Nome do Projeto
Liga Acadêmica de Saúde das Populações em Vulnerabilidade Social - LASPOVUS
Ênfase
Ensino
Data inicial - Data final
02/03/2020 - 30/11/2021
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências da Saúde
Resumo
A Liga Acadêmica de Saúde das Populações em Vulnerabilidade Social - LASPOVUS consistirá em um espaço acadêmico de contato com a temática da vulnerabilidade social e seu impacto na saúde. Terá o objetivo de aprofundar a compreensão sobre processo saúde-doença nas populações vulneráveis entre estudantes e professores da área da saúde da UFPel, produzir conhecimento nesta temática e construir propostas de intervenção, passíveis de execução e avaliação no cenário de Pelotas e região.

Objetivo Geral

Aprofundar a compreensão sobre processo saúde-doença nas populações em vulnerabilidade social, produzir conhecimento nesta temática e construir propostas de intervenção, passíveis de execução e avaliação no cenário de Pelotas e região.

Justificativa

A oferta de serviços de saúde e de produção de conhecimento em saúde tem obedecido a critérios distantes da busca da equidade prevista no texto constitucional brasileiro. Prova disso, são as doenças negligenciadas como a Tuberculose, a malária, a doença de Chagas que atingem mais as populações mais pobres e para as quais a produção de conhecimento é reduzida. Ricardo Valverde, em texto disponível no site da FIOCRZ descreve que: “As doenças negligenciadas são aquelas causadas por agentes infecciosos ou parasitas e são consideradas endêmicas em populações de baixa renda. Essas enfermidades também apresentam indicadores inaceitáveis e investimentos reduzidos em pesquisas, produção de medicamentos e em seu controle. As doenças tropicais, como a malária, a doença de Chagas, a doença do sono (tripanossomíase humana africana, THA), a leishmaniose visceral (LV), a filariose linfática, a dengue e a esquistossomose continuam sendo algumas das principais causas de morbidade e mortalidade em todo o mundo. Estas enfermidades, conhecidas como doenças negligenciadas, incapacitam ou matam milhões de pessoas e representam uma necessidade médica importante que permanece não atendida. Embora as doenças tropicais e a tuberculose sejam responsáveis por 11,4% da carga global de doença, apenas 21 (1,3%) dos 1.556 novos medicamentos registrados entre 1975 e 2004, foram desenvolvidos especificamente para essas doenças. Portanto, 1.535 medicamentos foram registrados para outras doenças.” Prossegue relatando que: “Um estudo recente sobre o financiamento mundial de inovação para doenças negligenciadas (G-Finder2, na sigla em inglês) revelou que menos de 5% deste financiamento foram investidos no grupo das doenças extremamente negligenciadas, ou seja, doença do sono, leishmaniose visceral e doença de Chagas, ainda que mais de 500 milhões de pessoas sejam ameaçadas por estas três doenças parasitárias. As doenças negligenciadas são um problema global de saúde pública, mas a P&D das indústrias farmacêuticas é orientada quase sempre pelo lucro, estando o setor industrial privado focado nas doenças globais para as quais medicamentos podem ser produzidos e comercializados com geração de lucros. Com baixo poder aquisitivo e sem influência política, os pacientes e sistemas de saúde mais pobres não conseguem gerar o retorno financeiro exigido pela maior parte das empresas voltadas ao lucro.” Vários estudos já identificaram a hipertensão como mais frequente em negros e, recentemente, uma pesquisa do Hospital Universitário da BAHIA, desenvolvida por Antônio Noblat e outros, avaliou 622 pacientes hipertensos e encontrou maior prevalência de hipertensão entre os negros e mais lesões em órgãos alvo com atenção especial ao AVC. A Comissão Nacional sobre Determinantes Sociais da Saúde publicou em 2000, documento mostrando a relação entre mortalidade infantil em municípios de renda per capita de 762 reais e 42 reais, ficando de 15 e 60/1000, respectivamente. A expectativa de vida de pessoas transexuais no Brasil é de 32 anos. A Pequisa Nacional por amostra de domicílios demonstrou que o diagnóstico autoreferido de diabetes no Brasil vem aumentando entre 1998 e 2008, mas sempre foi maior no pior quintil sóio-econômico. Da mesma forma para a hipertensão. O Plano Municipal de Saúde de Pelotas, 2014-2017, informa que existem 35 mil famílias em Pelotas com renda per capita abaixo de meio salário mínimo. Destas, apenas 10 mil recebem compensação através do bolsa-família. A incidência de Tuberculose no Brasil vem reduzindo e hoje encontra-se em 38,7 casos por 100 mil habitantes, enquanto em Pelotas temos 71,4 casos em 100 mil habitantes. Este dado torna evidente o quanto estamos diante de uma população em alta vulnerabilidade social, carecendo de dedicação acadêmica para as suas questões.


Metodologia

Selecionar estudantes dos cursos da área da saúde interessados na temática, desenvolver de forma participativa com estes estudantes um cronograma de seminários mensais contemplando a temática da interface saúde e vulnerabilidade como doenças negligenciadas, saúde da população negra, saúde da população LGBT, saúde da população carcerária, saúde das populações rurais, saúde das populações com baixa renda, saúde dos imigrantes, saúde da população de rua.
Dos seminários dos estudantes serão destacadas as áreas específicas onde será possível desenvolver projetos de extensão e ensino, fazendo abordagem das populações em vulnerabilidade social específica, estudando sua situação e buscando, coletivamente estratégias de fortalecimento do acesso à saúde destes povos.

Indicadores, Metas e Resultados

Espera-se que a Laspovus seja capaz de sensibilizar estudantes da UFPel para além dos estudantes presentes na Laspovus para a temática da vulnerabilidade social e saúde desenvolvendo atividades abertas a comunidade acadêmica. Espera-se também que os estudantes da Laspovus convivam com populações em vulnerabilidade e desenvolvam habilidades de comunicação, de abordagem comunitária, de abordagem familiar e de abordagem cultural. Espera-se também que os estudantes da Laspovus desenvolvam habilidades de problematização e elaboração de estratégias para enfrentamento dos obstáculos encontrados no contexto adverso, possibilitando a escrita de projetos de intervenção.
As metas serão:

1. Número de seminários realizados por ano de ao menos, 6 seminários.
2. Número de ações educativas voltadas para a comunidade acadêmica da UFPel na temática da vulnerabilidade e saúde de ao menos, 2 atividades por ano
3. Número de projetos de extensão elaborados pelos estudantes de, ao menos, 2 projetos no período de 2 anos.

Equipe do Projeto

NomeCH SemanalData inicialData final
ADAM ARAI MARTENS
ALANA CAROLINA ANDRADE DALLA COSTA
ANA CAROLINE DE SENE BERNASCONI
ANDRÉ HENRIQUE SOUSA LEÃO
ANGELA MOREIRA VITORIA4
BERTIELLE MISSIO BESSOW
BRENO QUARESMA FRANCO RAMOS
CARLA DE CARVALHO TEIXEIRA
CINTIA RODRIGUEZ BARROS
DEBORAH SILVA NUNES
ENZO MANHAES DE CARVALHO REIS SILVA
FELIPE YUSUKE SATO SHINZATO
GENEVA SOUZA COSTA
GIORGIA BASTOS BIAZUS
GRACIELA VELARDE ALVAREZ DE OLIVEIRA
IAGO SILVA E RODRIGUES
INGRID MIRIAM OLIVEIRA
ISABELA BARREIRO AGOSTINI
ISABELLA ANNUZA COIMBRA
ISADORA OLIVEIRA MELO DE ABREU
JENIFFER DOS REIS FERNANDES
JULIA CAROLINA DA CRUZ VIEIRA
JULIO CESAR MACHADO FERREIRA JUNIOR
LEONARDO CHRISTIAN DA SILVA MAIA
LUAN SOARES DA SILVA
LUCAS OLIVEIRA ANDRÉ MAGALHÃES
LYKA TOMINAGA
MARIANA CARDUZ OLIVEIRA
MARLON DELEON DIAS DE OLIVEIRA
MURILO SILVEIRA ECHEVERRIA
NADIA DA TRINDADE GOMES
NAYANE KAVALKIEVICZ DE SOUZA DA SILVA
NICOLE BORBA RIOS BARROS
PETRA SOFIA LOVO OLIVEIRA SAVIO
SAMUEL DA SILVA JULIÃO
SANDY DA ROSA COSTA
STEFANI GONCALVES DOMINGUES
WELLIGTON ANGELO DA SILVA CIDADE
WILSON JUNIO TOMAZ MARTINS

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