Nome do Projeto
Avaliação imunológica de éguas com diferentes escores corporais gestantes e não gestantes e de seus respectivos potros.
Ênfase
Pesquisa
Data inicial - Data final
14/01/2020 - 30/09/2020
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências Agrárias
Resumo
A obesidade é caracterizada por um acúmulo excessivo de tecido adiposo, e além de estar relacionada a uma série de alterações metabólicas, causa um estado de inflamação crônica e tem sido associada à disfunção do sistema imune. Sabe-se que tanto humanos quanto ratos que apresentam excesso de gordura possuem maior risco de contraírem infecções (MILNER & BECK, 2012). É sugerido que indivíduos obesos não respondam a vacinação da mesma forma que pessoas com peso normal. Uma das possibilidades de causa para que isso ocorra seriam a geração ou função comprometida dos plasmócitos secretores de anticorpos, ou, acredita-se ainda, que o excesso de tecido adiposo poderia diminuir a absorção da vacina (MILNER & BECK, 2012). A maior parte dos estudos em animais obesos direcionados a espécie equina identificam aumento nas concentrações de citocinas inflamatória tanto no tecido adiposo quanto na circulação periférica (VICK et al., 2007;). Esse aumento de citocinas inflamatórias tem papel no desenvolvimento e manutenção da resistência à insulina (VICK et al., 2007). Poucos estudos, no entanto, avaliaram a resposta imunológica em cavalos obesos. Elzinga et al. (2018) avaliou a resposta vacinal em cavalos apresentando síndrome metabólica equina (SME), não sendo encontrado efeito do status metabólico de anticorpos em resposta a vacinação. No entanto, nesse mesmo estudo, os animais obesos apresentaram menor expressão de IL-2, IFN-y, perforina e TNF-α, o que indicaria uma provável diminuição na habilidade desses animais a montarem uma resposta celular adequada. Durante a gestação, uma série de alterações imunológicas ocorre para promover um ambiente uterino adequado necessário para manter o concepto (AGRÍCOLA et al., 2008). Para isso, a mãe tolera a presença do feto imunogenicamente diferente dela, o que é conhecido como tolerância materna. No entanto, como o processo de tolerância materna ocorre ainda não é completamente entendido (ANTCZAK, 2012). A partir disso, é possível concluir que ambos os status fisiológicos tanto de gestação quanto obesidade podem contribuir para o desenvolvimento de mudanças significativas no sistema imune. Dessa forma, a interação de ambas pode afetar não só a saúde materna como também do feto. Na espécie humana, a obesidade materna foi ligada ao aparecimento de alergias e problemas respiratórios nas crianças (HERSOUG & LINNEBERG, 2007). Em outras espécies, foi evidenciada maior taxa de mortalidade e diminuição de resposta imune a partir de desafio com patógeno na prole de mães obesas, indicando que a obesidade poderia interferir na formação do sistema imune fetal (WILSON & MESSAOUDI, 2015). Atualmente, não há nenhum trabalho na literatura disponível caracterizando a resposta imune tanto humoral quanto celular de éguas obesas gestantes durante qualquer período gestacional bem como caracterização do sistema imune dos potros provenientes de mães obesas. Sendo assim, o objetivo desse projeto é realizar a avaliação imunológica em éguas gestantes e não gestantes com diferentes escores corporais, e avaliar imunologicamente os potros provenientes dessas éguas.
Objetivo Geral
O objetivo desse trabalho é realizar avaliação imunológica em éguas gestantes e não gestantes com diferentes escores corporais, e avaliar imunologicamente os potros provenientes dessas éguas.
Justificativa
A obesidade é considerada uma alteração patológica crescente na espécie equina, principalmente em raças submetidas a provas de avaliação morfológica, como é o caso da raça Crioula. Tanto a obesidade quanto a gestação causam alterações metabólicas e imunológicas importantes. Atualmente, não há informações sobre a resposta imune em éguas obesas gestantes disponíveis na literatura. Sabe-se que a gestação é um processo que causa stress oxidativo e imune e que a obesidade é caracterizada por um estado de inflamação crônica, e quando juntas, podem tornar tanto a mãe quanto o feto mais susceptível a problemas de saúde (SCHMATZ et al., 2010). Dessa forma, este estudo tem como objetivo a caracterização do sistema imune em éguas obesas gestantes e sua prole. A partir disso, a identificação de alterações imunes que possam predispor esses animais a problemas deletérios para a saúde tanto materna quanto do potro se torna importante, visando também a conscientização dos proprietários sobre a manutenção de um estado nutricional saudável, principalmente durante o período gestacional.
Metodologia
Metodologia e estratégia de ação:
A amostra deste trabalho será constituída de 25 éguas gestantes da raça crioula, 25 potros provenientes dessas éguas e 20 éguas não gestantes, alocadas em um criatório da raça Crioula localizado na região de Santa Vitória do Palmar. Será realizada avaliação de escore corporal das éguas segundo a escala proposta por HENNECK et al. (1983), escore de crista (CNS) segundo CARTER et al. (2009) e medidas de gordura. A partir dessas avaliações, esses animais serão divididos em 4 diferentes grupos, sendo eles:
• Grupo de éguas gestantes com escore corporal ≥ 7 (n = 19)
• Grupo de éguas não – gestantes com escore corporal ≥ 7 (n= 10)
• Grupo de éguas gestantes com escore corporal < 7 (n= 6)
• Grupo de éguas não- gestantes com escore corporal < 7 (n = 10)
Serão também realizadas uma coleta de amostra de sangue para dosagem dos níveis de leptina, glicose, insulina através de venopunção da veia jugular externa em um tubo contendo anticoagulante de heparina, fluoreto e tubo sem anticoagulante. Essa coleta será realizada aos 300 dias de gestação e após o parto nas éguas gestantes, e nas não gestantes no mesmo momento correspondente.
Experimento:
Serão avaliadas éguas gestantes, durante terço final da gestação (a partir dos 300 dias) e éguas não gestantes, sendo realizadas coleta basal, para identificação do status hormonal e imunológico desses animais nesse período. Dentro dos grupos de éguas gestantes e não gestantes com diferentes escores corporais, os animais serão ainda subdivididos em animais vacinados e não vacinados.
Após coleta basal, será realizada aplicação de vacina comercial (HERPESHORSE) em duas doses com intervalo de 21 dias e coletas seriadas a cada 15 – 21 dias para quantificação de anticorpos e após mensalmente.
Nas avaliações serão realizados ainda:
- Medidas de peso corporal através da pesagem com fita própria para espécie equina.
- Mensuração de glicose, insulina e leptina (aos 300 dias de gestação e após o parto apenas).
- Mensuração das medidas morfométricas de gordura da base da cauda e altura da crista do pescoço com auxílio de um aparelho de ultrassonografia.
- Mensuração do perfil imunológico com coleta de sangue através de punção da veia jugular externa utilizando agulha vacutainer.
Avaliação imunológica das éguas:
Na mensuração do perfil imunológico serão realizadas curva de anticorpos (resposta vacinal – imunidade humoral) e avaliação de citocinas inflamatórias (IL-2, IL-6, TNF-&, IFN-y, IL-10, IL-12, TGF-B – imunidade celular). Para isso serão realizadas coletas de um tubo sem anticoagulantes e tubos com anticoagulante de citrato de sódio, respectivamente.
A avaliação imunológica iniciará com uma coleta basal aos 300 dias de gestação para as éguas gestantes e no mesmo período para as não gestantes. Nesse momento o animal será também vacinado a primeira vez com a vacina comercial, a partir disso, será realizada uma segunda coleta 15 dias após primeira dose da vacina. Após 21 dias, será realizada nova coleta para avaliação imunológica e o animal receberá a segunda dose da vacina. Depois da segunda dose, as éguas serão acompanhadas com uma coleta mensal durante 6 meses, que é quando o potro proveniente das éguas gestantes será desmamado.
Avaliação do neonato:
Será realizado avaliação imunológica dos potros provenientes dos grupos de éguas gestantes com escore normal e obesas (n=25).
Será realizado coleta de sangue através de venopunção da veia jugular externa para avaliação de anticorpos e citocinas, utilizando tubos sem anticoagulante e com anticoagulante citrato de sódio, respectivamente.
Serão realizadas medidas de peso e altura durante o período de coleta para acompanhamento do crescimento desses animais.
As amostras serão coletadas na primeira semana de vida (7 dias), e serão acompanhados mensalmente até o desmame. Aos 2 meses os potros receberão desafio vacinal, onde será realizado uma vacina comercial (herpeshorse) em duas doses com intervalo de 21 dias, sendo acompanhados mensalmente para avaliação da curva de anticorpos.
A amostra deste trabalho será constituída de 25 éguas gestantes da raça crioula, 25 potros provenientes dessas éguas e 20 éguas não gestantes, alocadas em um criatório da raça Crioula localizado na região de Santa Vitória do Palmar. Será realizada avaliação de escore corporal das éguas segundo a escala proposta por HENNECK et al. (1983), escore de crista (CNS) segundo CARTER et al. (2009) e medidas de gordura. A partir dessas avaliações, esses animais serão divididos em 4 diferentes grupos, sendo eles:
• Grupo de éguas gestantes com escore corporal ≥ 7 (n = 19)
• Grupo de éguas não – gestantes com escore corporal ≥ 7 (n= 10)
• Grupo de éguas gestantes com escore corporal < 7 (n= 6)
• Grupo de éguas não- gestantes com escore corporal < 7 (n = 10)
Serão também realizadas uma coleta de amostra de sangue para dosagem dos níveis de leptina, glicose, insulina através de venopunção da veia jugular externa em um tubo contendo anticoagulante de heparina, fluoreto e tubo sem anticoagulante. Essa coleta será realizada aos 300 dias de gestação e após o parto nas éguas gestantes, e nas não gestantes no mesmo momento correspondente.
Experimento:
Serão avaliadas éguas gestantes, durante terço final da gestação (a partir dos 300 dias) e éguas não gestantes, sendo realizadas coleta basal, para identificação do status hormonal e imunológico desses animais nesse período. Dentro dos grupos de éguas gestantes e não gestantes com diferentes escores corporais, os animais serão ainda subdivididos em animais vacinados e não vacinados.
Após coleta basal, será realizada aplicação de vacina comercial (HERPESHORSE) em duas doses com intervalo de 21 dias e coletas seriadas a cada 15 – 21 dias para quantificação de anticorpos e após mensalmente.
Nas avaliações serão realizados ainda:
- Medidas de peso corporal através da pesagem com fita própria para espécie equina.
- Mensuração de glicose, insulina e leptina (aos 300 dias de gestação e após o parto apenas).
- Mensuração das medidas morfométricas de gordura da base da cauda e altura da crista do pescoço com auxílio de um aparelho de ultrassonografia.
- Mensuração do perfil imunológico com coleta de sangue através de punção da veia jugular externa utilizando agulha vacutainer.
Avaliação imunológica das éguas:
Na mensuração do perfil imunológico serão realizadas curva de anticorpos (resposta vacinal – imunidade humoral) e avaliação de citocinas inflamatórias (IL-2, IL-6, TNF-&, IFN-y, IL-10, IL-12, TGF-B – imunidade celular). Para isso serão realizadas coletas de um tubo sem anticoagulantes e tubos com anticoagulante de citrato de sódio, respectivamente.
A avaliação imunológica iniciará com uma coleta basal aos 300 dias de gestação para as éguas gestantes e no mesmo período para as não gestantes. Nesse momento o animal será também vacinado a primeira vez com a vacina comercial, a partir disso, será realizada uma segunda coleta 15 dias após primeira dose da vacina. Após 21 dias, será realizada nova coleta para avaliação imunológica e o animal receberá a segunda dose da vacina. Depois da segunda dose, as éguas serão acompanhadas com uma coleta mensal durante 6 meses, que é quando o potro proveniente das éguas gestantes será desmamado.
Avaliação do neonato:
Será realizado avaliação imunológica dos potros provenientes dos grupos de éguas gestantes com escore normal e obesas (n=25).
Será realizado coleta de sangue através de venopunção da veia jugular externa para avaliação de anticorpos e citocinas, utilizando tubos sem anticoagulante e com anticoagulante citrato de sódio, respectivamente.
Serão realizadas medidas de peso e altura durante o período de coleta para acompanhamento do crescimento desses animais.
As amostras serão coletadas na primeira semana de vida (7 dias), e serão acompanhados mensalmente até o desmame. Aos 2 meses os potros receberão desafio vacinal, onde será realizado uma vacina comercial (herpeshorse) em duas doses com intervalo de 21 dias, sendo acompanhados mensalmente para avaliação da curva de anticorpos.
Indicadores, Metas e Resultados
Com esse projeto esperamos determinar dados sobre a imunidade de éguas gestantes obesas e não obesas, assim como identificar se o fator gestação influencia e exacerba as condições inflamatórias já conhecidas que ocorrem no processo de obesidade. Ainda, de grande importância será a caracterização do status imune tanto humoral quanto celular dos potros nascidos de mães obesas, pois em humanos e outras espécies, já está determinada associação de algumas doenças com a diminuição de imunidade em filhos de mães com alteração de peso. A partir disso, poderemos demonstrar a importância do controle de peso, principalmente durante o período gestacional tendo em vista que alterações maternas poderiam se manifestar na prole de forma negativa. E ainda, além de prejudicar o bem-estar desses animais, que seriam mais suscetíveis ao desenvolvimento de alterações, também podem trazer perdas econômicas ao proprietário.
Equipe do Projeto
Nome | CH Semanal | Data inicial | Data final |
---|---|---|---|
ALICE CORRÊA SANTOS | |||
ANDRESSA GARCIA MOTTA | |||
BRUNA DA ROSA CURCIO | 4 | ||
BRUNA DOS SANTOS SUÑÉ MORAES | |||
CAMILA GERVINI WENDT | |||
CARLOS EDUARDO WAYNE NOGUEIRA | 4 | ||
ELIZA MOREIRA PIEMOLINI | |||
GABRIELA CASTRO DA SILVA | |||
ISADORA PAZ OLIVEIRA DOS SANTOS | |||
JULIA SÃO JOÃO CHRYSOSTOMO | |||
KASSIUS DOS SANTOS CORRÊA | |||
MARGARIDA AIRES DA SILVA | |||
MARIANA ANDRADE MOUSQUER | |||
NATHÁLIA DE OLIVEIRA FERREIRA | |||
NATÁLIA BUCHHORN DE FREITAS | |||
PALOMA BEATRIZ JOANOL DALLMANN | |||
RAFAELA BASTOS DA SILVA | |||
RAFAELA PINTO DE SOUZA | |||
TATIANE LEITE ALMEIDA | |||
TAÍS SCHEFFER DEL PINO | |||
VITÓRIA MÜLLER |