Nome do Projeto
Portal Digital Interativo como tecnologia cuidativo-educacional para cuidadores informais de pessoas com dependência funcional do estado do Rio Grande do Sul: estudo metodológico
Ênfase
Pesquisa
Data inicial - Data final
01/10/2025 - 31/08/2029
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências da Saúde
Resumo
A elevada prevalência de doenças crônicas e agravos não transmissíveis é um desafio para a saúde pública. Há fatores de risco para doenças crônicas modificáveis e não modificáveis. Os agravos crônicos advêm de causas externas como acidentes. As doenças crônicas e os agravos são incapacitantes e geram dependência funcional e com isso, emerge a necessidade do cuidador informal, especialmente o familiar, para que o cuidado possa ser realizado no âmbito domiciliar. Fornecer apoio e suporte aos cuidadores informais, especialmente familiares, é fundamental para que eles possam exercer o cuidado do outro com autoeficácia e possam preservar sua saúde, evitando tornarem-se um segundo paciente, devido à sobrecarga multidimensional que cuidar do outro implica. Websites ofertam aos cuidadores informais tipos de apoios como o informacional, o instrumental, o emocional, a interação social positiva e a afetiva, que levam a sentimentos de otimismo, vontade de aprender para cuidar melhor do outro, fortalecimento para seguir em frente, interação com os pares e empatia, aumento do acesso a informação e percepção de autoeficácia, bem como redução do estresse, ansiedade e depressão. Diante disso, nesta pesquisa metodológica, pretendemos elaborar um Portal Digital Interativo, como tecnologia cuidativo-educacional, que integra website informativo, agente conversacional baseado em inteligência artificial e espaços de interação social entre cuidadores através de fóruns de discussão moderados, direcionada para cuidadores informais de pessoas com dependência funcional do estado do Rio Grande do Sul. Esta proposta de portal digital combina recursos estáticos e interativos para oferecer suporte abrangente aos cuidadores. O componente website fornecerá conteúdo estruturado sobre práticas de cuidado, enquanto o agente conversacional, desenvolvido com modelos avançados de linguagem (LLMs), oferecerá interação personalizada e contextualizada. Complementando estas funcionalidades, o portal disponibilizará fóruns de discussão que permitirão a troca de experiências, dúvidas e apoio mútuo entre os cuidadores, fortalecendo a formação de redes de suporte. Esta abordagem integrada visa potencializar o apoio oferecido, combinando o acesso sistemático a conhecimentos, a capacidade de diálogo personalizado proporcionada pela inteligência artificial e oportunidades de interação social entre pares. Das etapas do estudo metodológico já foram concluídas: 1) Revisão de escopo de guias/manuais para cuidadores; 2) Pesquisa qualitativa, do tipo documental de mapeamento de websites para cuidadores informais em nível mundial. Na vigência desse fomento, serão seguidas as seguintes etapas: 3) Pesquisa qualitativa com cuidadores informais de pessoas com dependência funcional adscritos a territórios de estratégias de saúde da família do estado do Rio Grande do Sul; 4) Elaboração do prototipo do Portal Digital Interativo, como forma de tecnologia cuidativo-educacional, para cuidadores informais de pessoas com dependência funcional do estado do Rio Grande do Sul a partir da análise dos dados das etapas 1, 2 e 3; 5) Validação do Portal Digital Interativo, junto aos cuidadores informais participantes da Etapa 3; 6) Reformulação do Portal Digital Interativo, conforme as considerações da etapa 5; 7) Validação do Portal Digital Interativo junto aos juízes.
Objetivo Geral
Geral
Desenvolver um portal digital interativo - tecnologia cuidativo-educacional -, a partir de pesquisa metodológica, que integra website informativo, agente conversacional baseado em inteligência artificial e espaços de interação social entre cuidadores através de fóruns de discussão moderados, direcionada para cuidadores informais de pessoas com dependência funcional do estado do Rio Grande do Sul.
Específicos
• Conhecer as necessidades de cuidadores informais de pessoas com dependência funcional no Rio Grande do Sul a partir da etapa de pesquisa qualitativa;
• Caracterizar os cuidadores participantes da pesquisa;
• Desenvolver o Portal Digital Interativo para cuidadores informais mediante resultados da etapa de pesquisa qualitativa;
• Desenvolver um agente conversacional baseado em modelo de linguagem grande (LLM) para fornecer suporte personalizado aos cuidadores;
• Implementar um fórum moderado para interação entre cuidadores;
• Validar o portal digital interativo junto a cuidadores informais a partir de pesquisa de validação semântica;
• Considerar as sugestões e compreensão dos cuidadores em relação aos conteúdos e funcionalidades do portal;
• Validar junto a um painel de juízes especialistas a tecnologia cuidativo-educacional, na forma de portal digital interativo, por meio de estudo de validaçao.
Desenvolver um portal digital interativo - tecnologia cuidativo-educacional -, a partir de pesquisa metodológica, que integra website informativo, agente conversacional baseado em inteligência artificial e espaços de interação social entre cuidadores através de fóruns de discussão moderados, direcionada para cuidadores informais de pessoas com dependência funcional do estado do Rio Grande do Sul.
Específicos
• Conhecer as necessidades de cuidadores informais de pessoas com dependência funcional no Rio Grande do Sul a partir da etapa de pesquisa qualitativa;
• Caracterizar os cuidadores participantes da pesquisa;
• Desenvolver o Portal Digital Interativo para cuidadores informais mediante resultados da etapa de pesquisa qualitativa;
• Desenvolver um agente conversacional baseado em modelo de linguagem grande (LLM) para fornecer suporte personalizado aos cuidadores;
• Implementar um fórum moderado para interação entre cuidadores;
• Validar o portal digital interativo junto a cuidadores informais a partir de pesquisa de validação semântica;
• Considerar as sugestões e compreensão dos cuidadores em relação aos conteúdos e funcionalidades do portal;
• Validar junto a um painel de juízes especialistas a tecnologia cuidativo-educacional, na forma de portal digital interativo, por meio de estudo de validaçao.
Justificativa
No Brasil é possível acessar dados sobre cuidadores familiares pela Pesquisa Nacional por amostra contínua de domicílio, na qual em 2022, destacou-se que 50,8 milhões de pessoas de 14 anos de idade ou mais realizaram atividades de cuidado de moradores do domicílio ou de parentes não moradores. A taxa de realização desses cuidados se diferencia conforme o sexo: enquanto 34,9% das mulheres afirmaram realizá-los, entre os homens essa taxa foi de 23,3%. São consideradas tarefas de cuidado: auxiliar nos cuidados pessoais (alimentar, vestir, pentear, dar remédio, dar banho, preparar a pessoa para dormir); auxiliar nas atividades educacionais; ler, jogar ou brincar; monitorar ou fazer companhia dentro do domicílio; transportar ou acompanhar para escola, médico, exames, parque, praça, atividades sociais, culturais e esportivas ou religiosas (Brasil, 2022).
Outro dado importante da referida pesquisa corresponde a raça/etnia apontando que na realização do cuidado, 29,4% são pessoas pretas e 31,0% são pardas, o que apresenta taxas maiores comparando com 27,4% de pessoas brancas. Essa diferença foi sensivelmente mais marcante entre as mulheres: enquanto 38,0% das mulheres pardas e 36,1% das pretas realizaram tais cuidados em 2022, a taxa de realização entre as brancas foi 31,5%. A realização desses cuidados por pessoas sem instrução ou com fundamental incompleto foi de 24,8%, portanto, menor que aquelas com ensino médio completo ou com superior incompleto, que representavam 31,7%. Este dado pode ter relação com a faixa etária, entre 25 a 49 anos, que prevalece entre as pessoas que realizam cuidados de pessoas. É esperado que a taxa de realização seja menor entre os menos escolarizados, uma vez que a realização de cuidados, como visto anteriormente, é menor entre as pessoas de 50 anos ou mais, e a baixa escolaridade é mais concentrada entre os idosos. O cuidado de idosos ocorreu em 11,6% dos casos, entre 2019 e 2022. Ainda em 2022, a Região Sul apresentou a maior taxa de realização, foi de 88,9%, de afazeres domésticos ou de cuidados na própria casa ou de um parente. Em 2022, a média de horas a elas dedicadas foi estimada em 17,0 horas semanais, ligeiramente acima, portanto, da observada em 2019, que foi de 16,8 horas (Brasil, 2022).
No Brasil, em 2024, foi aprovada a Política Nacional de Cuidados, considerando os vários ciclos de vida implicados – desde o cuidado de crianças, adolescentes e idosos – , bem como as configurações familiares – famílias com filhos, sem filhos, homoafetivas, reconstituídas, para além do processo saúde e doença. Há menção de uma “crise de cuidado” pela feminização já instituída e também pela diminuição de oferta de cuidado familiar, tanto pela inserção da mulher no mercado de trabalho quanto pela diminuição dos integrantes da família. Assim, tal política pública objetiva a reorganização e o compartilhamento da responsabilização social pelos cuidados, por meio de um conjunto de iniciativas que objetivam atender as necessidades de quem demanda cuidados e de quem cuida. Espera-se por meio dela a garantia do direito humano ao cuidado, bem como a corresponsabilização de gênero (entre mulheres e homens, em sua diversidade) e social (entre as famílias, as comunidades, o Estado, o mercado e as empresas) (Brasil, 2024). Esta discussão de corresponsabilidade já consta em guia elaborado no Chile (Chile, 2018).
Desde 2015, a coordenadora desta proposta de pesquisa em conjunto com algumas colaboradas da equipe, desenvolve projetos de extensão (Oliveira et al., 2015-2024) e projetos de pesquisa (Oliveira et al., 2017-2020; Oliveira et al., 2020-2024; Oliveira et al., 2021-2023) com enfoque nos cuidadores familiares. As ações de extensão voltaram-se para realização de visitas domiciliares para cuidadores familiares vinculados ao Programa Melhor em Casa e Programa de Internação Domiciliar Interdisciplinar do Hospital Escola da Universidade Federal de Pelotas/Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (HE UFPel/EBSERH) até 2019, com ligações telefônicas para cuidadores durante o período de 2020, e a partir de 2022, com oferta de roda de terapia comunitária integrativa para cuidadores (Oliveira et al., 2015-2024). As pesquisas (Oliveira et al., 2017-2020; Oliveira et al., 2020-2024) permitiram que fossem realizadas duas revisões integrativas, uma que propôs identificar na literatura os instrumentos de avaliação aplicados em cuidadores e que foram validados no Brasil (Oliveira et al., 2021) e outra que buscou identificar intervenções realizadas com cuidadores, que culminou em trabalho de conclusão de curso (Mello; Oliveira; Coelho, 2021). Em andamento, há um ensaio clínico randomizado com cuidadores familiares para testar a intervenção rememoração e escrita de si, o qual produzirá uma tese de doutorado (Fonseca, 2020-2025). Já a pesquisa (Oliveira et al., 2021-2023), financiada pela Chamada CNPQ/DECIT/SCTIE/MS para estudos de revisões sistemáticas, revisões de escopo e sínteses de evidências para políticas com foco nas áreas de atenção domiciliar, saúde do adolescente e inquéritos de saúde – nº 16/2021 – Processo: 402020/2021-9, resultou em três relatórios (Oliveira et al., 2023; Oliveira et al., 2024a; Oliveira et al., 2024b) e um trabalho de conclusão de curso de enfermagem (Schiller, 2023). Ainda, destaca-se outras orientações, em nível de graduação e mestrado, realizadas pela coordenadora da pesquisa na temática, envolvendo estudos de abordagem qualitativa exploratória (Bezerra, 2020; Dias, 2020; Coelho, 2022) e documentais (Mello, 2023).
Considerando esta trajetória e os resultados das pesquisas e extensão realizadas, pensou-se que seria um momento de ampliação da equipe de pesquisa, expandindo a colaboração com profissionais da saúde de outras instituições do estado do Rio Grande do Sul que trabalham de certo modo com a temática do cuidador, agravos crônicos ou atenção domiciliar, e também com profissionais da área da ciência da computação, para que desenvolvamos uma TCE em forma de Portal Digital Interativo para cuidadores familiares em nível estadual, por meio de um estudo metodológico.
Uma revisão integrativa destacou que a produção de tecnologias cuidativo educacionais para cuidadores informais se constituem como mecanismo motivacional ao cuidador do idoso, que intensifica habilidades que contribuem com o processo do cuidar, de modo a ampliar a colaboração entre o cuidador e o idoso que recebe as ações do cuidar. A revisão classificou três tipos de tecnologias: a) materiais impressos – cartilhas educativas, guia educativo e manual; b) materiais digitais – vídeos educativos; c) relações interpessoais – grupos de debates com os profissionais e o público-alvo. Os temas versavam acerca do agravo das pessoas cuidadas e também sobre o autocuidado do cuidador. A revisão também apontou para o quantitativo relativamente baixo de estudos de produção de TCE no Brasil (Dias; Freitas, 2022).
Os profissionais de enfermagem têm à sua disposição várias tecnologias para integrar de maneira inovadora os cuidados de saúde com atividades educativas. No Brasil, por exemplo, percebe-se predomínio do desenvolvimento de cartilhas, como o estudo que propôs a criação de TCE, sob forma de cartilha, para famílias de crianças com gastrostomia (Caldas et al., 2019). Outro, durante a pandemia de COVID-19, elaborou uma cartilha para apoiar os homens no enfrentamento à pandemia (Borges et al., 2020). Ainda, um estudo brasileiro produziu uma cartilha de autocuidado para cuidadores informais com bons níveis de concordância, apresentando a limitação de que seus conteúdos poderiam se direcionar apenas aos cuidadores do município estudado em questão, não considerando necessidades de outras localidades (Soares et al., 2021). Assim, percebe-se a importante atuação dos enfermeiros no incentivo às pessoas tanto no desenvolvimento de cuidados para consigo como de habilidades para melhorar o cuidado com o outro. Por isso, destaca-se a relevância de investir em outros tipos de TCE, como aquelas sob formato de portal digital interativo, que favorecem a interação e o contato da população que, na atualidade, apresenta familiaridade com dispositivos digitais.
As tecnologias estão enraizadas na prática da enfermagem, com a intenção de unir a prestação de cuidados com a educação, promovendo nos pacientes a capacidade de análise, construção e aprimoramento do conhecimento. Dessa forma, ao investir na criação, validação e avaliação de recursos educacionais para se tornarem uma TCE, é possível auxiliar os enfermeiros a desempenharem suas atividades de forma eficiente, criativa, confiável e comprometida com o bem-estar e a assistência ao paciente (Bittencourt et al, 2022).
Além disso, as TCE devem ser vistas como ações integradas no processo educativo, uma vez que a visão separada é considerada reducionista. Assim, colaboram para o processo de educação em enfermagem e saúde, que reflete na melhoria dos níveis individuais e coletivos de competências e conhecimentos de enfermagem, tanto para os profissionais como para a população (Dias; Freitas, 2022).
O uso de TCEs voltadas aos cuidados vem crescendo no meio científico e são consideradas fundamentais para subsidiar uma assistência segura. Elas auxiliam no processo de cuidado e contribuem para que os profissionais incentivem o pensamento crítico dos familiares e cuidadores. As TCE buscam envolver a tríade profissional-paciente-familiar na produção de saberes com vistas a uma práxis libertadora de autocuidado. Para a transição do cuidado, tecnologias digitais têm sido usadas como ferramentas úteis, atraentes, lúdicas e dinâmicas (Três et al, 2022).
Assim sendo, as TCE compreendem um conjunto de conhecimentos e ações aplicados na produção de algo, em que o cuidado e a tecnologia estão interligados.
Outro dado importante da referida pesquisa corresponde a raça/etnia apontando que na realização do cuidado, 29,4% são pessoas pretas e 31,0% são pardas, o que apresenta taxas maiores comparando com 27,4% de pessoas brancas. Essa diferença foi sensivelmente mais marcante entre as mulheres: enquanto 38,0% das mulheres pardas e 36,1% das pretas realizaram tais cuidados em 2022, a taxa de realização entre as brancas foi 31,5%. A realização desses cuidados por pessoas sem instrução ou com fundamental incompleto foi de 24,8%, portanto, menor que aquelas com ensino médio completo ou com superior incompleto, que representavam 31,7%. Este dado pode ter relação com a faixa etária, entre 25 a 49 anos, que prevalece entre as pessoas que realizam cuidados de pessoas. É esperado que a taxa de realização seja menor entre os menos escolarizados, uma vez que a realização de cuidados, como visto anteriormente, é menor entre as pessoas de 50 anos ou mais, e a baixa escolaridade é mais concentrada entre os idosos. O cuidado de idosos ocorreu em 11,6% dos casos, entre 2019 e 2022. Ainda em 2022, a Região Sul apresentou a maior taxa de realização, foi de 88,9%, de afazeres domésticos ou de cuidados na própria casa ou de um parente. Em 2022, a média de horas a elas dedicadas foi estimada em 17,0 horas semanais, ligeiramente acima, portanto, da observada em 2019, que foi de 16,8 horas (Brasil, 2022).
No Brasil, em 2024, foi aprovada a Política Nacional de Cuidados, considerando os vários ciclos de vida implicados – desde o cuidado de crianças, adolescentes e idosos – , bem como as configurações familiares – famílias com filhos, sem filhos, homoafetivas, reconstituídas, para além do processo saúde e doença. Há menção de uma “crise de cuidado” pela feminização já instituída e também pela diminuição de oferta de cuidado familiar, tanto pela inserção da mulher no mercado de trabalho quanto pela diminuição dos integrantes da família. Assim, tal política pública objetiva a reorganização e o compartilhamento da responsabilização social pelos cuidados, por meio de um conjunto de iniciativas que objetivam atender as necessidades de quem demanda cuidados e de quem cuida. Espera-se por meio dela a garantia do direito humano ao cuidado, bem como a corresponsabilização de gênero (entre mulheres e homens, em sua diversidade) e social (entre as famílias, as comunidades, o Estado, o mercado e as empresas) (Brasil, 2024). Esta discussão de corresponsabilidade já consta em guia elaborado no Chile (Chile, 2018).
Desde 2015, a coordenadora desta proposta de pesquisa em conjunto com algumas colaboradas da equipe, desenvolve projetos de extensão (Oliveira et al., 2015-2024) e projetos de pesquisa (Oliveira et al., 2017-2020; Oliveira et al., 2020-2024; Oliveira et al., 2021-2023) com enfoque nos cuidadores familiares. As ações de extensão voltaram-se para realização de visitas domiciliares para cuidadores familiares vinculados ao Programa Melhor em Casa e Programa de Internação Domiciliar Interdisciplinar do Hospital Escola da Universidade Federal de Pelotas/Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (HE UFPel/EBSERH) até 2019, com ligações telefônicas para cuidadores durante o período de 2020, e a partir de 2022, com oferta de roda de terapia comunitária integrativa para cuidadores (Oliveira et al., 2015-2024). As pesquisas (Oliveira et al., 2017-2020; Oliveira et al., 2020-2024) permitiram que fossem realizadas duas revisões integrativas, uma que propôs identificar na literatura os instrumentos de avaliação aplicados em cuidadores e que foram validados no Brasil (Oliveira et al., 2021) e outra que buscou identificar intervenções realizadas com cuidadores, que culminou em trabalho de conclusão de curso (Mello; Oliveira; Coelho, 2021). Em andamento, há um ensaio clínico randomizado com cuidadores familiares para testar a intervenção rememoração e escrita de si, o qual produzirá uma tese de doutorado (Fonseca, 2020-2025). Já a pesquisa (Oliveira et al., 2021-2023), financiada pela Chamada CNPQ/DECIT/SCTIE/MS para estudos de revisões sistemáticas, revisões de escopo e sínteses de evidências para políticas com foco nas áreas de atenção domiciliar, saúde do adolescente e inquéritos de saúde – nº 16/2021 – Processo: 402020/2021-9, resultou em três relatórios (Oliveira et al., 2023; Oliveira et al., 2024a; Oliveira et al., 2024b) e um trabalho de conclusão de curso de enfermagem (Schiller, 2023). Ainda, destaca-se outras orientações, em nível de graduação e mestrado, realizadas pela coordenadora da pesquisa na temática, envolvendo estudos de abordagem qualitativa exploratória (Bezerra, 2020; Dias, 2020; Coelho, 2022) e documentais (Mello, 2023).
Considerando esta trajetória e os resultados das pesquisas e extensão realizadas, pensou-se que seria um momento de ampliação da equipe de pesquisa, expandindo a colaboração com profissionais da saúde de outras instituições do estado do Rio Grande do Sul que trabalham de certo modo com a temática do cuidador, agravos crônicos ou atenção domiciliar, e também com profissionais da área da ciência da computação, para que desenvolvamos uma TCE em forma de Portal Digital Interativo para cuidadores familiares em nível estadual, por meio de um estudo metodológico.
Uma revisão integrativa destacou que a produção de tecnologias cuidativo educacionais para cuidadores informais se constituem como mecanismo motivacional ao cuidador do idoso, que intensifica habilidades que contribuem com o processo do cuidar, de modo a ampliar a colaboração entre o cuidador e o idoso que recebe as ações do cuidar. A revisão classificou três tipos de tecnologias: a) materiais impressos – cartilhas educativas, guia educativo e manual; b) materiais digitais – vídeos educativos; c) relações interpessoais – grupos de debates com os profissionais e o público-alvo. Os temas versavam acerca do agravo das pessoas cuidadas e também sobre o autocuidado do cuidador. A revisão também apontou para o quantitativo relativamente baixo de estudos de produção de TCE no Brasil (Dias; Freitas, 2022).
Os profissionais de enfermagem têm à sua disposição várias tecnologias para integrar de maneira inovadora os cuidados de saúde com atividades educativas. No Brasil, por exemplo, percebe-se predomínio do desenvolvimento de cartilhas, como o estudo que propôs a criação de TCE, sob forma de cartilha, para famílias de crianças com gastrostomia (Caldas et al., 2019). Outro, durante a pandemia de COVID-19, elaborou uma cartilha para apoiar os homens no enfrentamento à pandemia (Borges et al., 2020). Ainda, um estudo brasileiro produziu uma cartilha de autocuidado para cuidadores informais com bons níveis de concordância, apresentando a limitação de que seus conteúdos poderiam se direcionar apenas aos cuidadores do município estudado em questão, não considerando necessidades de outras localidades (Soares et al., 2021). Assim, percebe-se a importante atuação dos enfermeiros no incentivo às pessoas tanto no desenvolvimento de cuidados para consigo como de habilidades para melhorar o cuidado com o outro. Por isso, destaca-se a relevância de investir em outros tipos de TCE, como aquelas sob formato de portal digital interativo, que favorecem a interação e o contato da população que, na atualidade, apresenta familiaridade com dispositivos digitais.
As tecnologias estão enraizadas na prática da enfermagem, com a intenção de unir a prestação de cuidados com a educação, promovendo nos pacientes a capacidade de análise, construção e aprimoramento do conhecimento. Dessa forma, ao investir na criação, validação e avaliação de recursos educacionais para se tornarem uma TCE, é possível auxiliar os enfermeiros a desempenharem suas atividades de forma eficiente, criativa, confiável e comprometida com o bem-estar e a assistência ao paciente (Bittencourt et al, 2022).
Além disso, as TCE devem ser vistas como ações integradas no processo educativo, uma vez que a visão separada é considerada reducionista. Assim, colaboram para o processo de educação em enfermagem e saúde, que reflete na melhoria dos níveis individuais e coletivos de competências e conhecimentos de enfermagem, tanto para os profissionais como para a população (Dias; Freitas, 2022).
O uso de TCEs voltadas aos cuidados vem crescendo no meio científico e são consideradas fundamentais para subsidiar uma assistência segura. Elas auxiliam no processo de cuidado e contribuem para que os profissionais incentivem o pensamento crítico dos familiares e cuidadores. As TCE buscam envolver a tríade profissional-paciente-familiar na produção de saberes com vistas a uma práxis libertadora de autocuidado. Para a transição do cuidado, tecnologias digitais têm sido usadas como ferramentas úteis, atraentes, lúdicas e dinâmicas (Três et al, 2022).
Assim sendo, as TCE compreendem um conjunto de conhecimentos e ações aplicados na produção de algo, em que o cuidado e a tecnologia estão interligados.
Metodologia
Pesquisa metodológica que propõe a elaboração de uma tecnologia cuidativo-educacional no formato de portal digital para cuidadores informais de pessoas com dependência funcional. Teixeira (2019) salienta que a pesquisa metodológica começou a aparecer em publicações de enfermagem em 2006 e desde então tem aumentado significativamente, especialmente a partir de 2015. Na enfermagem, essa abordagem tem sido identificada em quatro diferentes modalidades: desenvolvimento de instrumentos de medida, desenvolvimento de tecnologias assistenciais, gerenciais e/ou educacionais (também classificadas como materiais ou imateriais, de produto ou de processo), tradução e adaptação transcultural de instrumentos produzidos em outros países, validação de diagnósticos, resultados e intervenções de enfermagem.
Na descrição dos meios e métodos de pesquisa, os autores têm indicado a sua utilização por meio de etapas ou fases. Não há uma quantidade precisa de etapas ou fases, tal indicação vai depender dos objetivos. Há estudos com cinco fases que são: diagnóstico situacional, revisões de literatura, construção do instrumento/tecnologia, validação aparente e de conteúdo, e, teste piloto. Também há com três etapas: construção da tecnologia educativa, validação do material por juízes e legitimação do mesmo material pelo público-alvo. Outro aspecto metodológico que se evidencia nos estudos é a complementariedade de abordagens, quantitativas e qualitativas, o que indica a possibilidade de ser realizada por meio de pesquisa de métodos mistos, no sentido de combinar elementos de ambas abordagens para o propósito de ampliar e aprofundar o entendimento e a corroboração (Teixeira, 2019).
No período de vigencia do projeto, pretende-se desenvolver as etapas de: diagnóstico situacional por meio de pesquisa qualitativa com cuidadores familiares cadastrados no site da pesquisa; elaboração de tecnologia cuidativo-educacional; Estudo de validação semântica com público alvo; modificaçoes na tecnologia; validação junto aos juizes. As etapas futuras, de estudo piloto para estruturação de ensaio clinico randomizado, o desenvolvimento do ensaio clinico randomizado, e a proposta ao COREN-RS e para a Politica de Cuidados, serão realizadas a partir de 2029.
Na descrição dos meios e métodos de pesquisa, os autores têm indicado a sua utilização por meio de etapas ou fases. Não há uma quantidade precisa de etapas ou fases, tal indicação vai depender dos objetivos. Há estudos com cinco fases que são: diagnóstico situacional, revisões de literatura, construção do instrumento/tecnologia, validação aparente e de conteúdo, e, teste piloto. Também há com três etapas: construção da tecnologia educativa, validação do material por juízes e legitimação do mesmo material pelo público-alvo. Outro aspecto metodológico que se evidencia nos estudos é a complementariedade de abordagens, quantitativas e qualitativas, o que indica a possibilidade de ser realizada por meio de pesquisa de métodos mistos, no sentido de combinar elementos de ambas abordagens para o propósito de ampliar e aprofundar o entendimento e a corroboração (Teixeira, 2019).
No período de vigencia do projeto, pretende-se desenvolver as etapas de: diagnóstico situacional por meio de pesquisa qualitativa com cuidadores familiares cadastrados no site da pesquisa; elaboração de tecnologia cuidativo-educacional; Estudo de validação semântica com público alvo; modificaçoes na tecnologia; validação junto aos juizes. As etapas futuras, de estudo piloto para estruturação de ensaio clinico randomizado, o desenvolvimento do ensaio clinico randomizado, e a proposta ao COREN-RS e para a Politica de Cuidados, serão realizadas a partir de 2029.
Indicadores, Metas e Resultados
META: metodológico com as etapas: diagnóstico situacional (necessidades dos cuidadores informais), construção da TEC, validação do material pelo público alvo, validação por juízes - INDICADORES: Desenvolvimento do diagnóstico situacional a partir de pesquisa qualitativa e relatório; Elaboração da TEC em formato de portal digital; Disponibilização da TEC – Portal Digital Interativo para Estudo de validação semântica junto aos cuidadores informais; Modificações da tecnologia após validação junto ao público alvo; Validação da tecnologia junto aos juízes por meio de pesquisa de validação. RESULTADOS ESPERADOS: Os resultados esperados desta pesquisa apresentam potenciais de impacto em diferentes dimensões. Do ponto vista técnico científico, uma tecnologia cuidativo-educacional digital voltada a cuidadores familiares contribuirá para preencher lacunas ainda existentes na literatura nacional, da mesma forma que oferecerá um recurso inovador suscetível a replicação em outros contextos e populações. Em relação à inovação, o portal digital interativo inclui recursos integrados de informação e inteligência artificial sendo uma tecnologia inédita no cenário regional e nacional, além de acompanhar tendências globais do cuidado em saúde.
No que se refere à difusão, serão realizadas publicações em artigos científicos, lives com os resultados no canal do youtube da pesquisa, publicações nos sites das instituições de ensino (proponentes coparticipantes), elaboração de policybrief para gestores em saúde, publicações de artigos com tradução do conhecimento em mídia impressa do Estado e divulgação em mídias televisivas do Estado.
Há também um impacto socioeconômico relevante, visto que o fortalecimento das competências de cuidadores informais aumenta sua autoeficácia no cuidado disponibilizado ao paciente, reduzindo internações evitáveis, além disso, alivia a sobrecarga física e emocional reduzindo o adoecimento do cuidador. Por ser um recurso digital sua manutenção é de baixo custo para o Estado. Embora a proposta não tenha como foco principal a dimensão ambiental considerando o documento (OPAS, 2021-2030), o uso de tecnologias digitais acessíveis e de baixo custo contribui indiretamente para a redução do uso de materiais impressos e deslocamentos presenciais, se alinhando à práticas mais sustentáveis.
META: Formação de Recursos humanos - INDICADORES: Qualificação de ao menos um aluno de graduação em enfermagem a partir de experiência com bolsa; formação de um aluno de mestrado pela Ciência da Computação. RESULTADOS ESPERADOS: No campo do impacto institucional, a pesquisa estimula à formação de estudantes da graduação, mestrado e doutorado em pesquisa, extensão e inovação, fortalece a relação entre instituições nacionais e internacionais, além de abrir novas frentes de cooperação interinstitucional com áreas como ciência da computação e serviços de saúde.
No que se refere à difusão, serão realizadas publicações em artigos científicos, lives com os resultados no canal do youtube da pesquisa, publicações nos sites das instituições de ensino (proponentes coparticipantes), elaboração de policybrief para gestores em saúde, publicações de artigos com tradução do conhecimento em mídia impressa do Estado e divulgação em mídias televisivas do Estado.
Há também um impacto socioeconômico relevante, visto que o fortalecimento das competências de cuidadores informais aumenta sua autoeficácia no cuidado disponibilizado ao paciente, reduzindo internações evitáveis, além disso, alivia a sobrecarga física e emocional reduzindo o adoecimento do cuidador. Por ser um recurso digital sua manutenção é de baixo custo para o Estado. Embora a proposta não tenha como foco principal a dimensão ambiental considerando o documento (OPAS, 2021-2030), o uso de tecnologias digitais acessíveis e de baixo custo contribui indiretamente para a redução do uso de materiais impressos e deslocamentos presenciais, se alinhando à práticas mais sustentáveis.
META: Formação de Recursos humanos - INDICADORES: Qualificação de ao menos um aluno de graduação em enfermagem a partir de experiência com bolsa; formação de um aluno de mestrado pela Ciência da Computação. RESULTADOS ESPERADOS: No campo do impacto institucional, a pesquisa estimula à formação de estudantes da graduação, mestrado e doutorado em pesquisa, extensão e inovação, fortalece a relação entre instituições nacionais e internacionais, além de abrir novas frentes de cooperação interinstitucional com áreas como ciência da computação e serviços de saúde.
Equipe do Projeto
| Nome | CH Semanal | Data inicial | Data final |
|---|---|---|---|
| ADRIANA APARECIDA PAZ | |||
| ALINE DA COSTA VIEGAS | |||
| ANA CARLA RAMOS BORGES | |||
| ANA CARLA RAMOS BORGES | |||
| ARLIENE DO SOCORRO BATISTA DOS SANTOS | |||
| CAMILA ALMEIDA | |||
| CECÍLIA MARIA BRONDANI | |||
| CÉSAR BRASIL SPERB | |||
| EDA SCHWARTZ | 6 | ||
| FERNANDA EISENHARDT DE MELLO | |||
| FERNANDA EISENHARDT DE MELLO | |||
| FERNANDA SANTANA TRISTAO | 8 | ||
| FRANCIELE ROBERTA CORDEIRO | 8 | ||
| GERARD MORA-LÓPEZ | |||
| JULIANA GRACIELA VESTENA ZILLMER | 10 | ||
| MARGOT AGATHE SEIFFERT | |||
| MARIA CLARA MARCELINA DAS NEVES CHAGAS | |||
| MARIA CLARA MARCELINA DAS NEVES CHAGAS | |||
| MARIA JOANA ALVES CAMPOS | |||
| MARIANE DA SILVA XAVIER | |||
| MICHÉLE RODRIGUES FONSECA | |||
| NARA MARILENE OLIVEIRA GIRARDON-PERLINI | |||
| OLÍVIA WYSE FARIA | |||
| PATRICIA AUGUSTIN JAQUES MAILLARD | |||
| ROBSON MONCKES BARBOSA | |||
| STEFANIE GRIEBELER OLIVEIRA | 14 | ||
| VIRGINIA FERREIRA DA SILVA |