Nome do Projeto
Patogenicidade de isolados de baculovírus em lagartas Spodoptera spp. (Lepidoptera: Noctuidae) na cultura da soja
Ênfase
Pesquisa
Data inicial - Data final
08/09/2025 - 08/09/2029
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências Agrárias
Resumo
As lagartas do complexo Spodoptera (Lepidoptera: Noctuidae) são pragas chaves das principais culturas agrícolas brasileiras. Na soja seus danos tendem a ser maiores, já que além de causarem a desfolha danificam também as estruturas reprodutivas das plantas. Suas caraterísticas incluem polifagia, elevado potencial biótico, capacidade de dispersão e a elevada diversidade genética (capacidade de formação de biótipos). O manejo dessas espécies é realizado principalmente com o emprego de inseticidas e plantas transgênicas Bt. No entanto, a soja Bt apresenta baixa efetividade de controle de lagartas do gênero Spodoptera, o que torna o controle desafiador e diminui a sustentabilidade do sistema produtivo agrícola. Para reverter essa situação, o uso de agentes de biocontrole vem ganhando destaque. O controle biológico com baculovírus é uma ferramenta importante para o MIP. Os baculovírus são patógenos naturais de insetos e podem ser utilizados como bioinseticidas. São seletivos para organismos não-alvo e não causam efeitos negativos ao ambiente e a saúde humana. Frente a isso, o objetivo desse trabalho é avaliar a patogenicidade de dois potenciais isolados de vírus para as principais lagartas do complexo Spodoptera associadas a soja brasileira, com a caracterização da dose-resposta (suscetibilidade) e a definição do melhor posicionamento dos vírus para o manejo das pragas. Primeiramente, serão determinadas as curvas de dose-resposta para cada espécie de lagarta em bioensaios de aplicação superficial em dieta artificial. Em seguida, serão designadas duas concentrações diagnósticas (CL99 e CL50), as quais serão utilizadas para a realização dos estudos de patogenicidade e biologia. Será determinado a mortalidade larval, períodos de desenvolvimento (larval, pupal e adulto), peso larval aos 12 dias pós-infecção, peso pupal 24 horas após a formação das pupas e a fecundidade.

Objetivo Geral

Objetivos

1. Geral
Determinar a patogenicidade de dois isolados de vírus
entomopatogênicos sobre S. frugiperda, S. cosmioides, S. eridania e S. albula
(Lepidoptera: Noctuidae).

2. Específicos
• Definir a CL50 e CL99 do isolado SfMNPV para as populações brasileiras
de S. frugiperda.
• Definir a CL50 e CL99 do isolado Spal NPV para lagartas de S.
cosmioides, S. eridania e S. albula.

Justificativa

O Brasil é um dos maiores produtores mundiais de grãos com uma
produção estimada de mais de 330 milhões de toneladas na safra 2024/25
(CONAB, 2025). Dentre eles, a soja é a cultura de maior relevância econômica
para o país, fato que é comprovado pelo posto de maior produtor e exportador
mundial de grãos da oleaginosa (RODRIGUES et al., 2025).
O ataque de lepidópteros pragas é um dos principais fatores limitantes
para a produção de soja (BENITO et al., 2025). Entre as espécies com maior
relevância na cultura, pode-se citar: Anticarsia gemmatalis (Lepidoptera:
Erebidae), Chrysodeixis includens (Lepidoptera: Noctuidae), Helicoverpa
armigera (Lepidoptera: Noctuidae), Spodoptera cosmioides (Lepidoptera:
Noctuidae), S. eridania (Lepidoptera: Noctuidae) e S. frugiperda (Lepidoptera:
Noctuidae) (CARPANE et al., 2022).
O gênero Spodoptera agrupa mais de 30 espécies de lagartas, a metade
delas com importância econômica (ZHANG et al., 2023). São insetos polífagos
e com alta voracidade, que atacam a soja em todo seu ciclo fenológico
(MEHRVAR et al., 2024). Os principais danos causados por Spodoptera spp.
são o consumo de folhas e partes reprodutivas, como flores, vagens e
sementes (FRANÇA et al., 2024). As principais espécies do gênero Spodoptera
associadas à cultura da soja brasileira são S. cosmioides, S. eridania, S. albula
e S. frugiperda (BARCELLOS et al., 2023).
Lagartas do complexo Spodoptera eram pragas secundárias na soja
brasileira (HORIKOSHI et al., 2021a). No entanto, as infestações se elevaram
com a adoção crescente da soja Bt, já que apresentam baixa efetividade para
esse grupo de insetos (GODOY et al., 2022). Além disso, são espécies
extremamente polífagas, com acentuada adaptabilidade, capacidade de
dispersão e elevadas taxas de fecundidade (LI et al., 2025).
Os danos mais relevantes de Spodoptera spp. na agricultura brasileira
ocorrem nas culturas de milho, soja e algodão (PARRA et al., 2022). S.
frugiperda é a espécie mais prejudicial e seu controle torna-se desafiador com
o aumento dos casos de resistências (ZENG et al., 2025). O elevado uso de
inseticidas fez com que diversas populações desenvolvessem resistência (LI et
al., 2025). Estudos indicam que a espécie possui níveis variados de resistência
a 41 ingredientes ativos (ZENG et al., 2025) e também a proteínas Cry de
plantas Bt (ROY et al., 2025).
Diante desse cenário insustentável, emergiu o conceito de Manejo
Integrado de Pragas (MIP) (PHAN et al., 2024). O MIP é uma pratica
sustentável e economicamente viável de manejo de pragas (RODRIGUES et
al., 2025). Utiliza um conjunto de estratégias para a tomada de decisão sobre o
controle de insetos-praga (BUENO et al., 2023). Uma das atividades mais
importantes do MIP é o monitoramento da população das pragas (PEREIRA et
al., 2023). Além disso, a associação de diferentes estratégias de controle é um
dos pilares para a adoção eficiente dessa metodologia (MACIEL et al., 2024).
O conceito de MIP é baseado na perspectiva de que as culturas
agrícolas toleram certos níveis de danos sem causar prejuízos econômicos
significativos (BUENO et al., 2021). Com isso, foi estabelecido níveis de
densidade de pragas que são utilizados para a tomada de decisão sobre o
controle (PEREIRA et al., 2023). Diante disso, o nível de dano econômico
(NDE) e o nível de controle (NC) são importantes indicadores para o MIP
(CARPANE et al., 2022). O NDE é alcançado quando a densidade da praga no
agroecossistema é capaz de causar prejuízos significativos à produção. Por
sua vez, o NC é definido como a densidade na qual devem ser adotadas
medidas de controle para evitar que a população da praga atinja o NDE e
cause prejuízos (BUENO et al., 2021).
A ampla utilização da soja Bt e sua eficiência para o controle das
principais lagartas praga fez com que se reduzisse o número de aplicações de
inseticidas necessárias para a proteção fitossanitária da cultura (BUENO et al.,
2025). Mas, a soja transgênica possui baixa eficiência para o controle
populacional de lagartas do complexo Spodoptera (GODOY et al., 2022). Isso
fortaleceu o uso de agentes de biocontrole e fomentou as pesquisas para o
desenvolvimento de estratégias de controle biológico de lagartas do gênero
Spodoptera na soja (BUENO et al., 2023).
Ademais, há grande diversidade genética entre as espécies do gênero
Spodoptera (BUSATO et al., 2004). A existência de eventos como fluxo gênico
e deriva genética favorece a especialização desses insetos, o que torna as
populações com grande variabilidade e polimorfismo. Com isso, criam-se
bióticos com diferentes padrões alimentares, biológicos e o comportamentais
(PINTO et al., 2015). Nesse sentido, pode-se citar a existência de duas
linhagens de S. frugiperda, uma de arroz (linhagem R) e uma de milho
(linhagem C) (SARR et al., 2021).
O controle biológico com baculovírus é uma alternativa valiosa para o
MIP e para o Manejo de Resistência de Insetos (MRI) nas culturas agrícolas
(GEISLER et al., 2024). Apresenta um modo de ação distinto, o qual atua no
intestino médio dos insetos (Grupo 31) (IRAC, 2025). É seletivo aos
organismos não-alvo e possui baixo risco de contaminação ambiental e da
saúde humana (WANG et al., 2025).
O processo infectivo inicia com a ingestão das partículas virais oclusas
em cristais proteicos (ODV) juntamente com a alimentação (JONES et al.,
2025). Ao serem ingeridos, os poliedros encontram um pH extremamente
alcalino no intestino médio e liberam partículas virais (CERRUDO et al., 2023),
que penetram nas células epiteliais do intestino médio e iniciam a replicação
(FERRELLI; SALVADOR, 2023). No hospedeiro, a forma não oclusa (BV),
conhecida como vírus brotado, é a responsável pelas transmissões
secundárias (SHI et al., 2024). Os vírus se deslocam até o sistema traqueal e
hemolinfa, originam infecções sistêmicas, o que leva a morte do hospedeiro
(ROHRMANN, 2019). Nesse estágio são novamente produzidas as formas
virais oclusas, que são as estruturas de resistência do patógeno (CERRUDO et
al., 2023).
A grande diversidade presente em Spodoptera spp. favorece a criação
de isolados de vírus entomopatogênicos (LÓPEZ-FERBER; CABALLERO;
WILLIAMS, 2025). Estes apresentam características específicas quanto a
patogenicidade, produção de corpos de oclusão e mortalidade dos hospedeiros
(GAO et al., 2024). Com isso, testes de potenciais isolados nativos são
fundamentais para a descoberta de bioinseticidas com maior potencial de
utilização no campo.
Desse modo, o objetivo desse trabalho é avaliar a suscetibilidade de
lagartas do complexo Spodoptera à dois isolados de baculovírus com a
definição da dose-resposta e os efeitos em sua biologia, o que auxiliará no
manejo integrado dessas pragas na cultura da soja brasileira. Serão realizados
testes em populações de S. frugiperda de diferentes regiões brasileira e
populações de laboratório das demais espécies.

Metodologia

Material e Métodos

1. Local de estudo
Os experimentos serão realizados no Laboratório de Manejo Integrado
de Pragas (LABMIP) e Laboratório de Biologia de Insetos (LABIO),
pertencentes ao Departamento de Fitossanidade da Faculdade de Agronomia
Eliseu Maciel (FAEM), localizado no Campus Capão do Leão, Universidade
Federal de Pelotas (UFPEL).

2. Obtenção dos insetos
Serão utilizados insetos de campo e de laboratório. As populações de
campo de S. frugiperda serão coletadas em diferentes locais (municípios),
conforme tabela abaixo. A utilização de populações de diferentes regiões
brasileira dessa espécie se justifica pela elevada diversidade genética e a
formação de biótipos.
Tabela 1 - Populações de campo de S. frugiperda para determinar as linhas básicas de
suscetibilidade.
N Município Estado
1 Luiz Eduardo Magalhães BA
2 Campo Verde MT
3 Sorriso MT
4 Rio Verde GO
5 Cascavel PR
6 Casa Branca SP
7 Pelotas RS

As populações de laboratório de S. frugiperda, S. cosmioides, S. eridania
e S. albula (Lepidoptera: Noctuidae) serão obtidas de criações estabelecidas
no Laboratório de Biologia de Insetos, localizado na Faculdade de Agronomia
Eliseu Maciel (FAEM), Universidade Federal de Pelotas (UFPEL).

3. Criação e manutenção de Spodoptera spp.
Os insetos serão mantidos em salas de criação climatizadas, com
temperatura média de 27°C ± 1°C, umidade relativa de 70% ± 10% e fotofase
de 14 horas. As lagartas serão criadas em placas de bioensaio com 16 células
(5,5 cm de comprimento x 4,0 cm de profundidade × 3,0 cm de altura por poço)
[(Advento do Brasil, São Paulo, Brasil)] contendo 2 lagartas por poço e
contendo dieta artificial (GREENE; LEPPLA; DICKERSON, 1976). Ao fim do
período larval, as pupas serão coletadas e acondicionadas em placas de petri
(12 cm de diâmetro × 1,5 cm de altura) forradas com papel filtro umedecido em
água destilada. Após a emergência, os adultos serão colocados em gaiolas de
PVC de 24,0 cm de altura por 14,5 cm de diâmetro, revestidas internamente
com papel sulfite, no qual ocorrerão as posturas, e fechados na parte superior
com tecido voil. O alimento dos insetos adultos será composto por uma solução
de mel a 10%. Esta solução será fornecida em recipientes contendo algodão
hidrofílico que, por capilaridade, alimentará as mariposas. A cada dois dias os
ovos serão coletados do papel de postura e acondicionados em recipientes
plásticos de 500 mL, em sala climatizada. Após a eclosão, as lagartas serão
transferidas para as placas de criação contendo a dieta artificial.

4. Cultivo da soja
A soja será cultivada em casa de vegetação em vasos de 15 litros de
volume, contendo terra e substrato na proporção 2:1 respectivamente. Será
utilizada a cultivar BMX Valente 6968 (soja não Bt), utilizando a densidade de 6
sementes por vaso. A semeadura será escalonada com objetivo de ter oferta
abundante de plantas de acordo com a demanda para os ensaios.

5. Isolados de vírus
Serão testados dois potenciais isolados de vírus desenvolvidos pela
empresa AGBiTech. O primeiro isolado é uma variação do Spodoptera
frugiperda multiple nucleopoliedrovirus (SfMNPV), proveniente de uma
população de S. frugiperda e especifico para o hospedeiro alvo. O segundo
isolado é o Spal NPV, o qual é mantido em segredo industrial pela empresa.

6. Bioensaios
6.1 Caracterização da suscetibilidade de populações de campo de S.
frugiperda para o novo isolado de SfMNPV (Cartugen Max)
Para a caracterização da dose-resposta (determinação das linhas de
suscetibilidade) serão conduzidos estudos com 7 populações de S. frugiperda
(lagartas) coletadas em áreas de milho no Brasil (Tabela 1).
Em laboratório, as populações serão multiplicadas e, na geração F1
serão submetidas a diferentes concentrações do produto Cartugen Max (8 a 10
concentrações previamente estabelecidas) em bioensaio de aplicação
superficial em dieta artificial. Para isso, serão utilizadas lagartas de 1º instar
larval provenientes das populações conforme a Tabela 1. Para os bioensaios,
será utilizado dieta artificial proposta por Greene et al. (1976), comumente
usada para criação de S. frugiperda. Após a preparação, a dieta será vertida
em placas de acrílico de 12 células (3,85 cm² de área). Em seguida, o
bioinseticida será diluído em água destilada para preparar as diferentes
concentrações a serem testadas. Para cada concentração será adicionado o
surfactante Tween 20 a 0,5% v/v para obter uma distribuição uniforme da
solução sobre a superfície da dieta. A solução será aplicada com auxílio de
uma micropipeta no volume de 75 µL por célula. Como controle negativo será
utilizado água destilada com a adição do surfactante.
Após a aplicação das soluções, as placas serão deixadas por 1 hora em
uma câmara climatizada para retirar o excesso de umidade e ocorrer o
depósito residual do produto. Posteriormente, será inoculado 1 lagarta de 1º
instar para cada célula. Após isso, as placas serão fechadas e mantidas em
sala climatizada (temperatura de 27°C ± 1°C, umidade relativa de 70% ± 10% e
fotofase de 14 horas). O delineamento experimental será inteiramente
casualizado com 80 lagartas para cada concentração. A mortalidade larval será
registrada 7 dias após a inoculação.

Validação das concentrações diagnósticas
O procedimento de bioensaio para a validação das concentrações
diagnósticas a serem utilizadas será idêntico ao descrito anteriormente. Nesses
bioensaios será utilizada uma população suscetível de referência (LAB) e 7
populações de campo de S. frugiperda (Tabela 1). As populações de campo
serão coletadas nas regiões com maior representatividade em área de cultivo
de milho no Brasil durante a 1ª safra agrícola de 2025/26. Para tanto, serão
designadas duas concentrações diagnósticas (CL99 e CL50) (CL= Concentração
Letal), definidas a partir da análise conjunta dos dados da linha básica de
suscetibilidade, e, por imersão, as folhas de soja não-Bt serão expostas. Após
esse período, as folhas serão colocadas com o auxílio de uma pinça de ponta
fina sobre uma mistura não-geleificada de ágar-água a 2,5% em placas de
bioensaio com 16 células (5,5 centímetros de comprimento × 4,0 cm de
profundidade × 3,0 centímetros de altura por poço) [(Advento do Brasil, São
Paulo, Brasil)]. Para cada concentração diagnóstica serão testadas 1.024
neonatas/população (64 repetições de 16 neonatas/concentração diagnóstica e
4 repetições de 16 neonatas no tratamento controle). A mortalidade será
avaliada após 7 dias. As larvas sobreviventes que não ultrapassaram o 1°
instar também serão consideradas mortas.
As lagartas sobreviventes serão conduzidas até o final do ciclo biológico,
sendo analisados os seguintes parâmetros: nos estágios imaturos serão
avaliados a sobrevivência aos 7 dias e na eclosão, a duração dos períodos
neonato-pupa e neonato-adulto, peso larval aos 12 dias pós-infecção (d.p.i.) e
peso pupal 24 h após a formação das pupas. Para medir a fecundidade, entre 3
a 10 casais por tratamento serão formados separadamente e usados para
quantificar o número de ovos por fêmea. Cada casal será mantido em gaiolas
de PVC com 24,0 cm altura por 14,5 cm de diâmetro, revestidas internamente
com papel sulfite, onde ocorrerão as posturas, e fechados na parte superior
com tecido voil. Para avaliar a fertilidade, será quantificada a taxa de eclosão
das lagartas da segunda postura das fêmeas de cada casal. Com base nos
parâmetros biológicos de desenvolvimento será estimada a tabela de vida de
fertilidade, mediante a determinação do tempo de geração (T), da taxa
reprodutiva líquida (Ro - número médio de fêmeas) e da taxa intrínseca de
aumento populacional (rm - taxa de aumento natural de uma população).

6.2 Caracterização da suscetibilidade de S. eridania, S. cosmioides e S.
albula para o isolado Spal NPV
As lagartas de S. eridana, S. cosmioides e S. albula utilizadas nos
bioensaios serão provenientes das populações de laboratório. Primeiramente,
será determinado as curvas de dose-resposta conforme a metodologia descrita
anteriormente em dieta artificial para cada espécie de lagarta. No segundo
bioensaio, será determinado a suscetibilidade das lagartas quando expostas ao
produto Spal NPV em folhas de soja não-Bt. Para tanto, folhas de soja serão
imersas nas caldas do produto (CL99 e CL50 determinadas no bioensaio de
dose-resposta). Após esse período, as folhas serão colocadas com o auxílio de
uma pinça de ponta fina sobre uma mistura não-geleificada de ágar-água a
2,5% em placas de bioensaio com 16 células (5,5 centímetros de comprimento
× 4,0 cm de profundidade × 3,0 centímetros de altura por poço) [(Advento do
Brasil, São Paulo, Brasil)]. A sobrevivência larval será observada diariamente
por 7 dias, e as lagartas que não ultrapassaram o primeiro instar larval também
serão consideradas mortas. As lagartas sobreviventes serão submetidas as
seguintes análises: nos estágios imaturos serão avaliados a sobrevivência aos
7 dias e na eclosão, a duração dos períodos neonato-pupa e neonato-adulto,
peso larval aos 12 dias pós-infecção (d.p.i.) e peso pupal 24 h após a formação
das pupas. Para medir a fecundidade, entre 3 a 10 casais por tratamento serão
formados separadamente e usados para quantificar o número de ovos por
fêmea, conforme descrito anteriormente. Com base nos parâmetros biológicos
de desenvolvimento das espécies de Spodoptera será estimada a tabela de
vida de fertilidade, mediante a determinação do tempo de geração (T), da taxa
reprodutiva líquida (Ro - número médio de fêmeas) e da taxa intrínseca de
aumento populacional (rm - taxa de aumento natural de uma população).
Quando houver necessidade as folhas serão substituídas por folhas de
soja novas sem tratamento. O bioensaio será mantido em sala climatizada
(temperatura 27 ± 1°C, umidade relativa 70 ± 10% e fotofase: 14 h), com
delineamento inteiramente casualizado com 32 repetições para cada
tratamento, com 5 lagartas expostas por repetição (n=160).

Indicadores, Metas e Resultados

Metas a serem alcançadas

• Indicar a dose mais eficiente do isolado SfMNPV para o controle de S.
frugiperda.
• Indicar a dose mais eficiente do isolado Spal NPV para o controle de S.
cosmioides, S. eridania e S. albula.
• Definir o melhor posicionamento dos bioinseticidas para o manejo
integrado e manejo de resistência de lagartas do complexo Spodoptera
na cultura da soja.
• Gerar artigos científicos a serem publicados em periódicos de alto fator
de impacto.

Impactos esperados

1. Impactos econômicos
Os bioinseticidas são alternativas para regular as populações de insetos-praga e diminuir a dependência por inseticidas químicos para a proteção
fitossanitária. Com isso, os custos de produção, assim como as probabilidades
de surtos de pragas agrícolas, decrescem. Além de diminuir a seleção de
insetos resistentes.

2. Impactos sociais
Novas alternativas de controle de pragas contribuem para a
sustentabilidade do sistema produtivo. A diminuição do uso de inseticidas reduz
os efeitos negativos para o meio ambiente e para a saúde humana. Casos de
resíduos de moléculas químicas em alimentos são preocupantes e afetam a
segurança alimentar da população brasileira.

3. Impactos ambientais
O uso de bioinseticidas torna a produção de alimentos mais sustentável
e com baixos impactos ambientais, o que preserva insetos benéficos (inimigos
naturais e polinizadores) e contribui para a manutenção dos seus serviços
ecossistêmicos prestados. Os baculovírus são seletivos e seguros
ambientalmente. Isso contribui para a estabilidades dos agroecossistemas e
construção de sistemas produtivos mais resilientes.

Equipe do Projeto

NomeCH SemanalData inicialData final
ANDERSON DIONEI GRUTZMACHER6
DANIEL BERNARDI2
JOÃO PEDRO ESCHER
LILIANE NACHTIGALL MARTINS
NATALIA OLIVEIRA SILVA

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