Nome do Projeto
Núcleo de Estudos em Gênero, Sexualidade e Comunicação (EGSC)
Ênfase
Pesquisa
Data inicial - Data final
01/08/2020 - 30/12/2024
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências Sociais Aplicadas
Resumo
Muitas das profundas mudanças na estrutura familiar, na sociedade ocidental, aconteceram no final da década de 1960, com os movimentos de emancipação feminina. Essas mobilizações influenciaram o meio acadêmico, principalmente na Europa e nos Estados Unidos, cujas pesquisas suscitaram diversas análises sobre os estudos de gênero, nas esferas política, econômica e social. Assim, as questões de gênero se afirmaram devido à expansão das fronteiras teóricas das críticas feministas, que, desde a década de 70, vêm sendo discutidas em diferentes perspectivas da relação entre os sexos. Daí, a relevância de estudar representações de Gênero em âmbito mundial. No conjunto dos movimentos teóricos plurais, o termo gênero costuma ser incorporado e utilizado de duas maneiras. Por um lado, gênero vem sendo usado com um conceito contrastante ou complementar à noção de sexo biológico, ao referir-se aos traços de personalidade, atitudes e comportamentos que as culturas determinam aos corpos sexuados. Conforme essa abordagem, parte-se do pressuposto de que a sociedade e a cultura agem sobre uma biologia humana que as antecedem. Assim, com os Estudos de Gênero, mulher e homem constituem-se em categorias de análise que funcionam, desde que compreendidas de forma relacional, mediante uma perspectiva sociocultural. Conforme essa visão, estudar as relações de gênero e sexualidade na área da Comunicação envolve não só considerar os aspectos relacionais, mas também investigar as relações de poder que se estabelecem por meio da difusão do conhecimento e dos sentidos produzidos socialmente sobre o que deve ser entendido como feminino ou masculino. Scott (1990 apud Peterson, 1999), ao realizar um estudo sobre gênero, destaca três posições, que são a teoria do patriarcado, a tradição marxista e as escolas psicanalíticas. Essa posição também é apresentada por Butler (2017), na obra Problemas de Gênero- Feminismo e subversão da identidade (2003) e Problemas de Gênero (2017). Para a autora, a noção de gênero como uma categoria de análise histórica ainda é dominante, fundamentada numa estrutura patriarcal e cultural hegemônica. A referida pesquisadora refuta posições arraigadas a teoria literária feminista que limitavam as questões de gênero ligadas ao masculino e feminismo. Também, critica outros estudos feministas que apenas centravam as mulheres, isolando-as dos demais contextos. Assim, a presente pesquisa busca contemplar discussões históricas e culturais de gênero.

Objetivo Geral

- Geral- Compreender o conceito de gênero e sexualidade em diferentes áreas do conhecimento.

- Específicos-
Proporcionar o debate de gênero e sexualidade na comunicação e na esfera do jornalismo;
- Refletir sobre os estudos de gênero e sexualidade na mídia;
- Conhecer as pesquisas globais na área de gênero e sexualidade;
- Verificar a contribuição dos estudos feministas na área de gênero;
- Compreender as relações e políticas de gênero;
- Analisar os padrões corpóreos estabelecidos pela mídia e na sociedade;
- Identificar a cultura, os estereótipos e identidades nas relações de gênero;
- Analisar o discurso da mídia nas relações de gênero;
- Analisar a contribuição dos Estudos Culturais nas reflexões de gênero e nos estudos em comunicação;
- Investigar os estudos feministas na área da comunicação;
- Investigar os estudos feministas na área da comunicação;


Justificativa

Considerando que o Grupo de Pesquisa existe desde 2017 (antes inserido na aba projetos de pesquisa no sistema Cobalto, com várias publicações e participações em Congressos na área (Brasil e Portugal);
Considerando que os Estudos de Gênero, mulher e homem constituem-se em categorias de análise que funcionam, desde que compreendidas de forma relacional, mediante uma perspectiva sociocultural. Conforme essa visão, estudar as relações de gênero e sexualidade na área da comunicação envolve não só considerar os aspectos relacionais, mas também investigar as relações de poder que se estabelecem por meio da difusão do conhecimento e dos sentidos produzidos socialmente sobre o que deve ser entendido como feminino ou masculino.
o presente trabalho pretende contemplar, em sua temática, discussões acerca da construção histórica e cultural do gênero, suas representações e estereótipos, a partir da constituição de identidades, intermediada pela cultura midiática da contemporaneidade. Essa cultura está latente em discursos plurais, como, por exemplo, nos programas televisivos de narrativas melodramáticas, nos telejornais, nas mensagens cinematográficas, nas campanhas publicitárias, na mídia digital, entre outros.
Em síntese, o enfoque privilegiado neste trabalho é desafiador e instigante, já que a Teoria de Gênero, nas suas relações sociais e culturais, configura-se complexa e inacabada. Logo, a mídia está inserida nessa cultura, constituindo-se uma prática cotidiana da sociedade, oriundas da esfera do saber e do poder.

Metodologia

No contexto social contemporâneo, os afastamentos entre os gêneros continuam a existir, criando diferenças de comportamento, orientação e percurso. Consequentemente, a hierarquia de identidade masculino/feminino se reproduz, mesmo que em menor escala. A figura masculina permanece associada aos papéis públicos, e a feminina, aos papéis afetivos, estéticos e privados.
Com relação à Análise do Discurso, essa metodologia tem abordado a questão das marcas de gênero em revistas populares, reforçando uma ideologia discriminatória. Também, devido o aumento da produção de textos multimídia, alguns pesquisadores da análise do discurso, abordam que além da linguagem, formas de poder e ideologias que se manifestam através dos fenômenos sociais, linguagens visuais, também são empregadas nos estudos de AD. Conforme argumenta Orlandi (2007), as palavras não apresentam sentido nelas próprias, mas nas formações discursivas em que estão inseridas. Assim, no discurso essas palavras são carregadas de formações ideológicas.
Nesse contexto, para Orlandi (2007) com bases na linguística, materialismo histórico e psicanálise, o método procura trabalhar a relação língua-discurso-ideologia. Isso, porque, o modo de funcionamento do discurso é o interesse principal da análise. Autoritário, polêmico ou lúdico, com polissemia contida, controlada e aberta, respectivamente.
A autora também apresenta outras características consideradas importantes no discurso como as paráfrases e polissemias. Também, as relações de sentidos, visto que não há discurso que não se relacione com outros. No campo do jornalismo, Benetti (2007) comenta que é um lugar de circulação e produção de sentidos. Sendo para autora, polifônico, opaco, dialógico e, ao mesmo tempo efeito e produtor de sentidos. “O discurso é, assim, opaco, não-transparente, pleno de possibilidades de interpretação” (BENETTI, 2007, p.108). Dito isso, na esfera do jornalismo, aceitar esse discurso como característica pressupõe reconhecer que o texto objetivo é utilizado apenas uma intenção do jornalista. Com isso, cabe a construção de “um texto que no máximo direcione a leitura para um determinado sentido, sem que haja qualquer garantia de que essa convergência de sentidos vá de fato ocorrer” (IBID, p. 108)
Outro método usado pelo grupo de pesquisa é o de análise de conteúdo, que busca compreender as mensagens emitidas na mídia bem como pela sociedade referente a gênero e sexualidade. Conforme Guerra (2006, p. 62) "todo o material recolhido numa pesquisa qualitativa é geralmente sujeito a uma análise de conteúdo, mas esta não constitui, no entanto, um procedimento neutro (...)". Para a autora, a escolha da técnica mais adequada de pesquisa vai depender do material recolhido, dos objetivos e do posicionamento epistemológico do investigador. Guerra (2006) corrobora com Bardin (1977) ao abordar os vários tipos de análise de conteúdo, principalmente a elaboração de categorias, sendo essa a primeira fase de análise.
De acordo com Bardin, a análise de conteúdo é
um conjunto de técnicas de análise das comunicações visando obter, por procedimentos, sistemáticos e objectivos de descrição do conteúdo das mensagens, indicadores (quantitativos ou não) que permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção/recepção (variáveis inferidas) destas mensagens (BARDIN, 1977, p. 42).

Ainda de acordo com o pensamento da autora, a análise de conteúdo propicia uma sistematização do teor das mensagens midiáticas. Assim, não tem como princípio estudar a linguística das palavras, mas sim o que está por trás delas, a partir de sua produção até a recepção.

Indicadores, Metas e Resultados

Produzir dados que possam entender e explicar como as concepções de gênero e sexualidade são produzidas e representadas pela mídia.
Compreender como a cultura da mídia se articula no desvelamento de identidade de gênero, especialmente, as do gênero feminino;

Equipe do Projeto

NomeCH SemanalData inicialData final
ANARELLI MARTINEZ DIAS DE OLIVEIRA
ESTER DO NASCIMENTO CAETANO
JÚLIA MOREIRA RODRIGUES DOS SANTOS
LUIZA CARVALHO MATTEA
Lara Bernardi Viscardi Mesquita
MARIA RITA DA COSTA ROLIM
MARISLEI DA SILVEIRA RIBEIRO4
MICAEL MACHADO DA SILVA
MICHELE DA SILVA GAUTERIO
VINICIUS TERRA ARAUJO

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