Nome do Projeto
Leituras compartilhadas: práticas de leitura e escuta de dramaturgias
Ênfase
Extensão
Data inicial - Data final
16/03/2020 - 31/12/2021
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Linguística, Letras e Artes
Eixo Temático (Principal - Afim)
Educação / Cultura
Linha de Extensão
Artes cênicas
Resumo
O projeto de extensão Leituras compartilhadas: práticas de leitura e escuta de dramaturgias tem como foco principal a formação de leitores e ouvintes a partir de oficinas e vivências de leituras compartilhadas de textos teatrais em escolas e outros espaços institucionais públicos e privados da cidade de Pelotas e região.

Objetivo Geral

O projeto tem como objetivo geral propiciar, através de práticas, oficinas e experiências de leituras compartilhadas de textos teatrais, a formação de jovens e adultos leitores/ouvintes críticos e reflexivos, enriquecendo o repertório cultural, artístico e literário dos sujeitos envolvidos e possibilitando aos mesmos o contato com a literatura e o teatro em geral.

Justificativa

A leitura é um hábito que não se destaca no contexto brasileiro e, em geral, entre os jovens, está associada à obrigatoriedade de atividades escolares ou de exames como o ENEM. A professora da UDESC Heloíse Vidor (2016) destaca, a partir dos dados da pesquisa "Públicos de cultura: hábitos e demandas", realizada pelo SESC São Paulo, Departamento Nacional do SESC e Fundação Perseu Abramo em 2014, que apenas 4% dos entrevistados responderam que costumavam realizar atividades culturais em seu tempo livre. Já no que se refere à leitura, apenas 0,3% indicaram a prática como uma primeira opção cultural e 31% responderam que nunca leram um livro por prazer. Vidor cita ainda outra pesquisa, realizada em 2011 pelo Instituto Pró-Livro e intitulada "Retratos da Leitura no Brasil 3", na qual 78% dos entrevistados disseram que não leem por falta de interesse. A falta de tradição familiar é fator importante nestes números, pois em muitos casos o contato com atividades culturais, entre elas a leitura, se dá no espaço escolar, que, portanto, cumpre papel fundamental neste sentido.
Em relação à literatura dramática esse olhar para a leitura é ainda mais surpreendente. No projeto de pesquisa Leituras do drama contemporâneo, realizado na UFPel entre os anos de 2015 e 2019, na maioria das realizações de leituras dramáticas públicas, raras pessoas já tinham lido ao menos uma peça e muitas sequer sabiam que essa prática era uma possibilidade: "se pode ler teatro?" - era uma pergunta recorrente. Defende-se que os estudantes passem pelas quatro linguagens artísticas durante sua formação básica (Artes visuais, Teatro, Dança e Música), todavia, o ensino curricular de Teatro ainda é reduzido e, quando presente, de forma geral, insere-se mais no espaço de práticas teatrais e não de leituras de textos teatrais. Quando se lê uma peça, o foco principal gira em torno de se preparar uma cena ou encenação. Ou seja, a literatura dramática não ganha espaço nem nas aulas de Língua Portuguesa e Literatura (onde prevalecem a prosa e a poesia), nem de Teatro.
As experiências com leitura dramática vocalizada, por sua vez, demonstram que a mesma pode ter um formato atraente para os jovens. O formato de diálogos é propício ao jogo entre estudantes e sujeitos leitores e as rubricas guiam o olhar dos mesmos perante as ações e emoções do texto. Além de estimular a imaginação dos envolvidos: da parte de quem lê, que precisa criar vozes e entonações para sua leitura, e da parte de quem escuta, que exercita a imaginação através da voz do outro.
A prática de leitura, quando não passa por nenhum nível de compreensão do sujeito, simplesmente não acontece. É a falta de oportunidade e não de incapacidade que dificulta o acesso das pessoas a obras literárias (dramáticas ou não). A leitura compartilhada associa a formação de leitores e a formação de comunidades de leitores e ouvintes, se apresentando "como resistência a um mundo que quer tudo digerido, explicado, facilitado" (VIDOR, 2016).
A leitura compartilhada passa pelo corpo dos envolvidos de maneira diferente, vibrando olhos, voz, ouvidos e sinestesia corporal a partir do ler/ouvir. E isso tem sua potência elevada quando se trata de textos teatrais.
Frente a todas as ideias levantadas acima, o projeto justifica-se por sua pertinência na formação de leitores e ouvintes, seja em espaços escolares ou outros, públicos ou privados, divulgando o Teatro e Literatura dramática e possibilitando que mais pessoas cultivem lentamente o hábito de ler, ouvir e imaginar.

Metodologia

Oficinas e vivências regulares em escolas parceiras, preferencialmente com estudantes do ensino médio, no próprio espaço da sala de aula ou outro que a escola disponibilize para o desenvolvimento de atividades ligadas ao teatro, literatura dramática e leitura compartilhada. Os encontros compreenderão práticas corporais e vocais, exercícios de concentração e relaxamento, jogos teatrais adaptados para o trabalho com leituras vocalizadas, leituras compartilhadas de textos dramáticos, exercícios de escuta, discussões coletivas sobre os textos e seus autores/autoras e reflexões sobre literatura e leitura. As atividades serão organizadas e ministradas pelos estudantes de graduação envolvidos no projeto, sob a coordenação da professora Fernanda Vieira Fernandes.
Além das oficinas regulares, o projeto também prevê atividades pontuais em outros espaços institucionais, públicos ou privados, sempre com enfoque na formação de leitores e ouvintes. Essas ações esporádicas serão cadastradas ao longo do desenvolvimento do projeto, conforme demanda da comunidade e planejamento do grupo.


Indicadores, Metas e Resultados

Com este projeto pretende-se contribuir à formação de leitores e ouvintes dentro e fora da escola, ampliar o alcance da literatura dramática entre os sujeitos envolvidos e buscar através das práticas que os estudantes da escola básica ampliem seu olhar crítico e sensível. Além disso, que possam explorar suas potencialidades criativas e imaginativas a partir da leitura/escuta. Indiretamente, o projeto também prevê contribuições a outras disciplinas escolares, aproximando os alunos do universo da literatura e da escrita. Por se tratar de resultados com dimensão subjetiva, é complicado elencar indicadores de mensuração de objetivos. Durante todo o processo de execução do projeto de extensão, serão avaliados o comprometimento dos sujeitos, o engajamento nas propostas para aprofundar ou replanejar ações.
Por fim, cumpre destacar que espera-se que os estudantes da universidade que estarão engajados no projeto e na organização das atividades junto às escolas e comunidade, associem a sua prática teatral e pedagógica ao desenvolvimento de ações e vivências de leituras compartilhadas, colocando-se como indivíduos atuantes e protagonistas.

Equipe do Projeto

NomeCH SemanalData inicialData final
BRENDA SENEME GOBBI
FERNANDA VIEIRA FERNANDES42
GABRYEL PIONER
JOÃO VITOR SOARES
KELVIN MARUM MACHADO
LORENA GOULART ZANETTI
MARIO CELSO PEREIRA JUNIOR
MILENA DE CASTRO VAZ

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