Nome do Projeto
Tecnologias Educacionais com Plantas Medicinais e cuidado: um estudo de validação
Ênfase
Pesquisa
Data inicial - Data final
22/05/2020 - 15/12/2023
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências da Saúde
Resumo
As tecnologias educativas tem se mostrado potencialmente capazes de contribuir na educação em saúde. A estratégia de saúde de família é cenário de inúmeras possibilidades para a sua aplicação, visto que, estimula a promoção de vínculo entre os profissionais e a população. Este modelo de saúde está em expansão, porém ainda há muitos desafios a superar, sendo as tecnologias uma estratégia importante para processos de construção de qualidade de vida. Desta forma o objetivo deste trabalho será, validar um manual instrutivo de cuidado e uso de plantas medicinais. O estudo terá metodologia quantiqualitativa, sendo a fase qualitativa uma pesquisa participante para a construção do manual instrutivo embasada nos princípios de Paulo Freire e a fase quantitativa será a validação deste manual utilizando uma equipe de juízes e a escala de Likert e a A análise quantitativa através do Data Analysis and Statistical Software (STATA 12). A tecnologia educacional objetivada no manual terá como participantes do estudo médicos, enfermeiros e odontólogos, que atuam nas 37 ESF rurais, da Região Sul do Rio Grande do Sul. Os resultados esperados são a sensibilização dos profissionais para o reconhecimento do cuidado através do uso das plantas medicinais e a elaboração do manual instrutivo de plantas medicinais que possa incentivar demais municípios do Rio Grande Grande do Sul e Brasi.

Objetivo Geral

OBJETIVO GERAL

Validar um manual instrutivo de cuidado e uso de plantas medicinais.

Objetivos específicos
- Instrumentalizar a Equipe de Saúde da Família para o cuidadoidentificadas no projeto “Autoatençao e o uso de plantas medicinais no bioma pampa:perspectiva para o cuidado de enfermagem rural.” com o uso de plantas medicinais;
- Contribuir na consolidação das políticas nacionais e estadual de plantas medicinais no SUS;
- Socializar saberes e praticas de cuidado da saúde rural através das plantas medicinais;

Justificativa

No SUS, a implementação as ações de cuidado e o uso plantas medicinais,
preconizados na Política nacional de plantas medicinais e fitoterapia, ocorrem de
maneira diferenciada, nas distintas regiões do País, com relação aos produtos e serviços
oferecidos e, principalmente, às espécies de plantas medicinais disponibilizadas, em
virtude das diferenças entre os biomas. Alguns Estados e municípios, já possuem muitos
anos de existência, é implementaram políticas e legislação específica para o serviço no
SUS e laboratórios de produção, disponibilizando plantas medicinais e/ou seus
derivados, prioritariamente, na atenção básica, além da elaboração de orientação para
profissionais de saúde, e população em geral, sobre uso racional desses produtos.
No entanto no RS, isto se encontra ainda muito incipiente, dos 497 municípios do
estado apenas 08 municípios possuem implantado a Política de Praticas Integrativas,
com a subespecialidade fitoterapia e homeopatia na atenção básica, no SUS, sendo 32 e
5 unidades de saúde cadastradas em cada modalidade, respectivamente.
Se considerar-se que no Rio Grande do Sul, encontra-se o Bioma Pampa, que cobre
63% da área total do Rio Grande do Sul e a 2% do território brasileiro, constituindo-se
como um importante patrimônio natural brasileiro, apresenta clima temperado e grandes
planícies (HEIDEN; IGANCI, 2009). Segundo o Ibama (2010), esse bioma possui uma
rica biodiversidade, apresenta mais de 3.000 espécies de plantas vasculares, e cerca de
385 espécies de aves e 90 espécies de mamíferos, entre outros grupos.
E que, os habitantes da zona rural adequaram seu viver aos diferentes biomas
brasileiros, o que lhes permitiu desenvolver um rol de conhecimentos que permite usar
os recursos da natureza de uma forma mais sustentável, criando uma integração entre o
ser humano e o ambiente (DI STASI (2007). Torna-se necessário a elaboração de
tecnologias em saúde específica para o cuidado no meio rural que contemple o cuidado
e plantas medicinais utilizadas no Bioma Pampa.
Desta forma, acredita-se aproximar o cuidado e as plantas medicinais das ações
desenvolvidas pelas ESF rural poderá contribuir na qualidade do cuidado prestado, na
aproximação com as famílias, no fortalecimento do vínculo e na consolidação do
cuidado.

Metodologia

Para atingir os objetivos do presente projeto o delineamento será
quantiqualitativo com vistas à validação de um manual Instrutivo de cuidado e uso de
plantas medicinais. O estudo será realizado com parceria da Embrapa Clima
Temperado, que desenvolve diversas atividades no Bioma Pampa.
Os participantes do estudo serão médicos, enfermeiros e odontólogos e foram
selecionados por atuarem em 37 ESF rurais, da Região Sul do Rio Grande do Sul,
concentradas em 10 municípios que segundo os dados do Cadastro Nacional de
Estabelecimentos de Saúde (SCNES).
Estes municípios são: Candiota, Cristal, Herval, Morro Redondo, Pelotas, Rio
Grande, Santa Vitória do Palmar, São José do Norte, São Lourenço do Sul, e Turuçu.
Estes municípios demandam aprofundamento dos estudos de promoção e educação em
saúde na área rural onde as famílias utilizam de forma contínua as plantas medicinais.
Tendo seu território coberto pelo Bioma Pampa que se estende desde a Argentina e o
Uruguai (BOLDRINI et al., 2010), o qual desde a colonização tem sofrido diversas
mudanças, com a introdução da pecuária e o estabelecimento da estrutura fundiária de
médias e grandes propriedades (Matei e Filipi (2013) resultando em diferenças
socioeconômicas, comprometimento dos indicies de qualidade de vida evidenciadas
pelos dados de IDH, apresentam um índice menor que 0,700, abaixo da média estadual
(0,746), destacando a desigualdade entre os municípios e o baixo desenvolvimento da
região e a demanda por ações que promovam saúde e qualidade de vida.
Desta forma, o estudo qualitativo constituirá em uma pesquisa participante,
embasada nos princípios de Paulo Freire, que parte da experiência e da percepção dos
participantes que se reúnem para compartilhar saberes e práticas, propiciando o
desenvolvimento de todos envolvidos, tornando-os agente de sua própria transformação
(MARQUES et al, 2016).
Essa etapa ocorrerá em dois momentos, nos quais serão desenvolvidas dinâmicas
a partir do método criativo sensível (MSC) que propõe o estabelecimento de diálogos
baseados na escuta, na capacidade de aceitação do outro e na solidariedade que
sustentará relações de cuidado e de pesquisa propiciando momentos de reflexão a partir
da participação ativa em oficinas possibilitando autonomia aos participantes na
construção do seu saber. O MSC em sua aplicabilidade constitui-se em cinco momentos
a saber: introdução; produção; apresentação; discussão; e, avaliação possibilitando a
compreensão, exigindo do pesquisador a capacidade de colocar- -se no lugar do outro,
estabelecendo uma escuta sensível e atenta à multiplicidade de vozes compartilhadas
pelos participantes. (Soratto J, et AL, 2014)
Serão realizados dois encontros com os profissionais das ESFs. No primeiro se
realizará a apresentação das plantas medicinais, citadas pelas famílilas rurais dos
municípios, no projeto: “Autoatençao e o uso de plantas medicinais no bioma pampa:
perspectiva para o cuidado de enfermagem rural”, que estão contemplatas na lista de
pantas medicinais recomendas pela ANVISA (2010) bem como dinâmicas que
propiciem a explanação dos profissionais sobre as demandas de cuidado e do uso das
plantas medicinais.
No segundo encontro as oficinas terão o intuito de propiciar a experimentação
do uso das plantas medicinais. Os profissionais serão convidados a vivenciar, na prática
o contato com as plantas desde o cuidado com o solo até o preparo de um chá. Assim as
oficinas contemplarão o manejo da terra; o preparo de infusoes, xaropes, tinturas; a
designação de medidas de referência ao uso das plantas medicinais para promoção de
saúde e tratamento; a padronização dos instrumentos de dimensionamento das
quantidades indicadas para o uso.
Ainda, haverá uma oficina de construção do manual pelos participantes da
pesquisa onde os mesmos irão receber uma proposta de manual instrutivo e elencarão as
melhorias para que ele possa ser posteriormente subemetido a apreciação dos juízes
experts.
Todas as atividades da pesquisa qualitativa serão filmadas e fotografadas para a
análise das atividades desenvolvidas.
Após essa etapa o manual será validado por uma equipe de juízes experts. Essa
estapa contemplará o estudo quantitativo, na qual será selecionado um grupo de juízes
que terão a função de julgar o conteúdo do manual quanto a clareza,
compreensibilidade, redundância e adequação do conteúdo apresentado.
A seleção dos juízes será realizada por meio do currículo lattes e da sua
disponibilidade em aceitar a proposta, visando contemplar um perfil de especialista em
cuidado e uso de plantas medicinais.
A validação utilizará a escala tipo Likert, uma técnica de classificação, que
consiste avalia vários itens que expressam um ponto de vista sobre um tópico. Nessa
abordagem, colocam-se os respondentes em contato com os itens expressos de modo
positivo ou negativo em relação ao fenômeno, com pontuação de um a quatro. O escore
do índice é calculado, por meio da soma de concordância dos itens que foram
assinalados com a opção “1” e “2” pelos especialistas, dividida pelo número total de
respostas (GRANT; DAVIS, 1997). Para a análise quantitativa dos dados foi realizado o
cálculo de índice de validade de conteúdo (IVC). O IVC mede a proporção dos juízes
que estão em concordância sobre determinado aspecto do instrumento e de seus itens
(ALEXANDRE; COLUCI, 2011).
A análise quantitativa dos resultados numéricos terá com base na análise
estatística descritiva por meio dos recursos de computação do sistema Data Analysis
and Statistical Software (STATA 12)
A partir do desenho metodológico terá dois desfechos um qualitativo que
resultará na sensibilização dos profissionais no uso de plantas medicinais no cuidado
familiar no município. Especificação de quais plantas são utilizadas pelas famílias de
agricultores familiares, do município de atuação dos profissionais. Essas plantas foram identificadas no projeto “Autoatençao e o uso de plantas medicinais no bioma pampa:
perspectiva para o cuidado de enfermagem rural.”
O quantitativo terá a elaboração de um instrumento para validação do manual
Instrutivo de cuidado e uso de plantas medicinais.
Nesta pesquisa todos os preceitos éticos serão respeitados, conforme o código de
Ética dos Profissionais de Enfermagem, capítulo III, artigo 89, 90 e 91, das
responsabilidades e deveres e também, artigo 94 e 98, das proibições (COFEN, 2007) e
a Resolução 466/12, de competência do Conselho Nacional de Saúde do Ministério da
Saúde que emana diretrizes sobre pesquisa com seres humanos, assegurando a proteção
dos grupos vulneráveis e autonomia dos participantes (BRASIL, 2012). Aos
participantes do estudo será assegurado o direito de conhecer a proposta da pesquisa e
seus objetivos, explicando sobre o anonimato das informações fornecidas, bem como o
direito à desistência durante o processo, e ter acesso aos resultados da pesquisa, através
do contato contido no Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

Indicadores, Metas e Resultados

Ao final de 6 meses: levantamento das plantas medicinais citadas no banco do
Projeto: “Autoatenção e uso de plantas medicinais no bioma pampa: perspectivas
para o cuidado de enfermagem rural”, dos 10 municípios participantes; seleção dos
bolsistas de graduação; contato com os profissionais participantes das ESF; revisão
de literatura; capacitação para as oficinas;
 Ao final de 12 meses: ter concluído as oficinas para a construção do manual
instrutivo, construção do manual instrutivo; construção do instrumento de validação
do manual; primeiro contato com os juízes experts; elaboração de artigo;
Ao final dos 18 meses: validação do manual pelos juízes, elaboração da versão final
do manual; elaboração de artigo; uma tese de doutorado; uma dissertação,
apresentação dos resultados finais em eventos científicos.
 Ao final de 24 meses: elaboração do relatório final para FAPERS; apresentação dos
resultados finais em eventos científicos.

Equipe do Projeto

NomeCH SemanalData inicialData final
CAMILA TIMM BONOW
CLARICE ALVES BONOW3
GABRIEL MOURA PEREIRA
JOSUÉ BARBOSA SOUSA
NIVEA SHAYANE COSTA VARGAS
RITA MARIA HECK2
VITÓRIA PERES TREPTOW

Fontes Financiadoras

Sigla / NomeValorAdministrador
CAPES / Coordenação de Aperfeiçoamento de Nível SuperiorR$ 1.700,00Coordenador

Plano de Aplicação de Despesas

DescriçãoValor
339039 - Outros Serviços de Terceiro - Pessoa JurídicaR$ 9.990,00

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