Nome do Projeto
Frequência e variações genéticas de neoplasmas diagnosticados em animais domésticos entre 2000-2015 na região sul do Rio Grande do Sul.
Ênfase
Pesquisa
Data inicial - Data final
27/08/2020 - 05/09/2022
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências Agrárias
Resumo
Resumo
O aumento dos casos de neoplasias em animais domésticos é um problema crescente na prática veterinária e as neoplasias são importantes causas de morte nas diversas espécies, especialmente caninos e felinos. No Brasil, um estudo realizado na região metropolitana de São Paulo apontou as neoplasias como a segunda principal causa de morte em cães, representando 13,28%. No sul do país, na Mesorregião do Centro Ocidental Rio-Grandense, 7,8% dos cães morreram ou foram submetidos à eutanásia por apresentarem complicações relacionadas a neoplasmas. Em estudo realizado na região Sul do Brasil as neoplasias representaram 2,22% das doenças na espécie bovina, 1,41% em ovinos, 8,39% em equinos e 0,6% em suínos. O grande número de informações acerca da biologia tumoral de diferentes tipos neoplásicos em cada espécie exige um diagnóstico mais cuidadoso, abrangendo características celulares e moleculares que vão além da definição de malignidade. O diagnóstico dos diversos tipos de neoplasia na clínica veterinária tem se tornando cada vez mais importante, já que cada tipo de neoplasia responde a um tratamento específico. O nível de especialização e as exigências veterinárias de diagnósticos mais precisos, em particular para os tumores, têm despertado a necessidade de implementar técnicas auxiliares de diagnóstico. A imuno-histoquímica (IHC) é uma ferramenta importante na caracterização de doenças neoplásicas em seres humanos e tornou-se igualmente importante na medicina veterinária. A técnica mostra-se importante na rotina diagnóstica para a identificação dos diferentes tipos histológicos e de fatores prognósticos, direcionando os animais afetados para tratamento adequado, além de identificar os tumores com maior risco de recidiva e evolução fatal. Os objetivos do presente projeto são fazer um estudo comparativo sobre os métodos de diagnóstico das neoplasias observadas nas diversas espécies domésticas utilizando a histoquímica e a imuno-histoquímica e estabelecer protocolos de segurança e economicamente viáveis para implantação na rotina do laboratório. Objetiva-se, também, estudar através da análise de polimorfismos genéticos os tumores de mama mais frequentemente diagnosticados em caninos.
Objetivo Geral
Efetuar estudo comparativo sobre os métodos de diagnóstico das neoplasias observadas nas diferentes espécies domésticas na área de influência do LRD/UFPEL utilizando a histoquímica e estabelecendo protocolos imuno-histoquímicos para o diagnóstico de neoplasias indiferenciadas e de alta malignidade, bem como, fazer a análise de polimorfismos genéticos dos tumores de mama canino, para permitir um prognóstico mais preciso e a indicação de tratamentos mais específicos para esta espécie animal.
Justificativa
O aumento dos casos de neoplasias em animais domésticos são um problema crescente na prática veterinária, e importantes causas de morte nas diversas espécies, especialmente caninos e felinos (Salvador, 2010).
No Brasil, um estudo realizado na região metropolitana de São Paulo apontou as neoplasias como a segunda principal causa de morte em cães, representando 13,28% (Bentubo et al., 2007). No sul do país, na Mesorregião do Centro Ocidental Rio-Grandense, 7,8% dos cães morreram ou foram submetidos à eutanásia por apresentarem complicações relacionadas a neoplasmas (Figueira et al., 2008).
Em estudo realizado na região Sul do Brasil as neoplasias representaram 2,22% das doenças na espécie bovina, 1,41% em ovinos, 8,39% em equinos e 0,6% em suínos. Em todos os casos estudados o sistema mais comprometido foi o tegumentar (Ramos et al., 2008).
As neoplasias são uma das principais causas de morte em cães com mais de 10 anos, acometendo 50% destes. Dos cães afetados, em torno de 25% morrem devido à doença (Adams et al., 2010). Estima-se que 30% e 20% do total de neoplasias diagnosticadas em cães e gatos, respectivamente, sejam de origem cutânea (Scott et al., 2001). A pele é um órgão propício à ocorrência de neoplasias em virtude do seu alto índice de renovação celular que eleva o número de mutações comparadas com outros tecidos (Murphy, 2006).
O grande número de informações acerca da biologia tumoral de diferentes tipos neoplásicos em cada espécie exige um diagnóstico mais cuidadoso, abrangendo características celulares e moleculares que vão além da definição de malignidade (Ramos-Vara et al., 2008). O diagnóstico dos diversos tipos de neoplasia na clínica veterinária tem se tornando cada vez mais importante, já que cada tipo de neoplasia responde a um tratamento específico (Withrow et al., 2013).
O diagnóstico morfológico em medicina veterinária é baseado principalmente em colorações de rotina, como hematoxilina e eosina e, menos frequentemente, por outras colorações histoquímicas. No entanto, o nível de especialização e as exigências veterinárias de diagnósticos mais precisos, em particular para os tumores, têm despertado a necessidade de implementar técnicas auxiliares de diagnóstico (Silva et al., 2015).
A imuno-histoquímica (IHC) é uma ferramenta importante na caracterização de doenças neoplásicas em seres humanos e tornou-se igualmente importante na medicina veterinária. A técnica mostra-se importante na rotina diagnóstica para a identificação dos diferentes tipos histológicos e de fatores prognósticos, direcionando os animais afetados para tratamento adequado, além de identificar os tumores com maior risco de recidiva e evolução fatal (Capelozzi, 2009). O número de testes de IHC oferecidos pelos laboratórios veterinários de diagnósticos para o diagnóstico de neoplasias aumentou exponencialmente na última década (Ramos-Vara et. al, 2008).
As possibilidades para utilização da técnica imuno-histoquímica em oncologia veterinária são ilimitadas. A avaliação da proliferação celular, angiogênese, expressão de COX-2 e outros marcadores celulares representam fatores prognósticos e preditivos para inúmeros processos neoplásicos (Horta et al., 2012).
Além da IHC, nos últimos anos a genética e a biologia molecular tem contribuído e alterado o conhecimento sobre a biologia dos tumores (Avery et al., 2013). Grande parte dos conhecimentos em relação à biologia das neoplasias está direcionada aos humanos, tornando necessária a compreensão mais abrangente na área da medicina veterinária (Richardson et al., 1997). O diagnóstico molecular em oncologia tem sido utilizado na detecção de mutações somáticas, alterações gênicas ou expressão proteica que podem alterar o diagnóstico, prognóstico e a terapia dos animais com neoplasias (Engstrom et al., 2011).
As mutações podem ocorrer em qualquer uma das etapas de crescimento e diferenciação celular. O acúmulo destas mutações é que pode resultar na desregulação progressiva do crescimento e originar uma célula tumoral. De modo geral, as mutações de genes específicos se acumulam em células somáticas e perdem um número essencial de mecanismos de controle de crescimento, dando inicio a formação do tumor (Jorde et al., 2000).
Os objetivos do presente projeto são fazer um estudo comparativo sobre os métodos de diagnóstico das neoplasias observadas nas diversas espécies domésticas utilizando a histoquímica e a imuno-histoquímica e estabelecer protocolos de segurança e economicamente viáveis para implantação na rotina do laboratório. Objetiva-se, também, estudar através da análise de polimorfismos genéticos os tumores de mama mais frequentemente diagnosticados em caninos.
No Brasil, um estudo realizado na região metropolitana de São Paulo apontou as neoplasias como a segunda principal causa de morte em cães, representando 13,28% (Bentubo et al., 2007). No sul do país, na Mesorregião do Centro Ocidental Rio-Grandense, 7,8% dos cães morreram ou foram submetidos à eutanásia por apresentarem complicações relacionadas a neoplasmas (Figueira et al., 2008).
Em estudo realizado na região Sul do Brasil as neoplasias representaram 2,22% das doenças na espécie bovina, 1,41% em ovinos, 8,39% em equinos e 0,6% em suínos. Em todos os casos estudados o sistema mais comprometido foi o tegumentar (Ramos et al., 2008).
As neoplasias são uma das principais causas de morte em cães com mais de 10 anos, acometendo 50% destes. Dos cães afetados, em torno de 25% morrem devido à doença (Adams et al., 2010). Estima-se que 30% e 20% do total de neoplasias diagnosticadas em cães e gatos, respectivamente, sejam de origem cutânea (Scott et al., 2001). A pele é um órgão propício à ocorrência de neoplasias em virtude do seu alto índice de renovação celular que eleva o número de mutações comparadas com outros tecidos (Murphy, 2006).
O grande número de informações acerca da biologia tumoral de diferentes tipos neoplásicos em cada espécie exige um diagnóstico mais cuidadoso, abrangendo características celulares e moleculares que vão além da definição de malignidade (Ramos-Vara et al., 2008). O diagnóstico dos diversos tipos de neoplasia na clínica veterinária tem se tornando cada vez mais importante, já que cada tipo de neoplasia responde a um tratamento específico (Withrow et al., 2013).
O diagnóstico morfológico em medicina veterinária é baseado principalmente em colorações de rotina, como hematoxilina e eosina e, menos frequentemente, por outras colorações histoquímicas. No entanto, o nível de especialização e as exigências veterinárias de diagnósticos mais precisos, em particular para os tumores, têm despertado a necessidade de implementar técnicas auxiliares de diagnóstico (Silva et al., 2015).
A imuno-histoquímica (IHC) é uma ferramenta importante na caracterização de doenças neoplásicas em seres humanos e tornou-se igualmente importante na medicina veterinária. A técnica mostra-se importante na rotina diagnóstica para a identificação dos diferentes tipos histológicos e de fatores prognósticos, direcionando os animais afetados para tratamento adequado, além de identificar os tumores com maior risco de recidiva e evolução fatal (Capelozzi, 2009). O número de testes de IHC oferecidos pelos laboratórios veterinários de diagnósticos para o diagnóstico de neoplasias aumentou exponencialmente na última década (Ramos-Vara et. al, 2008).
As possibilidades para utilização da técnica imuno-histoquímica em oncologia veterinária são ilimitadas. A avaliação da proliferação celular, angiogênese, expressão de COX-2 e outros marcadores celulares representam fatores prognósticos e preditivos para inúmeros processos neoplásicos (Horta et al., 2012).
Além da IHC, nos últimos anos a genética e a biologia molecular tem contribuído e alterado o conhecimento sobre a biologia dos tumores (Avery et al., 2013). Grande parte dos conhecimentos em relação à biologia das neoplasias está direcionada aos humanos, tornando necessária a compreensão mais abrangente na área da medicina veterinária (Richardson et al., 1997). O diagnóstico molecular em oncologia tem sido utilizado na detecção de mutações somáticas, alterações gênicas ou expressão proteica que podem alterar o diagnóstico, prognóstico e a terapia dos animais com neoplasias (Engstrom et al., 2011).
As mutações podem ocorrer em qualquer uma das etapas de crescimento e diferenciação celular. O acúmulo destas mutações é que pode resultar na desregulação progressiva do crescimento e originar uma célula tumoral. De modo geral, as mutações de genes específicos se acumulam em células somáticas e perdem um número essencial de mecanismos de controle de crescimento, dando inicio a formação do tumor (Jorde et al., 2000).
Os objetivos do presente projeto são fazer um estudo comparativo sobre os métodos de diagnóstico das neoplasias observadas nas diversas espécies domésticas utilizando a histoquímica e a imuno-histoquímica e estabelecer protocolos de segurança e economicamente viáveis para implantação na rotina do laboratório. Objetiva-se, também, estudar através da análise de polimorfismos genéticos os tumores de mama mais frequentemente diagnosticados em caninos.
Metodologia
3.1. Área de estudo
Serão avaliados materiais (biopsias ou necropsias) remetidos entre 2000-2015.ao LRD/UFPEL por veterinários da região sul do Rio Grande do Sul, que compreende 22 municípios.
3.2. Levantamento das neoplasias das espécies domésticas nos arquivos do LRD entre 2000-2015 e classificação histológica
Será realizado um levantamento das neoplasias diagnosticadas no LRD/UFPEL, no período de 2000 a 2015. Para isso serão revisados nos arquivos do LRD os protocolos de necropsias realizadas no laboratório ou a campo e/ou materiais remetidos por veterinários ao laboratório. Serão resgatadas informações referentes ao diagnóstico, patologia macroscópica e histológica das necropsias e biópsias/órgãos.
Inicialmente, as amostras serão divididas em neoplásicas e não-neoplásicas, de acordo com o diagnóstico histopatológico. Os dados epidemiológicos de cada caso referentes aos animais afetados serão agrupados e analisados. Os casos selecionados terão suas características histológicas reavaliadas, sem alteração do diagnóstico final. Quando for necessário o material será novamente clivado e corado pelas técnicas de rotina. O estudo morfológico das neoplasias será efetuado e a classificação histológica dos tumores será baseada na Classificação Histológica de Tumores de Animais Domésticos da Organização Mundial da Saúde (OMS).
3.3. Imuno-histoquímica
No acervo do LRD será efetuada buscas dos blocos de parafinas referentes às neoplasias selecionadas. A confecção das lâminas será efetuada de modo a garantir a melhor seleção das áreas afetadas e o menor dano ao bloco original.
As amostras serão submetidas à técnica de IHQ. Os cortes serão desparafinizados, reidratados em bateria de álcoois e xilóis, e lavados com solução PBS (pH 7,2). A recuperação antigênica será efetuada utilizando-se soluções de citrato 2mM, (pH 6,0), em microondas por 15 minutos em potência máxima. Após, receberam tratamento com solução de peróxido de hidrogênio 0,1% por 10 minutos para bloqueio da peroxidase endógena.
Posteriormente serão definidos os anticorpos necessários para cada caso. Os anticorpos a serem testados deverão ter imunógenos conhecidos.
Serão avaliados materiais (biopsias ou necropsias) remetidos entre 2000-2015.ao LRD/UFPEL por veterinários da região sul do Rio Grande do Sul, que compreende 22 municípios.
3.2. Levantamento das neoplasias das espécies domésticas nos arquivos do LRD entre 2000-2015 e classificação histológica
Será realizado um levantamento das neoplasias diagnosticadas no LRD/UFPEL, no período de 2000 a 2015. Para isso serão revisados nos arquivos do LRD os protocolos de necropsias realizadas no laboratório ou a campo e/ou materiais remetidos por veterinários ao laboratório. Serão resgatadas informações referentes ao diagnóstico, patologia macroscópica e histológica das necropsias e biópsias/órgãos.
Inicialmente, as amostras serão divididas em neoplásicas e não-neoplásicas, de acordo com o diagnóstico histopatológico. Os dados epidemiológicos de cada caso referentes aos animais afetados serão agrupados e analisados. Os casos selecionados terão suas características histológicas reavaliadas, sem alteração do diagnóstico final. Quando for necessário o material será novamente clivado e corado pelas técnicas de rotina. O estudo morfológico das neoplasias será efetuado e a classificação histológica dos tumores será baseada na Classificação Histológica de Tumores de Animais Domésticos da Organização Mundial da Saúde (OMS).
3.3. Imuno-histoquímica
No acervo do LRD será efetuada buscas dos blocos de parafinas referentes às neoplasias selecionadas. A confecção das lâminas será efetuada de modo a garantir a melhor seleção das áreas afetadas e o menor dano ao bloco original.
As amostras serão submetidas à técnica de IHQ. Os cortes serão desparafinizados, reidratados em bateria de álcoois e xilóis, e lavados com solução PBS (pH 7,2). A recuperação antigênica será efetuada utilizando-se soluções de citrato 2mM, (pH 6,0), em microondas por 15 minutos em potência máxima. Após, receberam tratamento com solução de peróxido de hidrogênio 0,1% por 10 minutos para bloqueio da peroxidase endógena.
Posteriormente serão definidos os anticorpos necessários para cada caso. Os anticorpos a serem testados deverão ter imunógenos conhecidos.
Indicadores, Metas e Resultados
• Implementar a técnica de imuno-histoquímica na rotina do LRD/UFPel para as neoplasias mais frequentemente diagnosticadas;
• estabelecer protocolos de uso da imuno-histoquímica economicamente viáveis;
• contribuir para o conhecimento das neoplasias de maior ocorrência nas espécies domésticas na região sul do Rio Grande do Sul, bem como difundir informações e auxiliar médicos veterinários a direcionar os animais para tratamento adequado, além de identificar os tumores com maior risco de recidiva e evolução fatal;
• publicar trabalhos em congresso na área de patologia e trabalhos em revistas científicas classificadas como Qualis A2 e B1.
• estabelecer protocolos de uso da imuno-histoquímica economicamente viáveis;
• contribuir para o conhecimento das neoplasias de maior ocorrência nas espécies domésticas na região sul do Rio Grande do Sul, bem como difundir informações e auxiliar médicos veterinários a direcionar os animais para tratamento adequado, além de identificar os tumores com maior risco de recidiva e evolução fatal;
• publicar trabalhos em congresso na área de patologia e trabalhos em revistas científicas classificadas como Qualis A2 e B1.
Equipe do Projeto
Nome | CH Semanal | Data inicial | Data final |
---|---|---|---|
ANA LUCIA PEREIRA SCHILD | 8 | ||
ELISA ROCHA DA SILVA | |||
ELIZA SIMONE VIEGAS SALLIS | |||
FABIANO DA ROSA VENANCIO | |||
HAIDE VALESKA SCHEID | |||
LUCAS DOS SANTOS MARQUES | |||
LUIZA SOARES RIBEIRO | |||
MARGARIDA BUSS RAFFI |