Nome do Projeto
Fundamentos sobre Trabalho, Precarização e Saúde Mental no Brasil
Ênfase
Ensino
Data inicial - Data final
15/09/2025 - 08/11/2025
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências da Saúde
Resumo
O projeto de ensino “Fundamentos sobre Trabalho, Precarização e Saúde Mental no Brasil” tem como objetivo oferecer subsídios teórico-críticos para a compreensão das inter-relações entre as transformações recentes do mundo do trabalho, a intensificação da precarização e seus impactos sobre a saúde mental dos trabalhadores e trabalhadoras no país. Partindo de teorias críticas que perpassam a Psicologia Social e a Sociologia do Trabalho, e com destaque para o conceito de superexploração, discute-se como a inserção periférica do Brasil no capitalismo global engendra condições laborais caracterizadas por longas jornadas, intensificação do esforço produtivo e remunerações insuficientes para a reprodução da força de trabalho. Esse fenômeno, que se expressa de modo evidente na recente onda de plataformização do trabalho, representa a atualização de formas históricas de exploração. Sob a retórica do empreendedorismo individual e da autonomia, essa transformação laboral mais recente, na prática, mantém mecanismos de subordinação mediados por algoritmos e dispositivos digitais de controle. Tais características estão no bojo de condições de trabalho que contribuem diretamente para o sofrimento e desgaste mental, conforme indicam as formulações de Laurell e Noriega sobre desgaste, entendido como perda progressiva de capacidades biológicas e psíquicas, e de Seligmann-Silva, que destaca o consumo dos potenciais psíquicos do trabalhador pelo processo laboral. Articuladamente, a psicodinâmica do trabalho de Dejours permite compreender como o sofrimento emerge quando as possibilidades de mediação subjetiva frente às exigências da organização do trabalho se esgotam, abrindo caminho para a manifestação de sintomas físicos e psíquicos que podem evoluir para quadros de adoecimento. Assim, o curso propõe um espaço de reflexão crítica, integrando fundamentos teóricos das ciências humanas e da saúde para o debate sobre trabalho e saúde mental, contribuindo para a formação crítica de estudantes e para a defesa de condições dignas e saudáveis de trabalho no Brasil contemporâneo, em consonância com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.

Objetivo Geral

Propiciar aos participantes a compreensão crítica das relações entre trabalho, precarização e saúde mental no Brasil, a partir de fundamentos teóricos das ciências humanas e da saúde. Busca-se analisar como diferentes formas de organização do trabalho — em especial fenômenos recentes vinculados ao universo informacional-digital — impactam no sofrimento, no desgaste e nos processos de adoecimento psíquico. Dessa forma, pretende-se contribuir para a formação de profissionais capazes de articular saberes sobre saúde e trabalho na promoção de condições laborais mais dignas e saudáveis.

Justificativa

As transformações recentes no mundo do trabalho, em especial o avanço da plataformização e de formas cada vez mais flexíveis e desregulamentadas de ocupação, têm aprofundado a precarização laboral no Brasil. Tais mudanças repercutem diretamente na saúde dos trabalhadores e trabalhadoras, expressando-se em sofrimento, desgaste e diferentes formas de adoecimento psíquico que afetam a vida individual e coletiva. No campo da Psicologia, torna-se urgente formar profissionais capazes de compreender criticamente a relação entre organização do trabalho e saúde mental, reconhecendo o trabalho como determinante social da saúde e como espaço central de produção de subjetividades. A relevância social do tema se reforça diante do crescimento de adoecimentos relacionados ao trabalho e da carência de políticas públicas efetivas para lidar com as novas formas de exploração, o que exige profissionais preparados para atuar de modo crítico e comprometido com a defesa de condições dignas de vida e trabalho. Assim, o projeto justifica-se pela necessidade de articular teoria e prática no processo formativo, oferecendo aos estudantes subsídios para analisar fenômenos contemporâneos que atravessam a realidade brasileira, ao mesmo tempo em que promove reflexões alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, em especial aqueles voltados ao trabalho decente, à saúde e ao bem-estar.

Metodologia

A metodologia proposta baseia-se na realização de leituras dirigidas, orientadas por textos fundamentais que abordam as relações entre trabalho, precarização e saúde mental. A atividade será organizada de modo a estimular a leitura crítica e reflexiva, seguida de momentos de discussão coletiva.

Indicadores, Metas e Resultados

Indicadores: frequência dos estudantes; entrega dos fichamentos de leitura; participação nas discussões em sala.

Metas: assegurar frequência mínima de 75%; promover uma síntese coletiva final.

Resultados esperados: desenvolver compreensão crítica sobre as relações entre trabalho e saúde mental; estimular leitura e análise de textos teóricos; formar estudantes mais preparados para articular Psicologia e questões sociais do trabalho.

Equipe do Projeto

NomeCH SemanalData inicialData final
BRUNA MARQUES DE OLIVEIRA
GABRIEL LIMA DE ALMEIDA
JESSICA MACHADO CARVALHO
MARLON FREITAS DE CAMPOS2
MILENA CUNHA DE OLIVEIRA

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