Nome do Projeto
A Ciência em Si - Divulgação Científica
Ênfase
Extensão
Data inicial - Data final
15/01/2019 - 02/12/2019
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências Sociais Aplicadas
Eixo Temático (Principal - Afim)
Comunicação / Comunicação
Linha de Extensão
Divulgação científica e tecnológica
Resumo
“A Ciência em Si” é um Projeto de Extensão de divulgação da pesquisa científica feita na Universidade Federal de Pelotas. Trata-se de um programa de rádio semanal que combina música e entrevista, tendo como protagonistas pesquisadores e pesquisadoras da Universidade. A proposta do programa, a ser veiculado na Rádio Federal FM e na web, é mostrar para a sociedade a importância das pesquisas que a universidade realiza e valorizar o ser humano que faz a Ciência.

Objetivo Geral

Divulgar a pesquisa científica feita por pesquisadores e pesquisadoras da UFPel por meio de um programa de entrevistas na Rádio Federal FM e na Web.

Justificativa

O estudo “Pesquisa no Brasil - Um relatório para a CAPES”, realizado pela empresa norte-americana Clarivate Analytics, apontou que 99% da produção científica brasileira é feita dentro das instituições públicas de ensino e que, das 20 que mais produzem ciência, 15 são federais. O relatório, referente ao período de 2011 a 2016, foi divulgado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), a partir da análise de 250 mil papers que fazem parte da base de dados internacional Web of Science.

A maior parte dessa produção, no entanto, carece de visibilidade, como constata Wilson Costa Bueno, em artigo publicado na revista Ação Midiática – Estudos em Comunicação, Sociedade e Cultura, nº 7, de 2014: “A pesquisa desenvolvida pelas universidades brasileiras permanece na invisibilidade, comprometendo uma de suas funções básicas: a democratização do conhecimento científico” (BUENO, 2014, p. 1).

Essa falta de divulgação do conhecimento científico tem impacto sobre a percepção que a sociedade tem da ciência como geradora de bem-estar e progresso.

Um país não faz ciência apenas aplicando quantidades variáveis de dinheiro em cientistas e laboratórios. Estes investimentos são necessários, mas não são suficientes. Se bem- sucedidos, eles geram bons pesquisadores, componente indispensável para a expansão das fronteiras do conhecimento. No entanto, a experiência dos últimos séculos mostra que, para um país ter ciência, é necessário que sua sociedade possua uma visão do mundo norteada pela certeza de que a ciência, assim como o produto da ciência, é a verdadeira geradora de bem-estar e progresso (UNICAMP, 2002, p. 2).

Para Bueno, a valorização da ciência, da tecnologia e da inovação como um componente da cultura de uma sociedade passa necessariamente pela “difusão ampla e competente da pesquisa científica e tecnológica, com destaque à divulgação científica em suas múltiplas possibilidades e ao jornalismo científico” (BUENO, 2014, p. 5). Assim, tanto se alcança a democratização do conhecimento como se justificam os investimentos em Ciência, Tecnologia e Inovação. No que diz respeito às universidades públicas, como a UFPel, ainda se pode acrescentar que a divulgação científica para a comunidade em geral é também uma forma de prestação de contas ao cidadão sobre o que a universidade faz em favor da sociedade com o recurso que nela é investido.

O desconhecimento da sociedade sobre a atividade de pesquisa das universidades públicas e, consequentemente, a relativização da produção científica como de pouca ou nenhuma relevância social – “os pesquisadores fazem estudos sobre coisas que não tem nenhuma serventia” – também colocam em cheque o sujeito pesquisador. Nas palavras de Rubem Alves, em O senso comum e a ciência, quando as pessoas comuns pensam nas palavras “ciência” ou “cientista” o que vem à mente são imagens como:

(…) o gênio louco, que inventa coisas fantásticas; o tipo excêntrico, ex-cêntrico, fora do centro, manso, distraído; o indivíduo que pensa o tempo todo sobre fórmulas incompreensíveis ao comum dos mortais; alguém que fala com autoridade, que sabe sobre o que está falando, a quem os outros devem ouvir e... obedecer. (ALVES, 1981).

Essas imagens distorcidas são usadas na mídia pelos agentes de propaganda para vender. “Se eles usam essas imagens é porque eles sabem que elas são eficientes para desencadear decisões e comportamentos. É o que foi dito antes: cientista tem autoridade, sabe sobre o que está falando e os outros devem ouvi-lo e obedecê-lo” (ALVES, 1981). Esta estereotipificação do cientista desumaniza o sujeito que pesquisa e escamoteia o sentido da ciência que é produzir conhecimento para melhorar a vida das pessoas. Ao devolver para a sociedade o resultado das pesquisas, a universidade contribui para ampliar a compreensão que os cidadãos têm sobre o mundo, realizando o que Boaventura de Souza Santos denomina se segunda ruptura epistemológica, ou seja, o conhecimento gerado pela Ciência e democratizado produz um senso comum melhor.

Na UFPel há mais de 2.600 projetos de pesquisas cadastrados abrangendo todas as áreas do conhecimento. No entanto, em sua grande maioria, estas pesquisas são desconhecidas da comunidade pelotense, e a sua divulgação certamente contribuiria para assinalar a importância delas para o progresso da sociedade e a melhora da qualidade de vida das pessoas onde vivem e trabalham. Portanto, essa produção precisa ser compartilhada com a comunidade local, superando assim a distância entre aquele que faz ciência e o cidadão que a financia, sublinhando o caráter essencialmente humano da atividade científica.

Com base no exposto, consideramos plenamente justificada a proposição deste projeto, na medida em que une, em um programa de rádio, dois elementos fundamentais do processo de produção científica: a pesquisa e o pesquisador. No que diz respeito à pesquisa, o programa A Ciência em Si vai falar à sociedade sobre objetos de pesquisa, problemas, hipóteses, conceitos, metodologias, resultados e impactos que envolvem o fazer científico, traduzindo-os para a linguagem que a comunidade entende. Ao lado disso, vai revelar ao ouvinte a música que faz a cabeça do pesquisador, apresentando-o como um cidadão inserido num universo musical.

O Projeto de Extensão “A Ciência em Si”, portanto, consiste da produção e veiculação de um programa de rádio semanal de mesmo nome com uma parte dedicada à entrevista com um pesquisador ou pesquisadora sobre a sua produção científica na Universidade Federal de Pelotas e com outra parte dedicada à música, que será escolhida pelo entrevistado dentro de suas preferências.

Referências

ALVES, Rubem Azevedo. Filosofia da Ciência. São Paulo: Brasiliense, 1981.

BUENO, Wilson Costa.A Divulgação da Produção Científica no Brasil: A Visibilidade da Pesquisa nos Portais das Universidades Brasileiras. In.: Ação Midiática – Estudos em Comunicação, Sociedade e Cultura, nº 7, de 2014

UNICAMP. Jornal Unicamp. Caderno Temático. Campinas/SP. Ano I, No 12, fev. 2002. Disponível em: . Acesso em: 05/12/2018.

Metodologia

A metodologia aplicada ao projeto envolve quatro passos: definição do perfil e estrutura do programa de rádio com o planejamento da produção e veiculação de cada episódio; realização de um programa-piloto conforme o perfil definido; avaliação do programa-piloto com a realização de ajustes, se for o caso; desenvolvimento em fluxo contínuo do processo de realização dos programas.

Na parte de realização do projeto, cada programa seguirá a seguinte metodologia: a) pré-produção; b) produção; e c) pós-produção.

a) na pré-produção define-se a pauta e a fonte a ser entrevistada; encaminha-se o convite à fonte para a entrevista e se solicita do entrevistado a relação de músicas ou do artista que serão executados no programa; faz-se o levantamento de dados sobre a pesquisa e sobre o entrevistado; e agenda-se a gravação da entrevista.

b) com base nos dados colhidos e na relação das músicas a serem executadas, prepara-se as questões da entrevista e o pré-roteiro do programa; em seguida, grava-se a entrevista no estúdio da Rádio Federal; depois de gravada, a entrevista é editada, e o programa, finalizado com a inserção das músicas indicadas pelo entrevistado e com a gravação da abertura e do encerramento, fechando-se o arquivo em formato compatível para veiculação na Rádio Federal e na web.

c) a pós-produção consiste da veiculação do programa, avaliação do processo de produção e interações com os ouvintes por meio das redes sociais, quando for o caso.

Indicadores, Metas e Resultados

Meta 1: Realizar entrevistas com pesquisadores da UFPEL sobre seus projetos de pesquisa para veiculação em programa de rádio.
Indicador 1: Realização de uma entrevista por semana ao longo do período de veiculação do programa de rádio
Resultado Esperado: As entrevistas com pesquisadores da UFPel sobre seus projetos de pesquisa são realizadas e veiculadas semanalmente na Rádio Federal FM.

Meta 2: Produzir programa de rádio semanal relacionando música e ciência.
Indicador 1: Produção de programa semanal de rádio com música e entrevista sobre projetos de pesquisa científica.
Resultado Esperado: A trilha musical de cada programa semanal de entrevista é feita pelo próprio pesquisador entrevistado.

Meta 3: Divulgar a produção científica da UFPEL
Indicador 1: Veiculação de programa de rádio semanal sobre Ciência na UFPEL pela Rádio Federal FM
Resultado Esperado: As informações sobre a produção científica da UFPel são veiculadas semanalmente em programa transmitido pela Rádio Federal FM.

Equipe do Projeto

NomeCH SemanalData inicialData final
DIEGO PLAMER LARROSSA
FELIPE MARQUES COUTO1
FILIPE BORGES CERQUEIRA
RICARDO ZIMMERMANN FIEGENBAUM1

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