Nome do Projeto
Incubação da "Rede Rizoma" - circuito local de comércio justo na região sul do RS
Ênfase
Extensão
Data inicial - Data final
01/04/2019 - 30/11/2021
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências Sociais Aplicadas
Eixo Temático (Principal - Afim)
Tecnologia e Produção / Trabalho
Linha de Extensão
Desenvolvimento regional
Resumo
"Rede Bem da Terra" é a denominação de uma rede complexa de organizações de economia solidária enraizadas na região sul do Rio Grande do Sul.
Ela foi iniciada pela constituição, em 2009, da Associação Bem da Terra - Comércio Justo e Solidário, que reuniu - à época - 22 empreendimentos coletivos de produção solidária (grupos, associações e cooperativas), urbanos e rurais, que somavam cerca de 300 famílias.
A partir daí foram surgindo outras articulações, em outros municípios, e em 2014 formou-se em Pelotas uma organização de consumidores responsáveis: a Feira Virtual Bem da Terra, cujo objetivo era canalizar o consumo de pessoas dispostas a contribuir com a economia solidária (produção), ao transferir seus dispêndios pessoais do circuito convencional de comercialização (especialmente supermercados e feiras convencionais) para estruturas solidárias de produção e distribuição.
A partir de 2016, novos "Grupos de Consumo Responsável" (GCR) foram se constituindo a partir das experiências realizadas em Pelotas, o que por sua vez permitiu incorporar outros grupos de produtores ao processo. Rio Grande, São Lourenço do Sul, Canguçu e Jaguarão são cidades que neste momento já possuem um GCR ou estão em vias de fazê-lo funcionar.
O conjunto dessas organizações abrange aproximadamente, hoje, 5 (cinco) GCRs, com 250 famílias de consumidores, ao todo; mais de 40 (quarenta) coletivos locais de produção (urbanos e rurais), somando aproximadamente 300 (trezentas) famílias de produtores; e adquire produtos da economia solidária de outras regiões do Brasil, e que não são produzidos solidariamente na Zona Sul (café, açúcar, erva-mate, castanhas etc.), envolvendo assim cerca de outros 20 (vinte) empreendimentos solidários "externos" à Rede.
A partir de 2018, com recursos do Programa Nacional de Incubadoras Tecnológicas de Cooperativas Populares, gerenciado pelo CNPq, e sob a demanda das organizações listadas acima, o Núcleo TECSOL implementou o projeto "Incubação da Rede 'Rizoma Bem da Terra' - circuito local de comércio justo", que permitiu assessorar o surgimento dos GCRs de São Lourenço do Sul, Jaguarão e Canguçu, bem como da formação do "Rizoma Bem da Terra".
O "Rizoma" se apresenta como uma "rede de redes", cujo objetivo é facilitar a comercialização solidária para as organizações que dele participam - sejam elas de produtores e/ou de consumidores.
Trata-se de uma estrutura de compras, de vendas e de distribuição coletiva, organizada cooperativamente, cujos objetivos principais são:
1. facilitar as compras conjuntas de produtos para consumidores por parte dos GCRs;
2. facilitar as compras conjuntas de insumos produtivos da própria economia solidária para os coletivos de produção locais, membros das redes que compõem o Rizoma;
3. facilitar a circulação e comercialização de produtos locais entre os pontos de distribuição compostos pelos diferentes nodos do Rizoma.
O projeto que ora apresentamos pretende apoiar a consolidação do Rizoma Bem da Terra, assessorando o processo de desenvolvimento dos GCRs que o compõe, dando suporte ao surgimento de novos GCRs na nossa região e construindo, com as organizações protagonistas, as estruturas necessárias para o seu funcionamento e para o atingimento dos objetivos propostos pela Rede.
Objetivo Geral
Desenvolver a tecnologia social referente à constituição de redes de distribuição solidária, conformadas por organizações econômicas solidárias de produtores (de um lado) e de consumidores (de outro lado), apoiando a construção e consolidação do "Rizoma Bem da Terra - circuito local de comércio justo", e ampliando a presença da economia solidária, da agricultura familiar de base ecológica e do consumo responsável em nossa região.
Justificativa
O financiamento e a comercialização continuam sendo os principais gargalos dos empreendimentos de economia solidária (EES).
A estruturação de redes e cadeias produtivas e a multiplicação das feiras da economia solidária tem representado uma importante iniciativa no sentido de enfrentar o problema da comercialização. Ambas as alternativas, em que pese seus resultados amplamente positivos, enfrentam limites que precisam ser superados, especialmente no que diz respeito aos custos de transação envolvidos e na escala de negócios alcançada (ainda relativamente diminuta).
As redes e cadeias produtivas, ao adotar estruturas comuns de transação, podem reduzir seus custos, embora eles se tornem particularmente elevados quando a comercialização é dirigida aos mercados convencionais (lojas, supermercados, feiras convencionais etc.), cujas economias de escala exigem grandes investimentos dos agentes envolvidos. E o mais importante: uma vez que, nesses casos, o processo de comercialização é realizado por estruturas convencionais, a precificação dos produtos obedece à logica da competição baseada exclusivamente na relação preços-qualidade, tornando os produtos indistinguíveis para os consumidores os seus atributos ético-políticos (por exemplo: entre solidários e não-solidários; agroecológicos e convencionais etc.).
As feiras da EcoSol, por outro lado, operam com custos de outra natureza, mas igualmente elevados, em função de sua tipificação, isto é, de custos relacionados (i) com o deslocamento dos produtores; (ii) com o tempo de comercialização, subtraído ao tempo de produção; (iii) com perdas elevadas (em se tratando da agricultura familiar, especialmente) em função da imprevisibilidade relativa da demanda.
A estrutura de comercialização dos GCRs, por outro lado, ainda que incipiente no momento atual, representa uma opção que tende a se impor num futuro não muito distante, pois representa um conjunto de vantagens importantes, prefigurada anteriormente – de forma 'macro' – pelo Movimento Internacional do Comércio Justo. Em outras palavras: ao estruturar uma nova forma de compra-e-venda direta entre produtores solidários e consumidores responsáveis, os custos de transação são reduzidos significativamente, o que permite: (i) reduzir os preços para os consumidores finais; (ii) elevar os ganhos (por unidade e totais) das vendas dos produtores; (iii) eliminar as perdas dos produtores relacionadas a produtos ofertados mas não vendidos.
Do ponto de vista da 'acumulação solidária', a articulação direta entre produtores e consumidores (i) aumenta a compreensão dos consumidores em relação ao papel fundamental do exercício do consumo consciente para a manutenção da forma de produção adequada ao seu tipo de consumo; (ii) aumenta a compreensão dos produtores solidários acerca da forma de funcionamento do mercado capitalista e da necessidade de construção de outras formas – solidárias – de comercialização; (iii) aumenta a compreensão de ambos os grupos de agentes, sobre a necessidade da internalização das transações e da construção de estruturas solidárias de distribuição; (iv) aumenta o número de consumidores conscientes à medida que os preços dos produtos da economia solidária permitam incorporar uma faixa de consumidores que gostaria de praticar o consumo ético, mas que está impedida em função de suas limitações de orçamento doméstico, dada a diferença sensível de preços entre os produtos convencionais e dos produtos da EcoSol.
A presença de articulações já consolidadas de empreendimentos solidários (como a Associação Bem da Terra, em Pelotas) e de consumidores responsáveis (como a Feira Virtual Bem da Terra, em Pelotas, ou o Armazém da Economia Popular Solidária de Rio Grande) na nossa região, e a formação de novos GCRs em outras cidades (Canguçu, Jaguarão, São Lourenço do Sul) permitem entrever a possibilidade de uma ampla rede de distribuição para a economia solidária, com possibilidades de expansão, inclusive, para outros municípios.
A UFPel pode colaborar de forma decisiva neste processo, a partir dos aportes sustentados pela experiência de quase dez anos de seu Núcleo Interdisciplinar de Tecnologias Sociais e Economia Solidária.
A estruturação de redes e cadeias produtivas e a multiplicação das feiras da economia solidária tem representado uma importante iniciativa no sentido de enfrentar o problema da comercialização. Ambas as alternativas, em que pese seus resultados amplamente positivos, enfrentam limites que precisam ser superados, especialmente no que diz respeito aos custos de transação envolvidos e na escala de negócios alcançada (ainda relativamente diminuta).
As redes e cadeias produtivas, ao adotar estruturas comuns de transação, podem reduzir seus custos, embora eles se tornem particularmente elevados quando a comercialização é dirigida aos mercados convencionais (lojas, supermercados, feiras convencionais etc.), cujas economias de escala exigem grandes investimentos dos agentes envolvidos. E o mais importante: uma vez que, nesses casos, o processo de comercialização é realizado por estruturas convencionais, a precificação dos produtos obedece à logica da competição baseada exclusivamente na relação preços-qualidade, tornando os produtos indistinguíveis para os consumidores os seus atributos ético-políticos (por exemplo: entre solidários e não-solidários; agroecológicos e convencionais etc.).
As feiras da EcoSol, por outro lado, operam com custos de outra natureza, mas igualmente elevados, em função de sua tipificação, isto é, de custos relacionados (i) com o deslocamento dos produtores; (ii) com o tempo de comercialização, subtraído ao tempo de produção; (iii) com perdas elevadas (em se tratando da agricultura familiar, especialmente) em função da imprevisibilidade relativa da demanda.
A estrutura de comercialização dos GCRs, por outro lado, ainda que incipiente no momento atual, representa uma opção que tende a se impor num futuro não muito distante, pois representa um conjunto de vantagens importantes, prefigurada anteriormente – de forma 'macro' – pelo Movimento Internacional do Comércio Justo. Em outras palavras: ao estruturar uma nova forma de compra-e-venda direta entre produtores solidários e consumidores responsáveis, os custos de transação são reduzidos significativamente, o que permite: (i) reduzir os preços para os consumidores finais; (ii) elevar os ganhos (por unidade e totais) das vendas dos produtores; (iii) eliminar as perdas dos produtores relacionadas a produtos ofertados mas não vendidos.
Do ponto de vista da 'acumulação solidária', a articulação direta entre produtores e consumidores (i) aumenta a compreensão dos consumidores em relação ao papel fundamental do exercício do consumo consciente para a manutenção da forma de produção adequada ao seu tipo de consumo; (ii) aumenta a compreensão dos produtores solidários acerca da forma de funcionamento do mercado capitalista e da necessidade de construção de outras formas – solidárias – de comercialização; (iii) aumenta a compreensão de ambos os grupos de agentes, sobre a necessidade da internalização das transações e da construção de estruturas solidárias de distribuição; (iv) aumenta o número de consumidores conscientes à medida que os preços dos produtos da economia solidária permitam incorporar uma faixa de consumidores que gostaria de praticar o consumo ético, mas que está impedida em função de suas limitações de orçamento doméstico, dada a diferença sensível de preços entre os produtos convencionais e dos produtos da EcoSol.
A presença de articulações já consolidadas de empreendimentos solidários (como a Associação Bem da Terra, em Pelotas) e de consumidores responsáveis (como a Feira Virtual Bem da Terra, em Pelotas, ou o Armazém da Economia Popular Solidária de Rio Grande) na nossa região, e a formação de novos GCRs em outras cidades (Canguçu, Jaguarão, São Lourenço do Sul) permitem entrever a possibilidade de uma ampla rede de distribuição para a economia solidária, com possibilidades de expansão, inclusive, para outros municípios.
A UFPel pode colaborar de forma decisiva neste processo, a partir dos aportes sustentados pela experiência de quase dez anos de seu Núcleo Interdisciplinar de Tecnologias Sociais e Economia Solidária.
Metodologia
A metodologia utilizada corresponde à "incubação tecnológica de empreendimentos econômicos solidários", desenvolvida ao longo dos últimos vinte (20) anos pela Rede Universitária de Incubadoras Tecnológicas de Cooperativas Populares (do Brasil), da qual é parte o Núcleo Tecsol-UFPel.
Entretanto, embora a base metodológica seja amplamente orientadora para este projeto (organização em etapas no tempo, prevendo a desincubação; educação popular; pesquisa-ação; desenvolvimento de tecnologias sociais; ênfase nos princípios de solidariedade, cooperação e autogestão), a tecnologia de constituição de grupos de consumo responsável ainda se encontra em desenvolvimento e a experiência da Feira Virtual Bem da Terra, em Pelotas, vem contribuindo expressivamente nesta construção.
Totalmente inovador para o caso brasileiro, é a constituição de uma rede integrada, composta por redes menores de empreendimentos produtivos e de organizações de consumidores, assim como se apresenta o Rizoma Bem da Terra.
Neste sentido, e partindo das metodologias integradas pela "incubação (...)", a metodologia proposta pode ser descrita nos seguintes termos:
(A) Desenvolvimento em etapas – seguindo os fundamentos da metodologia da Rede de ITCPs, mas tomando em consideração que tal ‘tecnologia’ está dirigida ao assessoramento de empreendimentos produtivos, este projeto também tem a intenção de marcar três momentos do processo de incubação: (1) pré-incubação; (2) incubação; (3) pós-incubação. Porém, o processo torna-se mais complexo à medida que relaciona entre si duas incubações distintas: (a) dos grupos de consumo responsável (GCRs), como empreendimentos singulares; e (b) do Rizoma Bem da Terra, como rede de GCRs e como rede de compras coletivas para empreendimentos solidários produtivos.
O período de pré-incubação prefigura a constituição e orientação inicial aos grupos que darão sustentação à experiência – no caso dos GCRs, os chamados “grupos locais de organização” (GLOs – geralmente um número reduzido de pessoas que toma a iniciativa e aclara seus objetivos a partir da ação estruturante); no caso do Rizoma, de seu Comitê Organizador, formado por representantes dos GLOs e dos GCRs já consolidados. Além desta formatação orgância, a pré-incubação comporta também um importante período de planejamento (logística, espaço físico, equipamentos, ferramentas a serem utilizadas etc.) e de aproximação de outros integrantes (lista de fornecedores, articulação de consumidores etc.).
O período de incubação refere-se ao momento em que as organizações (GCRs e Rizoma) já se encontram em operação e precisam configurar sofisticadamente suas ferramentas: constituir regulamentos e estatutos; avaliar o desempenho econômico e propor alterações para superar dificuldades e fragilidades; neutrilizar as ameças à coesão interna e aos problemas de mercado etc. Nesta etapa, o processo formativo dirige seu foco para as ferramentas de gestão cooperativa, monitorando e aperfeiçoando os aspectos econômicos e sócio-organizativos do GCR e do Rizoma.
O período de pós-incubação refere-se ao momento em que o empreendimento (no caso, os GCRs e o Rizoma) já alcançaram seu equilíbrio econômico e organizativo e passam a demandar da incubadora apenas o desenvolvimento de projeto específicos, pontuais e inovadores, que permitam às organizações melhorar sua performance dentro dos objetivos estabelecidos.
(B) Ênfase nos princípios – autogestão, solidariedade e cooperação constituem os fundamentos éticos da economia solidária e, portanto e também, dos grupos de consumo responsável. O processo de incubação exige ainda uma relação de horizontalidade e de reconhecimento recíproco dos valores e conhecimentos representados pela incubadora, de um lado, e pelo empreendimento solidário, do outro.
(C) Pesquisa-ação e tecnologias sociais – A experiência da incubação de empreendimentos econômicos constitui processo complexo, em que se articulam diferentes tipos de grupos sociais, de conhecimentos, a partir de princípios democráticos e participativos. É uma experiência real (não-simulada) e que apresenta riscos econômicos para os envolvidos. Neste sentido, é imprescindível o desenvolvimento de ferramentas adequadas para essas experiência repletas de inovações sociais. Desde a busca e adaptação de softwares adequados (plataformas de compras, planilhas de controle, uso de redes sociais etc.), tecnologiais de infra-estrutura (logística adaptada, armazenamentos etc.) a orgwares eficientes (estruturas democráticas e ágeis – ao mesmo tempo – para tomada de decisões, por exemplo), toda a experiência, e a sua viabilidade social e econômica, depende de inovações sociais. Daí a necessidade de pesquisa constante, envolvendo ao mesmo tempo o grupo acadêmico e as organizações sociais. Por isso, o emprego da pesquisa-ação como método privilegiado de desenvolvimento de soluções tecnológicas adequadas e que, por sua vez, poderão orientar e validar outras experiência de mesmo tipo (daí sua concepção como “tecnologia social”).
(D) Educação popular – a incubação tecnológica de empreendimentos solidários, portanto, não é uma ‘tranferência tecnológica’, mas sim um processo de ensino-aprendizagem compartilhado, comprometido e implicado com os sujeitos coletivos que dele fazem parte. Assim, o reconhecimento dos saberes envolvidos abre espaço para a dialogicidade entre eles, que permitem a construção de conhecimento novo, socialmente relevate e coletivamente legitimado.
Entretanto, embora a base metodológica seja amplamente orientadora para este projeto (organização em etapas no tempo, prevendo a desincubação; educação popular; pesquisa-ação; desenvolvimento de tecnologias sociais; ênfase nos princípios de solidariedade, cooperação e autogestão), a tecnologia de constituição de grupos de consumo responsável ainda se encontra em desenvolvimento e a experiência da Feira Virtual Bem da Terra, em Pelotas, vem contribuindo expressivamente nesta construção.
Totalmente inovador para o caso brasileiro, é a constituição de uma rede integrada, composta por redes menores de empreendimentos produtivos e de organizações de consumidores, assim como se apresenta o Rizoma Bem da Terra.
Neste sentido, e partindo das metodologias integradas pela "incubação (...)", a metodologia proposta pode ser descrita nos seguintes termos:
(A) Desenvolvimento em etapas – seguindo os fundamentos da metodologia da Rede de ITCPs, mas tomando em consideração que tal ‘tecnologia’ está dirigida ao assessoramento de empreendimentos produtivos, este projeto também tem a intenção de marcar três momentos do processo de incubação: (1) pré-incubação; (2) incubação; (3) pós-incubação. Porém, o processo torna-se mais complexo à medida que relaciona entre si duas incubações distintas: (a) dos grupos de consumo responsável (GCRs), como empreendimentos singulares; e (b) do Rizoma Bem da Terra, como rede de GCRs e como rede de compras coletivas para empreendimentos solidários produtivos.
O período de pré-incubação prefigura a constituição e orientação inicial aos grupos que darão sustentação à experiência – no caso dos GCRs, os chamados “grupos locais de organização” (GLOs – geralmente um número reduzido de pessoas que toma a iniciativa e aclara seus objetivos a partir da ação estruturante); no caso do Rizoma, de seu Comitê Organizador, formado por representantes dos GLOs e dos GCRs já consolidados. Além desta formatação orgância, a pré-incubação comporta também um importante período de planejamento (logística, espaço físico, equipamentos, ferramentas a serem utilizadas etc.) e de aproximação de outros integrantes (lista de fornecedores, articulação de consumidores etc.).
O período de incubação refere-se ao momento em que as organizações (GCRs e Rizoma) já se encontram em operação e precisam configurar sofisticadamente suas ferramentas: constituir regulamentos e estatutos; avaliar o desempenho econômico e propor alterações para superar dificuldades e fragilidades; neutrilizar as ameças à coesão interna e aos problemas de mercado etc. Nesta etapa, o processo formativo dirige seu foco para as ferramentas de gestão cooperativa, monitorando e aperfeiçoando os aspectos econômicos e sócio-organizativos do GCR e do Rizoma.
O período de pós-incubação refere-se ao momento em que o empreendimento (no caso, os GCRs e o Rizoma) já alcançaram seu equilíbrio econômico e organizativo e passam a demandar da incubadora apenas o desenvolvimento de projeto específicos, pontuais e inovadores, que permitam às organizações melhorar sua performance dentro dos objetivos estabelecidos.
(B) Ênfase nos princípios – autogestão, solidariedade e cooperação constituem os fundamentos éticos da economia solidária e, portanto e também, dos grupos de consumo responsável. O processo de incubação exige ainda uma relação de horizontalidade e de reconhecimento recíproco dos valores e conhecimentos representados pela incubadora, de um lado, e pelo empreendimento solidário, do outro.
(C) Pesquisa-ação e tecnologias sociais – A experiência da incubação de empreendimentos econômicos constitui processo complexo, em que se articulam diferentes tipos de grupos sociais, de conhecimentos, a partir de princípios democráticos e participativos. É uma experiência real (não-simulada) e que apresenta riscos econômicos para os envolvidos. Neste sentido, é imprescindível o desenvolvimento de ferramentas adequadas para essas experiência repletas de inovações sociais. Desde a busca e adaptação de softwares adequados (plataformas de compras, planilhas de controle, uso de redes sociais etc.), tecnologiais de infra-estrutura (logística adaptada, armazenamentos etc.) a orgwares eficientes (estruturas democráticas e ágeis – ao mesmo tempo – para tomada de decisões, por exemplo), toda a experiência, e a sua viabilidade social e econômica, depende de inovações sociais. Daí a necessidade de pesquisa constante, envolvendo ao mesmo tempo o grupo acadêmico e as organizações sociais. Por isso, o emprego da pesquisa-ação como método privilegiado de desenvolvimento de soluções tecnológicas adequadas e que, por sua vez, poderão orientar e validar outras experiência de mesmo tipo (daí sua concepção como “tecnologia social”).
(D) Educação popular – a incubação tecnológica de empreendimentos solidários, portanto, não é uma ‘tranferência tecnológica’, mas sim um processo de ensino-aprendizagem compartilhado, comprometido e implicado com os sujeitos coletivos que dele fazem parte. Assim, o reconhecimento dos saberes envolvidos abre espaço para a dialogicidade entre eles, que permitem a construção de conhecimento novo, socialmente relevate e coletivamente legitimado.
Indicadores, Metas e Resultados
Indicador 1 - consolidação dos GCRs de Canguçu, São Lourenço do Sul e Jaguarão
Meta 1.1. - constituição dos grupos de consumo, com delimitação de seus participantes, coordenação eleita e efetiva e processos de compra coletiva regularmente estabelecidos.
Meta 1.2. - construção e uso autônomo das ferramentas de gestão dos GCRs, especialmente da plataforma de encomendas e das planilhas de controle e fluxo de estoques e recursos financeiros.
Meta 1.3. - consolidação da articulação do grupo de consumo responsável com grupos locais de produção solidária.
Indicador 2 - formação e consolidação do Rizoma Bem da Terra, integrado regionalmente pelos grupos de consumo responsável, pelos empreendimentos solidários (de produção) compradores de insumos e pelas empresas familiares comprometidas com a comercialização dos empreendimentos solidários.
Meta 2.1. - estabelecimento e consolidação de estruturas de distribuição (plataformas de ofertas e de pedidos; logística; listas de fornecedores; locais físicos; organização financeira etc.) da economia solidária entre as diferentes organizações-membro do Rizoma.
Meta 2.2. - desenvolvimento do orgware correspondente do Rizoma: grupos de trabalho, coordenação geral, estatuto jurídico.
Meta 2.3. - ampliação da distribuição, comercialização e consumo dos produtos da economia solidária, tanto de origem local como não-local, em até 20% dos volumes atuais.
Indicador 3 - Produção científica relacionada à experiência projetada, de desenvolvimento de metodologia de incubação de grupos e de redes de consumo responsável.
Meta 3.1. - organização de livro interdisciplinar (estruturado em artigos independentes) descritivo-analítico das diferentes dimensões do processo de construção do Rizoma.
Meta 3.2. - elaboração de ao menos 3 (três) artigos científicos para comunicação e publicação referentes aos aspectos mais relevantes da experiência.
Meta 3.3. - elaboração e publicação de material de difusão (cartilha) da metodologia desenvolvida.
Meta 1.1. - constituição dos grupos de consumo, com delimitação de seus participantes, coordenação eleita e efetiva e processos de compra coletiva regularmente estabelecidos.
Meta 1.2. - construção e uso autônomo das ferramentas de gestão dos GCRs, especialmente da plataforma de encomendas e das planilhas de controle e fluxo de estoques e recursos financeiros.
Meta 1.3. - consolidação da articulação do grupo de consumo responsável com grupos locais de produção solidária.
Indicador 2 - formação e consolidação do Rizoma Bem da Terra, integrado regionalmente pelos grupos de consumo responsável, pelos empreendimentos solidários (de produção) compradores de insumos e pelas empresas familiares comprometidas com a comercialização dos empreendimentos solidários.
Meta 2.1. - estabelecimento e consolidação de estruturas de distribuição (plataformas de ofertas e de pedidos; logística; listas de fornecedores; locais físicos; organização financeira etc.) da economia solidária entre as diferentes organizações-membro do Rizoma.
Meta 2.2. - desenvolvimento do orgware correspondente do Rizoma: grupos de trabalho, coordenação geral, estatuto jurídico.
Meta 2.3. - ampliação da distribuição, comercialização e consumo dos produtos da economia solidária, tanto de origem local como não-local, em até 20% dos volumes atuais.
Indicador 3 - Produção científica relacionada à experiência projetada, de desenvolvimento de metodologia de incubação de grupos e de redes de consumo responsável.
Meta 3.1. - organização de livro interdisciplinar (estruturado em artigos independentes) descritivo-analítico das diferentes dimensões do processo de construção do Rizoma.
Meta 3.2. - elaboração de ao menos 3 (três) artigos científicos para comunicação e publicação referentes aos aspectos mais relevantes da experiência.
Meta 3.3. - elaboração e publicação de material de difusão (cartilha) da metodologia desenvolvida.
Equipe do Projeto
Nome | CH Semanal | Data inicial | Data final |
---|---|---|---|
ANTONIO CARLOS MARTINS DA CRUZ | 4 | ||
BRUNA BOETTGE SIGALES | |||
CARLOS GASSEN NASCIMENTO | |||
HANIEL MONTEIRO CARVALHO | |||
HENRIQUE ANDRADE FURTADO DE MENDONCA | 4 | ||
JOSE RICARDO KREUTZ | 2 | ||
LAÍS VARGAS RAMM | |||
LUIZ FILIPE DAME SCHUCH | 2 | ||
MARIA LAURA VICTÓRIA MARQUES | |||
TASSIANE DA SILVA FRANÇA | |||
VERONICA CALDEIRA LEITE CHRISTINO | 1 | ||
VICTORIA GUIMARÃES CLASEN |