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O constante avanço da tecnologia tem criado novas formas de comunicação e interação. Segundo Paiva (2017), uma vez que as tecnologias digitais estão presentes no cotidiano das pessoas de forma tão expressiva, torna-se bastante promissor a utilização destes recursos [...] porém é necessário saber manipulá-los e utilizá-los de forma estratégica, com foco na produção de conhecimento, de forma reflexiva e criativa.
Neste sentido, Souza (2011) acrescenta que “mais de quarenta anos após a escrita de um primeiro programa de computador cujo propósito era compor música, e após diversos outros projetos nesse campo, permanece-se convencido de que o computador é uma extraordinária ferramenta para auxiliar o compositor a expandir sua capacidade criativa.
Os recursos oriundos da interação com as tecnologias digitais, em especial com os programas computacionais, “possibilitam ao artista encontrar novas maneiras de gerar e trabalhar seu material composicional favorecendo não apenas a ampliação do ferramental técnico da criação musical, mas também o surgimento de possibilidades expressivas que anteriormente não estavam disponíveis às atividades de criação artística e à imaginação do compositor”(VELLOSO, 2009).
Estas afirmações colocam interessantes questões e que incitam a nossa pesquisa na busca de respostas. De uma forma mais pontual, as questões podem ser apresentadas da seguinte forma: como um programa computacional de auxílio à composição musical ampliará o ferramental técnico na criação musical? Quais possibilidades expressivas serão aportadas e que não estavam disponíveis anteriormente? Quais os ganhos para a capacidade criativa do compositor?
Assim, mais do que a simples criação e utilização de ferramentas computacionais no processo compositivo, essa pesquisa experimentará e discutirá os resultados desta aplicação sob o viés do ato criativo, do fazer artístico, na sua relação com determinadas tecnologias atuais.

O foco central deste trabalho está apoiado na intrínseca relação entre assuntos com direções disciplinares diversas, tais como a programação de computadores e a criação musical. Partindo do pressuposto de que estas duas vertentes estarão em um relacionamento dinâmico ao longo de minha pesquisa, onde o desenvolvimento de um se alimenta do outro (em ambas direções), entendemos que o processo compositivo, por si mesmo, constituirá a nossa metodologia. Em consonância com a proposição de Caesar (2018), “o trabalho da composição, como parte da pesquisa, tornou-se um meio de conhecimento. De objetivo, passou a método”.
Assim, aqui, a composição exercerá tanto a função de experimentação dos conhecimentos adquiridos, quanto a de propor novos problemas.

- criação de um software que disponibiliza diversas ferramentas para o auxílio no processo compositivo;
- criação de um conjunto de obras para saxofone soprano e sons eletrônicos;
- aprofundamento das discussões a cerca da relação entre ferramentas computacionais e processo criativo;
- a publicação dos resultados da pesquisa em congressos e periódicos científicos, bem como em concertos artísticos;