Nome do Projeto
Cartas a Paulo Freire: memórias e poéticas decoloniais
Ênfase
Pesquisa
Data inicial - Data final
01/10/2025 - 15/12/2025
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Linguística, Letras e Artes
Resumo
O projeto iniciado na disciplina "Arte e Transversalidades" oferecida para a primeira turma do doutorado em artes da UFPel partiu de uma pesquisa que se debruçou sobre a obra de Paulo Freire, apresentada sobre a forma de seminário, em um segundo momento o grupo experimentou a escrita de cartas a Paulo Freire, a partir da leitura do livro Cartas a Cristina. A proposta atual dá seguimento ao trabalho iniciado compreendendo a reunião do grupo para proceder a revisão textual da produção realizada, dar seguimento ao debate em torno da educação libertária e do pensamento decolonial na arte contemporânea, que motivam as pesquisas do grupo em andamento no PPGArtes. As ações compreendem leituras, discussões, produção textual e artística, projeto de design e editoração, produção de um livro pelo grupo. A intenção é registrar o processo formativo vivenciado, contribuir para o fortalecimento da escrita acadêmica e disponibilizar um material de referência em arte e educação. A escolha da forma epistolar — uma carta — tem intencionalidade ética e estética. Ela nos aproxima, desarma a rigidez do texto acadêmico tradicional e cria um espaço onde é possível falar de amor, medo, descoberta e esperança. Pretendemos dar continuidade ao processo de escrita iniciado, que se permite ser íntima, política e poética ao mesmo tempo. Paulo Freire, com sua pedagogia do diálogo, é nosso interlocutor central, ao seu lado caminham outras vozes, bell hooks, Catherine Walsh, Maria Lugones, Lélia Gonzalez, que têm nos ensinado a pensar a educação e a arte como práticas de liberdade, denúncia e reconstrução social.
Objetivo Geral
Pautada na valorização das trajetórias individuais como fontes legítimas de saber, resistência e criação a pesquisa visa o conhecimento e a experimentação da escrita poética e memorialista em diálogo com a obra de Paulo Freire e o pensamento sobre educação libertária e decolonial.
Justificativa
O projeto Cartas a Paulo Freire: memórias e poéticas decoloniais nasce da necessidade de afirmar a escrita como um espaço de resistência, memória e criação no campo das Artes e da Educação. No contexto da urgência de práticas pedagógicas mais sensíveis às realidades plurais e de uma produção poética que subverte a lógica colonialista para se tornar um instrumento de imaginação radical, alinhada a uma publicação coletiva conectada a trajetórias docentes-artísticas a partir de um gesto epistolar dirigido a Paulo Freire.
A escolha pela forma da carta é intencionalmente afetiva, dialógica e contra-hegemônica, pois valoriza a experiência vivida como fonte legítima de saber dos docentes-artistas da primeira turma de doutorado do PPGArtes-UFPel. A proposta dialoga diretamente com os princípios da pedagogia libertadora, que reconhece nos sujeitos sua capacidade de narrar o mundo e transformá-lo. Inspirados por Freire, buscamos também tensionar as relações de poder que historicamente silenciaram vozes de docentes-artistas de territórios periféricos, comunidades tradicionais, escolas públicas e realidades socialmente marginalizadas.
O projeto ancora-se ainda nas discussões contemporâneas sobre as epistemologias decoloniais, que têm problematizado os modos de produção e circulação de conhecimento no campo da arte e da educação. Como aponta o livro A Virada Decolonial na Arte Brasileira (Paiva, 2022), é urgente repensar as narrativas que historicamente centralizaram epistemes ocidentais, invisibilizando saberes e estéticas de origem popular, afro-brasileira, indígena e de outras matrizes subalternizadas. Este movimento de "virada decolonial" convoca a universidade a repensar suas formas de produção de sentido, acolhendo a diversidade de vozes, práticas e territórios.
A obra de Catherine Walsh (2013) nos alerta para a urgência de práticas pedagógicas decoloniais que não apenas discutem conteúdo, mas que rompem com as formas colonizadas de ensinar, aprender e existir nas instituições. Além disso, o projeto se inspira nas reflexões de bell hooks sobre educação como prática de liberdade.
As cartas serão, portanto, mais do que textos: serão territórios de memória, denúncia e anúncio, onde os(as) doutorandos(as) poderão expressar suas inquietações pedagógicas, afetivas e políticas, tecendo um campo de enunciação que coloca a experiência docente-artística no centro da produção de conhecimento.
O caráter decolonial do projeto também se materializa na recusa de um modelo acadêmico autoritário, vertical e distanciado da vida real dos sujeitos envolvidos. Aqui, cada carta será tratada como um documento político-poético, em diálogo com um Paulo Freire que é ao mesmo tempo memória e interlocutor simbólico das nossas urgências.
A escolha pela forma da carta é intencionalmente afetiva, dialógica e contra-hegemônica, pois valoriza a experiência vivida como fonte legítima de saber dos docentes-artistas da primeira turma de doutorado do PPGArtes-UFPel. A proposta dialoga diretamente com os princípios da pedagogia libertadora, que reconhece nos sujeitos sua capacidade de narrar o mundo e transformá-lo. Inspirados por Freire, buscamos também tensionar as relações de poder que historicamente silenciaram vozes de docentes-artistas de territórios periféricos, comunidades tradicionais, escolas públicas e realidades socialmente marginalizadas.
O projeto ancora-se ainda nas discussões contemporâneas sobre as epistemologias decoloniais, que têm problematizado os modos de produção e circulação de conhecimento no campo da arte e da educação. Como aponta o livro A Virada Decolonial na Arte Brasileira (Paiva, 2022), é urgente repensar as narrativas que historicamente centralizaram epistemes ocidentais, invisibilizando saberes e estéticas de origem popular, afro-brasileira, indígena e de outras matrizes subalternizadas. Este movimento de "virada decolonial" convoca a universidade a repensar suas formas de produção de sentido, acolhendo a diversidade de vozes, práticas e territórios.
A obra de Catherine Walsh (2013) nos alerta para a urgência de práticas pedagógicas decoloniais que não apenas discutem conteúdo, mas que rompem com as formas colonizadas de ensinar, aprender e existir nas instituições. Além disso, o projeto se inspira nas reflexões de bell hooks sobre educação como prática de liberdade.
As cartas serão, portanto, mais do que textos: serão territórios de memória, denúncia e anúncio, onde os(as) doutorandos(as) poderão expressar suas inquietações pedagógicas, afetivas e políticas, tecendo um campo de enunciação que coloca a experiência docente-artística no centro da produção de conhecimento.
O caráter decolonial do projeto também se materializa na recusa de um modelo acadêmico autoritário, vertical e distanciado da vida real dos sujeitos envolvidos. Aqui, cada carta será tratada como um documento político-poético, em diálogo com um Paulo Freire que é ao mesmo tempo memória e interlocutor simbólico das nossas urgências.
Metodologia
A metodologia é própria da pesquisa em artes a partir da abordagem reconhecida como A/R/TOGRAFIA, pelas inovações que permite em relação à escrita, especialmente por considerar a poética, a escrita focada nas memórias que engendram processos artísticos e pedagógicos. O processo articula vivência, produção e discurso, buscando o diálogo com a obra de Paulo Freire, com intenção de construir um documento poético, que expressa inquietações, engajamentos e esperança. O processo compreende diferentes etapas para a sua realização, a pesquisa e o exercício de escrita em si, revisão textual, projeto de arte e design, editoração, publicação, lançamento e partilha dos resultados e da experiência vivenciada.
Indicadores, Metas e Resultados
São indicadores a participação do grupo na continuidade da pesquisa, a produção efetiva de um material de referência para as pesquisas em arte e educação. Como resultado espera-se gerar um produto que registre a memória formativa dos(as) estudantes da primeira turma do doutorado em Artes-UFPel; promover a circulação de experiências docentes e artísticas, ampliando o alcance social do Programa de Pós-Graduação em Artes da UFPel; contribuir para o fortalecimento da escrita artística e acadêmica no doutorado em Artes-UFPel.
Equipe do Projeto
Nome | CH Semanal | Data inicial | Data final |
---|---|---|---|
ANA BEATRIZ MAGALHÃES MATTAR | |||
BARBARA LARRUSCAHIM DA COSTA | |||
EMERSON FERREIRA DA SILVA | |||
HAMILTON OLIVEIRA BITTENCOURT JÚNIOR | |||
JAILSON VALENTIM DOS SANTOS | |||
JARBAS GAMA MACEDO | |||
JESSICA FERNANDES DA PORCIUNCULA | |||
JORDANA BELEM RODRIGUES | |||
KATHLEEN OLIVEIRA DE AVILA | |||
KELLY DE OLIVEIRA XAVIER | |||
LARISSA SCHIP FERREIRA DE DEUS | |||
NADIA DA CRUZ SENNA | 10 | ||
PATRICK TEDESCO | |||
PEDRO ELIAS PARENTE DA SILVEIRA | |||
RAQUEL CASANOVA DOS SANTOS WREGE | |||
RENAN SILVA DO ESPIRITO SANTO | |||
ROGGER DA SILVA BANDEIRA | |||
TAÍS CHAVES PRESTES | |||
URSULA ROSA DA SILVA | 8 |