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A tradição de corais sacros em Pelotas foi pequena, porém expressiva, mais presente nas tradições reformadas que na católica. A Catedral São Francisco de Paula, até o início da década de 1950, teve coro e orquestra próprios, cujo impulso se deveu especialmente, ainda no século XIX, ao maestro-de-capela e compositor João Pinto Bandeira, sucedido por seu filho José Duprat Pinto Bandeira, tendo como organista seu irmão, Domingos D. Pinto Bandeira e vários outros membros da família, quase toda de músicos. Desde o início dos anos 1930 atuava também na cidade o coro masculino do maestro Francês Max Demand, e em 1941 era fundado pela regente e organista D. Francisca Sampaio o Coral Santo Antônio, atualmente em vias de extinção. A iniciativa de formação de um grupo a fim de estudar e difundir tanto o repertório gregoriano quanto o tradicional brasileiro é, portanto, fundamental na preservação de patrimônio imaterial que, na prática, caiu em desuso.

O grupo terá dois encontros semanais com duração de 2h: um, no Centro de Artes, para fins de treinamento técnico-vocal dos integrantes e aprendizagem de leitura musical. Outro, no local habitual de ensaio do grupo (atualmente, nas dependências do Seminário São Francisco de Paula), para leitura e passagem de repertório, com a colaboração de um instrumentista acompanhador, aluno do Curso de Música da UFPel.

Para além da qualificação dos participantes, o resultado fundamental será a difusão do repertório junto à comunidade, através da execução em liturgias, de modo que o público venha a se familiarizar e reaprender as melodias simples e em uníssono, especialmente as gregorianas, tanto em latim quanto em vernáculo. Além dessas peças, o projeto visa formação coral propriamente dita, com peças a várias vozes para coro masculino, também para serem apresentadas ao público, dentro ou fora do ambiente litúrgico.