Nome do Projeto
Capacidade de uso da terra e sucessão familiar em propriedades agrícolas da zona sul do Rio Grande do Sul
Ênfase
Extensão
Data inicial - Data final
01/08/2020 - 31/07/2028
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências Agrárias
Eixo Temático (Principal - Afim)
Meio ambiente / Educação
Linha de Extensão
Desenvolvimento regional
Resumo
As áreas de coxilhas da zona sul do Rio Grade do Sul se caracterizam por pequenas propriedades rurais, voltadas, principalmente, à produção leiteira e de hortaliças. Esses locais geralmente apresentam elevada declividade e solos rasos e frágeis, cultivados sem considerar a capacidade de uso da terra e com manejo inadequado. Esta situação representa um risco para a sustentabilidade dos sistemas de produção leiteira e de gado de corte local. A alimentação do gado nessa região se baseia, principalmente, no uso de ração, pastagens e silagem. A ração, adquirida pronta ou preparada no local, representa dependência de insumos externos e um custo importante para o produtor. As espécies predominantemente usadas para pastoreio na unidade produtiva são culturas anuais de inverno e de verão, principalmente azevém, trevos, aveia preta, capim sudão, sorgo e milheto sob preparo de solo convencional (aração e gradagens). Milho e sorgo são as culturas preferidas para ensilagem e podem ser cultivadas sem preparo do solo, mas com pouca deposição de palha. Por esta razão, tanto a produção de pasto como de milho podem levar ao desbalanço de nutrientes do solo, principalmente potássio e nitrogênio, à compactação pelo pisoteio do gado e trânsito de máquinas, redução de cobertura vegetal, exposição e perdas de matéria orgânica do solo, perda do horizonte fértil do solo por erosão hídrica e, consequentemente, ao aporte de sedimentos para os corpos d'água. No meio rural é cada vez mais comum a falta de sucessão das atividades da agricultura familiar. Tem-se percebido um grande desinteresse e/ou desmotivação por parte dos filhos dos produtores em dar continuidade às atividades agrícolas dos seus pais, muitos destes já idosos. Neste sentido, torna-se importante a participação da universidade junto às escolas do meio rural da região, visando incentivar a participação das crianças em atividades agrícolas. Pois esses poderão dar continuidade às atividades que têm sido desenvolvidas pela família, mantendo e fortalecendo a agricultura e a pecuária da região. Dessa forma, esse projeto objetiva: i) caracterizar o uso do solo e os sistemas de manejo adotados em propriedades agrícolas da região; ii) classificar as glebas das propriedades quanto à capacidade de uso da terra; iii) desenvolver atividades sobre a importância do solo em escolas do meio rural; iv) definir estratégias para as tomadas de decisão, visando a conservação do solo e da água, bem como a retomada do crescimento econômico da região.

Objetivo Geral

Geral
Identificar a capacidade de uso da terra em áreas agrícolas da zona sul do Rio Grande do Sul e compartilhar as informações obtidas com os produtores e com as crianças de escolas rurais, visando à conservação do solo e da água e a retomada do crescimento econômico da região.
Específicos
- Realizar um levantamento de informações ambientais referente a propriedades agrícolas da região;
- Identificar e caracterizar fatores associados às atividades agrícolas que possam incorrer na degradação do solo (lotação animal, caminhos de acesso e tempo e época de permanência no campo);
- Realizar atividades lúdicas em escolas do meio rural, visando conscientizar crianças e jovens sobre a importância do solo e do uso adequado de sistemas de produção agrícola;
- Realizar reuniões com extensionistas e representantes das unidades produtivas, visando identificar suas necessidades e anseios em relação à produção agrícola;
- Definir estratégias para o adequado uso e manejo do solo e do sistema de produção;
- Divulgar os resultados obtidos e promover a integração entre profissionais do ensino, pesquisa, extensão e família rural, por meio da troca de experiências e informações técnico-científicas, visando à tomada de decisões para o desenvolvimento rural sustentável e o fortalecimento do sistema de produção familiar.

Justificativa

O projeto está vinculado às ações do Programa de Desenvolvimento da Bovinocultura de Leite da Metade Sul do Rio Grande do Sul Competitividade e Sustentabilidade da Pecuária Leiteira Familiar (PDBL), que vem sendo desenvolvido por professores da FAEM e FAVET (UFPEL), em conjunto com equipes da Embrapa, Emater e IFSUL, e com apoio da Azonasul, desde 2008. Este projeto está de acordo com o Projeto Pedagógico do Curso de Agronomia (FAEM) e com as linhas de pesquisa do Programa de Pós-Graduação em Manejo e Conservação do Solo e da Água (MACSA) e, portanto, envolverá a participação de estudantes de graduação e pós-graduação.
A avaliação da capacidade de uso da terra e da degradação do solo e pastagens, em áreas agrícolas e de pecuária da zona sul do Rio Grande do Sul, servirá de base para que se possam definir estratégias de uso e manejo adequado do solo.
A atuação em escolas do meio rural da região, por meio de palestras e atividades demonstrativas, pode contribuir para motivar crianças e jovens a participarem de atividades agrícolas, favorecendo a sucessão da agricultura familiar, fortalecendo a agricultura e a pecuária da região.
Essas ações poderão contribuir para o aumento da produtividade agrícola, sem comprometer o ambiente, e para a melhoria na qualidade de vida do homem do campo e de sua família.

Metodologia

A área em estudo localiza-se na Metade sul do Rio Grande do Sul, pertencente à região da Azonasul e já contemplada no PDBL. Parte desse trabalho será realizada com dados de levantamentos de trabalhos de campo, desenvolvidos na disciplina de Manejo e Conservação do Solo e da Água, do Departamento de Solos da Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel (FAEM/UFPEL). São projetos desenvolvidos pelos professores e alunos da disciplina, em propriedades agrícolas da região, conforme sugerido pelos extensionistas responsáveis por essas propriedades. Nessa atividade, é feito o levantamento do uso atual e da capacidade de uso da terra, visando auxiliar no planejamento adequado das atividades agrícolas e de pecuária em cada propriedade. São ações que envolvem professores, extensionistas, produtores rurais e alunos. Ao final de cada semestre, toda a equipe envolvida retorna às propriedades com os projetos concluídos, os quais são apresentados e discutidos com o produtor. Os resultados obtidos nesses projetos podem ser utilizados para caracterizar a produção agrícola da região, bem como para definir e indicar estratégias de uso e manejo adequado do solo.
Dentro das áreas, já divididas em glebas, algumas características devem ser levantadas, tais como: a posição topográfica; tipo de vegetação; espécies cultivadas; se apresentava algum manejo de solo; e também características físicas do solo como textura, profundidade do perfil, cor, a presença ou não de erosão, a pedregosidade e também a drenagem. Todas as informações são posteriormente organizadas na forma de planilha, para a elaboração de tabelas e gráficos demonstrativos.
Outra parte importante desse projeto será na atuação em escolas do meio rural da região, onde serão realizadas palestras e atividades demonstrativas, para motivar crianças e jovens a participarem de atividades agrícolas. Essa ação contará com a participação de professores das escolas e de professores e acadêmicos da faculdade de Agronomia e do PPG MACSA. A equipe irá realizar as seguintes tarefas:
- elaboração de palestras lúdicas e educativas sobre a importância do solo e da produção agrícola da região;
- confecção de experimentos práticos (de perda de solo por erosão hídrica, de desenvolvimento de culturas, etc.) para demonstração aos alunos e professores das escolas;
- elaboração de cartilhas educativas para entregar nas escolas;
- apresentação de palestras, demonstração de experimentos e entrega de cartilhas nas escolas.
Estratégias:
- Seleção de propriedades agrícola representativas na região sul do estado;
- Reuniões para apresentação, discussão, montagem e monitoramento das ações do projeto com todos os envolvidos;
- Caracterização das unidades participativas: Georreferenciamento das propriedades; Levantamento com caracterização inicial de cada unidade de produção (tipo de solo, relevo, pastagens existentes, sistemas de manejo, etc.); Caracterização física e química do solo; Elaboração de planos de uso e manejo para as áreas em estudo; Elaboração de Diretrizes Técnicas impressas e de fácil acesso à comunidade; Divulgação e apresentação dos resultados obtidos das ações por meio de reuniões com a comunidade (para os produtores rurais e extensionistas envolvidos);
Conforme a realidade e necessidade de cada propriedade poderão ser realizadas e/ou sugeridas as seguintes ações alternativas:
- Manejar a fertilidade do solo visando o uso eficiente dos recursos disponíveis na propriedade rural, bem como das práticas de adubação e calagem;
- Visualizar junto com o agricultor, no campo, de forma simples e prática, alguns dos indicadores da degradação do solo;
- Adequar as terras à sua capacidade de uso;
- Incentivar e acompanhar o cultivo de cordões de vegetação permanente, para minimizar os processos erosivos e o aporte de sedimentos para os corpos d’água;
- Eliminar o revolvimento do solo ou reduzi-lo por meio de escarificação com alternância de profundidade de preparo;
- Planejar, em parceria com os produtores, os caminhos (trajetos) dos animais em nível;
- Evitar o super pastejo;
- Incentivar o maior aproveitamento de áreas de pastagens por meio do manejo rotativo racional (Voisin), visando à preservação da cobertura e aproveitamento e distribuição dos resíduos gerados (esterco e cama);
- Propor o aumento da matéria orgânica do solo por meio da adubação orgânica ou do uso de plantas de cobertura;
- Sugerir e monitorar a implantação de pastagens adequadas a cada sistema de produção, tendo como base a correção dos solos, sua fertilização e o uso da irrigação;
- Incentivar o aumento da cobertura do solo e a perenização de pastagens. Dar prioridade ao uso de espécies com ressemeadura farta, boa produção de biomassa, sistema radicular abundante e plantas estoloníferas e rizomatosas. Estas alternativas poderão ser necessárias para evitar problemas de degradação dos solos, reduzir perdas de matéria orgânica do solo e, consequentemente, fornecer alimento de qualidade adequado à produção dos animais, bem como reduzir a necessidade de mão de obra e a dependência de insumos externos.
Elaboração e apresentação de palestras técnicas educativas em escolas do meio rural; Confecção e demonstração de experimentos práticos para professores, crianças e jovens das escolas; Elaboração e entrega de cartilhas nas escolas.


Indicadores, Metas e Resultados

Com a realização desse projeto espera-se:
- classificar as glebas das propriedades quanto à capacidade de uso da terra;
- auxiliar no planejamento adequado das atividades agrícolas e de pecuária em cada propriedade;
- definir estratégias para as tomadas de decisão, visando à conservação do solo e da água, bem como a retomada do crescimento econômico da região;
- desenvolver atividades em escolas do meio rural, visando aumentar o interesse e motivar os filhos dos produtores a dar continuidade às atividades agrícolas familiares;
A avaliação será realizada por meio de reuniões entre membros da equipe, avaliando a opinião de produtores agrícolas, dos professores e dos alunos das escolas rurais. Esse estudo deverá ser contínuo e realizado em várias propriedades agrícolas, para que se tenha uma visão mais abrangente dos sistemas de produção da região.
Os resultados obtidos poderão servir de base para a indicação de uso e manejo mais adequado do solo para as propriedades da região, contribuindo para melhorar a qualidade de vida dos produtores, bem como para conservação do solo e da água.

Equipe do Projeto

NomeCH SemanalData inicialData final
ANA PAULA KNAPP
ANGÉLICA KONRADT GÜTHS
CLAUDIA LIANE RODRIGUES DE LIMA2
EROS MIGUEL SADOWOY MARTINS FILHO
EZEQUIEL CESAR CARVALHO MIOLA
FILIPE SELAU CARLOS2
FLAVIA FONTANA FERNANDES6
JAQUELINE PEREIRA MACHADO DE OLIVEIRA
LIZETE STUMPF4
LUCIANO OLIVEIRA GEISSLER
MARIA CANDIDA MOITINHO NUNES7
PABLO MIGUEL4
SAMANTA TOLENTINO CECCONELLO
TAINARA VAZ DE MELO
VITOR EMANUEL QUEVEDO TAVARES2

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