentemente sem qualquer intervenção direta. Contudo, as exigências pragmático-comunicativas presumem um tratamento pronominal a qualquer sujeito, de forma a reconhecer tanto o falante (singular ou plural = eu ou nós) quanto o ouvinte (singular ou plural = tu ou vós) o status de sujeito coautor, sem, no entanto, ignorar as terceiras pessoas. Daí, a proposta de averiguar como é possível levar em conta todos os pronomes pessoais no mesmo nível, sem, todavia, reduzir a perspectiva do pronome pessoal na terceira pessoa (singular ou plural) ele e/ou eles à esfera da imparcialidade. A impessoalidade pode caracterizar uma relação meramente objetual e, em razão disso, reforçando o aspecto instrumental do agir. Essa seria a questão central do estudo. O apoio para o reposicionamento retoma a tradição latina através, por exemplo, da designação res, comumente traduzida como “coisa”, mas que, numa releitura, assume a forma de sujeito concernido. Desse modo, na referência pronominal das terceiras pessoas, haveria a possibilidade de identificar não apenas um sujeito que não se resume a “bens inertes”, mas reconheça também sujeitos enquanto “entes de direito”. Outra referência está em Jean-Marc Ferry, quando ressalta a potencialidade da experiência comunicativa, especialmente no que concerne a sujeito e ao verbo.

Objetivo Geral

Considerando a temática proposta, a pesquisa a ser realizada durante o estágio pós-doutoral será pautada pelos seguintes objetivos:
- examinar, através de uma revisão exaustiva das obras de Habermas, o uso que ele faz dos sujeitos pronominais, enquanto componente essencial dos atos de fala, cuja estrutura presume o abandono da perspectiva da terceira pessoa para assumir o papel de primeira pessoa (ego) numa relação interpessoal com outro sujeito coautor;
- estudar como a Teoria do Agir Comunicativo reconfigura a constante alternância entre as posições dos sujeitos coautores enquanto primeira e segunda pessoa (seja no singular ou no plural);
- explicitar até que ponto, na teoria do agir comunicativo, a “ausência” do pronome pessoal das terceiras pessoas (singular e plural) – neutro, portanto – pode simplesmente ser encarado na sua absoluta imparcialidade;
- comprovar se é possível um tratamento pronominal a “todas as pessoas gramaticais”, de modo nenhum dos pronomes pessoais possa ser concebido e/ou julgado como imparcial ou desinteressado;
- discutir a relação entre sujeitos coautores enquanto “entes de direitos” e sujeitos vinculados a uma dimensão moral, tanto em vista aos humanos, como aos não humanos e, inclusive, a biosfera em geral.

Equipe do Projeto

NomeCH SemanalData inicialData final
CARLINE SCHRODER AREND101/07/201630/06/2019
ELBIO GERARDO SILVEIRA RAMOS101/07/201630/06/2019
MARIA DA GRAÇA SOUZA101/07/201630/06/2019
Maiza de Souza Ferreira1201/09/201831/07/2019
ÁDRIA FERREIRA TEIXEIRA1201/08/201831/08/2018

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