Nome do Projeto
A ginástica como possibilidade pedagógica da Educação Física para a Educação Infantil
Ênfase
Pesquisa
Data inicial - Data final
02/04/2020 - 30/06/2021
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências da Saúde
Resumo
Devido à falta ou até mesmo o não aparecimento da Educação Física na Educação Infantil na região de Pelotas e sabendo da ausência de conteúdos definidos que auxilie a trabalhar com as crianças de mais tenra idade, buscando evitar a prática de esportes e movimentos repetidos na Educação Física Infantil, nos inspiramos na Ginástica, a partir de um livre “Se-Movimentar”. Desta forma, a partir de um estudo de bibliográfico, tem se por objetivo ampliar os conhecimentos sobre este conceito teórico-filosófico de Movimento Humano, procurando estabelecer propostas que possam justificar a presença do professor de Educação Física na Educação Infantil. Este projeto ainda se justifica pela intenção de propor alguns saberes da Educação Física e da Ginástica em um contexto ainda pouco abordado como o da Educação Infantil.

Objetivo Geral

-Desenvolver novos olhares e novos caminhos para a Educação Física na Educação Infantil na região
dePelotas, buscando novas propostas e novas concepções de ensino, que busquem a compreensão de
sujeitos na sua totalidade, relacionando-os a contextos socioculturais definidos.
-Contribuir para o desenvolvimento da criança a partir da apresentação de movimentos Ginásticos, com ênfase na ludicidade.
-Buscar novas possibilidades de atuação da Educação Física na Educação Infantil, mostrando
a importância do professor de Educação Física neste espaço.
- Aprofundar conhecimentos teóricofilosóficos sobre as possibilidades das crianças brincarem e “Se-Movimentarem” e a Ginástica uma possibilidade para isso.

Justificativa

Esse projeto justifica-se pela não presença do professor de Educação Física nas creches públicas do estado do RS e também no município de Pelotas. Sabendo de todos os benefícios que a Educação Física pode trazer para as crianças desde pequenas e que estas vivem hoje em locais cada vez menores que não possibilita o seu livre brincar. Queremos trazer uma Proposta de Ginástica como possibilidade pedagógica na Educação Infantil

Metodologia

Nos apoiaremos na metodologia de pesquisa com abordagem interpretativa, de foco qualitativo. Dessa forma, temos como intuito realizar uma pesquisa de revisão do referencial teórico que servirá como parâmetro principal para o desvelamento, interpretação e compreensão do fenômeno, que podemos caracterizar aqui como o mundo das crianças. Procurando compreender o que elas querem e precisam e o que os professores de Educação Física e demais membros da comunidade escolar precisam saber para libertar a criança da opressão sociocultural que ela vive atualmente, ajudando-a no seu desenvolvimento integral, por meio da liberdade de “Brincar e Se-movimentar”, em outras palavras, ajudando a criança a sobreviver, como prefere Violet Oaklander (1980).
Segundo Ferreira (2012), as questões teóricas epistemológicas, bem como os afazeres éticos e metodológicos, têm influenciado as formas de fazer investigação com crianças, aspecto que alcançou, nos últimos tempos, uma significativa visibilidade, dada a quantidade de trabalhos produzidos acerca da diversidade e complexidade dos mundos sociais das crianças e de pluralidade de infâncias.
Corsaro (2005), nesse sentido, defende que é necessário entrar nas vidas cotidianas das crianças e que a melhor forma de se tornar parte desse cotidiano seria agir como um adulto atípico. Isso tudo implica um domínio teórico que o próprio Demo (2000) classifica como construção via pesquisa, a capacidade de relacionar alternativas explicativas, de conhecer seus vazios e virtudes, sua história, sua consistência, sua potencialidade de cultivar a polêmica dialogal construtiva, bem como de especular chances possíveis de caminhos outros ainda não explorados.
Contudo, reconheço o aspecto que nos aponta Graue e Walsh (2003, p. 56), de que “jamais vemos o mundo através dos olhos das crianças, veremos sempre o mundo através da multiplicidade de camadas de experiências das crianças e nossas, de uma multiplicidade de camadas de teoria”.
Ademais, conforme Minayo (2004), aprofundar o campo teórico para dialogar com uma realidade empírica exige, além de capacidade crítica, uma capacidade linguística e interpretativa, qual seja a de saber dialogar com autores empíricos, a partir de autores teóricos, mesmo na ausência imediata daqueles primeiros. Assim, é na relação dialética com a pesquisa com apoio de um consistente e profundo aporte teórico sobre o tema que buscamos encontrar elementos teórico-práticos para uma melhor compreensão do que é ser criança e das possibilidades de desenvolvimento pela Ginástica.
Para a compreensão deste mundo da criança, me utilizo, como amparo, da abordagem fenomenológica. De acordo com Coelho Jr e Carmo (1992), a fenomenologia é mais que o estudo das essências: é também uma reflexão, uma filosofia pela qual o mundo está. Segundo Merleau-Ponty (1989), ela é a procura de uma filosofia que seria uma ciência rigorosa, mas também tenta dar conta do espaço, do tempo e do mundo no qual vivemos.
Conforme Coelho Jr e Carmo (1992) trata-se de uma filosofia que não nega a existência do mundo exterior, como sugerem algumas correntes idealistas, mas, ao contrário, diz que ele já está aí antes de qualquer reflexão. Por outro lado, é uma filosofia que não nega o “mundo interior”, como fazem as correntes empiristas. Sendo assim, parto de que a experiência vivida é algo fundamental na compreensão da fenomenologia, que se funda no ato perceptivo, campo privilegiado do entrelaçamento corpo-mundo.
Os autores, ainda ao abordarem a fenomenologia, falam de uma intencionalidade, ou seja, de uma abertura ao mundo exterior. Assim sendo, a intencionalidade deixa de ser um atributo da consciência para ser características de um corpo voltado ao mundo. Na concepção de Merleau-Ponty (1989), a “verdade não habita o homem interior, ou antes, não há homem interior, o homem está no mundo e é no mundo que se conhece e se reconhece”, (p. 36).
Assim, percebo que tudo isso supera a noção de uma consciência fechada sobre si própria, como afirma Merleau-Ponty (1989): “o mundo não é aquilo que eu penso, mas aquilo que vivo, sou aberto ao mundo, me comunico indubitavelmente com ele, mas não o possuo, ele é inesgotável”, (p. 44).
Na intenção de alcançar um dos objetivos estabelecidos, nos utilizaremos da busca do conhecimento em fontes e autores capazes de ajudar a construir uma maneira própria de argumentar sobre o tema de pesquisa e que possam a vim contribuir com as interlocuções que envolvem a temática em questão as crianças, a Ginástica e o “Brincar e Se-Movimentar” e suas implicações para as culturas de movimento.
Desta forma pretende-se realizar o estudo com no mínimo quatro professores da Educação Infantil (pedagogos), visto que no Rio Grande do Sul, não temos a presença da EF nas crcehes. As creches serão escolhidas aleatoriamente (quatro) creches municipais da Pelotas – RS. O critério adotado para a inclusão dos participantes neste estudo será à assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética da Universidade Federal do Pelotas, onde o mesmo foi aprovado sob o Número do Parecer 1.050.809.
Com os participantes será aplicada uma entrevista semi-estruturada e a observação sistemática será feita a partir de um diário de campo. A parte no campo será realizada entre os meses de fevereiro e maio e abril de 2021 nas referidas creches escolhidas. A entrevista semiestruturada, compreendia temas em relação à carga horária dos professores, faixa etária das turmas, planejamento anual, conteúdos aplicados nas aulas, à aplicação da ginástica como conteúdo, dificuldades encontradas na aplicação desse conteúdo, formação inicial dos professores, entre outras perguntas que poderão ser reformuladas ou acrescidas para esclarecer as respostas e garantir resultados mais válidos.
Paralelamente ocorrerá uma pesquisa bibliográfica que envolverá a temática Educação Física Escolar, Ginástica Escolar, Ginástica Geral, Ginástica como conteúdo nas aulas de Educação Física Escolar, e dificuldades na aplicação desse conteúdo. A pesquisa bibliográfica permitirá a construção de um conjunto de referências que fomentou a discussão da realidade encontrada.
Ao término da coleta de dados, as entrevistas serão reunidas e analisadas. A análise de dados será através da análise de conteúdo, proposta por Bardin (1987) que compreende análise de conteúdo como um conjunto de instrumentos metodológicos que permitem a interpretação das palavras, textos, de forma controlada, baseada na dedução. Primeiramente irá realizar-se uma pré-análise, tendo como objetivo organizar e separar as entrevistas e observações dos professores que não aplicavam a Ginástica como conteúdo em suas aulas, das entrevistas e observações dos professores que aplicavam. Ao fim dessa organização, iremos realizar uma análise teórica das referidas entrevistas e observações e os resultados serão discutidos tendo como referências estudos já realizados sobre o tema, sempre em busca do objetivo proposto: aprofundar os estudos sobre a Educação Física Escolar, para a busca de elementos teórico-metodológicos que justifiquem a Ginástica no contexto escolar, em especial no contexto da Educação Infantil; bem como, identificar porque esta vem sendo esquecida enquanto conteúdo pedagógico nas aulas de Educação Física

Indicadores, Metas e Resultados

Temos como resultado esperado a participação das crianças das atividades de Ginástica planejadas para a creche , bem como trazer a comunidade científica a partir de artigos e livros uma proposta de Ginástica para a Educação Infantil

Equipe do Projeto

NomeCH SemanalData inicialData final
ANA PAULA DIAS DE SOUZA
ANDRIZE RAMIRES COSTA5
ANTÓNIO CAMILO TELES NASCIMENTO CUNHA
CATARINA POLINO GOMES
EDUARDA VESFAL DUTRA
INGRID STAINKI DE SÁ
LUCAS VARGAS BOZZATO
LUIZ FERNANDO CAMARGO VERONEZ1
MAGDA JORDANA ARMESTO LOPES
ROSELAINE KUHN

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