Nome do Projeto
Impactos do armazenamento temporário na qualidade fisiológica de sementes em diferentes genótipos de milho
Ênfase
Pesquisa
Data inicial - Data final
01/09/2020 - 30/08/2024
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências Agrárias
Resumo
O armazenamento de sementes destaca-se dentre os processos mais importantes de pós-colheita de sementes de milho. Faz-se necessária a busca de técnicas de armazenagem que propiciem o menor dano às sementes, minimizando a velocidade do processo de deterioração, bem como o estabelecimento e o desenvolvimento de pragas e microrganismos. Um dos gargalos da produção de sementes de milho está relacionado às regiões de clima tropical, onde é comum a ocorrência de temperaturas e umidade relativa do ar elevadas, condições ambientais consideradas desfavoráveis para o armazenamento. Para minimizar as perdas na armazenagem, uma alternativa é a emprego de ar resfriado e desumidificado na fase de armazenamento. O objetivo do presente trabalho é avaliar o desempenho de sementes de milho submetidas a diferentes condições controladas de armazenamento. Serão conduzidos experimentos em duas etapas, em delineamento blocos ao acaso, dispostos em parcela dividida. As condições de armazenamento serão comparadas pelo teste de Tukey a 5% e o tempo de armazenamento será submetido à regressão polinomial. Na primeira etapa, denominada avaliação do efeito imediato, serão utilizados seis genótipos, três produzidos na safra de verão e três na safra de inverno. As sementes de cada um dos genótipos serão submetidas a cinco condições de armazenamento: a) Condição Controlada (10ºC / 45% UR) b) Condição Controlada (12ºC / 55% UR); c) Condição Controlada (18ºC / 50% UR); d) Simulação Ambiente 1 (27ºC / 65% UR) e) Simulação Ambiente 2 (35ºC / 75% UR). O período de armazenamento terá duração de 120 dias e as avaliações serão realizadas mensalmente em cinco épocas. As sementes serão submetidas às seguintes avaliações: teor de água, germinação, teste de frio, envelhecimento acelerado, comprimento e massa seca de plântulas, emergência, índice de velocidade de emergência e índice de área foliar. Na segunda etapa, denominada avaliação do efeito latente, as sementes de cada genótipo, após a permanência nas condições avaliadas na etapa1, serão armazenadas em câmara fria e seca (12ºC / 55% UR), por um período de 18 meses, sendo a qualidade das sementes avaliada periodicamente a cada três meses.

Objetivo Geral

Estudar o comportamento dos diferentes genótipos de milho frente a distintas condições ambientais de armazenamento temporário;
Identificar as condições ambientais adequadas (temperatura e umidade relativa do ar) para o armazenamento temporário de sementes de milho;
Avaliar a qualidade fisiológica de sementes de milho durante o armazenamento temporário após a debulha;
Verificar os efeitos latentes do armazenamento temporário na qualidade fisiológica das sementes.

Justificativa

A produção de sementes de milho no Brasil concentra-se em regiões de clima tropical, onde é comum a ocorrência de temperaturas e umidade relativa do ar altas, condições ambientais consideradas desfavoráveis para o armazenamento de semente com vistas a preservação da qualidade fisiológica.

As etapas de pós colheita envolvem a despalha, secagem, debulha, armazenamento temporário, limpeza e classificação e por fim, armazenamento definitivo. Via de regra, o armazenamento definitivo (que pode durar até 18-20 meses) é realizado em condições controladas de temperatura e umidade relativa. No entanto, o armazenamento temporário (que pode se estender por até 90 - 120 dias), via de regra, sem controle das condições ambientais.

Considerando que para a cultura do Milho, é possível realizar a colheita em espiga, ou seja, próximo da maturidade fisiológica, com elevada qualidade. O não controle das condições de armazenamento temporário se constitui em um dos pontos críticos, passível de redução da qualidade fisiológica das sementes.

É importante salientar que há uma relação direta entre a qualidade fisiológica das sementes e o potencial produtivo das culturas. Além disso, sabe-se que diferentes genótipos podem apresentar respostas diferenciais durante o armazenamento, razão pela qual se justifica a realização deste trabalho, com a utilização de diferentes híbridos.

Com isso, uma alternativa seria a utilização de ar resfriado e desumidificado na fase de armazenamento temporário, visando a preservação da qualidade fisiológica das sementes.

Metodologia

O armazenamento das sementes será realizado no Laboratório de Pós Colheita e a avaliação da qualidade das sementes conduzida no Laboratório Didático de Análise de Sementes - Flávio Farias Rocha, e no Laboratório de Produção de Sementes, ambos pertencentes ao Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Sementes (PPGCTS), Departamento de Fitotecnia, Faculdade de Agronomia “Eliseu Maciel” (FAEM), Universidade Federal de Pelotas, Capão do Leão, Rio Grande do Sul, Brasil.

Para a Etapa 1, denominada Avaliação do Efeito Imediato, serão utilizados os seguintes fatores experimentais:

GENÓTIPOS
Serão avaliados, de forma independente, seis genótipos, sendo três produzidos na safra de verão (Denominados Genótipo um, dois e três, respectivamente) e três produzidos na safra de Inverno (Denominados Genótipo quatro, cinco e seis, respectivamente). A escolha dos mesmos levará em conta comportamento contrastante entre si e volume de produção, buscando com isso maior representatividade.

CONDIÇÕES DE ARMAZENAMENTO
Sementes de cada um dos genótipos serão armazenado nas seguintes condições:
A) Condição Controlada (10ºC / 45% UR) - Condição referencial
B) Condição Controlada (12ºC / 55% UR) - Condição equivalente armazém definitivo
C) Condição Controlada (18ºC / 60% UR) - Condição de indicação comercial
D) Simulação Ambiente 1 (27ºC / 65% UR) - Cenário região de produção Itápolis/SP
E) Simulação Ambiente 2 (35ºC / 75% UR) - Cenário região de produção Paracatu/MG

Para a obtenção destas combinações de temperatura e UR serão utilizadas câmaras do tipo BOD, projetadas para manter tais condições.


TEMPO DE ARMAZENAMENTO
O armazenamento terá uma duração de 120 dias, sendo realizadas avaliações nas seguintes épocas:
Época 0: Zero Dias - Equivalente ao dia de instalação do experimento
Época 1: 30 Dias
Época 2: 60 Dias
Época 3: 90 Dias
Época 4: 120 Dias

REPETIÇÕES
Serão utilizadas três repetições experimentais, sendo cada parcela composta por um quilograma de sementes, que será mantido em uma caixa de papel, própria para armazenamento de sementes.

AVALIAÇÕES

Serão realizadas em cada época, as seguintes avaliações:


Homogeneização e divisão da amostra

Umidade das Sementes: Será realizado pelo método da estufa, a 105 ± 3°C, por 24 horas, utilizando-se duas repetições de 4,5±0,5 g, sendo os resultados expressos em porcentagem (%) b.u. de teor de água. As sementes úmidas serão pesadas, em seguida, levadas para uma estufa a 105 ± 3ºC por 24 horas. As sementes secas, após resfriamento, serão pesadas obtendo-se os resultados finais. A percentagem de umidade das sementes será calculada, conforme descrito nas Regras para Análises de Sementes (BRASIL, 2009).

Teste de germinação: serão utilizadas quatro subamostras de 50 sementes, dispostas em folhas papel germitest, previamente umedecidas, com água destilada na proporção de 3,0 vezes o peso do papel seco. Posteriormente, os rolos serão colocados em germinador regulado a uma temperatura de 25ºC. A avaliação será realizada aos 5 e 7 dias após a semeadura, sendo determinada a percentagem de plântulas normais total e parcial (equivalente a primeira contagem), obtendo o resultado da germinação de acordo com as Regras para Análise de Semente (BRASIL, 2009).

Teste de frio: será conduzido com quatro repetições de 50 sementes, sendo as sementes distribuídas em folhas de papel Germitest previamente umedecidas com água destilada na proporção de 3,0 vezes o peso do papel seco e os rolos mantidos à temperatura de 10°C +- 1°C durante sete dias, sendo os rolos colocados dentro de sacos plásticos. Na sequência serão colocados em germinador sob temperatura de 25°C, onde permanecerão por cinco dias, posteriormente realizar-se-á a contagem do número de plântulas normais e os resultados serão expressos em porcentagem, conforme Vieira e Krzyzanowski (1999).

Teste de envelhecimento acelerado: serão utilizadas 200 sementes, distribuídas em quatro repetições de 50 sementes e acondicionadas sobre a tela dentro de caixa plástica tipo ‘gerbox’’’, contendo 40 mL de água destilada. Após tampadas, as caixas serão colocadas em câmara, tipo BOD, à temperatura de 42°C por 72 horas, conforme metodologia descrita por Marcos Filho et al. (1985). Após o período de envelhecimento, será avaliada a umidade das sementes e serão submetidas ao teste de germinação, conforme descrito anteriormente, sendo realizada contagem única aos 5 dias após montagem do teste.

Comprimento de plântulas: serão colocadas para germinar em três folhas de papel “germitest”, previamente umedecidas com 3,0 vezes seu peso seco, quatro subamostras de 20 sementes para cada unidade experimental. Os rolos formados ficarão acondicionados em germinador em temperatura de 25 °C por sete dias. Serão avaliadas 15 plântulas normais, selecionadas de forma aleatória. As medições do comprimento de parte aérea (medido a partir da base do coleóptilo das plântulas até a extremidade das folhas primárias) e de raiz (medido desde a base do coleoptilo até a extremidade da maior raiz primária) das plântulas serão obtidas com auxílio de régua milimétrica. Os resultados serão expressos em centímetros por plântula.

Massa seca de plântulas: para a determinação da massa seca serão extraídas as cariopses e as partes aérea e da raiz das plântulas serão acondicionadas, separadamente, em sacos de papel e levadas em estufa de circulação de ar a 70±5 ºC, por 72h. Os resultados serão expressos em miligrama por plântula das porções aérea, da raiz e total (NAKAGAWA, 1999).

Emergência em campo: será realizado com 200 sementes, divididas em duas repetições de 100 sementes, distribuídas em sulcos de 1 metro de comprimento e com 3 cm de profundidade, com espaçamento de 2 cm entre sementes e de 20 cm entre linhas. A contagem será realizada aos 14 dias após a semeadura, sendo contadas as plântulas emergidas.

Índice de velocidade de emergência: será obtido a partir de avaliações realizadas conjuntamente à avaliação do teste de emergência, diferindo apenas pelas contagens diárias e no mesmo horário, a partir do início da emergência, até a estabilização. Como critério de avaliação, será considerada emergida aquela plântula que apresentar no mínimo 1 cm acima da superfície do solo. O cálculo do índice de velocidade de emergência será realizado através da equação de Maguire (1962):
IVE = E1/N1 + E2/N2 + ... + En/Nn onde: E1, E2, En = número de plântulas emergidas na primeira, segunda, até a última contagem e N1, N2, Nn = número de dias desde a primeira, segunda, até a última contagem.


Índice de área foliar: Será determinado com auxílio de medidor de área foliar modelo LI-3100. Na contagem final do teste de emergência, as plântulas serão coletadas, cortando-as junto ao solo, e acondicionando-as imediatamente em uma caixa térmica. A área das folhas de cada plântula será determinada pelo equipamento, sendo calculado a área média por plântula, considerando o número de plântulas em cada unidade experimental.


DELINEAMENTO EXPERIMENTAL E PROCEDIMENTO ESTATÍSTICO
Os experimentos (um para cada genótipo) serão conduzidos em delineamento em blocos ao acaso, na forma parcela dividida, sendo considerado parcela as épocas de avaliação (5) e a sub parcela as condições de armazenamento (5).
Os dados serão testados quanto aos pressupostos da variância (homogeneidade e normalidade), com posterior transformação de dados se necessário, seguido de análise de variância, e análises complementares, levando em conta a significância dos efeitos principais e da interação. As condições de armazenamento serão comparadas pelo teste de Tukey a 5%, juntamente com as tabelas de tolerância das RAS, e o tempo de armazenamento será submetido à regressão polinomial.


ETAPA 2

Para a etapa 2, será utilizada a mesma infra estrutura física descrita na Etapa 1, acrescido de uma câmara fria e seca. Da mesma forma, não haverá alteração quanto aos genótipos.

Os dados da Etapa 1 servirão para a tomada de decisão quanto ao tempo máximo que cada híbrido pode ser armazenado de forma temporária, sem apresentar danos imediatos que comprometam a sua qualidade.

Nesta etapa, serão armazenados por este período em cada uma das condições ambientais anteriormente descritas.

Após o armazenamento temporário, as sementes serão transferidas para uma câmara fria e seca, com condições similares àquelas utilizadas nas empresas produtoras de sementes de milho., sendo avaliada sua qualidade de maneira periódica, desta forma, o experimento será composto dos seguintes fatores experimentais para cada genótipo avaliado.

Manutenção em condições de armazenamento temporário por diferentes períodos (definidos a partir dos resultados da etapa 1)
A) Condição Controlada (10ºC / 45% UR) - Condição referencial
B) Condição Controlada (12ºC / 55% UR) - Condição equivalente armazém definitivo
C) Condição Controlada (18ºC / 60% UR) - Condição de indicação comercial
D) Simulação Ambiente 1 (27ºC / 65% UR) - Cenário região de produção Itápolis/SP
E) Simulação Ambiente 2 (35ºC / 75% UR) - Cenário região de produção Paracatu/MG


TEMPO DE ARMAZENAMENTO
O armazenamento terá uma duração de 18 meses, sendo realizadas avaliações nas seguintes épocas:
Época 0: Zero Dias, seguido de avaliações periódicas a cada 3 meses, totalizando sete épocas de avaliação. Considerando os resultados parciais, poderão ser realizados ajustes quanto às épocas de avaliação.

A qualidade será avaliada pelos mesmos testes descritos para a Etapa 1, seguindo os mesmos procedimentos estatísticos.

Indicadores, Metas e Resultados

Como principais indicadores do projeto estão a definição das condições de armazenamento temporário e definitivo, refletindo em eventuais ajustes de procedimentos por parte da indústria sementeira, culminando com sementes de melhor qualidade disponível aos agricultores, com potencial impacto na produtividade agrícola da cultura do milho.

A metas são o treinamento de estagiários e bolsistas de graduação e a formação de pessoal em nível de doutorado. Acrescente-se a isso a publicação de quatro artigos científicos, cinco trabalhos em congressos científicos nacionais e três em congressos internacionais.


Os resultados esperados são a identificação das condições mais adequadas para se realizar o armazenamento temporário de sementes de milho híbrido e o estabelecimento do comportamento dos diferentes genótipos de milho frente a distintas condições ambientais de armazenamento temporário.


Verificar os efeitos latentes do armazenamento temporário na qualidade fisiológica das sementes.

Equipe do Projeto

NomeCH SemanalData inicialData final
Cinthia Vieira Golfi Andriazzi
FRANCISCO AMARAL VILLELA10
GERI EDUARDO MENEGHELLO10
GIZELE INGRID GADOTTI1
IARA MAIQUELI STERN LEMKE
ILENICE HARTWIG
LILIAN VANUSSA MADRUGA DE TUNES1
Mariana Salbego Franco
NICOLAS LEMOS MACHADO
TIAGO PEDO1
TIAGO ZANATTA AUMONDE0
VITORIA DA FONSECA VIEIRA

Fontes Financiadoras

Sigla / NomeValorAdministrador
Bayer / Bayer Brasil - Crop ScienceR$ 150.000,00Fundação Delfim Mendes da Silveira

Plano de Aplicação de Despesas

DescriçãoValor
339018 - Auxílio Financeiro a EstudantesR$ 9.600,00
339030 - Material de ConsumoR$ 16.570,00
339033 - Passagens de Despesas de LocomoçãoR$ 16.710,00
339036 - Outros Serviços de Terceiro - Pessoa FísicaR$ 2.800,00
339039 - Outros Serviços de Terceiro - Pessoa JurídicaR$ 19.520,00
449051 - Obras e InstalaçõesR$ 2.300,00
449052 - Equipamentos e Material PermanenteR$ 82.500,00

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