Nome do Projeto
Serviço de Psicologia da Infância e da Adolescência
Ênfase
Extensão
Data inicial - Data final
03/04/2017 - 02/04/2021
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências Humanas
Eixo Temático (Principal - Afim)
Saúde / Saúde
Linha de Extensão
Saúde humana
Resumo
A infância e a adolescência são consideradas como um período crítico no ciclo vital, que envolve diferentes alterações e mudanças fisiológicas, psicológicas e comportamentais (Reinherz et al., 2003). Na adolescência, a probabilidade da incidência de transtornos mentais é mais elevada devido a estas mudanças. Estudos no Brasil identificaram prevalências de problemas de saúde mental em indivíduos com idades entre cinco e catorze anos variando entre 7,0% (IC95% 2,3-11,8) (Goodman et al., 2005) e 12,7% (IC95% 9,8 –15,5) (Fleitlich-Bilyk e Goodman, 2004). Em Pelotas, a prevalência geral de transtornos mentais entre adolescentes aos 11/12 anos pertencentes a uma coorte de nascimentos foi de 10,8% (IC95% 7,1-14,5) (Anselmi et al., 2010) e a prevalência de qualquer transtorno mental aos 6 anos foi de 13,2% (IC95% 12,2-14,4). Os transtornos de ansiedade de separação (3,2%) e de fobia específica (5,4%) foram os mais prevalentes. A OMS destaca a carência de recursos para a pesquisa e serviços de saúde mental em países de baixa e média renda, como o Brasil. Na cidade de Pelotas, existe uma carência de serviços de saúde mental voltados a infância e adolescência. Portanto, este projeto pretende colaborar para práticas de prevenção, promoção e recuperação da saúde mental para o público infanto-juvenil. Diferentes práticas relacionadas ao serviço de saúde serão desenvolvidas, incluindo assuntos relacionados a gestão e organização de serviços de saúde, bem como a avaliação e a intervenção em saúde mental.

Objetivo Geral

Realizar atividades de avaliação neuropsicológica e práticas de prevenção, promoção e recuperação da saúde mental, com ênfase nos transtornos depressivos leves e moderados sem ideação suicida e transtornos de ansiedade, de crianças em idade escolar (6 a 9 anos) e adolescentes (10 a 19 anos).

Justificativa

A literatura internacional apresenta fortes evidências da importância da infância e adolescência para o adequado desenvolvimento das capacidades e habilidades emocionais, cognitivas e de saúde mental em geral. Os fatores de risco e de promoção de saúde são complexos e incluem determinantes biológicos, socioeconômicos, ambientais, do acesso e qualidade dos serviços de saúde, entre outras características. Especificamente em relação ao público infanto-juvenil, práticas parentais adequadas estão associadas com melhor desenvolvimento cognitivo e de saúde mental em crianças e adolescentes. Soma-se a isto o fato de que as crianças que possuem melhor desenvolvimento destas características tendem a estabelecer relações sociais de maior qualidade, menor tendência a comportamentos agressivos ou de risco à saúde, menor ocorrência de problemas de saúde mental, maior capacidade cognitiva em longo prazo e melhor capital humano.
Avanços no desenvolvimento, adaptação e validação de instrumentos diagnósticos e neuropsicológicos são frequentes no Brasil, por outro lado, a prática e a investigação da eficácia de intervenções breves, sistemáticas e estruturadas com foco na reabilitação neuropsicológica, cognitiva e comportamental ainda é incipiente. O profissional de psicologia necessita, entre outras habilidades, formação adequada para a intervenção em relação aos transtornos mentais e déficits neurocognitivos da população, seja na clínica privada, no Sistema Único de Saúde (SUS) ou no Sistema de Assistência Social (SUAS). Portanto, uma sólida formação na prática em saúde é prerrogativa básica para a formação de Psicólogos.
As atividades propostas serão desenvolvidas com o objetivo de formar Psicólogos com um olhar crítico, reflexivo e com capacidade para atender demandas sociais e criar soluções relacionadas à sua prática profissional. As propostas de trabalho seguirão elevados padrões técnicos e normas éticas que garantam a adequada relação de cada acadêmico e profissional com seus pares e com a sociedade como um todo. Estas atividades poderão estar sujeitas a mudanças dependendo das necessidades, eventualidades e pactuação com outros professores e acadêmicos.

Metodologia

As atividades serão desenvolvidas no ambulatório de neurodesenvolvimento da UFPEL de acordo com a disponibilidade e apoio institucional de espaço físico e estrutura de pessoal adequada às necessidades da população-alvo e dos acadêmicos e profissionais envolvidos. Os acadêmicos dos cursos de graduação em Psicologia serão convidados a participar do projeto.

A ação de extensão será o Serviço de Psicologia que será oferecido a comunidade. Neste serviço serão oferecidas diferentes ações, descritas separadamente como atividades de ensino, uma vez que o serviço será prestado por acadêmicos da UFPEL porém com o objetivo de atender a comunidade. A atividade fim é a prestação de serviços à comunidade. Para que o serviço será oferecido é necessário que os estudantes sejam orientados para lidar com as diferentes ações que compõe um serviço de saúde, conforme as ações específicas de ensino descritas no projeto.

As ações mencionadas no projeto como de ensino beneficiarão a comunidade e serão realizadas pela comunidade acadêmica, portanto, foram caracterizadas como atividades de graduação, mas a população-alvo da ação será a comunidade.

As práticas na organização do fluxo e gestão dos atendimentos serão realizadas por acadêmicos do curso de psicologia que demonstrem habilidades necessárias para a ação, independente do semestre ao qual estão matriculas. A entrevista e seleção garantirá a seleção de estudantes com as características necessárias para a participação nesta ação.

O acolhimento inicial poderá ser realizado por acadêmicos do curso de psicologia que já tenham cursado integralmente todas as disciplinas entre o primeiro e o quinto semestre do curso e que demonstrem, a partir de entrevistas com os professores coordenadores, colaboradores e servidores associados ao projeto, adequado conhecimento e formação ético-profissional.

A avaliação e o atendimento psicológico serão realizados por acadêmicos do 9º e 10º semestres do curso de Psicologia (componente de ensino).

As atividades de prevenção e promoção de saúde poderão incluir acadêmicos entre o 5º e 10º semestre do curso, desde que demonstrem adequado conhecimento e formação ético-profissional, conforme mencionado anteriormente.

Serão priorizadas atividades de prevenção, promoção e recuperação em saúde mental com grupos, estruturadas e focalizadas e com curta duração.

Devido à capacidade de estrutura física e de pessoal serão priorizadas práticas de prevenção, promoção e recuperação de transtornos depressivos leves e moderados sem ideação suicida e transtornos de ansiedade.

Indivíduos identificados com transtornos do neurodesenvolvimento (deficiência intelectual, atraso global do desenvolvimento, transtornos da comunicação, do espectro autista, da aprendizagem, motores e de déficit de atenção e hiperatividade), transtornos do espectro esquizofrênico e/ou psicóticos, transtorno bipolar, transtornos relacionados a trauma e estressores, transtornos dissociativos, transtornos de sintomas somáticos, transtornos alimentares, transtornos de eliminação, transtornos do sono e vigília, transtornos disruptivos, do controle de impulsos e condutas e transtornos relacionados ao uso e abuso de substâncias serão encaminhados aos serviços da rede de saúde mental.

Indicadores, Metas e Resultados

1. INDICADORES
1.1. Perfil dos usuários dos serviços (características demográficas e socioeconômicas, comportamentais e de saúde em geral).
1.2. Perfil dos familiares dos usuários dos serviços (características demográficas e socioeconômicas, comportamentais e de saúde em geral).
1.3. Perfil da saúde mental dos indivíduos e seus familiares que foram avaliados no serviço (prevalência de transtornos mentais identificados, comorbidades e funcionamento cognitivo, quando aplicável).
1.4. Perfil e características relacionadas ao funcionamento do serviço (número de atendimentos, tempo médio de espera por atendimento, tempo médio das práticas de avaliação e recuperação da saúde mental, principais práticas desenvolvidas, modalidades de atendimento [individual ou grupo]).

2. METAS E RESULTADOS ESPERADOS
2.1. Envolver cerca de 30 acadêmicos do curso de psicologia no primeiro ano.
2.2. Desenvolver e consolidar a integração entre as atividades acadêmicas de ensino, pesquisa e extensão no curso de psicologia relacionadas a avaliação e práticas em psicologia.
2.3. Acolher, avaliar, encaminhar, orientar e atender cerca de 100 indivíduos no primeiro ano.
2.4. Realizar práticas de prevenção, promoção e recuperação da saúde mental com cinco grupos no primeiro ano.
2.5. Realizar aumento anual da oferta de atividades de prevenção, promoção e recuperação da saúde mental de acordo com a estrutura física e de pessoal disponível.
2.6 Priorizar práticas em grupos.

Equipe do Projeto

NomeCH SemanalData inicialData final
ANTONIEL SAMPAIO FERREIRA
BARBARA PEREIRA TERRES
BEATRIZ DE ABREU OSÓRIO
CAREN CARARO TEIXEIRA
GABRIELA MONTEIRO SAEZ
JESSICA BELO MORALES
JULIANA ROPKE DUARTE
LARISSA DA SILVEIRA SOARES
LAURA BEATRIZ DIAS ESTRADA
LAURA BEATRIZ DIAS ESTRADA
LEILA DA SILVA RODRIGUES
LINCOLN LEAL RIBEIRO
LUCAS GONÇALVES DE OLIVEIRA
LUCAS GONÇALVES DE OLIVEIRA
LUÍSE MACHADO DA SILVA ZANETTE DE OLIVEIRA
MARIANA GOUVÊA SILVEIRA
MARIANA PEREIRA DE BRITTO
MATEUS LUZ LEVANDOWSKI2
MAÍNA BAEZ MARQUES VIEIRA
NICOLLY DOMINGUES FERNANDES
PAULA GONÇALVES MOREIRA
RAISSA ALEXSANDRA PEREIRA AMARAL
STEPHANIE DUARTE BRESOLIN
TATIÉLE SCHNEIDER
TIAGO NEUENFELD MUNHOZ2
VANESSA DE ARAUJO MARQUES2
YANCA DE OLIVEIRA BARCELLOS
ÉRICA PEREIRA MARTINS PAGANI

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